sexta-feira, 30 de junho de 2017

D. Gualdim fica assim

Nova sondagem mais apelativa

Pouco participada (apenas 63 votos) a sondagem sobre a melhor localização para o monumento a D. Gualdim Pais proporcionou um resultado curioso: 31 votos a favor da manutenção no local onde está, outros tantos a favor da mudança para o Terreiro D. Gualdim Pais e um voto para a instalação no ângulo sudoeste da praça. Numa terra manifestamente conservadora como Tomar, tal resultado mostra que apesar de tudo as coisas vão evoluindo. Demasiado lentamente, é certo. Mas mesmo assim evoluindo, porquanto retrógrados e progressistas até já empatam, embora numa consulta não representativa, que agrupa apenas cidadãos que sabem e usam normalmente a Net.
Terminada esta, aí vai outra sondagem, desta vez mais excitante. A questão é a seguinte: As autárquicas são hoje. Qual a sua preferência? Uma tentativa para perceber quais as grandes tendências, num concelho em crise, até em termos de pré-campanha. Basta pensar que até agora -e vêm aí as férias grandes- a situação não é nada brilhante. O PS apresentou os candidatos mas ainda não tem programa. A CDU apresentou o programa mas ainda não os candidatos. O PSD nem uma coisa nem outra. Dos outros o melhor é nem falar.
Nesta altura do campeonato, apesar de mal informado como é costume, vote aqui ao lado. É uma maneira de fazer o ponto da situação e, quem sabe?, de assustar algumas formações partidárias. Vai depender do resultado.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Há coisas...

Que fazer à estátua do Gualdim? Já votou? Restam apenas algumas horas. Tem falta de informação? Clique aqui. Se está a usar um telemóvel, vá até ao fim da página e clique em "aceder ao formato web", para visualizar a aplicação.

Pois é. Há coisas que à primeira vista não se entendem, mas após alguma ponderação tornam-se claras como a água. A notícia é do PÚBLICO de 27/06/2017, página 15:

Pavilhões termais das Caldas da Rainha. Foto acrescentada por Tomar a dianteira 3, para melhor entendimento do problema focado.

Poucos meses após a decisão governamental de concessionar a privados vários imóveis degradados em todo o país, a VISABEIRA avança com um projecto de 15 milhões de euros, para transformar num hotel de luxo de 110 quartos os velhos pavilhões termais das Caldas da Rainha. Comparando, em Tomar há mais de dez anos que está para venda o que resta do antigo Convento de Santa Iria, do século XVI, também para um hotel, sem que haja interessados. Porque será?
Continuando a comparar, em 1976 Caldas da Rainha tinha 28.460 eleitores inscritos e Tomar 32. 438. Quarenta anos mais tarde, em 2016, Caldas registava 45.671 eleitores inscritos e Tomar apenas 36.266. Ou seja, em quarenta anos houve um aumento de 17.211 eleitores inscritos nas Caldas, mas apenas de 3.828 em Tomar. Incremento anual médio de 432 novos inscritos nas Caldas, apenas 95 em Tomar. Uma diferença que faz toda a diferença para os potenciais investidores, na hora de aplicar o seu dinheiro.É mesmo uma situação do das Caldas, porém que fazer?
Terra de mentes privilegiadas na área política, (como é bem sabido e está à vista de todos os que queiram e saibam ver), Tomar tem sempre pronta uma explicação para qualquer desgraça. Neste caso, já se está mesmo a ouvir (ou ler) que não se pode comparar Caldas com Tomar, porque uma fica na faixa costeira, que cresce, e outra no interior, que definha. Influência da água do mar? Simples questão de mentalidade? Olhar para fora? Olhar para dentro?
Certo é que Ourém, concelho vizinho e também do interior, passou de 27.035 eleitores inscritos em 1976, para 42.863, em 2016. Um salto de 15.826 em quarenta anos, (incremento anual médio de 395 inscritos), que compara com Caldas da Rainha, ao contrário de Tomar. Uma vez que Ourém está, como Tomar, a mais de 50 quilómetros da costa, como explicar tal diferença? Influência da água benta, no caso de Ourém? Azar, no que toca a Tomar? Ou os tomarenses, com relevo para os "políticos", há muito que andam a dormir em pé, sem disso se darem conta?
Porque afinal, Ourém tem Fátima, mas não tem hospital, nem politécnico, nem divisão policial, nem inspecção do trabalho, nem auto estrada, nem estação de caminho de ferro dentro da cidade, nem regimento de infantaria, nem Convento de Cristo. Tem contudo, além de Fátima, aquilo que falta em Tomar. Uma autarquia sem funcionários supérfluos nem burocracia excessiva. Audácia, ideias fecundas e capacidade para as implementar. Sem estar à espera das acções camarárias, das ajudas do estado, ou dos fundos da UE.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Autárquicas 2017

Ainda não votou? Só tem mais um dia. >>>> 

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Boavida vítima de indisposição súbita

Luís Boavida, candidato do PSD à Câmara de Tomar, sofreu uma indisposição súbita ontem ao fim da tarde, quando se encontrava num restaurante da cidade, acompanhado por familiares e amigos. A indisposição manifestou-se nomeadamente por uma acentuada alteração no tom do rosto. Congestionamento esse que deixa antever problemas cardíacos, circulatórios ou digestivos. Foi chamada a ambulância, que o transportou para o hospital de Abrantes, onde após exames detalhados não foi detectado nada de anormal. Tratou-se apenas de um susto, segundo opinião clínica no local.
Ainda assim, é previsível que Boavida tenha de afrouxar o seu ritmo de vida, sobretudo no que se refere à actividade política. O PSD  Tomar deixará portanto de poder contar com um candidato a 100%, podendo mesmo vir a colocar-se a hipótese de encontrar alternativas, enquanto ainda não é demasiado tarde. Mais vale prevenir que remediar.
Tomar a dianteira 3 deseja a Luís Boavida uma rápida e total recuperação.

AUTÁRQUICAS 2017

Já votou aqui ao lado?

Incluindo os críticos

Alguns dos que leram a notícia comentada sobre a apresentação da candidatura de Anabela Freitas, terão pensado que Tomar a dianteira 3 se ficou pela mera descrição da primeira parte do evento. Têm razão. Foi mesmo esse o caso. O comentário ficou deliberadamente para depois. Para agora. Porque não se pertence impunemente a uma agremiação durante anos e anos. É portanto necessário deixar assentar a espuma dos dias.
Na sua intervenção, Anabela Freitas enumerou, mais uma vez, muito do negativo que encontrou ao chegar à câmara. Mas acrescentou agora uma outra vertente. Segundo afirmou, a nível nacional e internacional, o Município de Tomar ou não estava lá, ou estava mas "fazia figura de corpo presente." Uma lástima. E a candidata concluiu que o orgulhosamente sós não nos leva a lado algum. Prometeu portanto a integração municipal em redes de trabalho nacionais e internacionais, que possam potenciar o indispensável desenvolvimento económico local, sobretudo como centro exportador de serviços.
Elencou depois mais três grandes áreas de trabalho: A - Promoção da coesão social, B - Sustentabilidade ambiental, C - Educação, Cultura e Desporto. É suposto tratar-se em princípio de grandes linhas para um programa a apresentar aos eleitores, não se sabe ainda quando nem onde

Anabela Freitas durante a sua intervenção. (fotograma HertzTV)

