sexta-feira, 21 de abril de 2023


Morte do buxo da Mata nacional dos sete montes

O desleixo, a vigarice 

e o que resta da informação livre em Tomar

TOMAR – Mata Nacional dos Sete Montes com acesso condicionado nas próximas 48 horas | Rádio Hertz (radiohertz.pt)

Iniciado o combate ao fungo das sebes de buxo na Mata dos Sete Montes | Tomar na Rede

Durante semanas, meses e anos, Tomar a dianteira 3 denunciou a morte lenta mas inexorável do buxo da Mata dos sete montes, provocada por falta de rega, ou manutenção adequada. Está publicado. Basta consultar. Devido a condicionamentos locais, as outras fontes informativas nunca publicaram uma linha que fosse sobre o dito tema.
Apesar desse imposto silêncio oficial, dado que a informação de Tomar a dianteira 3 é sólida e bem documentada, incomodou de tal forma o poder instalado, que forçou uma explicação de circunstância, com veracidade ainda por demonstrar cabalmente. 
Segundo essa "verdade conveniente", vinda da autarquia tomarense e do ICNF, não houve nada desmazelo, nem falta de manutenção, nem interrupção prolongada da água dos Pegões, ao cabo de mais de 300 anos, na morte de parte da vegetação da Mata, conforme sempre referiu  e mantém Tomar a dianteira 3. Apenas um muito oportuno "virus do buxo", que vitimou todo o buxo das sebes da anterior Horta dos frades da Cerca do Convento.
Passaram-se meses de pesado silêncio informativo, até que apareceu agora a grande notícia do tratamento do buxo da Mata em dois deles, cujos nomes me abstenho de citar por piedade, e que usam a mesma fonte -a autarquia. "Está assim em curso a tentativa de recuperar as sebes de buxo, neste particular a tempo da Festa dos Tabuleiros."
Mas quando o leitor mais bem informado começa a suputar "Lá vêm os tipos com a notícia do tratamento do buxo, para depois, quando o mesmo falhar, como tudo indica, alegarem que fizeram o possível", repara na versão do outro órgão local de informação: "O objectivo é combater o "fungo do buxo", que atinge todo o jardim formal da Mata. [o antes referido "Jardim da Horta dos Frades da Cerca do Convento"]. ..."Mas só lá para o Outono, com mais humidade e  temperaturas mais amenas, é que se poderão ver os primeiros resultados da regeneração das plantas." Cabe perguntar: Este ano a exposição e o grande cortejo dos tabuleiros são durante a Feira de Santa Iria? É o que parece deduzir-se, da frase anterior, quando associada à do final do 4º parágrafo.
Há por vezes maiorias tão lorpas, mesmo no poder local, que até a informação verídica e de qualidade tem alguma dificuldade em resistir-lhes. No seio de uma população habilmente adormecida. Fica aqui a referência, para memória futura.
 

1 comentário:

  1. A divulgação, levantamento patrimonial e envolvimento da população (feita exclusivamente em regime de voluntariado e cidadania activa) parece que vai ajudando a trazer novos contributos...
    Veja as conclusões de um estudo recente sobre o Aqueduto do Convento, haja vontade em as aproveitar:
    "
    This research highlights how the Convent of Christ hydraulic system was the most sophisticated in early modern Portugal.
    The double hydraulic system of clean water and greywater reveals their sustainable usage of hydric resources as every drop was reused. It has already been identified how the Convent of Christ’s wastewater treatment system appears to be one of the earliest in Europe.
    Moreover, a sixteenth century chronicler evaluated the cistern under the Great Cloister as the most spectacular in Portugal, endowing such capacity that it never became depleted.
    More surprisingly, following archival research, we have been able to demonstrate that the system did not work exclusively through gravity and with pumps in operation to extract water from cisterns, again at an early stage by European standards. (...)"

    https://www.researchgate.net/publication/369812893_The_water_culture_of_the_Order_of_Christ_in_the_making_of_a_self-sufficient_and_sustainable_hydric_system

    O alheamento da administração central e local em promover um sistema que era no seu tempo autosuficiente no abastecimento e tratamento de água e esgotos acaba por fazer sentido... se a população atualmente não tem ainda acesso a água e esgotos, para quê valorizar o que foi alcançado há mais de 400 anos?

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