quarta-feira, 31 de maio de 2023


Imagem MRJN, com os agradecimentos de TAD3.

Curiosidade

Mais uma aselhice não detectada nas obras da Estrada da Serra

Chegou a Tomar a dianteira 3 a imagem supra, identificada como sendo na Estrada da Serra. Trata-se sem qualquer dúvida de mais uma aselhice nas obras daquela via citadina. Certamente com falta de material adequado, e nenhuma vontade de o comprar, porque quanto mais lucro melhor, foram à arrecadação geral e trouxeram uma tampa que sobrou de empreitadas anteriores em VILA NOVA DE OURÉM, agora sem uso porque entretanto Vila Nova passou a ser apenas Ourém. Cidade de Ourém, com mais população que Tomar. 
É impressionante como um simples prato de lentilhas, se tanto, consegue cegar toda a fiscalização das obras municipais tomarenses...

ADENDA ÀS 23H57 de LISBOA de 31/05/2023

Adensa-se o mistério. Enquanto no Facebook  um comentador habitual fala de hipótese de roubo, aumentando um pouco a imagem aparecem três palavras, na parte de cima. A primeira não se consegue ler. As outras duas são "CARREGUEIROS" e "TOMAR", o que é muito estranho, numa tampa da Câmara Municipal de Vila Nova de Ourém, colocada em Tomar.

 

 

Eventos locais

Festa dos tabuleiros nas malhas da nova regulamentação sanitária

preparacao-e-resposta-em-eventos-de-massas-pdf.aspx (dgs.pt)

Os leitores recordam decerto crónicas anteriores, com afirmações dos responsáveis pela Festa dos tabuleiros. 10 dias, 33 mordomos, a maior festa do país, 10 concertos gratuitos, 150 mil pessoas no "Cortejo dos rapazes", 500 mil no Cortejo dos tabuleiros. É só farturas!
Infelizmente para tais entusiastas, a Direcção-Geral de Saúde publicou no início de Maio a norma sobre regulamentação sanitária nos vários eventos que se realizam por esse país fora. Mais de 500 segundo referem. É um documento complexo e muito exigente, que estabelece quatro tabelas de avaliação quantitativa para qualquer evento.
A soma da pontuação obtida nas 4 tabelas determina as medidas de prevenção a adoptar obrigatoriamente,  pela entidade organizadora do evento, em função dos riscos do mesmo. Risco baixo até 30 pontos, médio até 50 pontos, alto até 70 pontos e elevado acima de 71 pontos.
Só para exemplificar, os anunciados 500 mil visitantes correspondem a 58 pontos, o que implica que os organizadores da festa disponibilizem em permanência, durante a mesma,  4 ambulâncias, 60 socorristas, 16 Suportes Básicos de vida, 4 médicos e 4 enfermeiros, especialistas em Suporte Avançado de Vida. Tudo isto numa terra em cujo hospital é costume esperar até 4 horas na urgência. Incoerências.
Além do já relatado, há a duração e a complexidade da Festa dos tabuleiros (10 concertos, cortejo dos tabuleiros, cortejo dos rapazes, 33 ruas ornamentadas, cortejo do mordomo, jogos populares), que poderão levar a DGS a exigir tabelas preenchidas para cada um deles. Isto porque, se a pontuação total ultrapassar 71 pontos, torna obrigatória a formação de um grupo de trabalho, o qual segundo a citada norma, devia estar operacional 120 dias antes do evento, ou seja, no caso da Festa grande, antes da saída da própria norma da DGS, em Maio. Em Portugal é assim. Regulamente-se que depois logo se vê. Haja saúde e coza o forno.


terça-feira, 30 de maio de 2023

Imagem Tomar na rede (modificada), com os nossos agradecimentos.

Turismo

Excelente notícia: Mais uma curiosidade local

Uma horta vertical no centro histórico de Tomar | Tomar na Rede

Eu logo calculei que um apanhado das proclamações do Maio de 68 ia assustar o pacato leitorado de Tomar a dianteira 3. Pois se na altura até chegou a assustar o De Gaulle, que era general de blindados...
Não surpreende  portanto que a crónica anterior tenha pouquíssimos leitores. Apenas doze até às 18H29 de Lisboa. A mostrar que há textos que ferem mais que facas bem afiadas. Sinal que não errei o alvo.
Compensando a minha tristeza, ao ferir sem querer os meus queridos conterrâneos, chegou-me uma excelente notícia. Há uma nova curiosidade turística, mesmo ao lado da janela do meu quarto. É verdade! Segundo o estimado colega Tomar na rede, temos agora uma horta vertical ao cimo da Rua Aurora Macedo. (Ver imagem e link) A mostrar que doravante não há só nabos nabantinos. Temos também paredes com tomates . Por enquanto só paredes, mas já é um bom princípio. Diz o povo que "dá deus nozes a quem não tem dentes", mas neste caso fez ainda pior. Dá tomates a quem nunca precisou, por já estar bem servido. Basta ir lendo as crónicas de Tomar a dianteira 3, para ficar convencido.

 

Liberdade de opinião

As virgens ofendidas e os políticos manhosos

É um problema nabantino, e se calhar de outras terras. Gente que se considera e proclama democrata e tolerante, quando afinal não são uma coisa nem outra. Situação particularmente evidente na área da informação, com uns eleitos que tudo têm feito para silenciar quem discorda e assim ir permanecendo no poder, e um eleitorado que foi enganado, mas não o admite, o que leva a apoiar, de facto,  decisões contrárias ao que proclama.
Indo ao que me parece ser o âmago da questão, as crónicas aqui publicadas suscitam três tipos de reacções: Os que não as lêem, por discordância de princípio. São os chamados "cepos". Nada a fazer. Aqueles que as lêem por condescendência. Também não concordam, mas consideram que o autor merece que se leiam.  E finalmente todos os que gostam de boa leitura e são realmente tolerantes, pelo que concedem a cada um o direito de dizer aquilo que  bem entende, desde que em termos cordatos. 
Quem lê fará o favor de se situar, para depois poder agir sempre em conformidade, evitando incoerências e mesmo contradições. Somos todos muito tolerantes, sem contudo tolerarmos certas coisas. Algumas crónicas, por exemplo. Estamos portanto muito longe da conhecida premissa de Voltaire: "Posso não concordar com o que dizes, mas lutarei se preciso for, para que o possas dizer em liberdade."
Mais precisamente, numa terra como Tomar, em que a liberdade de opinião não é nada evidente em termos práticos, e pode mesmo vir a revelar-se perigosa. até os próprios profissionais da informação, conquanto possam sustentar o contrário, são na verdade intolerantes e inimigos do direito de opinião. Com efeito, quase todos dependentes da autarquia via publicidade, usam tal situação como argumento para não publicarem nada contra a maioria socialista, o que se compreende. Mas tão pouco revelam, no caso dos semanários, por exemplo, quantos assinantes tinham em 2013 e quantos têm agora, ou quanto facturam anualmente em publicidade autárquica, o que não tem qualquer justificação aceitável. São apenas dois exemplos de sonegação deliberada de informação por parte dos seus profissionais, na realidade ainda agarrados ao velho princípio salazarista "o segredo é a alma do negócio", que partilham  com os actuais eleitos, afinal todos oriundos das mesmas escolas.
Tendo em conta o que antecede, e o mais que fica por escrever, para não alongar, recomenda-se às virgens ofendidas que admitam finalmente que se prostituem por necessidade, e ajam depois em conformidade, e aos políticos manhosos que mudem de carapaça, pois com a que têm já não se safam. Entretanto sugere-se que vão olhando para a Grécia e para Espanha, onde o vento dominante já mudou ou está a mudar. Como em França, onde o PS praticamente desapareceu da cena política há anos. Depois não se queixem que ninguém avisou.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

