Autárquicas 2025Análise comparativa dos resultados
do Chega em Tomar - 2021-2024
Já conhecidos os candidatos do PSD e do PS, por esta ordem, aguarda-se com alguma expectativa a escolha do CHEGA, terceiro partido mais votado no concelho. Tanto quanto foi possível apurar, reina alguma confusão nas hostes dos seguidores de Ventura, ignorando-se mesmo se há ou não nesta altura um responsável concelhio em exercício, falando-se na renúncia ou afastamento de Nuno Ferreira. Por outro lado, foi dito no Verão passado que o candidato à Câmara seria Caldas Vieira, mas não houve entretanto qualquer confirmação ou desmentido.
Nestas condições, pareceu oportuno fazer uma análise factual sóbria dos resultados concelhios do Chega nas autárquicas de 2021 e nas legislativas 2024, usando como fonte os resultados oficiais e tendo como único objectivo ajudar na escolha do cabeça de lista.
O desempenho do Chega nas autárquicas de 2021, ganhas pelo PS pela 3ª vez seguida, foi um pequeno fracasso, devido a factores vários, naturalmente. O partido ficou-se pelos 6,15% para a Câmara e 7,12% para a Assembleia Municipal, cuja lista integrava um figura local conhecida.
O melhor resultado foi conseguido em Paialvo (9,31% e 9,49%) e o pior na Sabacheira, com 1,56% e 3,50%. Na freguesia urbana chegou-se a 6,61% para a Câmara e 7,66% para a AM. Foi portanto o inverno da desilusão chegana, ao que tudo indica provocado por desavenças internas, uma campanha eleitoral fraca e nalguns casos inexistente.
Três anos mais tarde, nas legislativas 2024, sem candidatos tomarenses, muito mudou para melhor. O Chega alcançou 20,67% no concelho, uma subida de quase15 pontos percentuais, num distrito onde conseguiu 23,32%.
O melhor resultado continuou a ser em Paialvo, desta feita com 28,78%, e o pior passou para Além da Ribeira/Pedreira, com 17,01%, tendo conseguido 18,45% na freguesia urbana, de longe a maior do concelho.
Mais significativo ainda, em 2021 o Chega foi o terceiro partido mais votado em todas as freguesias, apesar dos fracos resultados alcançados, mas 3 anos mais tarde muito mudou, tendo os seguidores de Ventura sido o 2º partido mais votado nas Olalhas, na Serra/Junceira, na Asseiceira e em Paialvo.
Para se ter uma ideia mais precisa do relativo triunfo tomarense do Chega nas legislativas de 2024, os 28,78% alcançados em Paialvo, uma freguesia durante muitos anos governada pela CDU, correspondem aos 29,97% do concelho de Silves, no Algarve, uma autarquia CDU, melhor percentagem nacional do partido.
De todos estes dados comparados se pode sacar uma conclusão pouco abonatória para boa parte dos eleitores tomarenses. Parece que têm dois votos possíveis, consoante o caso. O voto sincero, nas legislativas, e o voto interesseiro nas autárquicas.
O voto sincero no partido que melhor corresponde à opção ideológica, nas legislativas, porque é tudo lá longe. O voto interesseiro, nos partidos que dão mama, (emprego, gamela, subsídios, festarolas, alojamento social, ajustes directos), nas autárquicas.
Os resultados concelhios globais são elucidativos quando comparados, e não se recomendam. Em 2021, nas autárquicas, os dois partidos que dão mama, PS e PSD, obtiveram em Tomar 74,36% dos votos entrados nas urnas, contra apenas 16,40% para as três formações seguintes (Chega, CDU e BE). É a chamada luta com armas desiguais.
Três anos mais tarde, nas legislativas 2024, a prevalência do voto sincero alterou muita coisa. PS e PSD, os tais que dão mama a nível local, ficaram-se pelos 58,45%, uma queda de 16 pontos percentuais, enquanto as três formações seguintes (CH,BE,IL) chegaram aos 28,65%, uma subida de doze pontos percentuais.
Perante tudo isto, o Chega tem em Tomar duas grandes hipóteses. Pode "deixar correr o marfim", como até agora, e contentar-se com o resultado modesto que vier a conseguir, por causa da mama. Ou, pelo contrário, deve pensar rápido e agir devagar, com ponderação, ouvindo os tomarenses e apresentando-se depois com uma candidatura potencialmente vencedora, porque bem encabeçada e com um projecto robusto, coerente e adequado.
Caso a opção seja esta segunda, impõe-se agir desde já no sentido de efectuar uma coligação CH/IL/MPT, de forma a limar algumas arestas mais vivas e conseguir cativar um bom cabeça de lista ainda disponível no muito reduzido escol nabantino. Tomou nota Zé Caldas? Boa sorte!
"Isto é só o começo e destes já todos sabemos o que esperar. Abram os olhos, migrantes e imigrantes, sejam de que nacionalidade, credo ou cor de pele forem, não fazem cá falta nenhuma. Uns vivem á nossas custas, os outros encarecem o custo de vida. Quem trabalha honestamente não precisa de roubar. Fora daqui, arruaceiros e ladrões."
Copiei o comentário supra no Tomar na rede, único suporte local ainda relativamente livre, onde ainda se pode escrever sob pseudónimo. Refere-se aos recentes incidentes com flecheirenses no supermercado Lidl.