domingo, 30 de abril de 2023

Imagem Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.

A Câmara que vamos tendo

Uma multa da ASAE 

por publicidade enganosa 

é que está a fazer falta

Menos casamentos em Tomar | Tomar na Rede

WC fantasma | Tomar na Rede

Longe, muito longe de Tomar, para beneficiar de um clima agradável durante todo o ano, perco o "diz-que-disse" nabantino, sempre interessante conquanto em geral assaz simplório. Só posso assim socorrer-me das notícias do Tomar na rede, o único órgão informativo local livre, apesar de algumas limitações. As manigâncias camarárias no sentido de evitar críticas, deram nisto. Informação censurada, como no tempo da outra senhora, mas desta vez pela carteira e não pelo lápis azul dos coronéis.
A primeira das notícias importantes de hoje é uma amostra da decadência local, ao indicar que em 2022 a Barquinha registou mais casamentos que Tomar, o mesmo acontecendo com Torres Novas e Abrantes. O que pode ser parcialmente explicado pelo relativo colapso do Registo civil de Tomar. Trabalhando bem e depressa, a Barquinha atraiu clientela, chegando aos 85 casamentos, num concelho de seis mil eleitores.
Já o caso de Ourém, que regista três vezes o total de casamentos em Tomar, pertence a outra categoria -a dos concelhos que vão crescendo e avançando, ao contrário de Tomar, com cada vez menos população, menos emprego, menos alojamento, menos inciativas que produzam valor acrescentado.
A outra notícia é uma das facetas da vergonhosa situação local. Temos uma Câmara que gasta milhões anualmente, segundo proclama para promover a cidade e o concelho, e vai-se a ver temos carências escandalosas como a da notícia. A cidade não tem estruturas adequadas de acolhimento turístico, nem planos para as mandar fazer, e mesmo assim, quando por mero acaso requalificaram umas velhas sentinas públicas centenárias, as mesmas continuam fechadas há mais de um ano. Faltam planos para a sua gestão racional.
Sem parque de campismo, sem pavilhão de congressos, sem grandes parques de estacionamento, sem instalações sanitárias suficientes, sem acesso rápido e não poluente ao Convento, e sem sinalização à altura, a Câmara anda afinal a promover o quê? O mau acolhimento? O bairro Calé? As ratazanas nas ruas do centro histórico ainda não renovadas, onde o saneamento antigo, sem sifões, as deixa passar?
A  ASAE está à espera de quê, para fazer umas visitas e aplicar multas por publicidade enganosa? Era bem feito!



sábado, 29 de abril de 2023

Nomeação do provedor

O homem também tem qualidades

Correu bem, em termos práticos, e muito mal em termos societais, o peculiar processo de nomeação do provedor municipal. Correu bem, porque a presidência obteve o que pretendia, graças àquilo que considera, de forma equivocada, mais um golpe de mestre na política local, quando afinal se trata de mera trapaceirice. Mais uma...
Correu mal, porque as circunstâncias acabaram revelando o que se pretendia afinal esconder com o voto em urna -quem foram os deputados municipais que venderam o seu voto. Com efeito, tendo em consideração que as contas municipais foram chumbadas por toda a oposição, menos uma abstenção, o que deu 17 votos contra, 14 a favor e a dita abstenção, e que a nomeação do provedor foi aprovada com 16 votos a favor, 15 contra e 1 branco, conhecida a composição partidária da AM, não é difícil perceber quem mudou de campo entre as duas votações. Os do costume.
Correu mal também, e sobretudo, porque as notícias que aqui chegam sobre o tema, e os comentários no Tomar na rede, são do pior que se poderia esperar, augurando que começou a lenta via dolorosa do PS local, a caminho da crucificação final.
Um dos comentadores do Tomar na rede chegou ao extremo de considerar que o provedor nomeado não consegue sequer escrever uma simples frase pessoal, explicando ao que vai. E logo um outro apoiou totalmente. Massacre.
Num tal contexto, Tomar a dianteira 3, que nunca foi de meias tintas ou de meias palavras, nunca tendo apoiado a citada candidatura, antes pelo contrário, sente-se agora na obrigação cidadã de esclarecer que o novel provedor, mesmo sem cultura universitária, tem ainda assim algumas qualidades, designadamente boa figura e bom trato social, o que não é pouca coisa numa terra como Tomar, e com esta maioria.
Além disso, (Atenção: Texto irónico que não respeita a realidade factual.), Tomar a dianteira 3 pode avançar, de fonte segura, que já está fixada uma das primeiras tarefas importantes do provedor municipal. Segundo nos foi garantido, caso no final de Maio ainda não haja indícios fortes de reverdecimento do buxo da Mata, graças ao insecticida entretanto usado, então será a vez do provedor exercer as suas capacidades.
Não que ele seja especialista em jardinagem, ou em reprodução vegetal. Apenas porque está muito habituado a matar o bicho. Exactamente aquilo que os responsáveis pretendem. Que se mate o bicho, pois deles é a invenção do fungo do buxo, como causa da seca. E é cá uma seca!!!

sexta-feira, 28 de abril de 2023

 


Autarquia

Habemus provedor, mas à rasca...