 

Festas do Espírito Santo

Cabotinismo, bazófia e megalomania

Feira das vaidades, queixam-se cada vez mais tomarenses, quando se fala da Festa dos tabuleiros, ou do Espírito Santo. A recente 5ª saída das coroas e pendões, prejudicada pela chuva, veio demonstrar a inutilidade prática de muitas manifestações ligadas à nossa Festa grande. Assistiu-se então ao desfile de algumas dezenas de damas e cavalheiros, todos trajando "para ver a Deus", mas sem coroas nem pendões, nem música. Com que objectivo? Mostrarem-se e serem vistos. A tal feira das vaidades. Mais nada.
Quando os raros cidadãos que ainda se interessam pelos problemas da urbe interrogam os eleitos sobre o custo exagerado da Festa dos tabuleiros, querendo saber para que serve realmente e porquê só de quatro em quatro anos, a resposta vem pronta e peremptória: "para cumprir a tradição e promover Tomar, não sendo possível realizá-la todos os anos, dada a sua complexidade."
Quanto à alegada complexidade e periodicidade da festa, Carregueiros acaba de responder mais uma vez de forma prática: -São apenas desculpas de incapazes. Porque se uma aldeia de pouco mais de mil almas, realiza anualmente a sua festa de tabuleiros, com 30/40 pares, o que impede um concelho com 40 mil habitantes de fazer outro tanto, com 300/400 tabuleiros? Incompetência. Indolência. Casmurrice.
E falta de verba no orçamento municipal. Porque enquanto em Carregueiros é tudo feito com compromisso cidadão e muita parcimónia, na Festa dos tabuleiros é um fartar vilanagem. Gasta-se quanto seja preciso, que o orçamento municipal paga tudo. Aparecem assim actividades anexas, como se integrassem a própria festa, mas cuja utilidade é nula, ou poderiam proporcionar bons lucros. Refiro-me à ruas populares ornamentadas pelos moradores, que agora nem uma coisa nem outra. Nem populares, nem enfeitadas pelos moradores e onde o cortejo nem sequer passa. Refiro-me também aos jogos populares, às saídas das coroas, ao cortejo do mordomo e aos concertos gratuitos.
Deixando de lado o "cortejo dos rapazes", que não tarda a ser objecto de acusações de machismo (porquê "dos rapazes", se é de crianças?) e de trabalho infantil encapotado, fica a pergunta: Sendo alegadamente "para cumprir a tradição e promover Tomar", quantos visitantes vêm à cidade para ver os jogos populares, as saídas das coroas ou o cortejo do mordomo?  E qual a relação do banquete municipal, no dia do cortejo, com a Festa grande? De onde vem essa tradição, que não existia no tempo do "eles comem tudo e não deixam nada", cantado pelo Zeca Afonso? É a versão nabantina das sopas do Espírito santo? Caras sopas!
Tudo isto, não para atacar, mas apenas para mostrar, uma vez mais, que é urgente uma reformulação profunda da nossa querida Festa Grande, feita por quem saiba. Para que não desapareça, quando acabarem os fundos de Bruxelas. A fartura socialista é passageira. Só pode.

domingo, 28 de maio de 2023

 

Imagem Tomar na rede, com os agradecimentos de TAD3

Saída das coroas

Quem anda à chuva molha-se...

A tradição já não é o que era, de tal forma que o tempo meteorológico, açoitado pelos desmandos do progresso, já nem respeita domingos nem festividades solenes. Está-se marimbando para a tradição. Veio chuva durante o previsto desfile das coroas "para cumprir a tradição e promover Tomar".
Gente honesta, trabalhadora e prudente, bons cidadãos,  imediatamente os dirigentes do cortejo encontraram uma solução. O desfile continuou, porém sem coroas, nem pendões, nem banda de música, porque a chuva danifica essas coisas todas.
O que impõe uma pergunta: Tendo em conta que no Verão não chove, mas uma vez que "o tempo anda maluco", caso chova na véspera e no cortejo principal, vão decidir o quê? Suspender tudo? Desfilar como agora, sem pendões, nem bandas de música, nem tabuleiros? Como proteger os tabuleiros durante a exposição na Mata? E as 33 ruas ornamentadas, já encomendaram  os toldos de protecção? E os concertos gratuitos na Várzea grande? Vão para o pavilhão do mercado?
É claro que se trata apenas de uma hipótese muito remota. Não vai chover, quase de certeza. A não ser alguma trovoada passageira. Ainda assim, convém meditar no assunto em tempo útil, porque nunca se sabe e a festa dura dez dias. 
No século passado, nos anos 80, houve em Tomar uma "Comissão de carnaval" inteiramente privada, que teve algum sucesso durante alguns anos, graças ao êxito dos seus corsos, que se tornaram famosos, por terem actores brasileiros como reis do carnaval.
A dada altura, entusiasmados pelos lucros anteriores, (que até deram para pelo menos um dos membros da comissão comprar um automóvel novo), gastaram bastante, em mais uma edição. Foi um fiasco completo!
Choveu torrencialmente no dia do grande desfile, os esperados visitantes não vieram, não foram cobradas entradas e o prejuízo foi total. Agravando a situação, a Câmara de então recusou um subsídio de compensação, e foi o fim da Comissão de carnaval.
No caso da Festa dos tabuleiros, não há nada a temer. Mesmo que venha chuva (oxalá que não!) a Câmara paga tudo na mesma. No século passado ainda não havia uma comissão de beneméritos chamada União Europeia. Convém todavia ir tendo alguma cautela, recordando que o representante da Holanda já foi muito claro: "Não convém dar muitos subsídios aos países do sul, porque gastam tudo em festas, putas e vinho verde." É apenas uma opinião? Claro. Mas tem peso, porque vem do representante de um dos poucos países que pagam mais do que recebem da União Europeia. E o maná não vai durar muito mais anos. Tudo cansa.

Imagem Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.

Falso alarme

O PS Tomar ainda não está de pantanas. 

O nosso estimado colega Tomar na rede noticiou há dias que está para venda a sede do PS-Tomar, o que causou algum alarme entre os tomarenses ligados àquele partido, e os que se interessam pela política local. Verificação feita, não é bem assim. O que está para vender é a EX-sede do PS Tomar e o pequeno imóvel no qual se integra.
Tudo indica que quem detém a propriedade do prédio terá conversado previamente com o representante do PS e chegaram a um acordo de desocupação, uma vez que o partido não estava interessado na aquisição. O prédio está muito bem localizado, contiguo ao restaurante O Fernando, mas tem uma fachada demasiado estreita para eventual exploração comercial.
Na respectiva ficha da Remax, muito bem redigida, aventa-se a hipótese de aproveitamento para alojamento local, após obras de recuperação,  mas mesmo para esse fim  o montante pedido, 99.500 euros, não é nada convidativo.
Cumpre realçar o excelente acolhimento escrito da vendedora, Leonor Ferreira, que respondeu prontamente ao mail enviado. E teria um cliente, não fora o preço demasiado elevado.
Em conclusão e quanto ao PS, conclui-se que está sem sede, mas ainda não está de pantanas, ao contrário do que a notícia do nosso prezado colega pode deixar subentender. Nestas coisas, todo o cuidado é pouco. Convém vender a pele do urso só depois de abater o animal.

r

 

 

Parte da fachada poente do Coro alto manuelino do Convento de Cristo. Os botaréus, de que se fala na crónica infra, são aquelas partes circulares de ambos os lados, à esquerda com anjos, à direita com D. Manuel I sucessivamente como duque de Beja, mestre da Ordem de Cristo, rei e Imperador.
Nos tabuleiros, o espaço da estatuária é o dos pães, enquanto  os troncos de coral deram lugar a fiadas de flores, naturais ou de papel.

