sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Imagem dos vestígios do alegado fórum romano de Sellium, agora já com uma cobertura de quase 800 mil euros. Copiado da página Facebook de Nuno Ribeiro, com os agradecimentos de TAD3.

Autárquicas 2025

A gamela camarária 
é o novo tesouro dos templários?

Da página Facebook de Nuno Ribeiro, ilustre arqueólogo lisboeta, formado em Salamanca, e cabeça de lista vencido à Câmara de Tomar pelo CDS, há uns anos atrás,  destaco os seguintes excertos, com a devida vénia (Os destaques a negrito são de Tomar a dianteira 3):

"Depois de ver uma publicação do actual Presidente da Câmara Municipal de Tomar em que promove o trabalho de “Musealização” das ruínas do antigo “Fórum” romano de “Seillium” que por enquanto se restringiram à realização de novas sondagens ou escavações arqueológicas nas sapatas das estruturas para a Implantação de uma cobertura do espaço, depois deste local estar abandonado nos últimos 40 anos, diz ainda que adjudicou a segunda fase dos trabalhos que serão a musealização no local de alguns materiais arqueológicos ali recolhidos. Se é importante começar por algum lado e nesse sentido dou os parabéns a este executivo de Anabela Freitas e agora do seu Vereador sombra."
"Não posso deixar de alertar que a Cidade de Tomar não é uma simples cidade de Portugal. E é aqui que os nossos políticos se esquecem, pois não existe apenas as ruínas do “Fórum” e no Concelho a maioria dos sítios arqueológicos estão em vias de ser destruídos por não existir sinalização adequada, nem roteiros, nem qualquer musealização. É uma vergonha não existir um gabinete de estudos e salvaguarda do património e a existência de um museu municipal onde deveriam estar as muitas coleções que estão espalhadas por todo o País! Por aquilo que conheço não tem sequer um historiador e um arqueólogo!"
"Uma Terra que foi Capital de uma das mais importantes “Civitates” da Lusitânia. Uma Terra que foi Capital dos Templários e de depois da Ordem de Cristo! Uma Terra que teve uma das maiores comunidades Judaicas de Portugal daí a existência de uma das mais importantes Sinagogas fora de Israel! Aqui Reis governaram Portugal e o Mundo! De Santa Maria dos Olivais todas as igrejas além mar! E do Castelo de Tomar, Filipe I de Portugal governou durante vários anos todo o Império Português e Espanhol!" [Os trechos a negrito deste parágrafo carecem de demonstração. O último, sobre Filipe I de Portugal, é claramente fantasista. O Rei castelhano esteve em Tomar durante apenas sete meses, abrigado da peste que grassava então em Lisboa.] Nota de leitura de Tomar a dianteira 3.

Elisa Noiva Vieira
"Nuno, só você, amigo, tem estrutura para os enfrentar... Só dão valor ao que não o tem, Tomar que tem tanta história lindíssima tem sido abandonada . Quem não sabe dar valor, ao que nos deixaram não merece a nossa consideração. Por favor não desista!!!!!"

Autor
Nuno Ribeiro
"Elisa Noiva Vieira obrigado. Brevemente vão ter notícias!"







Funcionários municipais no acampamento clandestino do Flecheiro, que a Câmara permitiu durante mais de 30 anos.

Habitação em Tomar

Caso verídico? Ou ficção neo-realista, para justificar a construção de casas a custos controlados numa cidade cuja população está a diminuir há anos e anos?

TOMAR – Apelo. Família de sete pessoas, quatro delas crianças, está em vias de ser despejada de habitação e pede ajuda para encontrar outra casa que possa alugar | Rádio Hertz 

Como se diz lá para as bandas de Paris, é uma notícia que interpela, que questiona. Desde logo porque, seguindo as normas portuguesas, impostas pela extrema-esquerda, diz só o que convém, omitindo o essencial. Uma família de sete pessoas, quatro das quais menores, não é nada comum pelas bandas de Tomar. E necessita um apartamento ou casa com pelo menos quatro quartos Quem são realmente? Portugueses? Estrangeiros? Cidadãos da UE? Caucasianos brancos? Indianos? Paquistaneses? Africanos? Chineses? Portugueses de etnia calé? Paira a dúvida metódica.
Vivendo numa casa arrendada desde Setembro último, (Contrato de arrendamento de que tipo?), acabam por ser despejados pelo novo proprietário, o que os obriga a procurar outro alojamento, que não conseguem encontrar? Porquê? Não há casas ou apartamentos grandes para arrendar em Tomar? Por causa da vaga do alojamento turístico local?
Todos ufanos, após terem conseguido realojar perto de 250 flecheirenses, nem sempre nas melhores condições, os membros da actual maioria autárquica são agora confrontados com uma das consequências da mal conduzida campanha do Flecheiro. Ficou entre a população a ideia de que a Câmara tem meios para dar casas de renda social a quem as pedir, portanto é de aproveitar.
Azar dos azares, no caso desta família numerosa, por razões que a notícia não esclarece, "nesta altura a Câmara de Tomar não consegue encontrar opções que permitam ajudar este agregado." Pergunta inocente: Se "este agregado" existe mesmo, não sendo uma mera criação literária para justificar a edificação pela Câmara de casas a custos controlados, e ao não conseguir uma solução satisfatória, resolve ir acampar nos arcos do Mercado, debaixo da Ponte do Flecheiro, nos arcos dos Paços do concelho, ou no jardim da Várzea pequena, a Câmara providenciará então alojamento hoteleiro à borla, como mandam as normas europeias? 
A mim, que já fui proprietário de alojamentos para arrendamento, os malandros dos senhorios que expulsam famílias numerosas, com crianças e idosos, em pleno inverno, mesmo em Portugal onde o clima é mais ameno, parece-me ficção neo-realista, tipo Alves Redol ou Cardoso Pires. Onde isso já vai...


quinta-feira, 30 de janeiro de 2025


Autárquicas 2025

EM TOMAR O CHEGA NÃO TEM CANDIDATO NEM DIRIGENTES ELEITOS

Após um prolongado silêncio ainda por explicar, TAD3 conseguiu apurar e pode avançar que Caldas Vieira renunciou a encabeçar a lista do CHEGA para a Câmara, conforme estava previsto, após ter sido tratado de forma menos cordata por dirigentes distritais do partido. 
Os antigos dirigentes nabantinos também se foram afastando, ou foram mesmo afastados pela direcção distrital, como aconteceu com Nuno Ferreira, que encara agora a hipótese de vir a liderar uma candidatura independente.
Tanto quanto se sabe, nesta altura os dirigentes concelhios do Chega, impostos por Santarém, são Pedro Santos, que se ignora quem seja, e Mário Lucas, um ex-militar e ex-candidato em Abrantes.
Segundo as nossas fontes, o próprio Américo Costa, deputado municipal, começa a manifestar dúvidas em relação a uma futura recandidatura, agoniado com certas práticas que lembram outros tempos e outras gentes.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025


