João Luís Alves, do PSD, o 1º presidente da união de freguesias de Casais/Alviobeira, apresentou a sua recandidatura no salão da Associação de Casais.
António Freitas
Perante uma sala com cerca de 90 pessoas, em que estavam o mandatário da candidatura do PSD concelhio, o Prof. Pires da Silva, o candidato à câmara municipal de Tomar Luís Boavida, o presidente da mesa da assembleia de militantes do PSD, bem como membros da comissão politica concelhia do PSD e JSD, e pelo menos três candidatos à liderança de Juntas de freguesia, sendo dois presidentes eleitos.
A apresentação da recandidatura coube às manas Carla Silva e Cristina Silva, durou cerca de duas horas e incluiu momentos musicais de fado, interpretados pela fadista Ana Fernandes, de Areias/Ferreira Zêzere (professora muito estimada nesta área da freguesia, nas aulas de ginástica e inglês para os nossos jovens), cujas letras não podiam ser conotadas com o momento em que os amigos de João Luís Alves aqui se deslocaram, “ tudo isto é triste tudo isto é fado”.
Não é letra que se aplique ao mandato de uma pessoa criada nesta área da freguesia, no lugar das Olas, que transporta no seu ADN a tenacidade e maneira de ser e estar da família Alves da Sertã e que começou na politica autárquica, não pelo telhado, mas palmilhando os lugares de eleito na Assembleia de freguesia, depois três mandatos (2001-2013) como tesoureiro e secretário de Casais e que viu a oportunidade de vir a ser presidente de junta e mostrar o que valia, quando a lei de limitação de mandatos impediu Jaime Lopes de ser cabeça de lista do PSD e, como fiel militante do PSD, encabeçou a lista e, mesmo não conseguindo fazer a lista em 2013 como queria, escolhendo as pessoas para junto de si nos lugares elegíveis, teve a grande ajuda na composição de um executivo, não certamente o que mais desejaria, mas uma boa Assembleia de freguesia presidida por quem muito o ajudou nestes quatro anos – Luis Freire, da Torre, eleito pelos Independentes, e antes, na votação da composição do executivo e da assembleia, do seu compadre Carlos da Sarol, agora candidato dos socialistas nas eleições de 1 de Outubro de 2017 e que desempenhou o cargo de tesoureiro da junta de Casais e se sentiu traído. Viu que a politica, mesmo autárquica e a nível de freguesia, por vezes é um jogo de interesses em que a freguesia fica em segundo plano.
Começou como membro da Assembleia
Um presidente de junta que veio de baixo, desempenhou além das funções de autarca cargos a nível das comissões da igreja, comissões de festa, foi desportista profissional e, profissionalmente, funções de gestor de meios humanos de uma empresa de transporte de passageiros e turismo - a Turexpresso, tinha todas as vantagens e mais uma para fazer um bom mandato, como fez, em que a tónica de fazer “ o que não estava feito e era necessário e urgente” e foi feito, em que criou um quadro de pessoal motor das obras, se apetrechou de maquinaria (para além da herdada), cortando radicalmente com a “politica do almoço para conseguir máquinas e meios da câmara” e que durante quatro anos mostrou muita obra feita e, de igual modo, graças ao bom entendimento e parceria com a câmara e com a presidente (se bem que agora quando a campanha aquece as “bicadas” sejam a tónica) e se aponte o dar com uma mão e tirar com a outra, quando sabemos que sem parcerias e ajudas da câmara nenhuma junta brilha, já que as verbas por via do FEF pouco mais dão que a gestão corrente!
Nenhum executivo camarário é obrigado a dar verbas extraordinárias e a agregação de freguesias traduziu-se em menos dinheiros para as freguesia agregadas. Porém, um euro dado a uma junta traduz-se em resultados imediatos em proveito das pessoas no valor de 4 euros e isso está provado. Uma boa junta consegue muita mais proveitos que uma câmara. Por isso invista-se nas juntas.
Registe-se que Casais e Alviobeira agregadas recebem menos verbas do que quando eram freguesias autónomas poupa somente em ter um executivo único. O mesmo se passa em todas as freguesias que foram agregadas pela Lei Relvas.
Sem parcerias fortes entre a câmara e delegação de competências não se consegue mostrar obras o que, aliado a uma gestão rigorosa, com meios humanos excelentes como esta Junta têm e uma dedicação quase 24 horas de um presidente, que agora reformado se dedica e vive esta terra, com amor , paixão, sabe o terreno que pisa, cativa simpatias à esquerda e direita e daria não um bom presidente de junta que provou ser, mas um excelente vereador da câmara ou até candidato a presidente.
Se a agregação de freguesias poderia “ser um perigo” para a freguesia que foi agregada e neste caso Alviobeira, ser governada, por um executivo maioritariamente de Casais, ou seja da freguesia maior, “este perigo” não se revelou ou sentiu. Todo o território da freguesia, desde Ceras a Calçadas/Carrascal, desde Algás a Benfica /Ventoso teve obras, muita coisa se fez, mas muita coisa ainda falta fazer, como o saneamento básico que não cobre mais de 70% da freguesia.
Apresentou no seu discurso as obras que fez, virou a artilharia contra Anabela Freitas, que a politica partidária “obriga” a cuspir na mão que nos dá a sopa. João Luís Alves não vai ter dificuldade em ser reeleito, mesmo sem precisar de fazer campanha e, em duas freguesias que já foram socialistas, certamente a candidata do PS – Ana Paula Silva poderá, caso os votantes saibam votar em consciência vir a ser a sua secretária ou tesoureira, se os votos forem mais repartidos, e aí João Luís Alves, que não apresentou a equipa nesta recandidatura , (o que vai ser feito em Alviobeira), poder ver-se livre de um dos karmas que ainda lhe fazem sombra, mas não o assustam: ter que atrelar pessoas que tem que atrelar, mas que não seriam a sua escolha livre e sim imposições partidárias. Quando se é militante, seja de que partido for, as estruturas que vivem das bases, impõem e muitas vezes isso é mau para as populações.
Um executivo deve ser uma equipa e isso nem sempre acontece.! Nestes quatro anos em Casais/Alviobeira via-se no terreno o binómio João Luís Alves/Luis Freire, ou seja os dois presidentes - de junta e assembleia, lado a lado, que foram eleitos por forças diferentes, mas que vão agora concorrer juntos na mesma lista!
Por isso, há muitos deputados que defendem que este modelo de eleições autárquicas tem que sofrer alterações profundas. Deixar de ser por lista e passar a uninominal. Aí se veria quem tinha votos.