Numa noite política à moda de Tomar, após mais de quatro horas seguidas de reunião, a AM aprovou a nomeação do polémico provedor municipal, escolhido por Anabela Freitas. Mas foi preciso recorrer a mais uma carta na manga, para conseguir o tangencial triunfo por 16-15 e um voto branco. Numa novidade em Tomar, não houve debate prévio, alegando-se tratar-se do nome de uma pessoa, e a votação foi por voto secreto em urna. Única maneira de garantir o anonimato a pelo menos três vendidos, dado que anteriormente as contas municipais de 2022 foram rejeitadas, por 17 votos contra 14 e uma abstenção (Serra-Junceira).
Foi portanto a vitória dos vendidos e da política de golpes baixos, tão do agrado da senhora, que provavelmente lhe terá custado uma eventual futura carreira política, visto não ser nada brilhante perder na mesma noite a votação da sua gestão do ano anterior, para ganhar a nomeação de provedor municipal, simples ornamento sem qualquer utilidade prática, a pouco mais de dois anos do final do mandato, como bem frisou o representante da CDU. Prova disso é a frase cruel de um membro da AM, logo a seguir ao resultado: "Resta parabenizar o nomeado, que vai dar um excelente provedor inútil, como tem sido até agora um bom provador municipal".
Na sua peculiar maneira de abordar e praticar a política, a senhora estará convencida de que é como no futebol, onde uma vitória por um a zero vale o mesmo pontualmente que outra mais folgada. Mas está equivocada. Na política o tamanho conta e muito. Aprovado à rasca, José Pereira não terá condições reais para desempenhar capazmente as suas funções. Serão pouco mais de dois anos de faz de conta, com a sua mentora ignorando que teria sido bem melhor para ela o inverso - a derrota do provedor e a vitória nas contas de 2022. Resta agora aguardar a decisão final do Tribunal de contas, controlado pelo governo socialista, é certo, mas nunca se sabe. Se a oposição chumbou o documento, algo não bate certo.
Outro aspecto a merecer destaque é a evidente anormalidade temporal das sessões da AM, um suplício para deputados municipais, membros do executivo e assistência. Desta vez, começada a sessão às 18H30, só três horas depois se entrou na Ordem de Trabalhos, para chegar ao ponto dois, a tal votação polémica por voto secreto em urna,  duas horas mais tarde. Eram já 23H35 quando foi conhecido o resultado. Cinco horas após o começo! E ainda havia mais uma dúzia de assuntos para debater e votar.
A situação era de tal forma desconfortável que até a presidente, habituada a estas maratonas, se lastimou, assim de passagem. Tendo-se engasgado numa frase da sua intervenção, logo corrigiu, mas acrescentou "são muitas horas..." E são mesmo, a pedir reforma urgente, pois a experiência a nível internacional demonstra que, em qualquer reunião que dure mais de duas horas e meia sem intervalo, ao cabo de duas horas começa a haver posições estranhas, pois as pessoas votam de qualquer maneira, só para se virem embora mais depressa...
Tudo isto num concelho onde se garante que a Festa grande só pode acontecer de quatro em quatro anos, quando afinal em 2023, em Carregueiros, em vez de uma até há duas festas - Os tabuleiros de Carregueiros e os Tabuleiros concelhios. Originalidades nabantinas, é o que é.

Desenvolvimento económico

JAVALIS MIGRANTES

Foi o espanto generalizado. Cinco corpulentos javalis, trotando alegremente rumo à faixa costeira, em pleno IC9. Guiados pelo instinto e pelo cheiro a comida. Imitando sem o saberem aqueles ursos dos estados nortenhos dos USA, que descem às povoações para se alimentarem. Só não fazendo, no entanto, figura de urso, porque são de raça suína. E mesmo que fossem humanos, tão pouco se notaria, uma vez que há na zona milhares fazendo tal figura, sem disso se darem conta. A começar por quem digita estas linhas...
Fracos observadores, na região só uma notícia refere que certamente iriam em peregrinação a Fátima, como se javali também peregrinasse, ou por aquelas bandas durasse muito tempo sem uma boa dose de chumbo.
A mim quer-me parecer que são pelo menos animais familiares daqueles que, aqui há tempos, visitaram durante uma festa uma propriedade dos país da ministra da agricultura, em Casais Revelhos - Abrantes. Esses vinham da depauperada região da Gardunha e Serra da Estrela, em busca das margens do Tejo, onde infelizmente já não há agricultura. O que os forçou a continuar a migração, rumo à zona de Vila de Rei.
Daí atravessaram o Zêzere, pela ponte da Pombeira, e ei-los pelas bandas de Ferreira - Alviobeira, onde foi fácil entrar na A13 e no IC9. Guiados pelo instinto, desdenharam Coimbra e o vale do Mondego, talvez por ser demasiado longe, ou com pouco abrigo, e vá de trotar em pleno IC9. Em Tomar nem pararam sequer. É praticamente só funcionários e aposentados, e eles não são carnívoros. Ala portanto, rumo à rica faixa costeira com as planicies do Alcoa, do Baça, e de toda aquela zona até ao Bombarral e Torres Vedras, com muita fruta e muitos produtos agrícolas frescos. Um dia destes, quando menos esperarmos, vamos ter nova fotografia de javalis, trotando numa daquelas auto-estradas do oeste, ainda mais gordos e luzidios. E os tomarenses a vê-los passar, como se nada fosse. Pensar é cá uma trabalheira!


 

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Imagem Rádio Hertz, com os nossos agradecimentos.

A morte do buxo da Mata

É como pôr um calhau numa gaiola e esperar que cante

Olhando para a foto supra, com operadores especializados a preparar-se para pulverizar o que resta do buxo na Mata dos sete montes, veio-me à ideia que era capaz de ficar muito mais barato meter um calhau numa gaiola e esperar que cante, em vez de gastar dinheiro com insecticida, e ficar aguardando que o buxo seco por falta de rega acabe por ressuscitar. Mas logo veremos, mesmo se o tempo dos milagres também já lá vai...