Vestígios do alegado fórum romano de Sellium. Imagem copiada da página Facebook de Nuno Ribeiro, em 29/01/2025, com os agradecimentos de Tomar a dianteira 3

Estruturas de acolhimento turístico 

Novidade mundial: 
Câmara de Tomar apresenta o primeiro forno ecológico para assar turistas e outros visitantes

Só não vê quem não quer, ou não consegue alcançar. Uma superfície tão vasta, de centenas de metros quadrados, encaixada entre prédios excepto do lado sul, e por isso sem arejamento natural, com um pé-direito tão reduzido, sem tecto, forro, ventilação forçada, caixa de ar ou outro isolamento, e o sol a incidir directamente nas chapas metálicas da cobertura, só pode ser um novo modelo de forno ecológico para assar turistas e outros visitantes.
É certo que, devido às características do clima, só vai funcionar plenamente durante o verão. Inconveniente menor, pois fora dessa época os visitantes também não devem ser muitos. E mesmo durante o verão... Mal empregados 800 mil euros! É Tomar no seu melhor, graças às liberalidades de Bruxelas.
Afastada a hipótese de colocar ar condicionado, porque custaria milhões, devido à falta de isolamento, resta uma hipótese prática relativamente barata: colocar o piquete dos bombeiros municipais, logo ali ao lado, a regar a cobertura com duas agulhetas, durante as horas de maior incidência solar. 
Já estou daqui a ver as manchetes tipo "Bombeiros de Tomar amenizam clima para os turistas". Fica a ideia. Não têm nada que agradecer. Sempre a tentar servir Tomar.

terça-feira, 28 de janeiro de 2025



Autárquicas 2025

Entusiasmo prematuro e balofo no PSD?

TOMAR – Autárquicas 2025. Tiago Carrão foi aprovado, por unanimidade e aclamação, como candidato do PSD à Câmara: «O Partido está mobilizado. Vamos também mobilizar os tomarenses» | Rádio Hertz

PONTO PRÉVIO

Graças ao extraordinário avanço na área da comunicação electrónica, mesmo a milhares de quilómetros de distância chegam  acusações, oriundas dos camaradas da extrema-esquerda, leia-se CDU. Parece que tenho  exagerado nas referências ao Chega.
Vejam bem! Os arautos dos amanhãs que cantam e das amplas liberdades, vão perdendo votos e amigos, mas nunca mais aprendem. Continuam a tentar pressionar quem não pensa como eles. Pois fiquem cientes que tenciono continuar a escrever como quero, quando quero, onde quero e sobre o que quero, sem prestar contas a ninguém. Os agoniados, que sempre os há, farão o favor de ir vomitar insanidades para outro lado. A opinião é livre, mas os factos são sagrados.

CRÓNICA

"O Partido está mobilizado. Vamos também mobilizar os tomarenses." Palavras do simpático e bem educado cabeça de lista do PSD, logo após a nomeação "por unanimidade e aclamação". Mobilizado em 1963 para servir em Angola, no quadro do serviço militar obrigatório, fiquei naturalmente a pensar um bocadinho, 62 anos passados.
"O Partido está mobilizado"? Porque há guerra partidária? Porque adoptaram uma estratégia militar? Na dúvida, fui consultar os dicionários na net. Segundo a Infopédia, a escolha é variada. Mobilizar pode ser 1-dar movimento a, 2-pôr em ação (pessoas, recursos), 3-organizar tropas para prevenir necessidades militares, 4-convocar pessoas para uma iniciativa de caráter cívico ou político, 5-Transformar um imóvel em móvel, 6-pôr em circulação capitais que estavam imobilizados, 7-Obrigar grevistas a trabalhar, por ordem do governo (requisição civil).
Em síntese, "Mobilizar significa colocar alguém ou um grupo de pessoas para fazer alguma coisa, geralmente uma tarefa, campanha ou ação coletiva". Por conseguinte, neste caso, mobilizar para a campanha eleitoral e para conseguir vencer, se possível. Linguagem-armário. Cabe lá tudo e não esclarece nada. Qual é afinal o projecto do PSD para Tomar? Há mesmo um projecto? Ou trata-se apenas e só de tentar arredar o PS do poder, sem se saber ao certo como, nem o que fazer depois? Convinha esclarecer quanto antes, que de conversa oca, para mobilar, estamos todos fartos.



segunda-feira, 27 de janeiro de 2025



Autárquicas 2025

Tudo bloqueado no albergue tomarense?

A nove meses da próxima consulta eleitoral, parece haver alguma sensação de bloqueio na política tomarense. Num concelho em que mais de 40% dos eleitores inscritos não votam, é geral a convicção de que nas próximas eleições tudo será decidido em duopólio, como é costume. Ganhe o PS ou vença o PSD, nada de substantivo mudará. Afinal são os Dupont e Dupond da política local e nacional. Social democracia a gasolina num caso,  social democracia a gasóleo no outro.
Houve, é certo, durante uns tempos, uma "barriga de aluguer" do PCP, tendo por nome IpT, mas foi sol de pouca dura, que só intimidou os socialistas, sobretudo da primeira vez, em que houve uma quase igualdade de votos. Suicidados os seguidores de Pedro Marques, João Simões e Fernando Oliveira, aqueles tomarenses que ainda não perderam a esperança, apesar de cinquenta anos a definhar, viram-se agora para o Chega, única hipótese real de ruptura a nível local nas próximas autárquicas.
Lamentavelmente, amparados nas legislativas de 2024, em que o Chega obteve um bom resultado concelhio, os eleitores mais conscientes e motivados já estão revelando visões menos correctas da situação. Uma delas consiste em pensar que é um dado adquirido, que o Chega vai conseguir pelo menos um vereador, o que está por demonstrar.
A outra visão da situação é ainda mais fantasista. Consiste em considerar que basta eleger um vereador para retirar a maioria absoluta ao putativo vencedor, seja ele o PS ou o PSD, o que é falso. Podemos vir a ter várias combinações possíveis. 4-2-1, 3-2-1-1 ou 3-3-1, em que o vereador estreante fará figura de corpo presente na maior parte dos casos.
O ideal será portanto, caso se deseje mesmo uma ruptura eficaz,  preparar-se o melhor possível, quanto a  coligações eventuais, cabeça de lista, composição das listas, programa e campanha eleitoral, para depois poder festejar uma vitória consequente e decisiva, em vez de lastimar mais uma oportunidade perdida.