Um ponto merece reparo especial na intervenção da candidata PS. Disse textualmente, falando da péssima situação que encontrou à sua chegada aos Paços do Concelho: "Resolvemos a situação interna." Terão resolvido mesmo? A pergunta impõe-se, porquanto a CDU, que não costuma andar a dormir em serviço e está coligada com o PS, indica no seu programa a necessidade de "Qualificação dos serviços públicos prestados aos cidadãos do concelho... a nível dos especificamente decorrentes das competências do Poder local..." (página 5) e da "Reorganização e modernização dos serviços do município". (página 7).
Em relação à reorganização, a CDU é até bem mais explícita: "A estrutura orgânica do Município precisa de ser ajustada ao modelo de desenvolvimento para o concelho e de responder às necessidades operacionais da actividade do Município." 
Em que ficamos afinal? Quem tem razão? Anabela Freitas, quando afirma que a situação interna do Município está resolvida? Ou a CDU, ao sustentar pelo contrário, que está quase tudo por fazer nessa área? Ou será até um daqueles casos admiravelmente resumidos por um campónio sábio, com uma frase coxa, mas bem oportuna, "Um dos dois estão enganados"?
Tomar a dianteira 3 opina que teria sido muito agradável ouvir Anabela Freitas dizer, como o seu camarada Medina, candidato a Lisboa, que está orgulhosa por "liderar uma equipa que cumpriu com a cidade. Manteve os impostos em baixo." Só que em Tomar não é bem esse o caso. E, tendo em conta o contexto, tão pouco Anabela Freitas poderia respeitar a verdade, caso resolvesse parafrasear o seu camarada alfacinha: "Tomar precisa de todos. Incluindo os críticos".
Quer dizer, lá poder podia. Os eleitores mais por dentro, os chamados opinion-makers é que se calhar não iam acreditar. Sobretudo tendo em conta a inesperada colagem de parte dos náufragos IpT. Porque  ao proclamar que "Lisboa precisa de todos, incluindo os críticos" o candidato socialista lisboeta está a indicar que os críticos são necessários. Como mostra o facto de ter tornado pública a mensagem privada de Ramalho Eanes, que declinou o convite para estar presente: "Vou dizer isto à bruta: Não me lixe e faça um bom trabalho." 
Já com Anabela Freitas e alguns dos seus apaniguados mais ferrenhos, até agora pelo menos, os críticos só são necessários e bem vindos se previamente deixarem de criticar. Mostram sectarismo. Ignoram o que seja "apoio crítico". Partem do princípio equívoco  segundo o qual "cão que não ladra também não morde". Há erros que se pagam muito caro.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Radiografia do programa da CDU

Ainda não votou sobre a estátua? Clique aqui.

No passado dia 24, a CDU foi a primeira formação política local a apresentar o seu programa. Bruno Graça leu um documento com oito páginas, que afinal não são todas sobre as propostas programáticas. Nas três primeiras é feita a resenha detalhada das tarefas concluídas com êxito pelo vereador coligado com o PS. São assim como que os alicerces do prometido programa, que só podem ser usados pelas duas formações coligadas, uma vez que os social democratas apenas poderão mencionar intervenções, propostas, protestos ou votos. Pela força das circunstâncias, obra feita nada.
Mesmo as páginas seguintes do documento não são integralmente dedicadas ao programa. Aí se faz nomeadamente um diagnóstico da actual situação de perda e envelhecimento da população, que para a CDU resulta de 4 causas:
1 - Destruição do aparelho produtivo
2 - Perda de importância militar
3 - Política especulativa no sector imobiliário
4 - Perda de atractividade em relação aos concelhos vizinhos.
Trata-se, no entender de Tomar a dianteira, de uma formulação apenas parcialmente correcta. Com efeito, não se percebe de onde possa provir a alegação de "política especulativa no sector imobiliário", nem se encontra no documento qualquer explicação para a "perda de atractividade em relação aos concelhos vizinhos".
Por considerar irreversível a perda de importância militar, a CDU define uma estratégia a partir dos pontos 1, 3 e 4. Ou seja, a partir de uma constatação incontroversa e de duas outras muito discutíveis. Essa estratégia assenta em três pontos:
A - Inverter o actual ciclo de decréscimo da população
B - Inverter o ciclo de envelhecimento populacional
C - Aumentar a coesão territorial, económica e social do concelho


Segue-se a apresentação de três eixos de trabalho, susceptíveis segundo a CDU de solucionar as mazelas apontadas antes:
I - Qualificação dos serviços públicos
II - Instalação e desenvolvimento do aparelho produtivo
III - Reorganização e modernização dos serviços do município

Além dos anteriores, indicam-se três outros eixos de trabalho:
a - Aproveitar a riqueza florestal da região
b - Reabilitação urbana
c - Potenciar a ligação ferroviária Tomar - Lisboa

Trata-se, como se vê, de um documento com mérito, não só por ser pioneiro, mas também por estar baseado num diagnóstico parcialmente pertinente, por sua vez amparado nas conclusões de vários debates, sob a forma de tertúlias com a população. Apesar de tudo isso, deliberadamente ou não, o citado programa é bastante genérico, vago em suma. É também manifesta a intenção de se focar no sector público e implicitamente no orçamento de Estado.
Tomar a dianteira considera que, se a CDU tivesse procurado em tempo útil perceber as causas da evidente perda de atractividade do concelho em relação  aos vizinhos, as propostas talvez fossem agora outras. Isto porque essa tal falta de condições concorrenciais resulta, até prova em contrário devidamente fundamentada, da burocracia e do peso excessivo do sector público concelhio, designadamente das elevadas despesas fixas e permanentes do município, que exigem taxas, impostos e, por arrasto, preços mais elevados que nos concelhos vizinhos., a que se deve acrescentar uma burocracia miudinha e ultralenta, como já não se usa em mais lado algum na Europa ocidental. 
Sem alterar esse estado de coisas, bem podem elaborar programas, que nada de substancial vai mudar. Conforme a seu tempo se verá. Porque, partindo de pressupostos errados, não é possível chegar a conclusões certas, salvo por mero acaso. O bem conhecido bambúrrio.
O dito documento apresenta como objectivo principal a eleição de pelo menos dois vereadores. Na nova situação eleitoral, em que desaparece a terceira perna da tradicional trempe, abrindo assim a via à polarização, a CDU já se poderá considerar feliz caso consiga a reeleição de Bruno Graça. Tal como em França, o Outono pode bem vir a revelar-se um desastre para a esquerda. A não ser que a candidatura laranja não esteja de todo à altura das circunstâncias.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Presidente de Alviobeira/Casais recandidata-se



João Luís Alves, do PSD, o 1º presidente da união de freguesias de Casais/Alviobeira, apresentou a sua recandidatura no salão da Associação de Casais.

