terça-feira, 30 de maio de 2023

 

Liberdade de opinião

As virgens ofendidas e os políticos manhosos

É um problema nabantino, e se calhar de outras terras. Gente que se considera e proclama democrata e tolerante, quando afinal não são uma coisa nem outra. Situação particularmente evidente na área da informação, com uns eleitos que tudo têm feito para silenciar quem discorda e assim ir permanecendo no poder, e um eleitorado que foi enganado, mas não o admite, o que leva a apoiar, de facto,  decisões contrárias ao que proclama.
Indo ao que me parece ser o âmago da questão, as crónicas aqui publicadas suscitam três tipos de reacções: Os que não as lêem, por discordância de princípio. São os chamados "cepos". Nada a fazer. Aqueles que as lêem por condescendência. Também não concordam, mas consideram que o autor merece que se leiam.  E finalmente todos os que gostam de boa leitura e são realmente tolerantes, pelo que concedem a cada um o direito de dizer aquilo que  bem entende, desde que em termos cordatos. 
Quem lê fará o favor de se situar, para depois poder agir sempre em conformidade, evitando incoerências e mesmo contradições. Somos todos muito tolerantes, sem contudo tolerarmos certas coisas. Algumas crónicas, por exemplo. Estamos portanto muito longe da conhecida premissa de Voltaire: "Posso não concordar com o que dizes, mas lutarei se preciso for, para que o possas dizer em liberdade."
Mais precisamente, numa terra como Tomar, em que a liberdade de opinião não é nada evidente em termos práticos, e pode mesmo vir a revelar-se perigosa. até os próprios profissionais da informação, conquanto possam sustentar o contrário, são na verdade intolerantes e inimigos do direito de opinião. Com efeito, quase todos dependentes da autarquia via publicidade, usam tal situação como argumento para não publicarem nada contra a maioria socialista, o que se compreende. Mas tão pouco revelam, no caso dos semanários, por exemplo, quantos assinantes tinham em 2013 e quantos têm agora, ou quanto facturam anualmente em publicidade autárquica, o que não tem qualquer justificação aceitável. São apenas dois exemplos de sonegação deliberada de informação por parte dos seus profissionais, na realidade ainda agarrados ao velho princípio salazarista "o segredo é a alma do negócio", que partilham  com os actuais eleitos, afinal todos oriundos das mesmas escolas.
Tendo em conta o que antecede, e o mais que fica por escrever, para não alongar, recomenda-se às virgens ofendidas que admitam finalmente que se prostituem por necessidade, e ajam depois em conformidade, e aos políticos manhosos que mudem de carapaça, pois com a que têm já não se safam. Entretanto sugere-se que vão olhando para a Grécia e para Espanha, onde o vento dominante já mudou ou está a mudar. Como em França, onde o PS praticamente desapareceu da cena política há anos. Depois não se queixem que ninguém avisou.

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