ADENDA

As perspectivas nabantinas são nesta altura sombrias para os lados do partido de Ventura. Basta consultar a página do Chega -Tomar para verificar que há balbúrdia, pela certa. Desde meados do ano passado que prometem uma nova página no Facebook, e até agora nada. Ninguém se chega à frente? É assim que querem vencer em Outubro? Estão à espera que Santarém ou Lisboa dêem ordens, como no tempo da outra senhora?
A impressão dominante é que o Chega-Tomar tem por agora muitos eleitores potenciais, e até um eleito na AM, mas não tem dirigentes locais, nem quadros, nem militantes, nem estruturas. Há que providenciar quanto antes, se querem evitar o desastre previsível em Outubro. Ou já estão como o vinho do Aleixo?
 
Vinho que vai para vinagre
Não retrocede caminho
Só por obra de milagre
Pode de novo ser vinho

António Aleixo


domingo, 26 de janeiro de 2025


Autárquicas 2025

Análise comparativa dos resultados 
do Chega em Tomar - 2021-2024

Já conhecidos os candidatos do PSD e do PS, por esta ordem, aguarda-se com alguma expectativa a escolha do CHEGA, terceiro partido mais votado no concelho. Tanto quanto foi possível apurar, reina alguma confusão nas hostes dos seguidores de Ventura, ignorando-se mesmo se há ou não nesta altura um responsável concelhio em exercício, falando-se  na renúncia ou afastamento de Nuno Ferreira. Por outro lado, foi dito no Verão passado que o candidato à Câmara seria Caldas Vieira, mas não houve entretanto qualquer confirmação ou desmentido.
Nestas condições, pareceu oportuno fazer uma análise factual sóbria dos resultados concelhios do Chega nas autárquicas de 2021 e nas legislativas 2024, usando como fonte os resultados oficiais e tendo como único objectivo ajudar na escolha do cabeça de lista.
O desempenho do Chega nas autárquicas de 2021, ganhas pelo PS pela 3ª vez seguida, foi um pequeno fracasso, devido a factores vários, naturalmente. O partido ficou-se pelos 6,15% para a Câmara e 7,12% para a Assembleia Municipal, cuja lista integrava um figura local conhecida.
O melhor resultado foi conseguido em Paialvo (9,31% e 9,49%) e o pior na Sabacheira, com 1,56% e 3,50%. Na freguesia urbana chegou-se a 6,61% para a Câmara e 7,66% para a AM. Foi portanto o inverno da desilusão chegana, ao que tudo indica provocado por desavenças internas,  uma campanha eleitoral fraca e nalguns casos inexistente.
Três anos mais tarde, nas legislativas 2024, sem candidatos tomarenses, muito mudou para melhor. O Chega alcançou 20,67% no concelho, uma subida de quase15 pontos percentuais, num distrito onde conseguiu 23,32%.
O melhor resultado continuou a ser em Paialvo, desta feita com 28,78%, e o pior passou para Além da Ribeira/Pedreira, com 17,01%, tendo conseguido 18,45%  na freguesia urbana, de longe a maior do concelho.
Mais significativo ainda, em 2021 o Chega foi o terceiro partido mais votado em todas as freguesias, apesar dos fracos resultados alcançados, mas 3 anos mais tarde muito mudou, tendo os seguidores de Ventura sido o 2º partido mais votado nas Olalhas, na Serra/Junceira, na Asseiceira e em Paialvo.
Para se ter uma ideia mais precisa do relativo triunfo tomarense do Chega nas legislativas de 2024, os 28,78% alcançados em Paialvo, uma freguesia durante muitos anos governada pela CDU, correspondem aos 29,97% do concelho de Silves, no Algarve, uma autarquia CDU, melhor percentagem nacional do partido.
De todos estes dados comparados  se pode sacar uma conclusão pouco abonatória para boa parte dos eleitores tomarenses. Parece que têm dois votos possíveis, consoante o caso. O voto sincero, nas legislativas, e o voto interesseiro nas autárquicas.
O voto sincero no partido que melhor corresponde à opção ideológica, nas legislativas, porque é tudo lá longe. O voto interesseiro, nos partidos que dão mama, (emprego, gamela, subsídios, festarolas, alojamento social, ajustes directos), nas autárquicas.
Os resultados concelhios globais são elucidativos quando comparados, e não se recomendam. Em 2021, nas autárquicas, os dois partidos que dão mama, PS e PSD, obtiveram em Tomar 74,36% dos votos entrados nas urnas, contra apenas 16,40% para as três formações seguintes (Chega, CDU e BE). É a chamada luta com armas desiguais.
Três anos mais tarde, nas legislativas 2024, a prevalência do voto sincero alterou muita coisa. PS e PSD, os tais que dão mama a nível local, ficaram-se pelos 58,45%, uma queda de 16 pontos percentuais, enquanto as três formações seguintes (CH,BE,IL) chegaram aos 28,65%, uma subida de doze pontos percentuais.
Perante tudo isto, o Chega tem em Tomar duas grandes hipóteses. Pode "deixar correr o marfim", como até agora, e contentar-se com o resultado modesto que vier a conseguir, por causa da mama. Ou, pelo contrário, deve pensar rápido e agir devagar, com ponderação, ouvindo os tomarenses e apresentando-se depois com uma candidatura potencialmente vencedora, porque bem encabeçada e com um projecto robusto, coerente e adequado.
Caso a opção seja esta segunda, impõe-se agir desde já no sentido de efectuar uma coligação CH/IL/MPT, de forma a limar algumas arestas mais vivas e conseguir cativar um bom cabeça de lista ainda disponível no muito reduzido escol nabantino. Tomou nota Zé Caldas? Boa sorte!

 

 Protecção do ambiente

Poluição no Nabão, poluição na informação 

e poluição política no vale nabantino

Imagem copiada da Rádio Hertz, com os agradecimentos de TAD3.

Imagem copiada da Rádio hertz, com os agradecimentos de TAD3.