António Freitas

Perante uma sala com cerca de 90 pessoas, em que estavam o mandatário da candidatura do PSD concelhio, o  Prof. Pires da Silva, o candidato à câmara municipal de Tomar Luís Boavida, o presidente da mesa da assembleia de militantes do PSD, bem como membros da comissão politica concelhia do PSD e JSD, e pelo menos três candidatos à liderança de Juntas de freguesia, sendo dois presidentes eleitos.
A apresentação da recandidatura coube às manas Carla Silva e Cristina Silva, durou cerca de duas horas e incluiu momentos musicais de fado, interpretados pela fadista Ana Fernandes,  de Areias/Ferreira Zêzere (professora muito estimada nesta área da freguesia, nas aulas de ginástica e inglês para os nossos jovens),   cujas letras  não podiam ser conotadas com o momento em que os amigos de João Luís Alves aqui se deslocaram, “ tudo isto é triste tudo isto é fado”. 
Não é  letra que se aplique ao mandato de uma pessoa criada nesta área da freguesia, no lugar das Olas, que transporta no seu ADN a tenacidade e maneira de ser e estar da família Alves da Sertã e que começou na politica autárquica, não pelo telhado, mas palmilhando os lugares de eleito na Assembleia de freguesia, depois três mandatos (2001-2013) como tesoureiro e secretário de Casais e que viu a oportunidade de vir a ser presidente de junta e mostrar o que valia, quando a lei de limitação de mandatos impediu Jaime Lopes de ser cabeça de lista do PSD e,  como  fiel militante do PSD,  encabeçou a lista e,  mesmo não conseguindo fazer a lista em 2013 como queria, escolhendo as pessoas para junto de si nos lugares elegíveis, teve a grande ajuda na composição de um executivo, não certamente o que  mais desejaria, mas uma  boa Assembleia de freguesia presidida por quem muito o ajudou nestes quatro anos – Luis Freire, da Torre, eleito pelos Independentes, e  antes, na votação da composição do executivo e da assembleia, do seu compadre Carlos da Sarol, agora candidato dos  socialistas nas eleições de 1 de Outubro de  2017 e que desempenhou o cargo de tesoureiro da junta de Casais e se sentiu traído.  Viu  que a politica, mesmo autárquica e a nível de freguesia, por vezes é um jogo de interesses em que a freguesia fica em segundo plano.


Começou como membro da Assembleia

Um presidente de junta que veio de baixo, desempenhou além das funções de autarca cargos a nível das comissões da igreja, comissões de festa, foi desportista profissional e, profissionalmente, funções de gestor de meios humanos de uma empresa de transporte de passageiros e turismo -  a Turexpresso, tinha todas as vantagens e mais uma para fazer um bom mandato, como fez, em que a tónica de fazer “ o que não estava feito e  era necessário e urgente” e foi feito, em que criou um quadro de pessoal motor das obras, se apetrechou de maquinaria (para além da herdada), cortando radicalmente com a “politica do almoço para conseguir máquinas e meios da câmara” e que durante quatro anos mostrou muita obra  feita e, de igual modo, graças ao bom entendimento e parceria com a câmara e com a presidente (se bem que agora quando a campanha aquece as “bicadas” sejam a tónica)   e se aponte o dar com uma mão e tirar com a outra, quando sabemos que sem parcerias e ajudas da câmara nenhuma junta brilha, já que as verbas por via do FEF pouco mais dão que a gestão corrente!
Nenhum executivo camarário é obrigado a dar verbas extraordinárias e a agregação de freguesias traduziu-se em menos dinheiros para as freguesia agregadas. Porém, um euro dado a uma junta traduz-se em resultados imediatos em proveito das pessoas no valor de 4 euros e isso está provado.  Uma boa junta consegue muita mais proveitos que uma câmara. Por isso invista-se nas juntas.
Registe-se que Casais e Alviobeira agregadas recebem menos verbas do que quando eram freguesias autónomas poupa somente em ter um executivo único. O mesmo se passa em todas as freguesias que foram agregadas pela Lei Relvas.
Sem parcerias fortes entre a câmara e delegação de competências não se consegue mostrar obras o que, aliado a uma gestão rigorosa, com meios humanos excelentes como esta Junta têm e uma dedicação quase 24 horas de um presidente, que agora reformado se dedica e vive esta terra, com amor , paixão, sabe o terreno que pisa, cativa simpatias à esquerda e direita e daria não um bom presidente de junta que provou ser, mas um excelente vereador da câmara ou até  candidato a presidente.
Se a agregação de freguesias poderia “ser um perigo” para a freguesia que foi agregada e neste caso Alviobeira, ser governada,  por um executivo maioritariamente de Casais, ou seja da freguesia maior, “este perigo” não se revelou ou sentiu. Todo o território da freguesia, desde Ceras a Calçadas/Carrascal, desde  Algás a Benfica /Ventoso teve obras, muita coisa se fez, mas muita coisa ainda falta fazer, como o saneamento básico que não cobre mais de 70% da freguesia.
Apresentou no seu discurso as obras que fez, virou a artilharia contra Anabela Freitas, que a politica partidária “obriga” a cuspir na mão que nos dá a sopa. João Luís Alves não vai ter dificuldade em ser reeleito, mesmo sem precisar de fazer campanha e,  em duas freguesias que já foram socialistas, certamente a candidata do PS – Ana Paula Silva poderá, caso os votantes saibam votar em consciência vir a ser a sua secretária ou tesoureira, se os votos forem mais repartidos, e aí  João Luís Alves, que não apresentou a equipa nesta recandidatura , (o que vai ser feito  em Alviobeira),  poder ver-se livre de um dos karmas que ainda lhe fazem sombra, mas não o  assustam:  ter que atrelar pessoas que tem que atrelar, mas que não seriam a sua escolha livre e sim imposições partidárias. Quando se é militante, seja de que partido for, as estruturas que vivem das bases, impõem e muitas vezes isso é mau para as populações.
Um executivo deve ser uma equipa e isso nem sempre acontece.! Nestes quatro anos em Casais/Alviobeira via-se no terreno o binómio João Luís Alves/Luis Freire, ou seja os dois presidentes - de junta e assembleia,  lado a lado, que foram eleitos por forças diferentes, mas que vão agora concorrer juntos na mesma lista!
Por isso, há muitos deputados que defendem que este modelo de eleições  autárquicas tem que sofrer alterações profundas. Deixar de ser por lista e passar a uninominal. Aí se veria quem tinha votos.

CHALAÇA

Eventuais congeminações filipinas

Durante a recente sessão de apresentação do programa eleitoral da CDU, o deputado António Filipe (à direita na foto, mas só aí),  foi surpreendido nesta pose:


Supõe-se que poderia muito bem estar a congeminar algo como:

Que quem está cheio de bolor
Sofra tormentos enfim
Mas os tomarenses, que horror!
Porquê semelhante torpor?
Porque vão morrer assim?

CDU SEMPRE CERTINHA

Ainda não votou? Então clique aqui e depois vote.

Há quem diga, com alguma maldade, que em Tomar a CDU é como os relógios Ómega. Sempre certinha, não atrasa nem adianta. Contudo, no mandato que ora termina, respeitar a verdade é ficar-se pelo certinha, pois na verdade a acção do vereador Bruno Graça adiantou bastante, nas áreas que lhe foram confiadas e até nalgumas outras.
Certinha uma vez mais, a formação política que agrupa o PCP e o PEV, foi a primeira em Tomar a apresentar o seu programa eleitoral. Aconteceu no passado sábado, dia 24, no auditório da biblioteca municipal. Perante cerca de meia centena de pessoas, o actual deputado municipal Paulo Macedo começou por apresentar os seus camaradas na mesa: presidente da Junta de freguesia de Paialvo, candidata da CDU à Junta de freguesia de S. João e Santa Maria, candidato à Câmara municipal, deputado António Filipe e represente do PEV.
Falaram todos, pela ordem antes indicada, com relevo para a intervenção de Bruno Graça, o candidato à autarquia, que foi o único a levantar-se para discursar, alegando estar farto de estar sentado. O texto que leu foi depois distribuído aos órgãos de informação presentes.