Política local

Ainda o disparate do pseudoprovedor municipal

L'affaire est entendue, como é costume dizer-se nos tribunais franceses.  Só por si, o caso não mereceria mais dez linhas de texto. Há porém as implicações. Que são muitas e são graves. Daí mais esta derradeira crónica a propósito.
Num daqueles devaneios típicos de certos eleitos principiantes, com ambições de ficar na história, quanto mais não seja local, a presidência da Câmara lembrou-se a certa altura de avançar com a escolha e nomeação de um provedor do cidadão, que chamou "do munícipe", se calhar por pensar implicitamente que os cidadãos são propriedade do município, quer queiram ou não.
O início até foi prometedor. Escolha por consenso entre todos os partidos, nomeação idem idem. O problema só começou quando o primeiro sondado recusou liminarmente, e a presidência, que julgava estar a oferecer uma honraria irrecusável, se sentiu vexada.
Desde então, e já lá vão meses e meses, o assunto passou a "questão pessoal". Deixou de se falar de consenso interpartidário e a presidência indicou um nome que, não estando em causa a simpatia nem a categoria do próprio, deixou o pessoal boquiaberto. Não é um provedor que se pretende, mas um pseudoprovedor. Um comissário político PS, para desencorajar os cidadãos mais audazes, que já são pouquíssimos. E naturalmente a oposição votou contra, aquando da indigitação no executivo.
A votação final está marcada para amanhã na sessão da AM, naqueles termos tão do agrado da presidência, que proclamou em tempos "não há ninguém mais forte do que eu". Um braço de ferro, uma prova de força, um desafio,  entre a presidência e os restantes eleitos. Como nas bem conhecidas votações sobre a Tejo Ambiente, sobretudo o seu preçário...
Não se está a ver o Chega nem o CDS a votarem favoravelmente. Mas os social-democratas podem registar alguma oportuna ausência da sala, para pagar um favor, como já aconteceu. E sobretudo os três eleitos de esquerda podem ter tentações, influenciados por ajudas a umas colectividades amigas.
Se tal vier a acontecer, teremos um pseudoprovedor, cuja importância real será equivalente à de um litro de água destilada em cem litros de vinho, para não dizer nula. Se, pelo contrário, houver maioria para chumbar a proposta de nomeação, então aí terá ganho a decência, terão ganho em credibilidade os partidos de extrema-esquerda, cuja queda em Tomar tem sido vertiginosa desde 2015, e terá ganho o próprio concelho, pois quebrada finalmente a sua presuntiva força política, pode ser que a presidência ainda venha a conseguir fazer algo de jeito até final do mandato. Já vai sendo tempo, ao cabo de mais de dez anos de balelas, propaganda,  ornamentações e festarolas.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

 


Comemoração do 25 de Abril na AMT 


“LIBERDADE(S)”


Opinião 


David Cascaes - PSD

De 1974 a 2023, 49 anos passaram e temos o privilégio de por mais um ano  solenemente comemorar a LIBERDADE, nesta Sessão da Assembleia Municipal,  no órgão representativo dos Valores primordiais e fundamentais desta ainda  frágil Democracia. 

Faço parte de uma geração que recebeu o dote da liberdade de pensar,  participar e discordar. Mas também faço parte de uma geração que tem o peso  da responsabilidade. A responsabilidade de cuidar. 

O 25 de Abril é, para todos nós, antes de mais, um rasgo com o passado, um  sinónimo de Liberdade. O 25 de novembro um sinónimo de estabilidade  necessária e o nascimento de uma democracia que se vem construindo até aos  dias de hoje. 

Podia agora aqui divagar numa busca incessante de significados para a  liberdade. Podia proferir palavras perfumadas e cheias de aromas filosóficos,  podia hoje até ser poeta e rasgar-me em rimas, mas não o vou fazer. Porque  na verdade é simples, a Liberdade é na sua essência um valor inseparável da  condição humana que, independentemente da importância que lhe atribuímos,  reveste o nosso corpo de cima a baixo e nos protege. 

A mudança de regime verificada com a conquista da liberdade foi resultado de  um esforço de gerações de lutadores audazes e perspicazes, na busca diária de  alcançar um sonho: o de construir um país melhor.  

Os nossos antepassados foram uns heróis, o meu avô foi um desses heróis.  Lutou à sua maneira contra a falta de liberdade, e de alguns princípios e valores  com os quais não se revia.  

O meu avô ouvia a BBC debaixo dos cobertores, o meu avô, por represália, foi  afastado do que mais gostava de fazer, que era ensinar. Tenho orgulho dele. 

Sou fruto de uma democracia, já nasci em liberdade, mas cresci a ouvir estas  e outras histórias contadas pelos mais velhos. Por isso prezo a liberdade, por isso sei o que é sonhar.

Cada geração tem os seus desafios para enfrentar, a dos meus avós enfrentou  a ditadura, deu-nos a liberdade e lançou os alicerces para um país melhor. 

Às gerações seguintes cabe cuidar e preservar. Não basta receber um legado,  é preciso cuidar e acrescentar algo para futuro. 

Sem hesitar tolamente, àquilo que ainda precisamos corrigir, convém manter a  frisante pedagogia da liberdade e da democracia. 

Entre altos e baixos, dias melhores e dias piores, ainda temos um largo caminho  pela frente, com um franco risco de perdermos a liberdade no meio do caminho. 

Quase cinco décadas depois deparamo-nos com um desafio pertinente. Numa  sociedade altamente tecnológica, onde as redes sociais começam a ser um  retrato da meia-verdade e numa sociedade onde a escola começa a dar sinais  de cansaço, como transmitir às novas gerações o valor da liberdade  conquistada? Como transmitir valores às novas gerações dão a liberdade como  adquirida? 

É decerto preciso rejuvenescer a mensagem da liberdade! 

A liberdade da qual não podemos abdicar a todo o custo e que por isso temos  a obrigação de cuidar. 

A liberdade de expressão que devemos cultivar e proteger da ofensa gratuita  dos mediatismos políticos.  

Fala-se muito da necessidade da democracia trilhar novos caminhos. Por esse  motivo digo - é bom estarmos constantemente insatisfeitos! Eu sou um eterno  insatisfeito, que por regra “não come e cala”! Uma expressão da minha avó,  que hoje reconheço como um bom ensinamento. 

Hoje vive-se para o imediato, com foco no sucesso a um qualquer preço, um  protagonismo e uma vaidade que despreza os legítimos interesses do próximo  e, até mesmo, o compromisso solidário entre as gerações passadas e as  futuras, que é a garantia da dignidade das pessoas e até da sobrevivência das  nações.