Urge que nos possamos entender, como tomarenses amantes da nossa querida terra-berço. Na capital e nas terras vizinhas, riem-se cada vez mais de nós. Somos vistos como uns pobres labregos com reacções estranhas, perdidos algures no tempo e no espaço.
Tudo isto porque o natural desenvolvimento tecnológico permitiu o informação livre, espontânea, através das redes sociais, tendo como origem cidadãos e instituições que nem sempre estão preparados para saberem do que falam ou aquilo que dizem realmente, do ponto de vista do leitor.
A recorrente poluição do nosso amado Rio Nabão tem sido matéria para um desastre de grandes proporções, tanto na área da ecologia como em termos informativos e políticos. A coisa atingiu tais proporções, neste ano eleitoral, que até o PSD resolveu poluir a situação, naturalmente atacando a maioria PS (já vai sendo tempo...). mas descambando para o cómico ao escrever que andam a "torturar o Nabão". Coitadinho do rio! O entusiasmo juvenil tem destas coisas...
A poluição do Nabão é algo já com mais de meio século. Antes de 74 havia focos periódicos, provocados pelas tintas da Fábrica de Fiação, as lixivias da Fábrica do Prado, ou os detergentes da Fábrica de Porto de Cavaleiros. Mas eram ocorrências relativamente raras, logo condenadas pelo Nini Ferreira, porque punham em causa a fauna piscícola e ele era um apaixonado pela pesca desportiva de rio.
Meio século depois, já não há fábricas poluidoras químicas, nem peixes mortos, mas sucedem-se os episódios de poluição no rio, logo condenados e ampliados nas redes sociais pelos novos aprendizes jornalistas. As duas imagens supra visam moderar os ânimos, procurando esclarecer um pouco  a situação.
Ao contrário do afirmado pelo PSD, não há "tortura do rio". Apenas o normal desenvolvimento económico e a manifesta incapacidade da actual maioria PS para entender o problema e agir em conformidade. São várias as origens da poluição do Nabão, e a cantilena habitual sobre as ETAR de Seiça e do Alto Nabão, que não têm separadores de efluentes nas redes urbanas que as alimentam, é apenas para desviar a atenção do essencial, pois estão em causa alguns eleitores influentes, urgindo portanto sacudir a água do capote.
A própria Câmara municipal é bem capaz de ser um dos poluidores habituais, via fossas rotas da Estalagem de Santa Iria, que lhe pertence. Pelo menos, quando ao abrigo da LADA, lei do direito à informação, lhes foi solicitado que provassem a  obrigatória ligação da Estalagem à rede urbana de saneamento, responderam que a mesma existia e incluía um sistema de bombagem de efluentes, mas que infelizmente não conseguiram encontrar o respectivo projecto. Curioso, no mínimo. Talvez a ASAE possa vir a esclarecer melhor...
Olhando com atenção para as imagens acima, vê-se perfeitamente que se trata de dois tipos distintos de poluição. Um doméstico, outro industrial. A primeira, aquela com muita espuma, mostra o efeito do excesso de fosfatos nos efluentes domésticos limpos. A espuma aumenta na exacta medida em que as famílias usam cada vez mais detergentes, sobretudo para a roupa, mas também para a loiça. Além do mau aspecto, a outra consequência é a rápida proliferação das algas no leito do rio.
Cada vez mais sobrecarregado com o produto dos colectores urbanos via ETAR, pouco ou nada adiantará, instalar os tais separadores. Os eventuais fornecedores é que são bem capazes de insistir nesse sentido, que o Estado é bom pagador e nunca discute preços, desde que previamente se saiba lubrificar as engrenagens nos sítios certos.
A outra imagem mostra claramente efluentes fecais suinos. Em linguagem clara, merda de porco proveniente de suiniculturas, que esgotaram a capacidade das suas bacias de retenção, sendo por isso forçadas a transferir para o rio, via reboque de 10 mil litros, atrelado a um tractor. No meu modesto entendimento, o único óbice é que os proprietários dessas unidades industriais se mostram demasiado sovinas, mandando despejar os ditos reboques a montante da cidade, para poupar tempo e gasóleo. Mas é o que temos, faltando à actual maioria capacidade e coragem para intervir, à oposição paciência para se conter, e aos das redes sociais vergonha e recato para não andarem a difundir asneiras sem querer, assim contribuindo para aumentar a confusão.
Desculpem a franqueza, que a verdade tende sempre a aleijar um bocadinho.

sábado, 25 de janeiro de 2025

Imagem Rádio Hertz, com os agradecimentos de TAD3.

Com os socialistas a beberem refrigerante laranja, querem ver que os social-democrats andam metidos nos rosés?!

Autárquicas 2025

Hugo Cristóvão candidato do PS à Câmara. 
Por unanimidade, mas sem aclamação. 
Estavam umas 30 pessoas presentes.


É muito gratificante verificar que somos lidos, e até seguidos por vezes naquilo que crticamos. Ajuda, inculcando ânimo para prosseguir. Obrigado Rádio Hertz! Bem-haja, António Feliciano! Desta vez já não houve aclamação, e o candidato também não disse que o partido está mobilizado, ao contrário do proclamado antes por Tiago Carrão.
Segue-se que já houve um pouco mais de rigor na redacção da notícia, indicando-se o número de presenças. Agora só falta saber quantos inscritos tem o PS-Tomar nesta altura. A julgar pelo passado, trinta presenças, segundo a Hertz, parece-me muito pouco. Há 15 anos, quando a convite da direcção de então, e mesmo sem ser militante ou estar inscrito no partido, fui candidato a candidato, obtive 9 votos, contra 22 do escolhido, que depois perdeu, e mais uns dispersos. Havia portanto mais presenças, apesar de nessa altura o PS estar na oposição.
Tudo parece indiciar por conseguinte, que aumenta já entre os socialistas nabantinos o movimento "não me comprometam", pelo que, quando muito, Cristóvão apenas poderia ter dito, para contrariar Carrão, que o PS está desmobilizado. Ou seja, são tempos cada vez mais difíceis, em que já nem o velho refrão "os meninos à volta da gamela" consegue congregar muita gente.
Nada está perdido, por enquanto, que a vida é feita de altos e baixos, convindo no entanto ir recordando o "Ne me quitte pas", na voz inimitável de Jacques Brel, que ao saber-se com cancro, foi-se para as Marianas, para o sol, e aí se finou.

