quinta-feira, 6 de maio de 2021

 




Vacinação anti-Covid19

COMPLICAMOS  
E FAZEMOS SOFRER INUTILMENTE

António Rebelo

Já aqui expliquei anteriormente que em Fortaleza-Ceará-Brasil, dependendo da idade e da disponibilidade de vacinas, há três vias possíveis para a vacinação gratuita. A que me coube foi a reservada a cidadãos com mais de 70 anos, brasileiros ou estrangeiros residentes.
Inscrevi-me por via eletrónica, ("cadastrei-me", em brasilês), fornecendo apenas elementos de identificação, data de nascimento, endereço, email e telefone. Passado algum tempo fui contactado, dizendo que estava na portaria uma brigada de vacinação, e perguntando se podiam subir.
Já no apartamento, vi que eram apenas duas pessoas. Um administrativo, com  computador portátil, e uma senhora com uma caixa isotérmica, ambos com máscara, bata branca, botas brancas e carapuço da mesma cor. Pediram um documento de identificação com foto e perguntaram apenas se me queixava de algo e em que braço queria a vacina. Deixaram o certificado e voltaram 14 dias mais tarde, com o mesmo ritual, para a segunda dose.
Quem tenha menos de 70 anos e possa deslocar-se sem qualquer óbice, pode optar pelo drive thru, a vacina ao volante, como no MacDonalds. Num vasto recinto da cidade, tudo está montado para que cada cidadão possa ser vacinado sem sequer ter de sair do carro, ou preencher papéis, desde que integre o grupo etário contemplado.
Nos restantes casos, há os centros de saúde à disposição de todos, cujo grupo etário já esteja a ser vacinado. O Brasil tem 220 milhões de habitantes. 22 vezes a população portuguesa.
Perante isto, numa grande metrópole (2,5 milhões de habitantes, um quarto da população portuguesa) de um país geralmente considerado do 3º mundo, fiquei pasmado com dois textos noticiosos que li hoje. Um no Cidade de Tomar, assinado por Mário Cobra, outro no Tomar na rede, da responsabilidade de José Gaio. Ambos focam a vacinação contra o covid19, no pavilhão Jácome Ratton, em Tomar,  mas dá a ideia que cada um fala de uma realidade diferente.
Mário Cobra titula Matar o bicho na Jácome Ratton, refere que foram convocados 400 cidadãos para o mesmo dia, e termina assim "Este escriba espera ter dado a entender que fomos atendidos de forma organizada, cordial, como quem é reconfortado depois de uma jornada em tempo de guerra." (C.T. 07/05/2021, pág. 8)
Horas depois, li no Tomar na rede "Duas horas ao sol para ser vacinado", uma notícia em vez da reportagem de M. Cobra. Dado que já antes tinha denunciado esse atentado ao bom senso, que julgava ultrapassado, vi-me na contingência de voltar a ler a reportagem de Mário Cobra, para tentar perceber. E consegui.
Diversamente do que acontece aqui pelo hemisfério sul, talvez para justificar os fundos de Bruxelas, em Tomar são os candidatos à vacina que têm de preencher papéis, mesmo depois de inscritos, e de terem verificado a temperatura,  após o que são consultados por um médico, recebendo finalmente a vacina e sendo encaminhados para um local de recobro, onde devem permanecer meia hora a ver TV. Porquê?
Está-se mesmo a ver que, com uma complicação destas e 400 pacientes por dia, tem de haver quem aguarde durante horas. Mas nós portugueses somos assim. Podendo fazer simples, preferimos sempre complicar. Feitios!

1 comentário:

  1. Caro amigo António Rebelo desde já um bem haja e que esteja bem acima de tudo.
    Não pude deixar de passar uma MSG mas você é que tem juízo em ter ido para outra terra isto por aqui não evolui infelizmente as mentalidades são pequenas e as pessoas é que sofrem.
    Enfim sangue azul de alguns e 400 de cada vez.
    A esturrar ao sol pois se não morrem da cura morrem constipados por estarem ao sol indiscriminadamente.
    Um abraço deste seu amigo.
    Antonio Mendes

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