Todos sabemos que a democracia é uma obra inacabada, sempre em  construção. Dessa forma, todos os dias temos que lutar incansavelmente, para  que se obtenha uma democracia mais robusta, cumpridora e respeitadora dos  mais básicos direitos Humanos. A LIBERDADE.  

A Revolução de 1974 não se esgotou na ação armada: deu liberdade de  imprensa; libertou presos políticos; trouxe as pessoas para a rua e abriu  caminho à organização dos partidos políticos. Mas a Revolução também  conheceu alguns tristes exageros de má memória nos meses que se lhe  seguiram. Não nos podemos esquecer!  

Parte da população portuguesa nasceu e cresceu já em plena democracia e  dessa forma os mais novos tendem pensar que foi e será sempre assim, mas  não foi e poderá não ser sempre assim! Desenganem-se!  

Não convém marginalizar o perigo que a Liberdade representa para alguns. Não  podemos fingir que não vemos os fatores de crise da democracia  representativa. Há um hiato de credibilidade dos responsáveis face aos  cidadãos, que descredibiliza e anula a liberdade e as nossas ações; estiveram  e estão em curso instrumentos letais para o respeito da privacidade das pessoas  e para o seu direito de formarem opinião em consciência.  

Como se combate? Com insatisfação! Com voz alta! Não comam tudo…e não se  deixem calar! 

Alguns de vós poderão estar a pensar que estou a cair no exagero. É legítimo  pensarem assim, não fossemos todos nós livres de pensar. 

Contudo, em primeira mão, nos últimos três anos, tenho assistido a inúmeras  situações que me inquietam e me levam a crer que a nossa democracia está  posta à prova e a nossa liberdade colocada a jogo.  

A governação nacional no poder anda nervosa, insegura e transmite  instabilidade desnecessária. As governações locais no poder idem. Enfim, não  há semana sem circo.  

Já assisti a atitudes autocráticas e absolutas, inclusive de dirigentes políticos  locais, indivíduos que sentem ser donos da herdade e da liberdade. Algo  semelhante, talvez, só em regimes do passado.

Já senti muito levemente na pele a atitudes pidescas por parte do poder e da  autoridade. 

Sinto que o nervosismo social está instalado e começa a consumir a sociedade.  Por isto tudo é necessário cuidar da liberdade! 

Cuidar da liberdade não é uma questão de lei, até porque as que temos já são  em demasia. É simplesmente uma questão de consciência e de comportamento  individual. 

Políticos, académicos, professores, artistas, jornalistas, profissionais variados,  religiosos, empresários e cidadãos anónimos, todos, mas mesmo todos, têm  uma quota-parte de responsabilidade pelo presente e pelo futuro, e pelo  progresso deste nosso-Portugal. 

Não podemos esperar que as governações se transformem ou regenerem  sozinhas. Temos que ser nós a fazer por isso como, outrora, outros fizeram  com audácia. 

Sei que o tempo passa e as memórias se vão embaciando, mas a história está  escrita e essa não pode ser apagada com uma simples borracha. 

Não posso terminar este meu esboço, sem antes recordar Francisco Sá  Carneiro, um dos últimos heróis românticos, que sempre lutou e sonhou por  um Portugal melhor, e que por fim deu a vida pela Liberdade. 

A dívida que todos nós temos para com Francisco Sá Carneiro é grande e  obriga-nos a cuidar permanentemente da Liberdade, sob pena de ser roubada  no futuro.  

Cuidemos e reguemos a LIBERDADE!  

Viva a LIBERDADE!  

Viva aos avós de todos nós! 

“Livre não sou, que nem a própria vida 

Mo consente.

Mas a minha aguerrida 

Teimosia 

É quebrar dia a dia 

Um grilhão da corrente. 

Livre não sou, mas quero a liberdade. Trago-a dentro de mim como um destino. E vão lá desdizer

o sonho do menino Que se afogou e flutua 

Entre nenúfares de serenidade 

Depois de ter a lua!”  

- Miguel Torga 

David Cascaes 

Grupo Municipal do PSD de Tomar



25 de Abril

"Quem semeia ventos colhe tempestades"

Terminadas as comemorações da praxe, é de algum desânimo o sentimento entre os abrilistas porque sim de Tomar. Forçados a aplaudir, garantindo que foi um grande sucesso, para não destoar nem desagradar à patroa, ao mesmo tempo que puderam observar várias manifestações críticas do 25 de Abril, que julgavam sagrado e eterno, convenhamos que não é uma situação pessoal nada confortável. A propiciar surtos esquizoides. Oxalá que não!
Mas só a usual ignorância política pode justificar tal estranheza, por dois motivos centrais. Por um lado e sobretudo, o inatacável Ramalho Eanes, do alto da sua costumeira parcimónia nas palavras, foi claro: "O 25 de Abril criou as condições para o exercício da cidadania. Infelizmente esqueceram-se de formar cidadãos." Querem mais claro? Sem cidadãos capazes, adeus cidadania, adeus sociedade harmoniosa e virada para o futuro. Vivemos numa coisa assim em forma de algo indefinido, sempre aceitando o que vem, sem grande ânimo.
Por outro lado, indo ao observado, desde que inesperadamente alcançaram o poder, os membros da actual maioria socialista local -entenda-se a sua líder- enquanto por um lado vão cometendo as piores heresias para conquistarem votos (subsídios, ajudas, empregos pela porta do cavalo, concursos subvertidos, etc, etc, etc.), por outro, vão hostilizando os adversários, que confundem com inimigos, e até procurando silenciar e marginalizar socialistas antigos, só porque não perderam o hábito cidadão de criticar frontalmente o que lhes parece estar mal. Como se em Tomar o Partido socialista tivesse começado em 2013...
Tais atitudes, que demonstram duplicidade, hipocrisia e espírito de intolerância, são em geral apanágio de gente de baixo coturno. De cidadãos só de nome, desprovidos de educação e de boas maneiras, quanto mais agora de formação política e económica à altura dos lugares que em teoria desempenham.
Em conclusão, como bem diz o povo, "Quem semeia ventos, colhe tempestades", mesmo que, para disfarçar, garanta que a tempestade mais não é afinal que uma suave brisa oceânica. Pois! Em 2025 logo veremos. Por agora parecem esquecer um facto importante: Na chamada Europa ocidental, restam apenas dois governos socialistas. Em Espanha e Portugal. Até a Grécia, com problemas semelhantes aos nossos, já ultrapassou essa originalidade chamada "Cereja", o BE de lá.


terça-feira, 25 de abril de 2023

 


OPINIÃO

NEM COM MAIORIA ABSOLUTA

Tiago Carrão - PSD

A gestão do Município de Tomar, responsabilidade da maioria socialista, evidencia cada vez mais a falta de ambição, a desmotivação, o cansaço e, acima de tudo, a incapacidade de desenhar e implementar as soluções para romper com a estagnação que o concelho tem vivido nos últimos anos.