ADENDA

Hugo Costa, pacato simpático e competente presidente da AM de Tomar e da Federação Distrital de Santarém do PS, informa na sua página Facebook que foi escolhido como futuro cabeça de lista para a Assembleia Municipal, com 33 votos favoráveis em urna.


sexta-feira, 24 de janeiro de 2025



Autárquicas 2025

As minhas perspectivas 

para as próximas autárquicas

Perante o deserto informativo tomarense em matéria de análise política pura e dura, pedem-me alguns raros leitores que publique as minhas perspectivas para as próximas autárquicas. A sete horas de avião de Lisboa e sem acesso aos jornais nem à televisão do país, temos de convir que é um exercício algo arriscado, ainda que, tudo devidamente ponderado, o afastamento voluntário do país e da sua informação dominante possa também ser afinal uma boa maneira de evitar alguma poluição ideológica.
A nove meses do próximo acto eleitoral, numa cidade média (de acordo com as normas portuguesas), a pouco mais de cem quilómetros da capital, apenas foram anunciados até agora os candidatos a candidatos do PS e do PSD. Falou-se também no verão passado que Caldas Vieira será o cabeça de lista do Chega, porém sem confirmação alguma. Um claro sinal da fraca actividade política local. O costume.
Numa tal envolvência, guiado unicamente pelo que tenho lido nas redes sociais, parece-me que a maioria PS nabantina tem os dias contados, apesar da sua notável política eleitoralista e exactamente por causa dela e da evidente aliança com a extrema esquerda. Parece haver cada vez mais eleitores tomarenses descontentes com tanta festarola, tanto ajuste directo, tanto subsídio, tanto realojamento, tanto sucesso e tanta comezaina, num contexto de asneiras e mais asneiras, designadamente na área das obras, do saneamento e do equipamento de hospitalidade.
Acresce que uma lista como a do PS, onde em princípio não há qualquer empresário ou profissional reconhecido na urbe, já terá sido uma vantagem, mas os tempos estão a mudar, pelo que é agora um forte óbice. Significa isto que os socialistas tomarenses já estão vencidos? Como dizia o outro, prognósticos só no final do jogo. Ainda assim, é meu entendimento que a actual maioria já perdeu, desde que apareça entretanto uma lista que os consiga vencer,  conseguindo atrair os eleitores descontentes, que são cada vez mais.
Ao ler o que antecede, os leitores pensam imediatamente no PSD e com razão. Durante estes últimos 50 anos, ainda só houve duas formações vencedoras nas autárquicas tomarenses: PS e PSD. Desta feita, à partida, os social-democratas estão em vantagem. O seu anunciado cabeça de lista é muito mais adequado para o que Tomar precisa, uma vez que se trata de um reputado técnico e empresário da área das novas tecnologias. E os tomarenses não esquerdistas ambicionam um futuro dinâmico.
Infelizmente, ao longo deste último mandato, a oposição laranja nunca mostrou autonomia suficiente face aos socialistas, tendo aprovado a maior parte das asneiras que cometeram, e foram muitas. Resta agora aguardar um programa robusto, convincente e pertinente, para ajudar a desfazer aquela má impressão, mostrando a diferença logo na campanha eleitoral.
Havia uma vantagem indiscutível ao dispôr dos social-democratas nabantinos, mas as estruturas nacionais do partido já a afastaram, sem apelo nem agravo. Tratar-se-ia da coligação com o Chega, que garantiria a vitória em Tomar. Segundo os resultados das autárquicas 2021, a  coligação Chega-PSD-CDS conseguiria vencer os socialistas, com mais 179 votos para a Câmara e mais 572 para a AM. Não é muito, mas nestas coisas da política, por um voto se ganha e por um voto se perde.
Quanto às outras formações concorrentes, por ordem da sua importância eleitoral no concelho, a menos que venha a conseguir um improvável brilharete, o Chega parece estar condenado a ser em Tomar o sucessor dos Independentes, embora de sinal contrário. Apesar da justeza dos temas de ruptura que ousa abordar, o que lhe tem permitido uma assinalável penetração eleitoral, em Tomar, seja quem for o candidato, se vier a conseguir um executivo tipo 3-2-2, ou mais dificilmente 3-3-1, já será um triunfo assinalável. Para vencer, seriam necessários um programa corajoso bem elaborado, e recursos humanos que nesta altura não têm. Conseguirão uma coisa e outra até às eleições? Não é impossível.
Resta a extrema esquerda. A CDU e o BE. Salvo surpresa agradável, serão mais uma vez as habituais "moscas do coche". Zumbem, picam, poisam, chateiam, incomodam, agitam as asas, e ainda bem, mas não conseguem passar daí, a julgar pelo que vai por esse mundo fora. O que já foi, já foi. Apoiar o Maduro, Cuba, a Palestina, os ciganos e a imigração sem entraves, tem os seus custos eleitorais nos concelhos mais tradicionais, como "Tomar ninho de fachos", segundo a sua própria fórmula de há uns tempos atrás. Antes do proveitoso conluio com a maioria PS.

 

APELO AOS LEITORES


Desde a 9H00 de Fortaleza CE Brasil (6H00 em Lisboa) que não se consegue aceder o Tomar na rede. Aparece uma tarja com a indicação "Erro ao estabelecer uma ligação com a base de dados." Tentei comunicar essa falha ao José Gaio, através dos dois @ dele, mas a resposta foi em ambos os casos "endereço não encontrado". Parece haver portanto anomalia grave.
Apelo aos leitores no sentido de contactarem o José Gaio a partir daí, se tal for possível, informando-o da situação.
Antecipados agradecimentos,
António Rebelo

ACTUALIZAÇÃO às 19H15 de Fortaleza (22H15 em Lisboa)

Entretanto Tomar na rede já informou via Facebook que estava com problemas técnicos, que esperava poder ultrapassar rapidamente. Foi o que aconteceu, felizmente. Já se pode ler de novo.
Aproveito para lastimar o conteúdo infeliz de alguns comentários à informação do TNR, a denotar falta de educação elementar. Claramente má criação. Com gente assim, tipo casca grossa, que até usa a escrita mas não sabe escrever, vai ser muito difícil a recuperação de Tomar. Força José Gaio!

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Imagem Rádio Hertz, com os agradecimentos de TAD3