O ainda vereador da CDU começou por apresentar de forma detalhada tudo aquilo que fez durante o mandato que agora vai terminar. Enumerou depois os problemas que na sua óptica é imperativo ultrapassar, avançando finalmente com os objectivos da CDU.
Em termos eleitorais a formação pela qual concorre Bruno Graça tem como objectivo principal eleger um segundo vereador. A argumentação usada deixa perceber que a CDU acha ter direito a esse segundo membro no executivo, tendo em conta o trabalho desenvolvido no actual mandato, que está à vista de todos.
Em termos mais gerais, a CDU aponta para uma cidade de 50 mil habitantes, com mais empregos, mais juventude e mais condições de vida. Conquanto não indique especificamente qualquer preferência por um sector económico a incrementar, sempre referiu a necessidade de um Plano Estratégico Municipal para o Turismo "que sirva de base à promoção deste sector e sectores afins".
Finalmente, uma formação partidária começa a olhar para a realidade tomarense com olhos de ver. Com posições nem sempre consensuais, é certo. Mas pelo menos fornece ampla base para debate, situação enriquecedora em democracia.
Ia a omitir as intervenções do representante do PEV e do deputado António Filipe. Por uma razão bem simples: Como quase  sempre  sucede nestes eventos, limitaram-se a debitar generalidades, naquele estilo que o povo tão bem qualifica como de "encher chouriços". Na minha opinião, com o devido respeito, caso não tivessem usado da palavra, também não se teria perdido grande coisa. Fica a indicação, para futuras sessões, caso queiram ter a amabilidade de atribuir alguma importância a este escrito sem pretensões.

domingo, 25 de junho de 2017

Ainda bem que a Câmara de Tomar já está melhor de finanças

Ainda não votou? Clique aqui.

Anabela Freitas e Hugo Cristóvão não se cansam de repetir que neste primeiro mandato a grande tarefa consistiu em "pôr as coisas em ordem e "endireitar" a situação financeira" da autarquia. Ainda ontem, em conversa com o segundo, me foi dito algo semelhante. É claro que fiquei mais descansado como contribuinte. Situação financeira problemática é quase sempre igual a mais impostos e taxas locais. E em Tomar já estamos tão castigados...
Infelizmente, durou pouco a minha satisfação na sequência das informações de Hugo Cristóvão. Consultando como habitualmente o ECO online aqui , levei com um balde de água fria, daqueles de grandes dimensões. Afinal, conforme consta do quadro seguinte, o Município de Tomar ocupa um honroso sétimo lugar na tabela dos maiores caloteiros do país. Leva em média 15 meses e meio para pagar aos credores.
A título comparativo, Lisboa paga em dois dias, o Porto em onze e Coimbra em trinta e dois. Há até 80 dos 308 municípios portugueses que pagam aos credores em menos de 30 dias.
Palmas portanto para o brilhante esforço do actual executivo socialista nabantino. Se, mesmo tendo as coisas melhorado bastante, levam em média 466 dias para pagar, nos mandatos anteriores o PSD contraía dívidas a liquidar só pelos sucessores.


Autárquicas 2017

Anabela Freitas apostou e ganhou

Escreveu-se aqui antes que era uma aposta arriscada marcar o comício de apresentação de candidaturas para a Praça da República. Noticia-se agora que Anabela Freitas apostou e ganhou. A vasta Praça da República não estava cheia, nem coisa parecida. Mas o comício esteve composto, com cerca de 300 presenças. Sem contar, bem entendido, com os clientes das esplanadas adjacentes, mas incluindo os IpT que não migraram para o PSD, ou para a CDU.
Foi evidente que o PS recorreu a profissionais para a longa campanha que agora começou. O cartaz grande de Anabela Freitas é muito apelativo e a fotografia mostra um olhar franco e envolvente, numa pose feliz. O que nem sempre é fácil. Que o diga o outro candidato principal.
O mestre de cerimónias e apresentador do comício revelou que sabe do seu ofício, coisa que nem sempre é comum nesta terra nem neste país. Apelou com habilidade para alguma animação com as bandeiras socialistas e lá foi indicando as figuras presentes. Além da prata da casa, um ministro, um deputado e alguns presidentes de câmara de concelhos limítrofes.

                                          Foto Neila Araújo

Faltou (e ainda bem que assim foi), o porco assado no espeto, para decepção de alguns, bem lembrados da recente apresentação da candidatura de Augusto Barros, no mercado municipal. Conquanto não seja proibido nem pecado, a experiência revela não ser nada conveniente misturar política com comezaina e tintol.
Ganha a aposta, está tudo bem no melhor dos mundos? Nem tanto. Continua a faltar um programa robusto, mobilizador, audacioso e adequado à cidade e ao concelho. Um golpe de asa. O voo de águia, nitidamente acima e bem acima dos pardais de telhado. Porque no fim de contas é sempre aí que tudo se decide. Salvo quando nenhum dos principais contendores tem ideias novas para apresentar, contentando-se com lugares comuns, frases feitas e a continuação do que está.
Atente-se -a outro nível, é certo- no acontecido nas recentes presidenciais francesas. Dizia-se que a Europa estava moribunda, que a França é ingovernável, que os funcionários públicos são intocáveis, tal como as leis do trabalho, pois o poder está na rua. Contra tais ideias, Macron foi extremamente corajoso. Proclamou-se a favor do fortalecimento da União Europeia, anunciou a redução de 100 mil funcionários em cinco anos e garantiu que ia simplificar as leis laborais. Ganhou folgadamente e está agora a fazer aquilo que prometeu.
Já os latinos diziam Audaces fortuna juvat. A sorte protege os audazes.

sábado, 24 de junho de 2017

Portugueses, chineses e tomarenses

Onde deve ficar a estátua de D. Gualdim Pais? Já votou aqui do lado direito?

A notícia é de ontem e pode ser lida aqui. Uma grua-torre de grandes dimensões caiu, na Avenida António Augusto de Aguiar, em Lisboa, provocando dois feridos graves. Um dos feridos é um cliente do hotel que foi atingido pela grua. Ignoram-se as causas do acidente, que não é assim muito raro em Portugal.



Queda de grua deixa trânsito cortado há mais de 12 horas no centro de Lisboa

Por razões que devem existir, mas me escapam, decerto porque não integro o honrado universo da construção civil, em Portugal e em Tomar rara é a obra, por muito pequena que seja, onde não haja uma grua-torre. Daquelas tipo quanto maior melhor. É uma situação que me parece estranha, sobretudo após o que tenho visto por esse Mundo fora.
Na China, por exemplo, alguma sinalização horizontal nas estradas é feita com cacos de porcelana embebidos no asfalto, conforme mostra esta foto:


Contudo, apesar de tal actividade manifestamente artesanal e por isso ultrapassada, os mesmos chineses edificam prédios com dezenas de andares, usando apenas andaimes de bambú e plataformas elevatórias:


Porquê então tanta grua-torre em Portugal? Que responda quem souber. Por agora, o que me preocupa é a gigantesca grua-torre, instalada mesmo ao lado dos Paços do Concelho, cuja lança ou braço ultrapassa largamente os limites da obra, invadindo o espaço aéreo de vários prédios, incluindo um do outro lado da Rua Joaquim Jacinto. Isto só para reconstruir um imóvel com apenas dois pisos acima da cota de soleira. Se calha a ser um arranha-céus, imagina-se o aparato do material necessário:




O meu ponto é este. Dos construtores civis não espero grandes rasgos, sabido como é que se trata de honrados cidadãos, porém em geral com cultura apenas mediana. Mas os senhores técnicos municipais, que têm formação superior, cultura e muita competência, porque autorizaram semelhante barbaridade? Com que fundamentação técnica? Oxalá que não; mas se um dia destes a grua cai, causando feridos e outros prejuízos, de quem será a culpa? Minha, por ter falado no assunto?
Deixem-se portanto de atitudes mais próprias de labregos e procedam de forma a que a grua seja retirada quanto antes. Por ser manifestamente apenas para impressionar o dono da obra. Um modesto guincho de tripé faz o mesmo trabalho. Mas é muito menos espalhafatoso, espectacular, como se diz agora. Lá isso é verdade!