Tabuleiros tradicionais

Aplausos para o pessoal de Carregueiros! Todos gente porreira!

Andava ansioso, buscando uma ocasião para finalmente "dizer bem", louvar algo, apoiar alguma coisa na minha amada terra. E ela aí está, a tal ocasião -A festa dos tabuleiros em Carregueiros, cujo desfile é hoje, 28 de Maio. Realização modesta, quando comparada com a irmã camarária, porém autêntica porque legítima e anual. Como as colheitas. Pouco ou nada a ver com a "tradição Santos Simões - Estado Novo".
Vão desfilar 40 tabuleiros, todos feitos localmente, em parte pelas suas portadoras, e enfeitados com flores naturais, porque seria um ultraje enfeitar com flores de papel, quando as fábricas tomarenses que havia fecharam todas, e muitos habitantes são os antigos operários papeleiros, ou seus descendentes. Autenticidade portanto,
Mas também legitimidade. Os carregueirenses são todos gente porreira, porque habitam na antiga povoação de São Miguel de Porrais, onde se preparavam e vendiam muitas porras, cajados para defesa pessoal e para o então popular jogo do pau. Aonde isso já vai! Ainda hoje se diz em Tomar que "uma porra é um pau em Espanha." E também era em Portugal, quando as pauladas eram literais e não figuradas, como agora.
E vieram então forçados para S. Miguel de Porrais, cerca de 1530,  expulsos pela Ordem de Cristo do Vale de S. Martinho, onde habitavam havia séculos. Ali frente à fachada poente do coro manuelino e da sua imponente janela, onde agora está o chamado Convento novo, a parte renascença do Convento de Cristo (Claustros Principal, de Santa Bárbara, Hospedaria, Micha, Corvos e Necessárias).
Têm por isso legitimidade os tabuleiros de Carregueiros porque, ao contrário do que  o nome indica (um tabuleiro é uma coisa plana e não vertical), são reduções à escala dos botaréus da fachada poente do Coro manuelino. Exatamente aquilo que os seus antepassados viam quando habitavam o Vale de S. Martinho, e lhes serviu de exemplo para alterar a forma primitiva das fogaças de oferenda -os tais tabuleiros dos primórdios.
Aplausos portanto para o pessoal de Carregueiros. Todos gente porreira, que não abdica das suas tradições, afincadamente, mas também com realismo, rigor e modéstia numa época de triunfalismo bacoco,  à custa do erário público.



sábado, 27 de maio de 2023




Afluência à Festa dos tabuleiros

As estimativas dos megalómanos simplórios
 
Vimos na crónica anterior que uma publicação ligada à organização da Festa dos tabuleiros  atribui o exagero de  150 mil espectadores ao Cortejo das crianças, dito "dos rapazes", e a enormidade fantasista de meio milhão ao grande cortejo. Apesar de já desafiados a indicar em que se baseiam para tais afirmações megalómanas, os seus autores fecham-se em copas, mas vão dizendo que é só má-língua, que estamos contra a festa, que somos maus tomarenses, e por aí adiante.
Resta portanto lembrar que não somos contra a festa, mas unicamente contra a maneira como é organizada, não aceitamos lições de tomarensismo de ninguém (seja lá isso o que for), e quanto à má-língua, eles lá sabem do que falam. Dito isto, para o caso de alguém menos cauto ainda acreditar na balela dos 500 mil visitantes assistindo ao cortejo, e na impossibilidade de efectuar uma contagem em tempo real, façamos uns cálculos elementares com bom senso.
Se considerarmos que os alegados 500 mil visitantes têm forçosamente que utilizar um meio de transporte para chegar à cidade, vamos supor, com algum realismo, que 100 mil usam o comboio, 200 mil os autocarros, e outros 200 mil o automóvel. Temos assim:
-200 comboios X 500 passageiros = 100.000. Ou seja, 20 comboios por hora, durante as dez horas anteriores ao cortejo = um comboio a cada três minutos. A estação de Tomar não tem capacidade para tal movimento, devido à linha de uma só via. Um comboio a cada três minutos, só no metro das grandes cidades, em Paris por exemplo, cujas composições são guiadas por programas informáticos, havendo já algumas linhas sem condutor humano.
-4.000 autocarros X 50 passageiros = 200.000. Mas onde estão os parques de estacionamento para tanto autocarro? Quatro mil autocarros representam no solo o espaço ocupado por mil prédios de apartamentos...
-50.000 automóveis X 4 = 200.000. Cabem em Tomar, além dos já existentes, cinquenta mil automóveis, mesmo fora dos parques e tudo? A 3 metros cada um, representam uma fila contínua de 150 quilómetros. Mais que a distância Tomar-Lisboa (135 kms).
Perante isto, não será melhor baixar a fasquia e dizer só que vem muita gente assistir à festa, talvez entre 50 e 100 mil visitantes, no total? E que tal os arautos da Festa grande reduzirem-se à sua insignificância, dando o lugar de porta-voz a quem saiba o que diz e o que faz? É só uma pergunta. Por enquanto.

ADENDA

MEGALOMANIA

Dicionário

1 - "Ambição ou orgulho desmedidos."
2 -"Predileção pelo grandioso, mania das grandezas".


Diagnóstico médico

"Transtorno da personalidade que se carateriza por ideias de grandeza e por exagerar ideias ou situações para conseguir os seus objetivos. A pessoa que sofre de megalomania pode mentir ou manipular para obter satisfação."



sexta-feira, 26 de maio de 2023

Manifestações culturais

A MEGALOMANIA NABANTINA

Enviaram-nos a imagem abaixo, com este pequeno texto: "33 mordomos e 300 pessoas na Comissão central, isto é mesmo a sério. Afinal Tomar tem mais gente competente do que se pensava." 
Tomar  a dianteira 3 julga útil acrescentar o seguinte: 300 pessoas na Comissão central dos tabuleiros, quando na Assembleia da República há 250 deputados para todo o país, há qualquer coisa que não bate certo algures. Nas diversas outras comissões, há no total quantas pessoas?
Olhe-se para estes dados:"150 mil espectadores no cortejo dos rapazes, 500 mil no grande cortejo", alguém acredita nestes números, a não ser os bacocos, obnubilados pela idolatria tabuleiral? Em que dados concretos se basearam para chegar a tal conclusão? Bilhetes vendidos? Consumo de cerveja e vinho? Contagem à entrada na cidade? Imagens de satélite? Alguém, minimamente preparado, acredita que 5,5% da população portuguesa se concentra em Tomar, no dia do grande cortejo? 
Não é proibido exagerar, porém sem abusar, sob pena de descrédito total. É aí que estamos. Tanto mais que nem conseguiram saber quantas entradas venderam para o recente Congresso da sopa, com muito menos afluência. Ficaram-se pelo habitual "apontamos para cerca de..." Ou não lhes convém que se saiba? 
Quantos convidados para o banquete, no Salão nobre dos Paços do concelho, fornecido pelo Hotel dos templários, pelo preço muito convidativo de 20 mil euros? Esqueceram-se desse detalhe? Dos mais de 18 mil pães dos 618 tabuleiros, em princípio destinados à distribuição pelo povo durante a "peza",  quantos irão parar ao lixo,  ou acabarão como alimentação animal, porque incomestíveis ao fim de alguns dias?
Um módico de modéstia e de realismo, eis o que vai faltando cada vez mais em Tomar.




quinta-feira, 25 de maio de 2023

Imagem Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.