Inundação e poluição

Os dois grandes acontecimentos 

da semana em Tomar

Numa territa decadente, cuja população tende a diminuir, os dois grandes acontecimentos da invernia foram no rio. Houve inundação no Flecheiro, e os tradicionais focos de poluição  junto à Ponte velha. Político sagaz e bom comunicador, todavia com uma relação por vezes algo difícil com a verdade, o presidente Cristóvão saltou logo sobre a ocasião, em defesa da sua dama.
Sobre o Flecheiro, gabou a obra e acentuou que foi feita exactamente para estas enchentes anuais. Nem lhe terá passado pela cabeça que um ajardinado inundado denuncia o erro de urbanização. Se um determinado espaço está sujeito a inundações periódicas, designadamente por ter sido transformado parcialmente numa bacia de retenção, deve-se evitar que tenha ou possa ter uma ocupação humana permanente, como é o caso dos jardins e espaços verdes que bordejam os cursos de água com enchentes periódicas.
Por conseguinte, no caso em apreço, em vez de terem gasto milhões com relevo artificial, melhor e muito mais barato teria sido transformar aquilo num campo de feiras e exposições que tanta falta faz, ligando-o aos terrenos camarários da outra margem. Está-se mesmo a ver, parece-me, mas palpita-me também que, em certos casos e por conveniência, alguns autarcas e eleitores metem os olhos nos bolsos das calças.
É um pouco isso que parece estar a acontecer também com a periódica poluição do Nabão. O presidente da Câmara está bem informado e conhece a história toda, mas faz de conta que não vê para tentar iludir os eleitores, com declarações que nem são falsas nem verdadeiras. Desta vez estendeu-se ao comprido, declarando na Rádio Hertz que a solução do problema vai demorar anos e que entretanto tudo depende dos esforços da Tejo Ambiente e da Câmara de Ourém.
Esqueceu-se deliberadamente de dois detalhes importantes. O primeiro é que o Município de Tomar é o accionista principal da Tejo ambiente, pelo que, se não resolvem o problema mais rapidamente, será porque a Câmara de Tomar não está muito incomodada com a situação. O que nos leva ao outro detalhe. Na informação difundida pela autarquia e publicada pela Rádio Hertz, aparece uma frase nova na habitual descrição das origens da poluição. Ora faça o favor de ler: "São anos e anos de sucessivas descargas poluentes, desde logo com origem orgânica, ou seja, devido à falta de separativos na ETAR de Seiça e na do Alto Nabão, as águas pluviais misturam-se com os esgotos domésticos, contaminando as linhas de água."  
Esta é a versão oficial do costume, a tal que segundo o presidente vai levar anos a resolver e exige os esforços da Tejo Ambiente e da Câmara de Ourém. Há porém a frase nova: "Isto, claro, para além das descargas ilegais que algumas empresas efectuam, a coberto do aumento dos caudais."
Cristóvão sabe portanto que há outras origens da poluição no concelho de Tomar, com as quais a Tejo Ambiente e Câmara de Ourém nada têm a ver. Pode até dar-se o caso de haver pouco empenhamento na colocação dos separadores em falta nas redes urbanas, não só devido ao elevado custo das obras, mas também e sobretudo para evitar que depois se venha a verificar que afinal a principal origem dos focos de poluição em Tomar não é a ETAR de Ourém nem a do Alto Nabão.
Numa nota final, o que me surpreende e escandaliza é que, sabendo Cristóvão o que sabe, nunca tenha encetado conversações com essas empresas que fazem descargas ilegais (ou pelo menos com uma delas, que todos conhecemos), no sentido de passar a despejar o reboque do tractor, carregado com dejectos suinos, a jusante da cidade, em vez de junto à antiga Fonte quente. Estão em causa apenas mais alguns litros de gasóleo, e horas suplementares para o condutor. Mas não querem mostrar-se, não é?



."

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025


O PS local e as empresas

Iam à caça e foram caçados

Os franceses têm um dito popular, cuja tradução é dificil, mas que mesmo assim não resisto a usar: "Le hasard fait parfois bien les choses." Algo assim como "Por vezes o acaso é providencial", posto que Einstein acrescentou em tempo oportuno que "O acaso é Deus passeando incógnito". Seja como for, serve este intróito para noticiar um acaso feliz. Tão feliz que se poderia mesmo dizer que lhes saiu o tiro pela culatra, aos autarcas socialistas tomarenses.
O caso é que o presidente Cristóvão e a maioria PS resolveram organizar um evento, mais um, a que chamaram "fórum empresarial". Teve lugar  no salão nobre dos Paços do concelho, constando que foi muito participado. Decerto  porque no final havia um buffet froid, e em Tomar as comezainas têm sempre muito público, sobretudo quando bem regadas à custa dos de sempre. É a sede, meus irmãos. E, para alguns, também para dar de beber à dor. Adiante.
Havia três empresas com oradores inscritos, a saber: Hortomarques, TemaHome e Pinto Valouro, sendo óbvio que o principal objectivo do fórum era a promoção eleitoral da actual maioria, mas procurava-se também, acessoriamente, promover Tomar como um bom local para instalar empresas privadas. Não é com vinagre que se apanham moscas.
Foi neste aspecto que, inesperadamente, as coisas descambaram, para grande desespero do presidente substituto, se é que se deu conta da ocorrência e conseguiu a necessária ilação.  Por mero acaso fortuito, o tal que por vezes é providencial, a representante da Pinto Valouro (ex-Aviário de Santa Cita) lastimou as recorrentes dificuldades da empresa para contratar em Tomar assalariados que aceitem laborar aos fins de semana, fazer o chamado "horário fabril" (ver link infra).
É uma situação que não surpreende quem acompanha de perto a problemática tomarense e percebe alguma coisa de economia. Sabe-se com efeito que em Tomar, sobretudo depois do 25 de Abril, o grande objectivo de vida das gerações mais novas se resume a "um empregozinho público, um carrito e uma casinha". Trabalhar? Aos fins de semana, ainda por cima? Era só o que faltava! Afinal os imigrantes servem para quê? E os ciganos? Estão à espera de quê para os pôr a trabalhar no duro?
Nestas condições, bem pode o PS local apregoar que vai fazendo o possível para atrair empresários para Tomar. Ninguém vai levá-lo a sério. Regra geral, os empresários comportam-se como os camelos no deserto. Tendem a ir para onde há água, neste caso mão de obra barata e disponível. 
Quando um deles, neste caso uma delas, aproveita um fórum, organizado pelo poder local, para se queixar da evidente falta de mão de obra disponível, é caso para dizer que lá se foi a tentativa de promoção por água abaixo. Empresas de pouca mão de obra? A robótica ainda é demasiado onerosa para os modestos empresários portugueses.
Como diria o povo do norte laborioso,  os autarcas  socialistas nabantinos "iam à lã e foram tosquiados". Queriam empresas e empresários, e uma empresária explicou-lhes, sem querer, porque é que não vêm para Tomar. Acontece aos melhores. A vida é também feita de muitos imponderáveis. Limpem-se a esse guardanapo, e vão já organizando as próximas comezainas, que a gamela é que está dar. Enquanto houver dinheiro...

Imagem Rádio Hertz, com os agradecimentos de TAD3.

Incidentes com ciganos

Fazer de conta que não há problema só pode contribuir para o agravamento da situação

"Isto é só o começo e destes já todos sabemos o que esperar. Abram os olhos, migrantes e imigrantes, sejam de que nacionalidade, credo ou cor de pele forem, não fazem cá falta nenhuma. Uns vivem á nossas custas, os outros encarecem o custo de vida. Quem trabalha honestamente não precisa de roubar. Fora daqui, arruaceiros e ladrões."

Copiei o comentário supra no Tomar na rede, único suporte local ainda relativamente livre, onde ainda se pode escrever sob pseudónimo. Refere-se aos recentes incidentes com flecheirenses no supermercado Lidl. 

