Várzea grande recinto desportivo
Como é que eu não pensei nisso antes ??!!
António Rebelo
Pois é. Como acaba de constatar, os tomarenses vão ter basquetebol, (mais precisamente mini-básquete), na Várzea Grande. Como é que eu deixei escapar uma ideia tão luminosa, que até cega? Em vez de insistir e insistir que as obras trimilionárias do antigo rossio, campo da feira e vasto estacionamento, transformaram aquilo numa inutilidade, não era melhor uma ideia assim, tão oportuna quanto adequada?
É que se estava mesmo a ver. Boas sombras, excelentes instalações sanitárias, belos balneários, confortáveis bancadas, sólidas tabelas, piso bom e desinfectado para todas as modalidades, temos ali uma flagrante alternativa para os vários pavilhões desportivos existentes na cidade. E até para o Mouchão ou a Mata, para a realização dos numerosos e já anunciados eventos musicais filipinos. Então não é a "nova centralidade", segundo quem sabe, pode e manda?
Não está aqui em causa a dedicação e o empenhamento cívico dos vários intervenientes, com destaque para Célia Bonet e Alcino Gonçalves. A única falha que se lhes pode apontar é a de não terem contestado a escolha do local, pedindo uma explicação convincente. Porque me parece evidente que não se gastaram ali três milhões de euros, para agora tentar transformar aquilo num recinto desportivo, por enquanto sem qualquer aptidão ou equipamento para tanto.
Resulta por isso evidente que tão estranha escolha só possa ter vindo de quem, embora não o diga, gosta na sua prática diária de parafrasear Luis XIV, que terá dito "L' état c'est moi". Mais de três séculos depois, há em Tomar quem pense "A Câmara sou eu", e aja em conformidade. As sucessivas asneiras, cada vez mais frequentes, mas nunca admitidas, aí estão a confirmar que assim acontece de facto. É uma pena. tratando-se de uma pessoa tão simpática.
Mas se os tomarenses gostam do modelo, que havemos de fazer? A democracia também tem destes inconvenientes.
ADENDA
Os incondicionais da senhora, que também os há e não são poucos, (chegarão para alcançar o 3º mandato?), poderão alegar que realmente na Várzea grande não há bancadas, nem balneários, nem instalações sanitárias, nem, nem, mas a Câmara vai providenciar tudo isso. Pois se assim for, ainda bem. Mas não fica nada barato. E impõe a pergunta: Para quê tanta despesa, havendo vários recintos desportivos já equipados na cidade? Porquê a Várzea Grande? Para lhe dar algum préstimo, quando é visível tratar-se de uma caríssima inutilidade prática?
ADENDA 2
O MIRANTE online de hoje dá grande destaque à inauguração da Várzea grande, que teve lugar ontem. Leu bem. Inauguração da Várzea grande. Com a presença de uma ministra e tudo! Um rossio multi-secular, lá acabou finalmente por ser inaugurado, justamente quando já não serve para nada. Não seria mais apropriado e decente referir apenas "inauguração da ornamentação da Várzea grande"? É que assim, a srª ministra deve ter ido embora a pensar "Mas que raio vim eu inaugurar afinal?" E lá ficamos nós tomarenses outra vez com fama de "patos bravos", na má acepção da expressão. Gente sem bom-senso nem bom-gosto, que não se sabe comportar. Gente que não sabe estar, quanto mais agora ser.
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