Política urbana e cultural
Afinal o turismo é mesmo muito importante
no desenvolvimento económico
Por razões que me escapam, que terão talvez a ver com a circunstância de sermos cidadãos de um país de "achistas" e peritos em ideias gerais, em Tomar há muitos especialistas de turismo. O caso mais conhecido é o da ex-presidente da Câmara, que transitou dos serviços de emprego para a Câmara, e daí para a gestão da Entidade regional de Turismo do Centro. Sem qualquer formação suplementar. É obra!
O seu sucessor na autarquia, também já parece estar no bom caminho, quando se põe a dissertar sobre o desenvolvimento, que pretende sem pressas nem "turismo de massas", segundo disse em entrevista recente ao mediotejo.net
Neste contexto, o candidato do PSD foi praticamente forçado a incluir no seu esquema programático uma referência ao turismo no concelho.
Segundo aqui publicou em 19/03/25, "O turismo, aposta única desta governação (cuja estratégia ou falta dela é também questionável) é um vetor importantíssimo na economia tomarense, mas, por si só, insuficiente para alavancar o crescimento sustentado que ambicionamos para a economia concelho."
Partindo deste conceito, que tem o mérito de estar escrito, e tendo em conta a preocupante fuga da população, que não parece perturbar os do socialismo das festarolas à borla, nem os outros, TAD3 foi tentar comparar o concelho de Ourém, que tem Fátima como âncora turística, e Tomar, com o Convento de Cristo como polo de atracção. Para poupar trabalho, não se publicam os apontamentos nem os quadros estatísticos, cuja fonte são os resultados eleitorais oficiais de 2013 (autárquicas) e 2024 (legislativas). (Caso haja algum interessado, pode enviar-se via mail a versão manuscrita.)
Entre 2013 e 2024, Tomar perdeu 3.964 eleitores (10,62%) e a Freguesia urbana 1.324 (7,99%), sendo geral a perda de população em todas as freguesias do concelho. Comparativamente, Ourém ficou com menos 2.867 eleitores (6,61%), mas a principal freguesia urbana (Nª Sª da Piedade), manteve a sua população, com apenas menos 10 eleitores.
Vem então a grande diferença entre os dois concelhos, cuja população é comparável: Tomar 33.346 eleitores, Ourém 40.464 eleitores. A freguesia de Fátima, concelho de Ourém, não só manteve como aumentou a sua população durante a década agora em análise, passando de 9.593 para 10.819 eleitores inscritos, o que corresponde a mais 11,33%.
Qual é especialidade de Fátima? O turismo religioso, tendo como âncora o santuário (Capela das aparições). Qual é a especialidade de Tomar? O turismo cultural, tendo como âncora o Convento de Cristo. Porque é que Fátima cresce e Tomar definha? Porque em Fátima há estacionamento com fartura, estruturas de acolhimento que não envergonham, sinalização adequada e constante atitude empresarial. O santuário não pratica os horários da função pública, para a procissão das velas, por exemplo
Após este exemplo, ainda vão manter que o turismo cultural não é suficiente, quando disponha de estruturas e mentalidades à altura das necessidades? É o que falta apurar. Oxalá se consigam comentários fundamentados...
O Professor não pode comparar o turismo religioso de Fátima com o turismo histórico de Tomar. As pessoas vão a Fátima por necessidade, é como ir ao supermercado e as idas ao convento de cristo são supérfluas, são um luxo. As pessoas podem passar sem ir ao convento de Cristo mas não podem passar sem ir a Fátima.meter uma velinha para intreceder para resolver um problema. Até eu já o fiz, já fui a Fátima de propósito mas não valeu de nada!!!
ResponderEliminarSeria um tema interessante era estudar a distribuição da população emigrante e de procurar saber porque é que os emigrantes não querem Tomar. Eu acho que é por não haver indústria, deixarem fechar as indústrias foi um crime que ficou por julgar. E ja não volta nunca mais, Tomar está condenada.