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Onde deve ficar a estátua de D. Gualdim Pais?

Nos anos 60 do século passado, a Câmara resolveu que a estátua do fundador da cidade, nessa altura como agora situada no meio da Praça da República, de costas voltadas para os Paços do Concelho, devia ser mudada para o terreiro frente ao Castelo dos Templários. Com o fundamento de que aquele mestre templário fundou o castelo e não a vila de baixo. Na sequência dessa deliberação, aquando da construção do parque de estacionamento na então Cerrada dos Cães, agora Terreiro D. Gualdim Pais, foi deixado um espaço para o monumento ao fundador (ver fotos). Situação que se mantém após as desastradas obras paivinas, que dizimaram as pinheiras então existentes e parte do alambor templário.



Se um dia o nosso Gualdim vier ocupar o seu lugar aqui, a olhar para o seu castelo, até pode acontecer que a autarquia comece finalmente a cuidar do jardim, uma vez que além dos impostos também cobra o estacionamento.

Por diversas razões, entre as quais a oposição de alguns dos descendentes daqueles tomarenses que fizeram donativos para o referido monumento, erguido por subscrição pública, D. Gualdim continua no meio da Praça. Com a  vantagem brincalhona do seu perfil, mas também e sobretudo com o inconveniente de dificultar qualquer espectáculo de envergadura na principal praça da urbe. Mesmo durante o levantar dos tabuleiros estorva nitidamente, ao cortar muitas perspectivas a quantos não podem aceder à janelas dos Paços do Concelho, nem à tribuna dos ilustres convidados.
Tendo em conta o que antecede, nomeadamente o caso da estátua de Rodrigues Lobo em Leiria (ver fotos), qual a sua opinião? Deixar estar como está? Mudar? Para onde?
Vote na sondagem aqui ao lado.



Imagem relacionada

Muito preocupante

A notícia a seguir traduzida refere-se à guerra no Iraque, lá longe portanto. Mas leia-a com atenção. Parece-me muito preocupante para os tomarenses que querem o seu património edificado devidamente protegido. porque é de todos.

"A grande mesquita AL-Nouri, em Mossul, Iraque, foi destruída pelos terroristas do Estado islâmico

Foi nessa mesquita que o chefe da organização jiadista, Abou Bakr Al-Baghdadi, proclamou em Julho de 2014 o "califado" em todas as zonas controladas pelos seus combatentes no Iraque e na Síria.

É mais um símbolo que acaba em pó. A grande mesquita Al-Nouri e o seu minarete inclinado foram destruídos ontem, 21 de Junho. Segundo informações do exército iraquiano aquele conjunto foi destruído com explosivos pelos jiadistas da organização terrorista Estado islâmico. "As nossas forças avançavam...na cidade antiga. Quando chegaram a 50 metros da mesquita Al-Nouri, o DAECH, organização Estado islâmico, cometeu mais um crime histórico, explodindo a mesquita e Al-Hadba, o seu minarete inclinado", declarou o general Abdulamir Yarallah num comunicado.
A mesquita agora destruída devia o seu nome a Nouredine Al-Zinki, o unificador da Síria, que reinou igualmente durante algum tempo sobre a região de Mossul, onde ordenou a construção da mesquita em 1172.
Trata-se de um predecessor de Saladino e um herói da resistência contra as Cruzadas, à qual associou pela primeira vez a noção de jiade ou guerra santa, uma retórica que é muito usada pelos jiadistas do Estado islâmico, que apodam com frequência todos os ocidentais de "cruzados". ... ...

Le Monde.fr com AFP, AP e Reuters, 21/06/2017, 22H16

Porquê tanta preocupação, perguntará você. Porque a Charola templária, a velha igreja património mundial, com mais de 800 anos, lá em cima no castelo, é um monumento dos cruzados. O próprio Gualdim Pais, seu fundador, foi cruzado e combateu na Palestina, segundo reza uma lápide colocada por cima da porta da capela de S. Jorge.
Porque nem a Charola nem o Convento dispõem de qualquer protecção ou sistema de detecção de explosivos.
Porque, pela sua maneira de pensar e de agir, os terroristas jiadistas vivem ainda em plena idade média.
Já percebeu agora? Então mexa-se. Faça alguma coisa. Pelo menos proteste, reclame, refile. Seja cidadão.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Sondagem sobre mural "Velhos do Restelo"

Larga maioria favorável ao desaparecimento do grafito

Terminou a sondagem àcerca do mural "Velhos do Restelo", que recolheu 73 opiniões. Dessas, 46 = 63% pronunciaram-se a favor da remoção do grafito. Outras 12 = 16% preferiram a substituição do mesmo. Somando os dois grupos, obtém-se um total de 58 votos = 79% que não concordam com aquela pintura mural naquele sítio. Apenas 15 votantes =  20% se inclinou para a manutenção ou para a indiferença face ao referido quadro.
É claro que não se trata de uma sondagem representativa da opinião pública tomarense. Se calhar nem sequer dos leitores de Tomar a dianteira 3. Mas é, sem contestação possível, a opinião mais fundamentada disponível nesta altura. Usando outras palavras: Sabemos neste caso quantos por cento pensam o quê. Os outros nem sequer isso sabem. Apenas podem avançar com a sua própria opinião. E uma opinião contra 58 não terá decerto grande peso.
Resta portanto aos senhores autarcas mandar apagar aquilo logo que possível. Sob pena de os tomarenses começarem a pensar que os eleitos locais afinal se estão marimbando para a população. O que em ano eleitoral pode vir a revelar-se gravíssimo. Porque é a população que vota ou não vota...

AUTÁRQUICAS 2017

Ainda não votou, aqui ao lado? Então despache-se que acaba esta tarde.

Mau começo de pré-campanha

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Foto António Freitas
Mau começo de pré-campanha para as duas principais candidaturas. Após ter adoptado aquele lema "Acreditar em Tomar", que vale o que vale, Luís Boavida não foi feliz na escolha do fotógrafo. Ou não tem jeito mesmo nenhum para posar, o que não deve ser o caso, uma vez que faz teatro. Certo, mesmo certo é que a foto de pré-campanha está uma lástima. Ficou com um ar de arrependido por ter bebido uns copos a mais. É o que mostra aquele olhar turvo, na minha opinião. (Sem qualquer intuito de ofender ou tentar achincalhar. Apenas procurando com toda a franqueza ajudar a remediar.)
Igualmente com pouca sorte, Anabela Freitas acaba de endereçar aos tomarenses um desdobrável de propaganda mal paginado. A segunda página afinal é a última, que para maior desastre está de patas para o ar. (ver ilustração). Isto quanto à forma. Quanto ao fundo, trata-se de uma resenha do trabalho realizado, que se enquadra todo ele no mero "despacho de assuntos correntes". A linguagem é escorreita, porém sem rasgo nem traços de originalidade, assim estilo a despachar o assunto.