Uma governação socialista que, ao fim de 10 anos, está em fim de ciclo, está esgotada! Nem com maioria absoluta, se vislumbra o tal “caminho certo” proposto aos eleitores tomarenses nas eleições autárquicas de 2021. As opções, as prioridades e as preocupações não vão ao encontro daquelas que são verdadeiramente as necessidades do concelho e dos tomarenses.

O documento da Prestação de Contas do Município de Tomar relativo ao ano de 2022, apresentado pela governação socialista, não deixa margens para dúvidas. Vejamos apenas alguns exemplos:

·        Taxas de execução das Receitas e Despesas na casa dos 70%: os objetivos ficaram por concretizar ou o Orçamento estava inflacionado;

·        Taxas de execução das Despesas de Capital e das GOP/PPI na casa dos 50%: quase metade dos investimentos previstos para 2022 ficaram por cumprir – seriam apenas meras intenções e promessas para constar no Orçamento?

·        As Despesas ultrapassaram as Receitas: a Câmara Municipal, governada pela maioria socialista, gastou mais 2.223 milhões de euros do que recebeu;

·        O sector do Turismo teve uma execução de 70%, contrastando com a Economia Local que executou apenas 30%: os investimentos adiados no Parque Empresarial/Zona Industrial são um reflexo desta opção;

·        As Despesas Correntes aumentaram mais de 2.8 milhões de euros (13,4%) em apenas um ano;

·        As Despesas com Pessoal, que representam 51,6% das Despesas Correntes, aumentaram 40% em 4 anos: em 2018 eram de 8.740 milhões de euros e em 2022 atingiram os 12.391 milhões de euros; em 2023, podem chegar perto dos 15 milhões. Este desgoverno não só condiciona a gestão municipal no presente como hipoteca o futuro da governação autárquica;

·        Os Fornecimentos e Serviços de Terceiros quase duplicaram em 2 anos: em 2022 eram 8.295 milhões de euros quando em 2020 eram de 4.398 milhões de euros;

·        Os “Estudos, pareceres, projetos e consultadoria” subiram 582 mil euros face a 2021 (quando os investimentos ficaram muito longe do que foi anunciado);

·        Os “Ajustes Diretos” são a regra nas aquisições: os simplificados representam 91,3% dos procedimentos das aquisições, para além de 60 ajustes diretos do regime geral;

·        Derrapagens nas obras públicas que levam a custos excessivos: os trabalhos a mais e os trabalhos complementares, praticamente em todas as obras, representam centenas de milhares de euros que saem dos cofres municipais, ou seja, dinheiro dos contribuintes desperdiçado pela má gestão de obra. Para não falar dos constrangimentos e das dificuldades criadas aos tomarenses pelos enormes atrasos nos prazos de execução das obras.

Em artigo de opinião, aquando da apresentação das Grandes Opções do Plano (GOP) e Orçamento para 2022, após análise da falta de motivação, estratégia e ambição do documento, referi que: “Exige-se mais!”. E, mesmo assim, a governação socialista nem um plano “poucochinho” foi capaz de executar em condições.

Este não é, garantidamente, o rumo que o PSD ambiciona para Tomar. É por isso que votámos contra o Orçamento e, também por isso, que votámos contra a Prestação de Contas. Esta é a única forma de honrar o nosso compromisso com os tomarenses: votar contra esta gestão municipal socialista, é votar a favor de Tomar!

Acredito que, cada um de nós tomarenses, tem ao longo dos últimos anos constatado que o descalabro do “caminho cada vez mais incerto” da gestão municipal da maioria socialista vai muito além do impacto nas “contas” que vimos nestes documentos. O impacto é visível no dia-a-dia, na incapacidade em projetar o futuro, na falha em reter e atrair investimento e talento, na falta de atenção para com os tomarenses e as suas necessidades reais.

Os tempos que vivemos exigiam mais da governação municipal e a maioria socialista já deixou bem claro que não é capaz de mais. Tomar precisa e merece melhor!

Tiago Carrão
Vereador da Câmara Municipal de Tomar, eleito pelo PSD
Presidente do PSD de Tomar