Direitos de cidadania

Grândola vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti ó cidade

Lindo, o poema supra, não é? Mas em cada rosto igualdade, isso era dantes. Agora em Tomar, cidade pequena, mandam os representes do povo e a igualdade já não é a mesma. Há uns mais iguais que outros. O autor destas linhas acaba de receber um ofício-circular da Câmara, informando que nos dias 8 e 9 de Julho terá de mudar o carro do parque 1, nas traseiras dos Paços do concelho, para o parque 2, junto ao ex-estádio. Porquê?
De acordo com o documento citado, "Dados os constrangimentos previstos para os próximos dias 8 e 9 de Julho nas vias de acesso ao Parque de estacionamento 1, devido aos cortejos parciais e ao grande cortejo a realizar no âmbito da Festa dos tabuleiros, bem como por questões de segurança..." 
Tretas. O aceso ao parque 1 pode fazer-se pelo Largo do pelourinho e Rua Dr. Sousa, onde nunca houve nem estão previstos cortejos parciais, ou o grande cortejo. Além disso, não se vislumbra qualquer relação entre as actividades anunciadas e a segurança, pelo que se ignora quais sejam as alegadas questões.
Na verdade, trata-se simplesmente de expulsar os avençados do parque 1 nos dias 8 e 9, de forma a garantir estacionamento para os convidados da autarquia, que vão ter a cansativa tarefa de assistir à bênção dos tabuleiros e depois de manducar a refeição volante prevista no salão nobre, servida pelo Hotel dos Templários. Para "cumprir a tradição", dizem, dão pão ao povo na segunda-feira, após o banquete aos convidados no domingo. Temos portanto um caso de cidadãos mais iguais que outros, de convidados da autarquia contra cidadãos utentes avençados do parque. De favorecidos contra pagantes.
Convinha por conseguinte que a Câmara tivesse pelo menos a coragem de dizer as coisas claramente, deixando-se de palavreado de circunstância, para tentar adormecer consciências. Quase meio século após Abril, o povo já não ordena nada, apesar daquele painel de azulejos existente na escadaria de acesso aos gabinetes, e quanto à igualdade em cada rosto, estamos conversados. Na política é afinal como na arquitectura -são os detalhes que indicam o estilo. E não se pode dizer que o socialismo à tomarense seja muito igualitário, ou sequer justo. Quem não é cigano, tem razões de queixa.
O carro vai sair a 7 de Julho do Parque 1, como determinado pela autarquia, regressando no dia 10, mas entretanto fica este apontamento, para memória futura e para os menos atentos aos detalhes. Afinal 2025 é já ali adiante, e a próxima festa é só em 2027. Se ainda houver com o mesmo modelo.


quarta-feira, 24 de maio de 2023

 


Sondagem sobre a importância da Festa dos tabuleiros

A USUAL MANIA DAS GRANDEZAS

Mandaram-me o questionário de uma sondagem sobre a importância da Festa dos tabuleiros, ao qual já respondi, mas que me tem dado voltas à cabeça. É que, ao contrário do que poderão pensar os leitores, não gosto de "dizer mal". Mas como fazer, quando o documento em análise é mesmo de fraca qualidade? Faça favor de clicar no link seguinte e dê a sua opinião, respondendo ao questionário  se assim o entender: www.tinyurl.com/tabuleiros23
Se bem deduzi, o citado documento, encomendado por um consórcio IPT - CMT, que o mesmo é dizer Politécnico e Câmara, destina-se a integrar o processo de candidatura dos tabuleiros a património cultural imaterial da UNESCO. Mesmo não sendo sociólogo, frequentei em tempos, com aprovação final, três unidades de crédito sobre "questionários sociológicos". Sei portanto minimamente do que falo. E posso dizer sem hesitar que este questionário sobre a importância da Festa dos tabuleiros é infelizmente muito fraquinho.
Para não complicar inutilmente, dou só três exemplos, mas haverá muitos mais, se necessário. O primeiro, para alertar que no documento se promete confidencialidade e anonimato, quando afinal não há nenhuma garantia real, o que pode inibir os cidadãos solicitados e até suscitar dados pessoais falsos, para despistar. Numa terra pequena como Tomar, basta agrupar as respostas sobre a situação civil da ou do questionado, para se ficar a saber quem é.
Um exemplo, com os meus dados pessoais, tal como indicados no questionário:
Masculino, mais de 66 anos, reformado, viúvo, professor e Guia Intérprete de turismo, residente na freguesia urbana, agregado familiar de duas pessoas, despesa mensal 1500-2000 euros, rendimento mensal superior a 2 mil euros. Já viram quem é, ou querem também o nome e a fotografia?
A segunda falha do dito questionário é sobre a afluência à Festa dos tabuleiros. São dadas várias hipóteses, todas padecendo de evidente megalomania, e vontade de influenciar as respostas: Entre 0 e 500 mil pessoas, entre 500 mil e um milhão, entre um milhão e milhão e meio. Está-se mesmo a ver a "habilidade". Mesmo os leitores mais sensatos e comedidos são praticamente forçados a responder "entre 0 e 500 mil visitantes", por falta de melhor opção, como por exemplo 50 mil,  100 mil ou 200 mil visitantes. No final, os autores do processo de candidatura poderão escrever nas suas conclusões, respeitando a verdade, que houve uma maioria de respostas "entre zero e 500 mil visitantes", quando na realidade muitos gostariam de ter respondido "entre zero e 50 mil",  ou "entre 50 e100 mil", por exemplo.
A terceira asneira consiste em não ter considerado o fraco nível cultural tomarense, face a questões complexas como esta da sociologia dos tabuleiros. Numa população com uma reduzida percentagem de gente com formação superior, fará algum sentido questionar se a Festa do tabuleiros "Cria uma cultura turística local", ou "uma cultura turística regional" ?
Eu próprio, com sólida formação superior e profissional na área, bem como uma longa experiência laboral internacional, não sei definir muito bem o que é isso de "cultura turística local ou regional". Agora imaginem a maioria dos cidadãos questionados. Vão responder ao calhas, é o que é.
A futura candidatura dos tabuleiros, a apresentar na UNESCO, em Paris, vai ser minuciosamente escrutinada por representantes de vários países com assento no ICOMOS, os quais não estão nada habituados a brincar em serviço, e que depois vão aceitar ou recusar o dossier. 
Relendo o questionário, quer-me parecer que os seus patronos e os seus autores se esqueceram desse detalhe, que altera tudo. Porque a UNESCO - Paris não é de forma alguma a DGPC - Palácio da Ajuda, nem coisa parecida. Se fosse, nem eu me teria dado ao trabalho de escrever esta crónica, para suscitar eventuais correcções, que são indispensáveis, embora a maioria PS local possa achar que não. Afinal é esse o grande problema tomarense. Elegemos por três vezes seguidas um executivo de "achistas", para os quais a opinião alheia só conta quando é favorável. Se for desfavorável ´"é só má-língua".
Imagem Rádio Hertz, com os nossos agradecimentos.