Notei um pequeno parágrafo corajoso, sincero e frontal, que me agradou: "Cometi erros, naturalmente. Um ou dois que bem conhecem e que assumi e resolvi. Só quem não faz não erra, e quem não erra não aprende. Mas com alguns erros cometidos e ultrapassados, estamos hoje num trilho seguro nos vários domínios em que nos empenhamos. Queremos fazer muito mais."
Reparei também numa mal dissimulada "bicada" no seu principal adversário, que lhe pode vir a custar alguns votos: "Tomámos decisões difíceis, começando logo no arrumar da casa, para descontentamento de alguns que perderam privilégios."
Terminada e meditada a leitura do documento, fica a ideia de mediania, de algo sem golpe de asa, próprio de aves que não são, nem ambicionam vir a ser de altos voos. O que é pena, até porque Tomar a dianteira 3 sabe ter Anabela Freitas em seu poder alguns elementos que podem permitir elaborar um programa ambicioso, robusto e adequado para o concelho, assente designadamente na área do turismo cultural e seus contributos para a economia local.. Oxalá os queira e saiba usar, pois com as ideias avançadas até agora, nomeadamente nesta mensagem postal, não parece que possa vencer.
Em França, Macron acaba de ganhar largamente, com a sua formação de apenas 16 meses "A República em movimento", destroçando os socialistas até agora maioritários. Aqui em Tomar, o PS está instalado e parado. Como estava o PS em França.

Se ainda há alguma dúvida

A sondagem sobre o mural "Os velhos do Restelo", aqui ao lado, termina esta tarde. Já votou?

Eleições autárquicas de 2013
Percentagem de votos brancos e nulos no Concelho de Tomar

Freguesias                                            Câmara                   Assembleia de Freguesia

Além da Ribeira/Pedreira (PSD)           9,02%                             4,84%
Asseiceira  (PSD)                                 7,55%                             6,88%
Carregueiros (PSD)                              6,58%                             5,78%
Casais/Alviobeira (PSD)                     10,94%                           10,88%
Madalena/Beselga (PS)                       10,15%                             8,60%
Olalhas  (PSD                                     10,46%                            11,02%
Paialvo  (CDU)                                      7,78%                              5,48%  
Sabacheira  (PS)                                   6,29%                              4,75%
Serra/Junceira   (I)                                9,63%                              5,66%
S. João/Santa Maria (PS)                      9,19%                               9,80%
S. Pedro   (PSD)                                   6,98%                               5,56%

Fonte: MAI, Resultados oficiais das autárquicas de 2013

Se ainda há alguma dúvida na sequência da análise anterior, o quadro supra permite dissipá-la. Nele podemos constatar a diferença entre a percentagem de votos brancos e nulos para a eleição da Câmara e para a da Assembleia de Freguesia. Partindo do princípio antes explicitado, segundo o qual mais informação = menos votos brancos e nulos, acrescenta-se agora que regra geral cada eleitor, como é lógico, sobretudo na área rural, sabe mais da sua freguesia que do concelho ao qual pertence.
Os dados oficiais confirmam que assim acontece. Nas últimas autárquicas, apenas em duas freguesias a percentagem de brancos e nulos foi ligeiramente superior para as respectivas assembleias. Trata-se de Casais/Alviobeira e de S. João/Santa Maria, que é sobretudo urbana. Em todas as outras, os eleitores meteram mais votos brancos e nulos nas urnas para a Câmara, naturalmente por estarem mais bem informados sobre os candidatos da sua freguesia.
Convirá acrescentar que, somando separadamente os votos brancos e nulos nas freguesias PSD e PS, atribuindo depois a cada partido metade desses votos na freguesia urbana, dado o quase empate, e nas outras duas, uma independente, outra da CDU, obtêm-se 942 brancos e nulos para o PSD e 833 para o PS. Uma diferença de 109, num total de 1.775 votos brancos e nulos, o que corresponde a mais 6,12% de brancos e nulos nos eleitores PSD.
Ninharias, dirão os usuais especialistas de café, neste caso cheios de razão. Trata-se efectivamente de ninharias eleitorais. Que todavia se tornam importantes, e se calhar até fundamentais, quando se tem presente que o PS ganhou por uma diferença de apenas 281 votos = a 1,41%. Se os quase dois mil votos brancos e nulos tivessem sido desigualmente repartidos entre as duas formações, qual seria o resultado final?

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Informação, votos brancos e votos nulos

                     Já votou aqui ao lado? Olhe que o prazo termina dentro de algumas horas...                                                     


 VOTOS BRANCOS E NULOS

Freguesias                                            2013                      2016

Além da Ribeira/Pedreira.................... 9.02%....................3,64%
Asseiceira..........................................7,55%....................2,28%
Carregueiros.......................................6,58%....................2,64%
Casais/Alviobeira..............................10,94%...................3,64%
Madalena/Beselga.............................10,15%...................2,25%
Olalhas.............................................10,46%...................2,46%
Paialvo...............................................7,78%....................1,80%
Sabacheira.........................................6,29%....................1,24%
Serra/Junceira....................................9,63%....................3,11%
S. João/Santa Maria...........................9,19%....................2,67%
S. Pedro............................................6,98%....................3,23%

A peça anterior, de ontem, noticiou o muito elevado incremento dos votos brancos e nulos nas recentes legislativas francesas, fazendo-se depois a ligação com aquilo que poderá vir a ocorrer em Tomar. É óbvio que os eleitores que optam pelo voto branco ou nulo o fazem ou por vingança (o que será relativamente raro), ou quase sempre por nítida falta de informação. Pretendem votar, porém não sabem em que candidato, na ausência de elementos de apreciação. Pode-se portanto afirmar que a percentagem de votos brancos e nulos aumenta em sentido inverso à informação dos eleitores. Quanto mais informação adequada ao eleitorado, menos votos brancos e nulos.
Uma vez que grande parte dos candidatos tem dificuldades, tanto na comunicação escrita como na oral e no concomitante suporte técnico, não espanta que procurem sacudir a água do capote respectivo, negando tanto quanto possível a óbvia relação falta de informação = voto branco ou nulo. Se o não fizessem, estariam obrigados a produzir informação bastante para suprir o actual vazio, por demais evidente. Assim, negando ou fingindo ignorar, pode ser que não venha a ser preciso.
O quadro supra, elaborado a partir do dados oficiais do MAI e da CNE, não permite dúvidas. Entre as autárquicas de 2013 e as presidenciais de 2016, no concelho de Tomar a percentagem de votos brancos e nulos veio por aí abaixo. Das três freguesias que em 2013 registaram mais de 10% de brancos e nulos,  só Casais/Alviobeira ultrapassou em 2016 os 3,5%, sendo acompanhada por Além da Ribeira/Pedreira, que em 2013 chegou aos 9,02%.  A grande maioria teve taxas inferiores a 3%.
Em conclusão, o citado quadro mostra claramente que os candidatos são os grandes responsáveis pelo aumento da taxa de votos brancos e nulos, ao não fornecerem aos eleitores informação fidedigna, atempada e completa, lacuna suprida nas presidenciais pelos tempos de antena na TV. Assim sendo, se  nas próximas autárquicas o desastre se repetir, e os candidatos vierem a verificar que foram afinal os grandes prejudicados, só terão de se queixar de si próprios.

terça-feira, 20 de junho de 2017

O perigo da abstenção bruta

Antes de mais, uma pergunta: Já votou aqui ao lado, na questão do grafito dos Velhos do Restelo? Olhe que está quase a terminar o prazo... (Para votar a partir de um telemóvel é necessário ir antes até ao final da página e clicar em "aceder à versão web", para visualizar a aplicação.)
Segue-se um esclarecimento sobre o título desta peça. Abstenção bruta = abstenção + votos brancos + votos nulos.
E agora uma justificação para a tradução seguinte. Houve um tempo em que a modernidade chegava a Lisboa pelo Sud Express, segundo escreveu Eça de Queirós. Isso já lá vai, mas no campo da política Paris ainda mostra o caminho, sobretudo à Europa do sul. Convém por isso meditar sobre alguns aspectos da segunda volta das legislativas.

