Dois aspectos do que resta da ponte romana dita das Ferrarias.
Promoção de turismo cultural
Tomar na "Rota do Portugal Romano"
Mais uma asneira da maioria que temos
Como se vê, a notícia é do EXPRESSO. A informação local raramente publica este tipo de minudências.
Outrora país de navegadores, portanto de muitas rotas, ficou-nos o vocábulo. Temos agora a "Rota do Portugal Romano", que por acaso é terrestre. São 14 municípios que em 2020 se juntaram na Associação dos Municípios do Portugal Romano e agora resolveram implementar a antes citada rota. Vai-lhes custar em conjunto cerca de 657 mil euros, dos quais 400 mil vêm via Turismo de Portugal. Mas é tudo euros do PRR. Os senhores e senhoras de Bruxelas continuam a ser uns mãos rotas, com e sem rota. Só falta saber até quando.
Como dizia o outro, "há sócios que são sócios e estão sentados e há sócios que não são sócios e também estão sentados". Neste caso da Rota Romana com dinheiro dos mãos rotas, são 14 associados: Ansião, Avis, Beja, Braga, Condeixa a nova, Estremoz, Oliveira do Hospital, Penela, Santiago do Cacém, Seixal, Tábua, Tomar, Vidigueira e Vila do Bispo.
Deste lote, só Condeixa a nova, com as imponentes ruínas de Conímbriga, não me oferece dúvidas. Em relação aos outros, não me parece que haja grande monumentalidade romana para visitar, mas pode ser só ignorância minha, devida à falta de informação atempada e adequada.
Em qualquer caso, a inclusão de Tomar na Rota Romana parece-me mais uma asneira monumental da maioria autárquica que temos. Porquê? Assumindo o papel de um visitante nacional, que depois de visitar Conímbriga, resolveu vir até Tomar, a rota torna-se problemática logo à chegada, dada a crónica e grave falta de estacionamento. Admitindo que havia um lugar livre à ilharga do posto de turismo, o que é raro, e que se teve a sorte de ser acolhido por uma funcionária, ou um funcionário competente, o que nem sempre é o caso, à pergunta "o que há para ver em Tomar quanto a património romano?", só lhe podem indicar cinco items, qualquer deles bem modesto: ruínas da Ponte da Ferrarias, em S. Lourenço; vestígios de um sistema de rega, na Rua do Centro Republicano; Tapume das alegadas ruínas de Sellium, atrás do quartel dos bombeiros, lápides funerárias romanas reutilizadas na construção da torre de menagem do castelo (espaço normalmente fechado ao público), e algum espólio do museu lapidar, (fechado ao público), no Claustro da lavagem do Convento de Cristo.
Forçoso é reconhecer que, em conjunto ou separadamente, salvo para historiadores e especialistas, não há nada que valha a deslocação, quanto mais agora a viagem. O que quer dizer que os visitantes atraídos pelos futuros textos promocionais, depois de visitarem o património romano em Tomar, sairão da cidade praguejando contra gente que está onde não devia estar, a fazer o que não devia fazer, por manifesta carência cultural, para não dizer mais.
Fica aqui a constatação, como sempre só para memória futura, que o que está já não tem remédio.
Eu lembro-me de ser criança e todas as semanas lá em casa se assistia ao 123 do Carlos Cruz. Todas as semanas saía pelo menos um carro, e houve vezes que saiu um apartamento no Algarve, não eram muitas, e a malta tentava adivinhar pelas palavras do Carlos Cruz onde é que estava o prémio. Eram muitos milhares a concorrerem!!! Hoje em dia os prémios dos concursos já não são grande coisa, 50 mil euros no Joker!!! E 10 mil são para o estado!!!
ResponderEliminarAgora os prémios saem por obra e graça do espírito santo, é uma fartura de dinheiro que vem de uma Europa em crise. Na última reunião camarária o vereador Carrão adverte o presidente Cristóvão que 2026 é já ali e corremos o risco de ficar de fora do PRR porque não há capacidade para fazer tanta casa em tão pouco tempo. O presidente diz que isso já está previsto e que os encargos vão ser assumidos pelo BEI, banco europeu de investimento, a 85%; mas que há possibilidade de ainda chegarem a 100% de financiamento a fundo perdido. Incrível!!!