Comemorações

25 DE ABRIL SEMPRE?

Lembro-me bem daquela manhã húmida,  em que as marchas militares e os apelos a ficar em casa de um Movimento da Forças  Armadas, substituiram na rádio a música ligeira e as usuais notícias visadas pela censura. Barba, banho, pequeno almoço nas Estrelas, com o rádio portátil ao lado, autocarro para as aulas em Ourém. Era dia de chuva, pois esqueci-me do respectivo chapéu naquela vedação junto ao rio. Chegada a Ourém, intrigado com aquela do "movimento" a levar-me a pensar na direita espanhola de Primo de Rivera. Mas não houve ninguém para me esclarecer.
À hora de almoço, após vários intervalos a ouvir o rádio, regresso a Tomar, já com a certeza de um golpe de Estado em curso. O almejado momento chegara, surpreendentemente liderado pelos próprios guardiões do regime salazarista-marcelista -os militares.
A tarde foi toda de incerteza e inquietação, com ida para a Cerrada dos cães, de forma a aproveitar as potentes antenas do então Posto rádio militar, para sintonizar e ouvir Argel, Estocolmo, Praga e Moscovo. A versão estrangeira do acontecimento nacional, que a portuguesa tardava e podia não merecer crédito.
Só pelas seis da tarde tudo se tornou finalmente claro, com o cerco e posterior rendição da liderança do regime no Quartel do Carmo, perante as tropas de Salgueiro Maia.
Celebrações? Manifestações de alegria? Em Tomar praticamente só aconteceram com o imenso desfile do 1º de Maio, uma semana depois. Por prudência, manha ou oportunismo, os tomarenses só então vieram para a rua apoiar Abril. Nunca mais voltei a ver, desfilando na Corredoura, tantos cravos, nem tanta roupa vermelha...
49 anos depois, como estamos de celebrações de Abril em Tomar? Pouca coisa. Dois torneios desportivos de veteranos. Um almoço-tertúlia em Paço da Comenda. Sessão solene comemorativa do poder nos Paços do concelho. Evento à borla no Cine-teatro, oferta da Câmara, e um insólito almoço comemorativo do PS na Junceira, uma freguesia de direita onde o 25 de Abril nunca ganhou. Em termos de imagem, deve ser uma ocupação simbólica, tipo tomada da Bastilha. Fazem bem, que a  pinga é boa e tristezas não pagam dívidas, nem dão subsídios.
No meio disto tudo, que é afinal pouco, como estamos por comparação? Temos menos população, menos emprego privado e menos indústrias. Temos rede de água com falhas constantes e preços proibitivos. Temos escolas quase sempre em greve. Temos um hospital moderno com doentes esperando horas por uma consulta. Temos menos importância regional. Temos menos alojamento privado e mais alojamento social. Ciganices.
Não temos estruturas básicas de acolhimento turístico, nem planos com futuro, nem temos tido muita sorte com os eleitos que escolhemos. E a liberdade de informação já conheceu melhores dias junto ao Nabão. Assim sendo, 25 de Abril sempre? Quem ainda acredita?
Desculpem qualquer coisinha, senhores do clero abrilista. Se até a Igreja católica, com séculos de experiência, está em crise...


segunda-feira, 24 de abril de 2023

 

Imagem Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.

Política local

Porque somos assim?

Na sequência de uma peça sobre os jovens que vêm praticar skate frente aos Paços do concelho, para protestar contra a ausência de um parque próprio, após destruição do anterior, na Nabância, pela Câmara, alguém escreveu um comentário muito certeiro. Tipo "Os ciganos roubam, mentem, traficam drogas e matam, mas nada lhes acontece. Os jovens vêm praticar skate frente à Câmara para protestar e mandam-lhes logo com a PSP para cima. Está bem, está!" Sem qualquer explicação aos leitores, o dono do blogue suprimiu o comentário, se calhar por incluir a palavra "ciganos".
O mesmo blogue -um dos dois com independência redactorial que subsistem em Tomar- noticiou, com imagens a apoiar, que na conservatória local do Registo civil já não se preparavam ou celebravam casamentos, devido a falta de pessoal, segundo um esclarecimento escrito afixado na porta daquele organismo do Estado pelos próprios funcionários.
Foi grande o escândalo, na sequência de crónicas ácidas publicadas aqui em Tomar a dianteira 3 e no Facebook. A tal ponto que o próprio deputado PS Hugo Costa escreveu a um eleitor local, garantindo que ia interpelar a ministra da Justiça na AR.
Esclarece agora a Rádio Hertz que, conforme esclarecimentos colhidos no local, afinal continua a haver casamentos no Registo civil, apesar da grande falta de pessoal, graças à disponibilidade da conservadora de Vila Nova da Barquinha (6 mil eleitores), que quando necessário vem ajudar a Tomar (33 mil eleitores), onde não há conservadora:
Porque somos assim, incapazes de assumir os nossos justos protestos? Porque aceitamos em silêncio que tanto o governo como a câmara praticamente nos caguem e mijem em cima? Temos alma de lacaios? Falta-nos coluna vertebral? Ou é só feitio e falta de estaleca?


domingo, 23 de abril de 2023

Acampamento clandestino de SDF em Paris, em Abril de 2023

Política concelhia

Já começou a grande manobra final

As próximas autárquicas estão previstas para Outubro 2025, mas em Tomar a grande manobra final para manter o poder socialista, sob a forma de herança de Anabela Freitas. já está em curso. Há declarações algo extemporâneas de Filipa Fernandes, retirada de pelouros a Hugo Crístóvão e obras municipais a correr mal, como por exemplo junto à biblioteca municipal, ou no Flecheiro, que não enganam.
No caso do Flecheiro, é mesmo uma vergonha que, após dez anos de realojamentos e milhões gastos, ainda haja famílias ciganas no local. A mostrar um falhanço parcial de Hugo Cristóvão, a juntar aos frequentes incómodos para os vizinhos dos realojados.
Entretanto, a vereadora do turismo e das festarolas vai de vento em popa. Herdou o pelouro das obras particulares do Cristóvão, e até já proclama que nenhum SDF ficará sem assistência, numa lamentável prova de ignorância face ao que vai acontecendo por esse Mundo fora. Quando, por força do progressivo esgotamento de capacidade, Portugal deixar de ser o quintal mais afastado da Europa Central, a Filipinha até vai ficar de boca aberta (ver imagem supra).
Mas por agora ainda tudo é fácil. Demasiado fácil. Afinal a Itália ainda só recebeu desde o início do ano 35 mil clandestinos. Lá mais para diante, como vai ser? Haverá capacidade de alojamento? E o resto? Nesta altura, até a diocese de Santarém parece pouco realista. Pretende receber em Tomar 10 mil jovens, em Agosto, no quadro das JMJ. 10 mil turistas jovens num concelho de 40 mil habitantes, em plena alta estação? Não haverá algum excesso de optimismo? Ou será simples falta de realismo?
Calado, Cristóvão tudo vai suportando, como se fosse o mais natural. Mas não pára de reunir com apaniguados, e já na próxima sexta-feira 28, em plena sessão da  AMT, vai contar espingardas, na votação para o provedor municipal. Se o PS conseguir maioria, como tudo parece indicar, Filipa Fernandes será a sucessora de Anabela Freitas, em 2025, caso vença. Se, pelo contrário, vencer a oposição e não houver provedor, então Cristóvão ainda terá muito jogo à sua frente. Fica aqui o aviso aos deputados municipais dos pequenos partidos. Pensar bem antes de votar, porque afinal o resultado é mais importante do que parecia à primeira vista. Não está só em causa um provedor faz de conta, mas também a continuidade da maioria PS em 2025. Uma coisa é a Filipinha festarolas e as sua liberalidades, outra o Cristóvão e os seus dislates.
Durante a revolução francesa, quando alguns populares aplaudiam, à passagem das carroças com os condenados à guilhotina, havia sempre alguém a prevenir: -Cuidado vocês podem ir na próxima. Eis a delicada posição presente de Cristóvão. Após ter aplaudido a ida para a guilhotina (em sentido figurado, bem entendido) de Luís Ferreira e Rui Serrano, em 2015, eis que pode estar a chegar a sua vez, apesar de encabeçar oficialmente o PS local.