"Quatro vezes mais votos brancos e nulos"
Mesmo com uma taxa de abstenção record de 56%, dos 20 milhões que foram às urnas no passado domingo, 10% votaram branco ou nulo" [Ou seja: dos 47 milhões de inscritos, só 18 milhões votaram em candidatos. Os restantes 29 milhões constituem a abstenção bruta.]


Fonte. Ministère de l'Intérieur

Quanto mais escuro, maior percentagem de votos brancos e nulos. Aveyron fica cá em baixo,  na segunda fila de  manchas pretas a partir da fronteira espanhola.

"Representando apenas 2% na primeira volta, os votos brancos e nulos explodiram na segunda volta, representando 9,87%. Não incluídos nos votos expressos, passaram de 513 mil para perto de 2 milhões (1 milhão 990 mil) da primeira para a segunda volta, apesar da abstenção de mais de 3 milhões de eleitores em relação à primeira volta.
O record absoluto de votos brancos e nulos foi estabelecido na 2ªcircunscrição do Aveyron, (ver mapa) com 32,45% entre os 23 mil votantes. Na primeira volta os brancos e nulos tinham ficado pelos 2,3%.
Tratou-se de um caso raro, porque o candidato que ficou em segundo lugar anunciou a sua desistência antes da segunda volta. Contudo, no conjunto do território nacional, mesmo na metrópole, ao contrário do sucedido na primeira volta, há muitas secções de voto largamente acima dos 10% de brancos e nulos

Pierre Breteau, Le Monde online, 19/06/2017

Nas autárquicas de 2013, conforme não é geralmente conhecido, em Tomar os votos brancos e nulos chegaram aos 8,92%, mas ultrapassaram os 10% em Casais/Alviobeira - PSD (10,91%), Olalhas - PSD (10,46%) e Madalena/Beselga - PS (10,15%).
Pior só mesmo no concelho de Ourém, com Fátima - PSD  a registar 11,37% de brancos e nulos. Um novo milagre de Fátima? Nem por isso. Coimbrão - PS , no concelho de Leiria chegou aos 16.45%, logo seguido por  Marrazes/Barosa - PS com 15,39 e Monte Real - PS, com 15,38%. A própria área urbana leiriense -PS- alcançou 14, 37% de brancos e nulos. O que dá uma impressionante taxa de abstenção bruta de 67,5%. Em cada 100 eleitores inscritos, apenas 32 escolheram um candidato!
Perante tais resultados, que ferem gravemente a legitimidade dos eleitos, os seis candidatos já conhecidos em Tomar que continuem, como até agora, sem se preocupar com explicações detalhadas ou programas, e depois queixem-se. Cá conto estar para lembrar -Bem vos avisei em tempo oportuno!

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Mais vale tarde que nunca


É uma das matérias constantes da OT da reunião do executivo de hoje e provocou o meu pasmo. Ou se trata mesmo da barraquinha do Mouchão, que para ali está há anos sem qualquer préstimo, ou há um equívoco com o quiosque também devoluto situado ao fundo do jardim da Várzea pequena. Se é mesmo a tal barraquinha, não posso deixar de perguntar porquê todos estes anos, antes de abrir a hasta pública, embora reconhecendo que mais vale tarde que nunca.
Parece-me no entanto muito duvidoso que apareça algum interessado num espaço tão pequeno e sem condições,  numa zona ajardinada em geral tão pouco frequentada. 
É só aguardar para confirmar.

O candidato genuíno

Últimas semanas de Junho, exames nacionais, incêndios, tragédia de Pedrógão. É verão e já cheira a férias. Tempo para fazer o ponto da situação no que concerne às próximas autárquicas em Tomar. Porque daqui até Setembro poucos vão ligar a  tal tema.
Há seis candidaturas até agora. E nenhum programa. Tudo ao molho e fé em Deus, como dantes no futebol. Apenas dois lemas de campanha já conhecidos. Acreditar em Tomar, proclama o candidato PSD. Tomar no rumo certo, responde-lhe a candidata PS. Com a particularidade de usar um lema laranja:



Sabidos como julgam que são, os eleitores tomarenses já perceberam o básico. Há dois candidatos potenciais vencedores, porque encabeçam as listas usualmente maioritárias. Os outros quatro não passam de animadores de pista, em linguagem de circo. De vedetas americanas, em termos de espectáculo.
Bruno Graça tem obra, tanto antes como durante o mandato. Contudo, se a CDU conseguir manter o seu vereador, o que não vai ser fácil, dificilmente voltará a brilhar, seja qual for o vencedor. Caso seja o PS, não vai precisar dele, graças ao reforço prévio dos IpT, que terá resultado. Caso seja o PSD, é bem conhecida a sua alergia a coligações com a extrema esquerda, de resto correspondida pela CDU.
Das bandas do CDS, seria uma enorme surpresa caso conseguissem, ao fim de tantos anos, eleger sequer um vereador, quanto mais agora ganhar. Pode portanto o seu cabeça de lista asseverar que concorre para ganhar, e até estar convencido disso. As coisas são o que são.
Tem sido até agora um dos mistérios locais. Como é que numa terra com tantos contestatários jovens, ou que como tal se consideram, o Bloco de esquerda nunca conseguiu um resultado apresentável? Desta vez vai Luís Santos, ao que tudo indica mais para ornamentar, apesar de já ter avançado algumas ideias muito aproveitáveis.

 Foto Rádio Hertz (modificada)

Dos candidatos já conhecidos, Américo Costa é o único que não depende do Estado. Não ocupa nenhum lugar na função pública, nem é aposentado. Difere portanto de todos os outros. Vê a situação de fora para dentro, ao contrário dos seus adversários. Além disso, Costa é também o único candidato genuíno. Concorre por convicção, por paixão. Nunca esteve nem está num partido, o que não impede um longa actividade cívica. Tem no activo dezenas e dezenas de intervenções políticas como mero cidadão contestário. Entre elas a oposição à nova ponte da Levada, que o levou a impedir o vazamento de betão (ver foto). É também presença assídua nas reuniões do executivo camarário, onde exerce o seu direito de cidadania com toda a dignidade. 
Não acalenta ilusões. Já declarou que os seus objectivos são eleger um vereador e dois deputados municipais, para juntos defenderem o Nabão, o ambiente e os mais desfavorecidos. Nestas condições, é pouco provável mas o candidato do PTP pode muito bem vir a lograr uma surpresa, pois os eleitores que não são nem nunca foram funcionários, sobretudo os jovens, são bem capazes de acreditar nele. E se assim suceder, muita coisa vai mudar por aqui. Finalmente.

