segunda-feira, 27 de janeiro de 2025



Autárquicas 2025

Tudo bloqueado no albergue tomarense?

A nove meses da próxima consulta eleitoral, parece haver alguma sensação de bloqueio na política tomarense. Num concelho em que mais de 40% dos eleitores inscritos não votam, é geral a convicção de que nas próximas eleições tudo será decidido em duopólio, como é costume. Ganhe o PS ou vença o PSD, nada de substantivo mudará. Afinal são os Dupont e Dupond da política local e nacional. Social democracia a gasolina num caso,  social democracia a gasóleo no outro.
Houve, é certo, durante uns tempos, uma "barriga de aluguer" do PCP, tendo por nome IpT, mas foi sol de pouca dura, que só intimidou os socialistas, sobretudo da primeira vez, em que houve uma quase igualdade de votos. Suicidados os seguidores de Pedro Marques, João Simões e Fernando Oliveira, aqueles tomarenses que ainda não perderam a esperança, apesar de cinquenta anos a definhar, viram-se agora para o Chega, única hipótese real de ruptura a nível local nas próximas autárquicas.
Lamentavelmente, amparados nas legislativas de 2024, em que o Chega obteve um bom resultado concelhio, os eleitores mais conscientes e motivados já estão revelando visões menos correctas da situação. Uma delas consiste em pensar que é um dado adquirido, que o Chega vai conseguir pelo menos um vereador, o que está por demonstrar.
A outra visão da situação é ainda mais fantasista. Consiste em considerar que basta eleger um vereador para retirar a maioria absoluta ao putativo vencedor, seja ele o PS ou o PSD, o que é falso. Podemos vir a ter várias combinações possíveis. 4-2-1, 3-2-1-1 ou 3-3-1, em que o vereador estreante fará figura de corpo presente na maior parte dos casos.
O ideal será portanto, caso se deseje mesmo uma ruptura eficaz,  preparar-se o melhor possível, quanto a  coligações eventuais, cabeça de lista, composição das listas, programa e campanha eleitoral, para depois poder festejar uma vitória consequente e decisiva, em vez de lastimar mais uma oportunidade perdida.

ADENDA

As perspectivas nabantinas são nesta altura sombrias para os lados do partido de Ventura. Basta consultar a página do Chega -Tomar para verificar que há balbúrdia, pela certa. Desde meados do ano passado que prometem uma nova página no Facebook, e até agora nada. Ninguém se chega à frente? É assim que querem vencer em Outubro? Estão à espera que Santarém ou Lisboa dêem ordens, como no tempo da outra senhora?
A impressão dominante é que o Chega-Tomar tem por agora muitos eleitores potenciais, e até um eleito na AM, mas não tem dirigentes locais, nem quadros, nem militantes, nem estruturas. Há que providenciar quanto antes, se querem evitar o desastre previsível em Outubro. Ou já estão como o vinho do Aleixo?
 
Vinho que vai para vinagre
Não retrocede caminho
Só por obra de milagre
Pode de novo ser vinho

António Aleixo


8 comentários:

  1. O facto do Chega não ter liderança demonstra o marasmo a que chegou Tomar. Primeiro foi o Nuno da Softinsa que perante o mau resultado teve a lucidez de sair ao que se segui a sua número 2 a Vera, salvo erro administrativa numa Clínica dentária e com o curso de história da academia militar que era muito fraquinha a comunicar. Isto não é para todos, eu se calhar também me atrapalhava a falar em público!!!

    O Nuno Ferreira "encantou-me" na entrevista á Hertz, mas não sei porquê parece que desistiu, com muita pena minha porque gostei de o ouvir falar.

    No Entroncamento o vereador Luís Forinho marca pontos, por Tomar nada!!!

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  2. Excelente e oportuno comentário. Começava a estar preocupado com o seu silêncio. Pensava em zanga, azedume ou doença. Folgo constatar que era apenas fantasia minha. Votos de boa saúde e muita alegria, amigo Helder!

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    1. Por acaso estou de baixa, estou doente, tenho um abcesso dentário. Eu leio os seus artigos todos os dias mas não comento para dar "voz" ao Zé Caldas. Um abraço

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    2. Votos de rápido restabelecimento, amigo Helder! Daqui lhe envio, em sentido figurado, uma garrafa de cachaça para preparar uma caipirinha, ao que dizem o melhor remédio para infecções, nesses países de clima agreste.

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  3. Fico á espera da cachaça e é uma pena não haver oposição á séria em Tomar pois o PSD é igual ao PS!!! Ainda agora no fórum sobre as empresas que aconteceu recentemente passou a ideia de que Tomar está fantástica, é uma terra vibrante e cheia de oportunidades!!! A faturação cresceu muito, os empregados também, é tudo fantástico como disse o Poças da Temahome, que só faltou engraxar os sapatos ao Cristóvão em directo!!!

    Eu de ouvir o Poças da Temahome até fiquei com vontade de investir, disse que a Temahome é um ícone, é uma marca fantástica muito reconhecida internacionalmente, exporta para todo o lado, para os estados unidos, para o Dubai, Emirados Árabes, etc... só faltou alguém perguntar se a empresa é tão boa porque é que está naquele estado!!!

    Se ao final de 12 anos o PS não perder a câmara algo de muito mal vai pela nossa querida cidade!!! Que alguém de outro partido ganhe a camara e faça uma auditoria ás contas como fizeram no futebol clube do Porto.

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    1. Temos opiniões semelhantes Helder, se calhar por causa da emigração, que é sempre uma grande universidade. Quanto à cachaça, salvo qualquer imprevisto conto estar em Tomar a partir do início de Maio. Terei todo o gosto em conversar consigo, beber um copo ou almoçar, quando o meu amigo vier de férias. O ano passado almocei com uma simpática leitora tomarense radicada na Suiça há 25 anos.

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    2. Acabo de vir agora do dentista, foi um dente que partiu e enfiou-se dentro da gengiva que me provocou esta infecção. Foi muito doloroso porque como as gengivas estavam cheias de pus a carne estava muito esticada e sensivel. O dentista lá tirou o dente e drenou o máximo de pus possível. Agora é com o antibiótico. Paguei 240 libras, 286 euros.

      Eu vou estar em Maio em Tomar, pelo menos assim espero, e depois contacto-o. Gosto muito da feijoada á brasileira, já comi três vezes e adorei. Um abraço

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    3. Rápidas melhoras! Dente partido é mau sinal. Mostra que as nozes tomarenses são demasiado rijas para si... Um abraço!

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