sábado, 22 de abril de 2023

Entretém de funcionário

O papagaio Boavista

Algo deprimido, após anos e anos no cabide, por alegada inadequação às necessidades do serviço, certo funcionário superior da autarquia pediu autorização para comprar um papagaio, como forma de animar um pouco as suas jornadas laborais ociosas, ou quase. Obtido o consentimento do executivo, com a recomendação de ter muito cuidado com a compra, o respeitável funcionário foi a Lisboa, a uma loja de aves exóticas.
-Pretendo comprar um papagaio, para animar um pouco as minhas ocas jornadas laborais, mas queria um que não diga palavrões, porque é para instalar no meu gabinete de funcionário superior da autarquia. Tem para venda algum exemplar assim?
-Por acaso temos, meu caro senhor. Uma ave extremamente educada e faladora, que não aprende palavrões, porque é surda. Vou buscar. 
-Aqui tem o Boavista, uma beleza de papagaio, extremamente falador mas educado, numa sociedade que nem tanto, devido à sua deficiência auditiva.
O respeitável funcionário superior autárquico comprou a ave, pagou e regressou a Tomar, onde a instalou num belo poleiro, no seu vasto gabinete autárquico.
O tempo foi passando e, seis meses depois, o mesmo funcionário voltou ao estabelecimento da capital, para reclamar e tentar devolver o papagaio Boavista. 
-O senhor enganou-me, acusou ele. Garantiu-me que o papagaio era surdo e não aprendia palavrões, e vai-se a ver tem sido uma vergonha. De tal forma que a Câmara até já me ameaçou com um processo disciplinar, está a ver?!
- Mas porquê, meu caro senhor?
-Porquê?!? 
-Porque você me mentiu, dizendo que o Boavista não aprendia palavrões, nem inconveniências, por ser surdo. Vai-se a ver, de cada vez que entra no meu gabinete algum colega ou eleito, dispara logo: Corrupto! Incapaz! Aldrabão! Vigarista! Mentirosa! Bairro calé! Mãe dos ciganos! Política reles! O leque é vasto. Quero portanto devolver a ave e recuperar o meu dinheiro.
-Impossível, prezado cliente. Eu não o enganei. O papagaio é mesmo surdo. Mas vê muito bem, como o próprio nome indica. É como muitos jornalistas e cidadãos.
Desanimado, o respeitável funcionário superior regressou às margens nabantinas, com a ave na gaiola, acabando por a doar a um amigo, numa estação de rádio local. 
Agora, quando recebem convidados, no estúdio onde está o Boavista num poleiro, vão logo avisando: 
- "Não façam caso do que diz o papagaio. É só má-língua, e ele nem é da casa." Os subsídios fazem sempre muita falta...



O escândalo da falta de funcionários no Registo Civil 

TOMAR POSIÇÃO POR TOMAR. SEMPRE!

"António Pina

Não se sabe que “posição” querem que a câmara tome. Tomar é uma cidade a perder população ativa, sem economia que conte e um lugar de cafes, restaurantes e dormidas para turistas. Importante é ter lares para a terceira idade e um Santa Casa que cuide dos reformados necessitados. Para tratar de registos tem Leiria ou Torres Novas." in Tomar na rede

O comentário acima mostra que, também na área da intervenção política, as coisas não estão nada bem em Tomar. O seu autor, acobertado no anonimato, tem bom estilo epistolar e manifesta-se amiúde. A evidenciar que deve tratar-se de alguém que era de oposição já antes do 25 de Abril. Ia até jurar que o seu primeiro nome nem  é António, mas Fernando, não fora o medo de errar, pois ao contrário dele e de tantos outros, não pretendo ter sempre razão.
Que um cidadão assim, aparentemente da honesta velha esquerda, ouse escrever em 2023 e em Tomar, "Não se sabe que "posição" querem que a câmara tome", mesmo tendo em conta a normal e saudável divergência de opiniões em democracia plena, suscita inevitavelmente uma pergunta agastada: Como assim?!?
No ordenamento político português, as câmaras municipais existem para quê? Para subsídios, casinhas, comezainas, empregos e eventos à borla? Ou também e sobretudo para assegurar a prossecução de acções tendentes a propiciar o desenvolvimento local, os serviços essenciais  e o progresso em geral?
Perante o escândalo de uma Conservatória do registo civil reduzida a três funcionários, num concelho europeu de 40 mil habitantes, qual é a obrigação evidente da maioria local no poder? Protestar e pugnar por melhores serviços públicos que dependem do governo central? Ou, pelo contrário, "não fazer ondas", para se manter nas boas graças dos camaradas governantes, tendo em vista futuras nomeações de favor? Se não forem os eleitos, que para isso se disponibilizaram publicamente, a defender os interesses de Tomar e dos tomarenses injustiçados, quem o vai fazer?
Em conclusão, respondendo à dúvida implícita de António Pina, está-se mesmo a ver "que "posição" querem que a câmara tome". A defesa intransigente, e sem concessões partidárias, dos interesses da cidade e do concelho, sempre que estejam em causa questões essenciais, como é o caso. Doa a quem doer! Tomar deve estar sempre em primeiro lugar para os tomarenses!


