Já votou aqui ao lado?
Incluindo os críticos
Alguns dos que leram a notícia comentada sobre a apresentação da candidatura de Anabela Freitas, terão pensado que Tomar a dianteira 3 se ficou pela mera descrição da primeira parte do evento. Têm razão. Foi mesmo esse o caso. O comentário ficou deliberadamente para depois. Para agora. Porque não se pertence impunemente a uma agremiação durante anos e anos. É portanto necessário deixar assentar a espuma dos dias.
Na sua intervenção, Anabela Freitas enumerou, mais uma vez, muito do negativo que encontrou ao chegar à câmara. Mas acrescentou agora uma outra vertente. Segundo afirmou, a nível nacional e internacional, o Município de Tomar ou não estava lá, ou estava mas "fazia figura de corpo presente." Uma lástima. E a candidata concluiu que o orgulhosamente sós não nos leva a lado algum. Prometeu portanto a integração municipal em redes de trabalho nacionais e internacionais, que possam potenciar o indispensável desenvolvimento económico local, sobretudo como centro exportador de serviços.
Elencou depois mais três grandes áreas de trabalho: A - Promoção da coesão social, B - Sustentabilidade ambiental, C - Educação, Cultura e Desporto. É suposto tratar-se em princípio de grandes linhas para um programa a apresentar aos eleitores, não se sabe ainda quando nem onde
Anabela Freitas durante a sua intervenção. (fotograma HertzTV)
Um ponto merece reparo especial na intervenção da candidata PS. Disse textualmente, falando da péssima situação que encontrou à sua chegada aos Paços do Concelho: "Resolvemos a situação interna." Terão resolvido mesmo? A pergunta impõe-se, porquanto a CDU, que não costuma andar a dormir em serviço e está coligada com o PS, indica no seu programa a necessidade de "Qualificação dos serviços públicos prestados aos cidadãos do concelho... a nível dos especificamente decorrentes das competências do Poder local..." (página 5) e da "Reorganização e modernização dos serviços do município". (página 7).
Em relação à reorganização, a CDU é até bem mais explícita: "A estrutura orgânica do Município precisa de ser ajustada ao modelo de desenvolvimento para o concelho e de responder às necessidades operacionais da actividade do Município."
Em que ficamos afinal? Quem tem razão? Anabela Freitas, quando afirma que a situação interna do Município está resolvida? Ou a CDU, ao sustentar pelo contrário, que está quase tudo por fazer nessa área? Ou será até um daqueles casos admiravelmente resumidos por um campónio sábio, com uma frase coxa, mas bem oportuna, "Um dos dois estão enganados"?
Tomar a dianteira 3 opina que teria sido muito agradável ouvir Anabela Freitas dizer, como o seu camarada Medina, candidato a Lisboa, que está orgulhosa por "liderar uma equipa que cumpriu com a cidade. Manteve os impostos em baixo." Só que em Tomar não é bem esse o caso. E, tendo em conta o contexto, tão pouco Anabela Freitas poderia respeitar a verdade, caso resolvesse parafrasear o seu camarada alfacinha: "Tomar precisa de todos. Incluindo os críticos".
Quer dizer, lá poder podia. Os eleitores mais por dentro, os chamados opinion-makers é que se calhar não iam acreditar. Sobretudo tendo em conta a inesperada colagem de parte dos náufragos IpT. Porque ao proclamar que "Lisboa precisa de todos, incluindo os críticos" o candidato socialista lisboeta está a indicar que os críticos são necessários. Como mostra o facto de ter tornado pública a mensagem privada de Ramalho Eanes, que declinou o convite para estar presente: "Vou dizer isto à bruta: Não me lixe e faça um bom trabalho."
Já com Anabela Freitas e alguns dos seus apaniguados mais ferrenhos, até agora pelo menos, os críticos só são necessários e bem vindos se previamente deixarem de criticar. Mostram sectarismo. Ignoram o que seja "apoio crítico". Partem do princípio equívoco segundo o qual "cão que não ladra também não morde". Há erros que se pagam muito caro.
Já com Anabela Freitas e alguns dos seus apaniguados mais ferrenhos, até agora pelo menos, os críticos só são necessários e bem vindos se previamente deixarem de criticar. Mostram sectarismo. Ignoram o que seja "apoio crítico". Partem do princípio equívoco segundo o qual "cão que não ladra também não morde". Há erros que se pagam muito caro.
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