terça-feira, 8 de abril de 2025

Campismo improvisado durante o Festival Bons Sons em Cem Soldos - Tomar

Autárquicas 2025 - Turismo

Presidente Cristóvão 
turista na sua própria terra

Tomar quer aliar aumento de visitantes ao turismo de qualidade (c/áudio) | Médio Tejo

Ou por excesso de consideração pela informação local, que não quer violentar, ou por saber que "ninguém é profeta na sua própria terra", o presidente substituto Cristóvão concedeu uma entrevista ao mediotejo.net, um blogue sediado algures para as bandas de Abrantes, e pouco lido em Tomar. O leitor pode optar: Ou ouve a gravação de 10 minutos, ou lê a transcrição de boa qualidade que a acompanha.
Logo no início, Cristóvão reconhece implicitamente que é um turista na sua própria terra. Afirma que "a grande dificuldade identificada ...há uma década, era que recebia muitos visitantes, mas depois muitas vezes não ficavam na cidade, não passavam sequer às vezes pela cidade." Se não tivesse uma atitude de turista na sua própria terra, o presidente substituto já teria estudado ou mandado estudar o assunto.
Saberia então que um dos problemas do turismo local há dez anos era esse que menciona, mas que após três mandatos PS, longe de estar resolvido, até se agravou. Visitantes continuam a ir ao Convento sem visitarem a cidade, e outros vão-se mesmo embora sem visitar o Convento ou a cidade, por falta de estacionamento e de ligação rápida entre cá em baixo e lá em cima.
Há mesmo um caso concreto de repulsão, bem conhecido entre os profissionais. É o dos cruzeiros. Como bem sabem os interessados por estas coisas, hoje em dia um cruzeiro são duas mil pessoas pelo menos, viajando num mesmo barco devidamente equipado. Em cada escala, organizam excursões para visitar locais turísticos longe do porto onde estão atracados.
No caso de Lisboa, há excursões para Fátima, Batalha, Alcobaça, Nazaré, Óbidos ou até Évora, mas para Tomar não. Os profissionais aumentaram muito os preços dos autocarros para a cidade templária, tendo em conta a falta de estacionamento para 10 autocarros em simultâneo, e o tempo que se perde no acesso ao Convento de Cristo.
Abordando a questão dos eventos, Cristóvão finge mal. Não se duvida que "isso contribui para que o município seja atrativo ao longo de todo o ano." O problema é de custos-benefícios. Compensa gastar milhões para atrair turistas que depois gastam pouco, quando gastam? Não seria melhor contratar grandes figuras internacionais e organizar eventos-âncora com entradas pagas, de forma a conseguir valor acrescentado, em vez de despesa considerável?
Uma última abordagem do presidente substituto merece reparo. Disse Cristóvão que "queremos continuar a crescer com calma, sem procurar o turismo de massas." É uma opção respeitável, que já levou ao encerramento do parque de campismo, erradamente assimilado ao "turismo de mochila às costas". Mas então, como compaginar tal opção com os 90 mil euros de subsídio ao Bons Sons, que cobra entradas a preços de mercado e atrai sobretudo mochileiros que ficam a pernoitar entre as oliveiras? São "mochileiros de qualidade"?


























Sem comentários:

Enviar um comentário