Já votou a favor ou contra o grafito Velhos do Restelo? É no ângulo superior direito.
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domingo, 18 de junho de 2017

2ª Volta das eleições legislativas em França

Às 21H30, (hora francesa) de 18/06/2017, a previsão dos resultados era esta:

Estimations Ipsos-Sopra Steria des résultats projetés pour les élections législatives

REM + MODEM  (Macron)....................361
LR + UDI (direita).................................126
PS + RG+EELV (esquerda).....................46
LFI + PCF (extrema esquerda)................26
FN (extrema direita).................................8
Autros...................................................10

A Assembleia nacional francesa é composta por 577 deputados.

Por falar em resultados eleitorais: Já votou sobre o que fazer ao mural Velhos do Restelo, aqui ao lado? Não? Está à espera de quê?
Se está a usar um telemóvel, por favor vá até ao final da página e clique em "aceder à versão web", para poder visualizar a aplicação. Depois é só votar.

Uma caranguejola contra a corrente no meio de espesso nevoeiro

Já tínhamos, na área política, o exemplo da geringonça, cheia de saúde e vigor, numa Europa cuja esquerda tradicional tende a desaparecer. A excepção é a Grécia de Tsipras, exemplo de que mesmo moderna, a esquerda não entusiasma ninguém. Há também, na área económica, os exemplos de Leiria e Ourém, onde a população cresce a olhos vistos, enquanto a tomarense encolhe de ano para ano.
Temos agora o caso dos independentes do IpT. Ao mesmo tempo que por esse país fora surgem cada vez mais grupos sem filiação partidária (ver mais abaixo notícia do Expresso), em Tomar Pedro Marques e a sua tropa restante decidiram juntar-se ao PS. Estão no seu direito, bem entendido. E essa decisão não lhes retira nem aumenta a dignidade. São e continuarão a ser cidadãos como quaisquer outros.


EXPRESSO, 1º caderno, 17/06/2017, página 17

O problema é que essa decisão contra a corrente, uma vez que os IpT praticamente se rendem ao inimigo, quando pelo país fora cada vez mais candidatos independentes avançam de espada desembainhada à conquista do poder, torna a política tomarense ainda mais opaca, mais ensarilhada, e por isso pouco ou nada apetecível para grande parte do eleitorado. O que pode provocar uma abstenção superior à de 2013, já de si enorme, bem como resultados inesperados, assim reduzindo drasticamente a legitimidade dos candidatos eleitos.
Não é só nem tanto o facto insólito, porque único em todo o país, de um grupo de independentes se associar antes das eleições a um dos dois partidos tradicionais com maior implantação. Avulta também e sobretudo o espesso nevoeiro desse acordo. Quais são os seus precisos termos? Para que foi celebrado? Qual o destino político do líder independente? Quantos IpT vão integrar as listas? Que listas?
Poderão os ipetistas alegar que o grupo independente continua a existir e terão razão. Continua a existir de facto, mas apenas de corpo presente. Se, mesmo na qualidade de eleitos em listas autónomas, nunca se percebeu o que pretendiam em síntese os vereadores e deputados municipais IpT, imagine-se agora, que vão integrar listas socialistas ainda sem programa. No meu entender, estamos portanto perante o lento funeral camuflado de um cadáver adiado. 
Infelizmente para eles e para o concelho, a actuação dos IpT nunca foi muito transparente, em termos de objectivos ou sequer de orientação política, durante os seus 12 anos de existência, tornando-se agora ainda mais incompreensível em virtude desta inesperada e estranha aliança com o PS. Sendo certo que os eleitores nunca votam naquilo que não entendem minimamente, é claro que só após a próxima consulta eleitoral saberemos se a junção PS/IpT atraiu ou afastou votantes de ambas as formações. Nesta altura, como é lógico e resulta do simples cálculo de probabilidades, a melhor hipótese é 50/50. A seu tempo se avaliarão os desvios à norma. As perspectivas não são famosas. Os vira-casacas sempre foram mal vistos por estes lados.
Em qualquer caso, pode dizer-se desde já que, a exemplo da geringonça em Lisboa, o PS (leia-se Anabela Freitas) logrou arranjar uma caranguejola em Tomar. E digo caranguejola por estar convencido que a dita é bem capaz de andar, mas só às arrecuas. Como os caranguejos.

Adenda, às 14H10 de 19/06/2017
Segundo informação documentada do prezado amigo João Henriques Simões, há no país outras junções de movimentos independentes com partidos tradicionais.


xoxoxoxoxoxoxo

Qual a sua opinião sobre o mural Velhos do Restelo? Já votou?
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sábado, 17 de junho de 2017

ABSTENÇÃO

Há vários dias congeminando a propósito das elevadas taxas de abstenção em Tomar nas últimas autárquicas, e em França no passado domingo, só agora me dei conta que também me abstive de participar numa tertúlia sobre turismo, que teve lugar ontem à noite. Foi uma abstenção por ignorância, pois só há dez minutos tomei conhecimento da sua realização no Tomar na rede. Onde também li o convite para participar na apresentação dos candidatos do PS, no próximo dia 23, às 21 horas, na Praça da República.
Quero ver se não falto. Marcar um acto assim para a praça principal da urbe, ou é um acto de muita confiança e coragem, ou puramente insensato. Porque, parecendo que não, a praça é imensa. Leva muita gente. E só meia dúzia de gatos num recinto assim (se for o caso) não são de molde a mobilizar grande gente para futuras iniciativas, como por exemplo ir votar. Arriscado portanto.
Por falar em votar, as decisões dos eleitores são praticamente insondáveis. Até agora, a peça Só 75 votantes?! Bem bom!!!, onde se convida a votar na nova sondagem sobre o grafito Velhos do Restelo, conta com 63 visualizações. Mas só 37 já votaram. Porquê? Mistério.
Regressando às abstenções de 2013 e de domingo passado em França, aquela continua sem explicação. Como quase tudo o que acontece em Tomar, onde não é costume estudar o que vai acontecendo. Se calhar por se estar convencido de que a culpa não é nossa. 
Já em França, as coisas são algo diferentes. Em relação às legislativas de domingo passado, Cécile Braconnier, directora do Instituto de Ciências Políticas de Paris (Sciences Po) e co-autora do livro A democracia da abstenção, procurou explicar o sucedido: "Estas eleições realizaram-se num período marcado por um grande desencanto político e suspeitas generalizadas a respeito dos candidatos. Quando não são compensados por fortes incitamentos ao voto, estes sentimentos afastam os cidadãos das urnas. Aconteceu que a campanha eleitoral foi de fraca intensidade, praticamente inaudível  para os eleitores mais afastados da política, que só descobriram os candidatos poucos dias antes do escrutínio, quando receberam as informações obrigatórias, enviadas pelo governo... ... ...Era uma oferta política muito complicada, com uma descodificação difícil. Havia uma média de 14 candidatos para cada lugar, sendo que muitos deles tudo fizeram para ocultar a sua pertença partidária, devido por exemplo aos maus resultados anteriores. E quando os eleitores não percebem..."
(Cécile Braconnier, La démobilisation postprésdientielle est beaucoup plus forte chez les jeunes, Le Monde online, 13/06/2017)

Fica a informação para os responsáveis políticos locais. Servirá para alguma coisa?

A propósito de informação: Já votou sobre os Velhos do Restelo? Está no ângulo superior direito desta página.

ADENDA às 17H15 de 17/06/17
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