Tratando-se de duas formas de turismo, nada me impede de as comparar. Respeitando as proporções, como é evidente. Fátima são milhões de peregrinos todos os anos. Tomar são apenas e por enquanto, centenas de milhares de visitantes. O que pretendi realçar é que de Fátima ninguém se vai embora por falta de estacionamento, de informação, de sinalização ou de apoio próximo. Já em Tomar...
EliminarComigo passa-se o mesmo, com a idade e fruto de experiências doutros tempos , fica-se amarrado a ideias que não têm sustentação nos dias de hoje e em especial no futuro.
ResponderEliminarEspanha e França são os 2 maiores países a nível mundial no que diz respeito a turistas. Espanha deve atingir os 100 milhões de turistas este ano.
Apesar de ser um setor que necessita de muita mão de obra, a mesma é cada vez mais desqualificada e explorada a nível de salários e penosidade do trabalho.
O turismo quando começa a ter um peso no PIB maior que 15% torna-se um problema e temos a prova disso em países que " vivem " do turismo como o Egito, a Tunísia, a República Dominicana, tudo destinos baratos até para os tugas !!
A pressão nos preços das habitações , a pressão urbana causadas pela marabuntas que visitam ( quem já não teve de suportar as hordas dos chinocas ) provocam a contestação ao turismo de massas.
Também é importante dizer que para termos turistas com poder de compra têm de vir de países onde a parte industrial e de serviços permita ter bons salários e um bom nível de vida. Por isso temos os americanos, os espanhóis , ingleses, franceses , alemães , nórdicos e até sul coreanos e chineses a virem para um país BARATO para eles.
Tendo dito isto é importante termos turismo, e proporcionar condições para quem nos visita partir com boa opinião do país .
Agora se não terminarmos por exemplo com a ralé dos tuk tuk em Lisboa e já noutras cidades que nem português falam, descaracterizarmos os restaurantes com imigrantes que nem português falam e não sabem sequer recomendar a nossa comida,
e em especial continuarmos com os nossos locais monumentais entregues a funcionários públicos, que fazem greve quando mais afeta as visitas , que têm horários completamente desajustados das necessidades e que não promovem a inovação e exposições de interesse ,só venderemos por preço !!
O caso de Fátima é paradigmático porque consegue atrair mais de 6 milhões de visitantes , é tudo iniciativa privada, sendo o seu expoente máximo a multinacional que nem paga impostos chamada " Igreja Católica".
Em Tomar quase só temos turismo "público " Convento, monumentos na cidade quase sempre fechados e geridos pela autarquia, salvam-se os 2 hotéis .
Quando o ordenado está garantido no final do mês, qualquer trabalho ou iniciativa é uma chatice, a não ser que traga mais uns cobres...
Tomar só recuperará, com a reindustrialização e em força!!
Felicito-o por este magnífico comentário. Abrangente, ponderado, bem documentado, vai ser extremamente útil se e quando houver um debate local sereno sobre o desenvolvimento turístico. Só não concordo com a última frase, porque me parece que esse tempo já passou. Agora será urgente providenciar a industrialização e a subida de patamar do turismo local (turismo de congressos, escola de turismo e hospitalidade de nível internacional, empresa privada para gerir o Convento e os outros monumentos locais)
EliminarQuestão muito interessante é de importância nuclear para “arranjar” o Futuro de Tomar, cidade e concelho.
ResponderEliminarPena é que esta Presidência da Câmara não mostre competência para enxergar esse Futuro. Conceito de turismo cultural tem sido reduzido, no essencial, a eventos de música. Infelizmente para todos nós.
Que objectivos, que estratégias, que políticas…olarilole
Fátima é apenas uma freguesia do concelho de Ourém, mas tem mais eleitores do que Ferreira do Zêzere, Constância ou Barquinha, três concelhos da nossa região.
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