Licenciamento de obras particulares em Tomar
"Chama-lhe puta, minha filha..."
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Mata murta para substituir Mata buxo morto?
Autárquicas 2025
No coração de um vasto continente, cercado por montanhas imponentes e rios
deslumbrantes, havia um pequeno reino chamado Aquária. O seu povo era trabalhador
e sonhador, mas constantemente assolado por um problema: as chuvas torrenciais, que
ano após ano transformavam as ruas em rios.
Ao leme do reino tínhamos um homem, não conhecido por grandes realizações ou
conquistas, mas pela sua capacidade impressionante de justificar cada falha com um
passado demasiado longínquo. Sempre que era confrontado com um problema, em vez
de soluções, apresentava desculpas.
Certo dia, notícias de uma enchente devastadora deixaram a população em pânico! Era um
desastre anunciado e mais uma vez, dezenas de edifícios estavam em risco. Mas o Rei,
convicto das suas capacidades, anunciou à população:
“Meus queridos súbditos, não se preocupem! Tive uma ideia genial para resolver a
questão das inundações. Apresento-vos o Parque da Esperança, um moderno parque
infantil que vai servir como zona de drenagem eficiente para todo o reino!”
O povo ficou confuso! Como é que um parque infantil ia resolver o problema das cheias?
Mas o Rei continuou:
“Bem sei que muitos estão a reclamar. As ruas estão intransitáveis, e a água invadiu as
casas. Mas lembro-vos que no tempo do meu antecessor, nem parque nós tínhamos!
O Parque da Esperança, com os seus escorregas e baloiços, não é apenas um local de
lazer, mas um símbolo da nossa evolução, uma verdadeira obra-prima da engenharia.”
Foi uma inauguração com pompa e circunstância. Bastou porém a primeira grande chuvada
para que a verdade viesse à tona. O Parque da Esperança tinha-se tornado no parque
da Desilusão. Construído numa área baixa e sem qualquer tipo de mecanismo de
drenagem, tornou-se um autêntico lago.
A população, revoltada, exigiu explicações. Mas o Rei, com a sua já conhecida arte da
desculpa, estava pronto:
“Meus amigos, compreendam! Se hoje temos um parque alagado, pelo menos temos um
parque! Antigamente, a água ficava espalhada por toda a cidade. Agora, ela concentra-
se apenas num lugar! Ainda vos digo mais, esta obra está a cumprir e bem a missão
para a qual foi projetada, ainda aqui cabem muitos milhares de metros cúbicos de água”.
O povo não sabia se havia de rir ou chorar. Enquanto os problemas aumentavam, o rei
governava com a sua lógica, que só para ele fazia sentido.
E assim a vida continuava no reino de Aquária, entre enchentes e desculpas, enquanto o Parque
da Esperança se tornava um triste símbolo da incompetência, maquilhada pela nostalgia.
(Texto editado por TAD3)
Fernando Cândido
Secretário-Geral Adjunto do PSD de Tomar
Alea jacta est