É um comentário racista? Pode dizer-se que sim, até porque veicula um ponto de vista inaceitável nas democracias ocidentais. Generaliza, falsificando a realidade envolvente: "...sejam de que nacionalidade, credo ou cor de pele foram, não fazem cá falta nenhuma."
Quer se enquadre ou não naquilo que pensamos, nas nossas ideias de vida, todos sabemos que não é verdade. Os tempos estão a mudar de forma cada vez mais acelerada, e agora os imigrantes fazem falta ao país. Para o seu desenvolvimento, tanto em termos económicos como demográficos, de resto interligados.
O que não significa que sejam benvindos todos os emigrantes. A experiência já adquirida, sobretudo no estrangeiro, permite afirmar, baseado em factos reais, que os imigrantes de religião muçulmana devem ser evitados na medida do possível. Não só porque não se adaptam ao nosso modo de vida, mas sobretudo porque pretendem impôr-nos o seu estilo e as suas tradições. Mesmo com recurso à violência. É uma realidade amplamente verificada, sobretudo em França, na Holanda e na Bégica.
Mas o comentário supra tem também algum mérito, além da franqueza.  Estabelece a diferença entre imigrantes estrangeiros e migrantes de nacionalidade portuguesa, que muitos políticos, sobretudo da extrema esquerda, tendem a amalgamar, porque isso lhes convém. Sabem muito bem (os que sabem) que os imigrantes que se revelem inaptos podem e devem ser expulsos do país o mais rapidamente possível e sem concessões, como também não ignoram que, pelo contrário, os migrantes -leia-se ciganos- são portugueses de nascimento, e por isso inexpulsáveis. Quer queiramos quer não, quer nos agrade ou desagrade, tal é a situação de facto. Felizmente, vão longe os tempos do ostracismo, para quem saiba do que se trata.
Com a melhor da intenções, muito influenciados pela prática cristã da caridade e pelo ideário marxista moderno, que tende a substituir o desaparecido proletariado pelos imigrantes, migrantes e outras vítimas do progresso, os líderes da maioria PS local decidiram integrar a comunidade cigana do Flecheiro, tentando transformar em sedentárias pessoas que sempre foram nómadas, com os hábitos inerentes, atribuindo-lhes alojamentos quase gratuitos.
A mudança foi fisicamente um sucesso, salvo alguns percalços, mas mal formados e mal informados, os lideres da operação ao julgarem benzer-se partiram afinal o nariz. Não acabaram com o problema do Flecheiro, antes o agravaram disseminando-o. Antes era só um, bem localizado. Agora são vários, dispersos pela cidade. Até para as autoridades se tornou tudo muito mais complicado. Os da GNR que o digam, transformados em espantalhos das couves pelos vizinhos do Bairro calé.
Conscientes da realidade envolvente, porque também vivem na cidade, em invés de reconhecerem o erro inicial e iniciarem debates tendentes a encontrar saídas para o problema, os arautos do realojamento agem à portuguesa. Escondem, fingem, simulam, escamoteiam, mas à socapa vão pressionando as autoridades no sentido de serem tolerantes com os intolerantes. Exactamente o inverso do que seria e vai ser necessário.
É ano de eleições.  Todos os agarrados ao poder farão o que puderem para esconder a triste e cada vez mais grave realidade. Compreende-se. O óbice é que ignorar problemas só contribui para os agravar, como mostram os dados já colhidos noutros países. E a população prejudicada não vai aguentar durante muito mais tempo, sem protestos eventualmente menos pacíficos. Já aconteceu em tempos na Nazaré, por exemplo. Convém por isso ir-se preparando.









terça-feira, 21 de janeiro de 2025


Logotipo da assassinada Comissão Regional de Turismo dos Templários (a cruz) Floresta Central (a árvore) e Albufeiras (a água). Arrancada a ferros em Santarém, perante todos os presidentes de Câmara do distrito, seguiu-se o fartar vilanagem, que só podia conduzir à sua extinção. Tomar depende agora do Turismo do centro, cuja sede é em Aveiro. Tem tudo a ver, com a actual presidente interina a esfregar as mãos de contente, porque 5 mil por mês mais automóvel e despesas de representação,  só está ao alcance de alguns privilegiados.

Autárquicas 2025

Para esses peditórios já dei. Agora só vendo

Da amável e escorreita missiva de Zé Caldas, habitual comentador deste blogue, a quem agradeço a franqueza, e que pode ser lida nos comentários da crónica anterior, destaco estas linhas:

"Se tem um plano para o PS nabantino ganhar, certamente não presta.
Se tem um plano coerente , integrado e com visão de futuro, acho seu dever apresentá-lo para que os tomarenses possam apreciá-lo, e esteja descansado porque os socialistas tomarenses nem a inteligência têm para o tentar aproveitar."

Estranhando como uma excelente cabeça possa cair em julgamentos precipitados, como acontece com a primeira frase, que condena de antemão algo que não conhece, passo à parte substantiva. Zé Caldas pensa que se, pelo contrário, o plano for bom, tenho o dever de apresentá-lo. Teria esse dever, prezado amigo, caso fosse candidato, ou candidato a candidato. Não sendo o caso, devido à idade e à saúde,  e posto que gato escaldado de água fria tem medo, aqui reitero que tenho o que julgo ser esse tal plano, mas apenas estou disposto a vendê-lo a quem der mais.
Não por ganância, que a  minha vida está feita e não vivo propriamente na penúria. Apenas por prudência. Com outros planos e em ocasiões anteriores, aceitei colaborar pro bono e o resultado nunca foi brilhante. Do Convento de Cristo ao Politécnico, e à assassinada Comissão regional de turismo dos templários, uma vez na posse dos planos, nunca mais me procuraram, e o resultado está à vista. Mal executados, acabaram por não resultar, ou por funcionar apenas a meio gás.
Desta vez farei tudo para que seja diferente. Tenciono negociar o plano e o respectivo acompanhamento da sua implementação, enquanto a saúde o permitir, se tiver com quem. Caso contrário, conforme escrevi no título, para esses peditórios políticos, sempre cheios de boas intenções, já dei que chegue. Agora só vendo primeiro o que se pretende e quem o pretende.


segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

 

Blogger Zé Caldas disse...