Depois da festa e do fogo de vista da vitória

O UNIÂO DE TOMAR SOB A AMEAÇA 

DE JOGAR SEMPRE FORA DE CASA

Houve muita alegria, e muito fogo de vista, comemorando a vitória do União de Tomar no campeonato distrital de futebol, uma coisa afinal modesta, tendo em conta a categoria das equipas e o contexto geral. A maioria socialista aproveitou mais uma vez a ocasião, para dar a ideia que com os socialistas no poder é só vitórias. A vereadora do pelouro também festejou e até veio entregar as medalhas e a taça, após o que houve mesmo recepção nos Paços do concelho, embora sem a presença da presidente. O pior para o clube e para Tomar vem agora aí.
Desde há mais de uma década  que a estrutura técnica da Câmara, na sua vertente obras e urbanismo, procura por todos os meios ao seu alcance, lavar as vergonhas sofridas durante os mantados de António Paiva. Espírito brilhante, técnico prestigiado e com enorme capacidade de liderança, apoiado nos seus 15 mil votos, o presidente social-democrata avançou tipo bulldozer, arrastando tudo e todos, assim gerando inimizades fortes, que ainda perduram. Em Tomar convém ser medíocre e discreto.
Naquilo que agora nos interessa, Paiva deixou obra importante, mas incompleta. O ex-estádio ficou com mais uma pista de atletismo, porém sem bancadas nem balneários. E os técnicos enxovalhados logo aproveitaram para se vingarem, no que têm sido ajudados por um executivo municipal sem engenheiros nem arquitectos, nem vontade de se aconselhar. Decretaram o encerramento do parque de campismo, porque não faz parte do plano de pormenor para a zona e, mais grave ainda, afirmam não ser possível fazer obras no velho estádio porque -imagine-se!- não tem licença e está em leito de cheia.
São obviamente argumentos sem cabimento, tendo em conta o que está para trás, mas ninguém ousa contrariar os senhores técnicos, que se têm na conta de sumidades na matéria. Na verdade, mesmo sem licença e em leito de cheia, nada impediu António Paiva de mandar fazer o parque de estacionamento subterrâneo na zona do estádio, que acabou por provocar a ruptura do contrato com a Bragaparques e a subsequente indemnização de seis milhões de euros. Pouca coisa para uma câmara rica, como a de Tomar, julgam alguns.
É contudo com tais argumentos que os senhores técnicos têm manietado a Câmara, no que concerne ao ex-estádio. De tal forma que ainda hoje há apenas umas bancadas provisórias e uns balneários ilegais, em contentores metálicos. Tem sido suficiente, mas agora a situação mudou radicalmente. O União vai disputar uma competição nacional e o ex-estádio não está homologado para tal escalão, justamente por causa dos balneários e das acomodações para os espectadores.
Dado que a maioria socialista local já demonstrou não conseguir ultrapassar as embirrações dos senhores técnicos superiores, resulta que a situação não se vai alterar, pelo que não haverá bancadas nem balneários em condições em tempo útil, para que o ex-estádio possa vir a ser aprovado para competições nacionais.
Nestas condições, é natural que apareça uma solução à portuguesa, atada com arames ferrugentos: "fechar os olhos" e deixar andar. Até que um clube menos bem classificado, ou ofendido com qualquer coisa, resolva "pôr a boca no trombone", declarando que se recusa a jogar em Tomar, por falta de condições sanitárias. Aí, o velho estádio terá mesmo de ser interditado, até resolução do problema, sendo o União de Tomar forçado a jogar todos os jogos fora de casa.
Tal é a ameaça que paira sobre o clube tomarense desde o início do campeonato, posto que daqui até lá já não há tempo para construir e equipar balneários à altura. Em vez de festejar ruidosamente, e de distribuir medalhas aos atletas e subsídios aos clubes, a maioria socialista andaria melhor, e ficaria melhor na fotografia, se facultasse condições mínimas para a prática da modalidade.

terça-feira, 23 de maio de 2023

Política local

PSD DEBATEU HABITAÇÂO SOCIAL

PSD -Tomar Comunicado:

‘Habitação Social’ marca arranque de ciclo de conferências do Conselho de Estratégia Local do PSD de Tomar A conferência sobre Habitação Social, organizada pelo Partido Social Democrata de Tomar, que decorreu no passado dia 18 de maio, deu início a um ciclo de conferências de debate em torno dos temas mais relevantes para o concelho. 

O convidado, Nuno Neto, Vereador na Câmara Municipal de Oeiras, responsável pelo pelouro da Habitação, partilhou a sua experiência na definição e implementação do Programa “Habitar Oeiras”, bem como na elaboração da Estratégia Local de Habitação de Oeiras. 

A apresentação do seu trabalho e dos resultados alcançados demonstrou como a ação política pode moldar efetivamente a vida dos cidadãos, criando soluções habitacionais à medida das diferentes necessidades, seja para jovens, população carenciada, classe média sem opções no mercado de arrendamento ou de compra, ou profissionais deslocados (ex. estudantes, professores ou forças de segurança).

A habitação é um dos grandes desafios do nosso tempo e do nosso concelho em particular. O PSD de Tomar entende, por isso, que a habitação social transcende a simples questão do alojamento, é um elemento central no desenvolvimento humano esocial, um pilar essencial na construção de sociedades mais justas e inclusivas.

Tomar, como muitos outros concelhos, enfrenta desafios significativos nesta área. O défice habitacional, a degradação do parque habitacional existente e a especulação imobiliária são questões que requerem uma reflexão profunda e a implementação de políticas públicas eficientes.

O PSD de Tomar considera que o debate aprofundado sobre a Habitação Social é de importância crucial, e a participação ativa da comunidade na sessão mostrou o interesse e a preocupação dos cidadãos com este tema, resultando em contributos e ideias que serão certamente úteis no desenho de propostas alternativas às atuais práticas e políticas de habitação social da governação municipal socialista.

O PSD de Tomar agradece a todos os participantes pelo seu contributo neste importante debate, reforçando o compromisso de continuar a organização destas conferências, criando condições para um diálogo aberto e transparente de procura de soluções para o desenvolvimento do nosso concelho.