sexta-feira, 21 de abril de 2023


Morte do buxo da Mata nacional dos sete montes

O desleixo, a vigarice 

e o que resta da informação livre em Tomar

TOMAR – Mata Nacional dos Sete Montes com acesso condicionado nas próximas 48 horas | Rádio Hertz (radiohertz.pt)

Iniciado o combate ao fungo das sebes de buxo na Mata dos Sete Montes | Tomar na Rede

Durante semanas, meses e anos, Tomar a dianteira 3 denunciou a morte lenta mas inexorável do buxo da Mata dos sete montes, provocada por falta de rega, ou manutenção adequada. Está publicado. Basta consultar. Devido a condicionamentos locais, as outras fontes informativas nunca publicaram uma linha que fosse sobre o dito tema.
Apesar desse imposto silêncio oficial, dado que a informação de Tomar a dianteira 3 é sólida e bem documentada, incomodou de tal forma o poder instalado, que forçou uma explicação de circunstância, com veracidade ainda por demonstrar cabalmente. 
Segundo essa "verdade conveniente", vinda da autarquia tomarense e do ICNF, não houve nada desmazelo, nem falta de manutenção, nem interrupção prolongada da água dos Pegões, ao cabo de mais de 300 anos, na morte de parte da vegetação da Mata, conforme sempre referiu  e mantém Tomar a dianteira 3. Apenas um muito oportuno "virus do buxo", que vitimou todo o buxo das sebes da anterior Horta dos frades da Cerca do Convento.
Passaram-se meses de pesado silêncio informativo, até que apareceu agora a grande notícia do tratamento do buxo da Mata em dois deles, cujos nomes me abstenho de citar por piedade, e que usam a mesma fonte -a autarquia. "Está assim em curso a tentativa de recuperar as sebes de buxo, neste particular a tempo da Festa dos Tabuleiros."
Mas quando o leitor mais bem informado começa a suputar "Lá vêm os tipos com a notícia do tratamento do buxo, para depois, quando o mesmo falhar, como tudo indica, alegarem que fizeram o possível", repara na versão do outro órgão local de informação: "O objectivo é combater o "fungo do buxo", que atinge todo o jardim formal da Mata. [o antes referido "Jardim da Horta dos Frades da Cerca do Convento"]. ..."Mas só lá para o Outono, com mais humidade e  temperaturas mais amenas, é que se poderão ver os primeiros resultados da regeneração das plantas." Cabe perguntar: Este ano a exposição e o grande cortejo dos tabuleiros são durante a Feira de Santa Iria? É o que parece deduzir-se, da frase anterior, quando associada à do final do 4º parágrafo.
Há por vezes maiorias tão lorpas, mesmo no poder local, que até a informação verídica e de qualidade tem alguma dificuldade em resistir-lhes. No seio de uma população habilmente adormecida. Fica aqui a referência, para memória futura.
 

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Ruínas do Coliseu de Roma

Política à nabantina

Pão e circo

Os romanos é que sabiam. Para alimentar a plebe (o povo), a elite que dominava ia distribuindo alimentos  grátis (trigo = pão) e organizando espectáculos, sobretudo cruéis, para entreter a população. 23 Séculos mais tarde, não consta que nesta parte do Império tenha havido muitos coliseus, sem os quais... O que não obsta a que a actual maioria socialista tomarense se tenha especializado na coisa. Afinal sempre somos dirigidos, junto ao Nabão, pela geração mais bem preparada de sempre. O que supõe uns conhecimentos mínimos de história. Teoricamente.
Verdade seja dita, o conceito socialista, (pelo menos na versão nabância), não é bem o mesmo da velha Roma imperial. Para os romanos, era pão e circo, pane et circenses segundo Juvenal. Agora em Tomar, para os anabelistas é nitidamente mais tipo pão e CIRCO. Atentas as circunstâncias, pão só em último caso, sob a forma de casinhas  para alguns, comezainas, subsídios e entradas na administração local, pela porta do cavalo. Impera portanto o circo e o ornamental. O que redunda num belo espectáculo frequente.
Com a informação praticamente toda na mão, mediante prévia aquisição bem onerosa, o grupinho liderante usa sempre a mesma prática. Buxo da mata seco? Árvores municipais secas? Fecho do registo civil? Falta de médicos? Fuga demográfica? A autarquia não tem nada a declarar. Ou acha que não lhe compete, ou simula que ignora. Mas vai aproveitando -lá vem o circo- para dizer que a roda do Mouchão está uma maravilha, o Flecheiro vai ficar uma beleza, a Várzea ficou espectacular, a Festa vai ser um extraordinário sucesso, e assim por aí adiante. Infelizmente com pouca criação de riqueza, mas é o que se pode arranjar.
O povo submisso vai aceitando, fazendo aquilo que Einstein considerava uma prova da estupidez humana: repetir uma experiência, esperando obter resultado diferente. Após três votos sucessivos na actual maioria, os nabâncios parece que ainda não perceberam. Andam agora alguns com problemas de consciência. Perante os cada vez mais frequentes desaires, protestam. Mas continuam a "apoiar a senhora". Condenam as consequências, mas continuam a apoiar a causa. Como se fosse algo de facto compatível em termos de coerência filosófica. Pobre terra! Panhonha sou eu!
Tanto mais que, mesmo com tantas habilidades, o Império romano acabou por cair, como todos os outros, antes e depois. E logo por razões económicas (falta de trigo...). Bem diz o povo: "Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão." Até que...