"O modelo da loja do cidadão já demonstrou ser muito mais eficiente para o cidadão do que o de serviços espalhados por vários locais.
Primeiro porque permite que o utilizador sem sair do mesmo local trate dos vários assuntos, depois porque inclusive em termos de custos de funcionamento é mais barato ter um só edifício do que vários, e isso aplica-se para o estacionamento.
No entanto ter um edifício sem ter funcionários , como acontece agora em Tomar , ainda se agrava mais em locais separados.
Vir agora o cromo que está por enquanto como Presidente da Câmara anunciar uma loja do cidadão, investimentos em casas para a escumalha do costume e novas empresas ( já agora onde se instalam ? ) o maná aos pobres, confirma que vai haver eleições e querem manter o tacho. Ele e a pandilha socialista!
Já agora não entendo porque o António Rebelo quer apresentar o plano de salvação socialista para Tomar e que muito menos espere que os xuxas lhe respondam !!!"

08:39:00

Autárquicas 2025

Pôr Tomar a vencer, eis a questão

Estava buscando um tema, quando me apareceu o excelente comentário supra na crónica anterior, que agradeço. Concordando com quase tudo o que nele é dito, vou limitar-me a responder ao último parágrafo, da forma seguinte.
Pode interpretar-se como o faz o comentador, mas eu nunca escrevi "plano de salvação socialista para Tomar". Limitei-me, mais moderadamente, a "Última hipótese ganhadora para o PS nabantino", o que não é bem a mesma coisa. No primeiro caso, tratar-se-ia de salvar Tomar com um plano socialista. No outro, apenas de possibilitar que a actual maioria possa vencer de novo, naturalmente com outro projecto e alguma gente nova.
Quem tenha lido com alguma assiduidade um certo Nicolau Maquiavel, terá compreendido sem dificuldade a minha iniciativa. Evitar que a actual maioria possa insistir na teoria da má-lingua, alegando que nunca os tentei ajudar. Retirar argumentos aos adversários.
Sou socialista moderado desde antes do 25 de Abril e de algumas conversas com Mário Soares na livraria Maspero, no Bairro latino, em Paris, quando ele estava no exílio e eu era estudante trabalhador. Fui eu que depois dirigi a primeira sessão de esclarecimento do PS em Tomar, no então Grémio do comércio, em 2 de Maio de 1974, e entendo que não se muda de opção partidária como quem muda de camisa.
Noutros termos, não é porque uma rapaziada nova, educada já depois de 74, o que explica muita coisa, vem cometendo na governação local erros atrás de erros, confundindo o PS soarista com uma sucursal nabantina da CDU/BE, que eu vou abandonar as minhas convicções profundas.
Acresce que, por muito boa vontade que pudesse ter nesse sentido, olhando à volta, não vejo, no estado actual das coisas,  de onde possa surgir a equipa ganhadora capaz de sacar Tomar do marasmo em que se encontra, que é afinal aquilo que mais me interessa.
Concluindo, ao escrever a citada crónica, já sabia que a rapaziada socialista local, não vai responder. Ao longo de 11 anos, já deu para perceber sem acrimónia que,  com uma formação política deficiente e obnubilados pelo poder, consideram inimigo quem é apenas socialista de outra tendência. Mas pode ser que outras formações partidárias manifestem algum interesse no tal plano ganhador. 

sábado, 18 de janeiro de 2025



Imagem Rádio Hertz, com os agradecimentos de TAD3

Obras camarárias

A futura Loja do Cidadão de Tomar 

não começa da melhor forma

TOMAR – Câmara vai assumir gestão do Palácio de Alvaiázere… onde poderá ‘nascer’ uma Loja do Cidadão | Rádio Hertz

"Mais vale tarde que nunca", diz o povo, habituado às consequências das tranquibérnias autárquicas e outras. Saúde-se então a facto da maioria socialista falar finalmente numa loja do cidadão em Tomar. Ao cabo de 11 anos no poder, já ia sendo tempo. Para evitar viagens à Barquinha, e a outras capitais regionais importantes, quando é preciso renovar documentos pessoais
Lendo a notícia, com origem na Câmara, só se pode contudo ficar preocupado com a evidente falta de rigor informativo, que aliás é habitual nos Paços do concelho. Basta pensar, por exemplo, nas obras do Flecheiro, que continuam por acabar, porque há um terreno privado que a Câmara ainda não conseguiu adquirir, quando afinal o rigor e a prudência impunham que as obras só começassem uma vez adquiridas todas as parcelas indispensáveis. É dos livros. Falhanço dos técnicos superiores? Dos eleitos? Ou de ambos?
Desta vez, no caso do ex-Quartel general, a notícia da Hertz mostra que o assunto parece estar a ser tratado estilo "meia bola e força". Desde logo o enunciado da coisa. A Câmara vai conseguir, por transferência do governo, a gestão do palácio Alvaiázere, diz a notícia.
O problema é que, continuando a ler com atenção, constata-se que não é nada disso. Pior ainda, nem se percebe bem o que possa vir a ser. A Câmara vai passar a gerir o conjunto mencionado, mesmo a parte já ocupada? Pergunta pertinente, porque o diploma governativo autoriza a transferência para o poder local dos imóveis propriedade do Estado que estejam sem utilização e o palácio Alvaiázere está ocupado desde há décadas. Estão lá, como se sabe, o Registo civil, o Registo predial e o Tribunal do trabalho.
O que está parcialmente devoluto são os anexos do palácio, do lado direito, olhando para a fachada: a caserna/refeitório, a casa da guarda, a garagem e a parada interna do antigo Quartel general. Parcialmente devoluto, porque pelo menos a antiga garagem é há muitos anos o arquivo morto da Autoridade Tributária e Aduaneira, as antigas Finanças. É só processos caducos.
A Câmara sabe dessa ocupação? Já falaram com as Finanças, que aceitaram desocupar o espaço? Não me parece. Além disso, existe outro problema, mais remoto é certo, mas nem por isso menos preocupante Por se acaso, como dizem os espanhóis...
A antiga residência dos condes de Alvaiázere, foi cedida em tempos pela família ao Estado, para ali funcionar o quartel general de uma região militar, e o documento de cedência é bem claro. Essa cedência termina logo que deixe de ali estar sediado o referido comando militar., retornando o imóvel à família cedente. Está escrito nos livros do cartório camarário.
Provavelmente já nem os herdeiros, se os houver, sabem dessa cláusula contratual. Mas seja como for, mandam a prudência e  o rigor que antes se proceda no sentido de apurar qual é realmente a situação patrimonial presente.  
Agora prevenida, a Câmara vai agir em conformidade, ou vai fazer como habitualmente, aceitando uns anexos como se fosse todo o palácio, sujeitando-se depois aos eventuais imponderáveias?
Há um dito popular segundo o qual "os ciganos nunca gostaram de ver bons princípios aos filhos". A futura loja do cidadão tão pouco tem bons princípios. Deve ser influência flecheirense.