Tomar, 22 de maio de 2023

PSD de Tomar

Política local

Originalidades nabantinas

A nossa muito querida Festa Grande é um alfobre de originalidades. Desde logo porque, embora custe uma fortuna aos contribuintes, é quase tudo à borla. Quase. Porque os autocarros com excursionistas, por exemplo, têm de pagar o parqueamento. São 80 ou 100 euros consoante os casos, em parques improvisados, sem apoios nem guarda. Quem os manda vir trabalhar para Tomar?
O normal por esse país fora é que se pratique uma de duas modalidades. Ou uma festa gratuita que atrai muita gente; e concertos pagos durante a mesma, para aproveitar a afluência; ou concertos que chamam muito público e que naturalmente  têm entradas pagas. Em Tomar nem uma coisa nem outra. Uma festa que atira para o lixo  toneladas de pão e usa resmas de caro papel de seda, é gratuita, o mesmo acontecendo com os 10 concertos previstos em simultâneo, com artistas de renome nacional. Câmaras ricas são mesmo outra coisa. Têm outros valores.
Anomalias ocasionais? Não me parece. Por exemplo, a grande justificação para a Festa dos tabuleiros, e outros eventos pagos pelo erário público, é sempre a mesma -"promover Tomar". Quer dizer sobretudo, aumentar o fluxo de visitantes. Mas estes quando chegam estacionam onde, nomeadamente nas proximidades do Convento? Há até um lamentável malogro, bem conhecido entre os profissionais de sector.
Os cruzeiros modernos são feitos em paquetes imponentes, com mais de um milhar de passageiros. Uma das suas actividades mais rentáveis é a organização de excursões suplementares nos portos onde atracam. Assim acontece também em Lisboa, mas as excursões suplementares raramente incluem Tomar. É que os transportistas não querem vir à cidade, quando a excursão engloba mais de 4 ou 5 autocarros, porque no parque existente junto ao Convento apenas cabem 7, e cá em baixo 4 Ora está-se mesmo a ver que num barco com milhares de turistas, é corrente uma excursão suplementar com dez ou mais autocarros... Tantas oportunidades perdidas em Tomar, por falta de adequadas estruturas de acolhimento. 
Numa outra perspectiva, é fora de dúvidas que esta maioria camarária tem sido extremamente generosa na atribuição de subsídios às colectividades e aos clubes. Geralmente dá o dobro dos municípios vizinhos. Logicamente para ajudar ao  desenvolvimento dessas entidades.
Tomando o União de Tomar como exemplo, devido à sua recente vitória no campeonato distrital, vamos supor que conseguem uma ascensão fulgurante e dentro de três  ou quatro anos estão na primeira liga de futebol. Nessa altura, vão disputar os grandes jogos- com o Benfica, o Sporting ou o Porto- em que estádio? No de Leiria ou no de Torres Novas? É que o de Tomar não tem bancadas, ao contrário do que aconteceu no século passado, quando o União esteve na primeira divisão e tinha um estádio com bancadas, que não envergonhava.
-"Foi o malandro do Paiva, não temos nada a ver com isso", respondem logo abespinhados os apoiantes da maioria PS. É verdade. Mas, estando há dez longos anos no poder, a actual maioria já mandou fazer pelo menos um estudo prévio das futuras bancadas do velho estádio? Há já tem algum projecto para um novo estádio? Nicles. Só requalificação urbana de qualidade duvidosa.
De tudo isto me parece que resulta uma verdade desconfortável. A Câmara subsídia, não para ajudar a desenvolver o que quer que seja, mas apenas para comprar votos, pedindo os autarcas a Deus que não haja grande evolução, que só traz é aborrecimentos. 
E Tomar vai definhando a olhos vistos, sem causar grande preocupação, pois o poder instalado tem a habilidade, tanto a nível local como nacional, de inculcar nas pessoas a ideia de que os culpados são os da oposição. Não há erros. Há é críticos mal intencionados. Como o ex-presidente Cavaco, por exemplo, um indivíduo cheio de defeitos. Má-língua e vingativo, ainda por cima. O Costa é que é bom. E a Bèlita uma maravilha.

 

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Copiado de Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.

Curiosidades

Chouriços pretos?

Mais um fenómeno no Entroncamento: chouriços no estendal | Tomar na Rede

Publica o nosso estimado companheiro de lides Tomar na rede aquilo que considera ser mais um fenómeno do Entroncamento, "Chouriços a curtir num estendal" (ver imagem e link). Não se trata, a bem dizer, de uma local "para encher chouriços", porquanto estes já estão cheios e a secar, mas há um óbice. Eu não sou racista, apesar de ter andado na guerra em Angola (1963/65, CCAC 593/RI7), mas os chouriços em questão parecem-me demasiado escuros. Diria até pretos. E a ser assim, trata-de de morcelas de sangue, ou negrinhas.
Uma vez que o abate de animais está severamente controlado em Portugal, de onde terá vindo a matéria prima para tais enchidos? Carne e sangue de burro? Ou de cão? E porque secam num estendal doméstico, e não numa salsicharia, ou na chaminé de uma velha cozinha a lenha? Se fosse ainda no tempo das máquinas a vapor, dir-se-ia que era para apanhar o fumo, de forma a conseguir enchidos fumados. Agora com a tracção eléctrica, não vejo explicação convincente, para além da necessidade evidente de escapar ao controle sanitário oficial. Abate clandestino, em suma.


Desporto

Há vitórias e vitórias

É de euforia, de exaltação até, o ambiente desportivo em Tomar. E o caso não é para menos. Num curto lapso de tempo aconteceram a vitória de Sporting de Tomar, na Taça de Portugal, e agora a vitória do rival União, no Campeonato distrital de futebol. Cumpre naturalmente parabenizar ambos e festejar, porém sem exageros, nem ilusões excessivas. Mesmo contrariando a alegria da Filipinha, que naturalmente saltou sobre a ocasião, para distribuir medalhas e lembrar que com esta maioria PS é sempre a ganhar. 
Mesmo quem pouco tempo dedique à análise do futebol, ou do desporto em geral, não pode deixar de notar a triste realidade. No escalão máximo -a 1ª Liga- há duas equipas de Lisboa, no próximo ano duas do Algarve, e as restantes no Norte. Episodicamente, lá aparece uma equipa outsider, que passados alguns anos regressa às humildes origens, sempre por falta de base económica de sustentação. Já aconteceu ao Sporting da Covilhã, ao União de Leiria, ao Campomaiorense, à Académica de Coimbra, ao Chaves, e por aí adiante. Até ao nosso União de Tomar, que se aguentou menos de seis anos na então primeira divisão, graças aos esforços conjugados de empresários nabantinos que já morreram, e de empresas privadas que  entretanto já desapareceram.
É neste quadro pouco animador que o União acaba de vencer o Campeonato distrital, que lhe dá acesso à 3ª divisão nacional. Na última jornada venceu o Mação, clube de um pequeno concelho interior com apenas 5.900 eleitores, cinco vezes menos que Tomar, e ficou empatado em pontos com o Amiense, de Amiais de baixo, concelho de Santarém, uma simples freguesia com 1.470 eleitores. Uma Santa Cita escalabitana. Trata-se portanto de uma vitória escassa, num escalão modesto, a pedir muito bom-senso e muita cautela.
A participação no nacional de 3ª divisão vai exigir mais recursos humanos e sobretudo económicos, que não se vê muito bem de onde possam vir. A não ser talvez da autarquia, mas o orçamento municipal está cada vez mais limitado, dado o aumento de pessoal e o alargamento do quadro de subsidiados. A indústria do subsídio é de longe a maior do concelho.
Já o Sporting de Tomar obteve uma vitória a outro nível, no escalão máximo do hóquei em patins nacional, mas nesta modalidade tudo é mais pequeno, a começar pelas equipas, que alinham apenas cinco elementos. Mesmo assim, já apareceu um responsável sportinguista a dizer que agora a responsabilidade é maior e exige mais apoios. De quem? De onde?
O Sporting de Tomar, tem sido amparado em termos económicos pelo Politécnico e pela Câmara. Nada contra, mas trata-se de uma situação algo insólita em Portugal -um clube desportivo mantido sobretudo pelo Estado, via orçamento municipal e do Politécnico. Tal como acontecia na desaparecida RDA no século passado, cujos atletas eram célebres a nível mundial, apesar de o regime ter colapsado por falta de base económica viável.
No caso do politécnico tomarense, a situação é mesmo assaz curiosa. Por um lado, aquele estabelecimento de ensino superior já teve, em anos anteriores, sérias dificuldades orçamentais, que forçaram o governo a injectar milhões suplementares. Por outro lado, subsidia de facto uma equipa de hóquei em patins, quando afinal nem sequer oferece uma opção desportiva no elenco dos seus cursos.
Alegarão algumas "genovevas" locais que as maiores universidades americanas também patrocinam e até possuem equipas desportivas famosas. É verdade, sim senhor. Mas as universidades americanas são privadas, e cada uma pode fazer o que achar melhor, pois não têm de prestar contas aos eleitores. Apenas aos seus accionistas. É outro mundo. Nada de confundir lagartixas com jacarés, que são répteis bem diferentes.



domingo, 21 de maio de 2023

Imagem do amigo e ilustre tomarense Carlos Piedade Silva, com os agradecimentos de TAD3.

Evolução social/Animação cultural

Noite de fados 
no outrora maltratado 
panteão templário de Santa Maria dos Olivais

Quem houvera de dizer, aqui há uns anos, que o título acima seria possível em Tomar? Que a Igreja nabantina abriria as portas dos templos a todas as formas de animação cultural consideradas canónicas? Pois foi o que acaba de acontecer. Houve noite de fados em Santa Maria, e dizem os que assistiram que foi uma maravilha.
A sessão foi tão inesperada que a "grande" comunicação local ainda nada escreveu sobre o assunto. Um espectáculo para recolher fundos para a Caritas, a instituição de solidariedade social dependente da igreja católica, o que explica em boa parte a escolha do local, pouco usual para tal fim.
Anteriormente, nunca a paróquia tomarense fora além das actuações do coro Canto Firme, e pouco mais. Maneira severa de interpretar o estatuto dos templos propriedade do Estado, que  a igreja católica pode utilizar livremente, o que  leva por vezes a alguns excessos, traduzidos em proibições disto e daquilo. Abusos.
Desta vez a Vigararia de Tomar deu mostras de evolução e ainda bem, pois ganhamos todos. Mas nem sempre assim foi e as anteriores restrições tiveram algum apoio entre os crentes. Para melhor entendimento de tal situação, cabe recordar um episódio com alguns anos, passado no concelho.
Determinada igreja paroquial, não pertencente ao Estado, sofreu um grave incêndio e houve necessidade de a restaurar. O pároco desenvolveu uma acção notável de recolha de fundos, a qual incluiu diversas actividades dentro do próprio templo, incluindo jogos de cartas e outros.
Alguns fiéis ficaram agastados com tal estado de coisas e resolveram manifestar a sua indignação junto do pároco. Surpreendido, este disse não perceber de todo a reclamação, por não entender o que estava afinal em causa. Os paroquianos foram então mais claros, clamando que era uma vergonha haver jogatanas dentro da igreja. -Não percebo porquê, rematou o sacerdote. -Porque é um local sagrado, senhor padre! retorquiram os paroquianos. -Só quando eu lá estou! rematou o pároco.
Chocados com a resposta, com a qual nem todos concordaram, os paroquianos retiraram-se, mas afinal o padre estava cheio de razão, e a respeitar a doutrina oficial da Igreja. Durante a sua formação nos seminários, ensinam-lhes na Teologia que, enquanto sacerdotes, são representantes de Deus na terra. Por conseguinte, o pároco disse bem -a igreja só é território sagrado quando no seu interior está um representante de Deus.
Em conclusão, a sessão de fados em Santa Maria foi um sucesso e ainda bem que aconteceu, constituindo uma feliz lufada de ar fresco na igreja local. Quanto à sacralidade do templo panteão templário, mesmo que o vigário ou um seu representante tenham assistido ao espectáculo, é óbvio que não estavam nessa qualidade, mas apenas como espectadores encantados com o que ouviam.

ADENDA ÀS 15H02 de 21/05/2023

Segundo informação no Facebook da leitora Ana Paula Pereira, que agradecemos, o espectáculo  foi para recolher fundos a favor do CIRE -Centro Infantil de Recuperação, tendo em vista a construção de  um lar para utentes daquela instituição, e nada teve a ver com a CARITAS. A não ser talvez, acrescento eu, o facto de Célia Bonet, anterior dirigente da CARITAS TOMAR, ser agora da direcção do CIRE, se não estou enganado.


sábado, 20 de maio de 2023

 



Mata Nacional dos 7 Montes

Apanham-se mais depressa 

os aldrabões que os coxos

As imagens supra são da Rádio Hertz, (a quem se agradece), e referem-se a um evento com nome exótico em inglês, cujos organizadores tiveram o bom senso e o bom gosto de vir para a Mata, em vez de sacrificar ainda mais o já martirizado Mouchão. Até admira como a vereadora do pelouro, uma viciada no Mouchão, foi na conversa desta vez.
Segue-se que agora o ponto é outro. Escreveu o Aleixo que "Prá mentira ser segura/E atingir profundidade/Deve trazer à mistura/Qualquer coisa de verdade". É o caso, bem documentado nas imagens acima. Como os poucos leitores que se interessam por estas coisas ainda se recordam certamente, após anos de denúncias nestas colunas, alertando para a morte lenta da cobertura verde da antiga horta do frades, devido à interrupção do fornecimento de água dos Pegões ao Convento e Castelo, que já data de há vinte anos, a Câmara acabou por acordar.
Não por causa dos danos em si. Apenas porque este ano há tabuleiros, que são expostos no jardim da Mata, convindo que esteja tudo verdinho, como habitualmente, quando desta vez está tudo seco, ou quase.
E foi a surpresa geral. Quando a presidência reclamou finalmente junto do organismo governamental responsável pela antiga Cerca conventual, veio uma resposta de todo inesperada: A culpa não é da falta de água dos Pegões, nem de rega, mas do ataque de um alegado fungo, que também se manifestou noutros locais do país, sem todavia indicarem quais, para simples confirmação.
Salva a honra do convento, que é como quem diz dos funcionários da manutenção que não há, a Câmara avançou logo. Gastou uns milhares de euros para espalhar um insecticida, se calhar daqueles proibidos por essa Europa fora, porque também matam os enxames, para matar o bicho, e ficou à espera.
As fotos acima são como o algodão do conhecido anúncio televisivo. Não enganam. Havendo ou não algum fungo, a maneira como os arbustos estão evoluindo mostra claramente a mentira com perna curta. Se a folhagem tivesse desaparecido devido ao alegado fungo, agora reapareceria toda por igual, uma vez eliminada a causa. Infelizmente não é isso que se vê. O buxo está mesmo seco na sua maior parte, apenas se salvando nalguns raros sítios, graças às chuvas do inverno e às abundantes regas com água da rede, feitas pela calada para evitar escândalo. (Há perdas de rede superiores a 45%, recordam-se? Ou serão também consumidores sem contadores, como parece ser o caso?)
Conhecida a origem do problema, -o desvio da água dos Pegões pelo caminho- o que leva a Câmara a gastar dinheiro com falsas soluções? Ainda não perceberam que, como quase sempre acontece, enganando as pessoas, estão-se a enganar a si próprios como eleitos?


sexta-feira, 19 de maio de 2023

 


Informação/ Acção social 

Já temos uma/um "galambita" tomarista

Que é como quem diz, uma ou um galamba dos pequenitos. Os leitores sabem de certeza que o dito original começou na Internet, ao serviço desse monumento de honestidade chamado Sócrates, e olhem onde ele já está, não sei se muito mais tempo, mas ministro é ministro!
Os mesmos leitores recordarão igualmente a crónica "No rumo certo: Mais pobres, Menos população, Viva a Festa!", aqui publicada em 16 do corrente. Estava-se mesmo a ver que semelhante título ia causar azia e convulsões estomacais em certos políticos da nossa praça, e foi mesmo isso que aconteceu.
Ficaram a ruminar, a congeminar, a arquitectar eventuais respostas, mas está quieto! É a verdade factual e contra isso batatas. Até que, três dias depois, lateralmente, como convém a gente que nunca soube o que é a franqueza, nem o respeito pela verdade, apareceu esta beleza de comentário, no Tomar na rede, com um nome a encabeçar, que se omite deliberadamente para não lhe dar palco, até porque se ignora se é verdadeiro ou pseudo, macho ou fêmea, ou assim assim: "Não esquecendo que por norma mais de 50% dos beneficiários são crianças, não adultos. Antes que venham para aqui Velhos do Restelo com demagogia." Com demagogia, não é?!
Está bem esgalhado sim senhor, (salvo aquele "são crianças, não adultos", porque sendo crianças está tudo dito). Recorrer às crianças para conseguir a compaixão para com as coitadinhas, é dos livros, mas neste caso é também uma redonda mentira, sem ponta por onde se lhe pegue, destinada a tentar aligeirar a gravidade da situação tomarense. Com efeito, de acordo com o normativo oficial, só pode pedir o RSI quem residir em Portugal e tiver mais de 18 anos, entre outras condições. Logo, as eventuais crianças não contam como beneficiários para fins estatísticos, uma vez que integram a prestação familiar, e recebem abono de família, isso sim. E nem podia ser de outra maneira, posto  que, sendo menores, carecem de personalidade jurídica, pelo que não podem candidatar-se ou receber quaisquer prestações, a não ser por intermédio dos pais ou outros responsáveis familiares.
Por conseguinte e em conclusão, há em Tomar 820 beneficiários do RSI, o segundo maior contingente do Médio Tejo, aos quais convirá somar os filhos, consoante os casos. Pretender o contrário é informação falsa, vinda de gente que já demonstrou anteriormente e agora confirma, não olhar a meios para se manter no poder. É lamentável, mas é assim.
Cabe lá na cabeça de alguém, com sensatez mínima, que em 820 pobres, 410 (50%) sejam crianças, como pretende o vergonhoso comentário? Admitamos, porém, como hipótese remota de trabalho, que assim seria. Teríamos então 205 casais incapazes de angariar meios de subsistência, mas cada um com pelo menos dois filhos menores, em média. Conhecendo o fraco índice de natalidade em Portugal, uma tal fecundidade média dos indigentes crónicos, só poderia assustar quem não pertença à etnia...
Tem a palavra a/o "galambita", para se defender, se assim o entender. E para mostrar onde está a demagogia.


quinta-feira, 18 de maio de 2023


Liberdade de informação

Esclarecimento para os "sempre em festa"

Começo com um ponto prévio. Sei bem que pouco adianta explicar as coisas. Os meus amigos não precisam, porque já percebem desde há muito, e os meus adversários simplesmente não acreditam, uma vez que se trata para eles de uma questão de fé, de simples fanatismo. Nestas condições apenas escrevo o que segue para memória futura. Para que, daqui a alguns bons anos, quando acontecer o inevitável desastre, caso se continue por este caminho, os investigadores sociais possam concluir que afinal havia quem soubesse e alertasse, infelizmente sem resultado. Porque de resto, quer leiam ou não, me dá igual. Ganho o mesmo. A satisfação do dever (de cidadania) cumprido.
Como previsto, a crónica anterior conseguiu um terço dos leitores habituais. O costume. Porque está mal escrita? Porque não mostra a realidade local? Nâo. Apenas porque desagrada às mentes algo infantis de alguns dos nossos conterrâneos. Consideram que não lendo, é como se a crónica não existisse. Maneira subtil de a anular de facto, por não haver capacidade para mais. Se pudessem censuravam, proibiam até a publicação, assim pela calada. Como não podem, ficam-se pelo boicote pessoal.
Pensam esses coitados que se trata de inveja, ou de estar contra festanças e outras andanças. Nada mais falso. Não se trata de ser contra a animação cultural, mas sim contra a maneira como está sendo feita, que a crónica anterior exemplifica.
Em Coimbra conseguem excelente animação cultural, no caso dos Coldplay sem onerar o orçamento municipal e aproveitando até para arrecadar uma confortável mais valia, superior ao milhão de euros. Porque maldição havemos nós em Tomar de pagar, via orçamento camarário, e nunca encaixar valor acrescentado, para além do secundário, embolsado por privados? O lucro é vergonhoso? É pecado? Há algum obstáculo intransponível, que impeça a Festa dos tabuleiros, ou os respectivos concertos de animação cultural, de dar bons lucros, tal como já acontece nos Bons Sons?
A meu ver, apenas algumas cabeças mal formatadas, que sem se darem conta dos respectivos malefícios a médio-longo prazo, estão a reproduzir em Tomar modos de actuar na área económica  e cultural que já falharam redondamente nos países comunistas no século passado, com os resultado que se conhecem. Ainda não aprenderam?
Tudo porque a maioria socialista que nos calhou na rifa, em vez de se preocupar com o futuro da colectividade tomarense e as indispensáveis mudanças estruturais, procura apenas a melhor maneira de se manter no poder a todo o custo, para o que se limita a fazer aquilo que os tomarenses mais afoitos dizem que gostam. Assim como quem distribui cocaína a viciados, enquanto vai apregoando que é contra as drogas.
Não se dão conta, por exemplo que já vai longa a lista de novas curiosidades locais, que além das festas só dão despesa: Museus da Levada, alegado fórum romano, Museu templário, Tabuleiros património imaterial, Museu do brinquedo, Museu dos tabuleiros... Tudo coisas que os contribuintes terão de pagar. Não à entrada, como seria normal, mas por exemplo no talão de caixa do supermercado. Ou no recibo da água. Mesmo as mentalidades infantis que se recusam a ler estes escritos, como forma de censura auto-imposta, não vão conseguir escapar. 




Política económica

Cidade do Conhecimento e Cidade Templária 

dois mundos separados pela mesma língua

Um fã no palco, uma marcha imparável de sucessos e o show Chris Martin: como os Coldplay conquistaram Coimbra à primeira noite – Observador

Coimbra ostenta o título de cidade do conhecimento, por ser sede da mais antiga universidade do país, como Tomar se proclama cidade templária, porque a venerável ordem de cavalaria fundou o castelo inicial. Separadas por apenas 80 quilómetros e pela língua comum, comportam-se afinal como a irmã rica e a irmã pobre. Com um detalhe picante: a irmã rica, ou com a mania disso, não é Coimbra. Querem ver?
Segundo a informação nacional, foi um sucesso o primeiro dos quatro concertos dos Coldplay, no Estádio universitário de Coimbra (link e imagem supra). Apesar dos preços elevados dos bilhetes, houve lotação esgotada e a ASAE deteve sete pessoas por especulação na venda de entradas. Prevêem-se 200 mil espectadores pagantes, nos quatro concertos programados. Milhões de euros de receita.
Na Cidade templária, 80 quilómetros mais abaixo, estão previstos não quatro, mas dez concertos, durante a Festa dos tabuleiros. Todos no antigo Rossio da vila, entretanto avacalhado pelo novo-riquismo reinante, No estádio seria demasiado popularucho. Ainda se ignora, a mês e meio de distância, quantos espectadores haverá, mas serão certamente muitos. É tudo à borla,  de forma que nunca saberemos ao certo se serão 5 mil, se 50 mil, se 500 mil. É à vontade do freguês. Decerto como no Congresso da sopa: "Cerca de..." "Apontamos para..."
Uma coisa é gerir uma Câmara pobre, como a de Coimbra -Cidade do Conhecimento, o que implica produzir valor acrescentado, sem onerar o orçamento municipal. Outra coisa, bem diferente, é liderar uma Câmara rica como Tomar -Cidade Templária, onde se pode gastar à vontade, porque o orçamento de Estado cobre tudo. Até as asneiras de alguns autarcas. Gente rica é outra coisa.
Mas tenho a impressão que em Coimbra não há cortes no fornecimento de água, não há falta de médicos, o Registo civil não tem falta de funcionários, nem há falta de limpeza urbana, ou de WCs públicos a funcionar. E o Politécnico local tem muitos alunos, apesar da Universidade. Andarão a gastar centenas de milhares de euros, para tentar inscrever as Festas da Rainha Santa no Património imaterial da UNESCO? Não consta. 
Deve ser do clima: modéstia, persistência e coragem em Coimbra, euforia, exaltação, ilusão e esbanjamento em Tomar. E depois ainda têm a lata de afirmar que é só má língua. Era bom era!