Autárquicas 2025
As minhas perspectivas
para as próximas autárquicas
Perante o deserto informativo tomarense em matéria de análise política pura e dura, pedem-me alguns raros leitores que publique as minhas perspectivas para as próximas autárquicas. A sete horas de avião de Lisboa e sem acesso aos jornais nem à televisão do país, temos de convir que é um exercício algo arriscado, ainda que, tudo devidamente ponderado, o afastamento voluntário do país e da sua informação dominante possa também ser afinal uma boa maneira de evitar alguma poluição ideológica.
A nove meses do próximo acto eleitoral, numa cidade média (de acordo com as normas portuguesas), a pouco mais de cem quilómetros da capital, apenas foram anunciados até agora os candidatos a candidatos do PS e do PSD. Falou-se também no verão passado que Caldas Vieira será o cabeça de lista do Chega, porém sem confirmação alguma. Um claro sinal da fraca actividade política local. O costume.
Numa tal envolvência, guiado unicamente pelo que tenho lido nas redes sociais, parece-me que a maioria PS nabantina tem os dias contados, apesar da sua notável política eleitoralista e exactamente por causa dela e da evidente aliança com a extrema esquerda. Parece haver cada vez mais eleitores tomarenses descontentes com tanta festarola, tanto ajuste directo, tanto subsídio, tanto realojamento, tanto sucesso e tanta comezaina, num contexto de asneiras e mais asneiras, designadamente na área das obras, do saneamento e do equipamento de hospitalidade.
Acresce que uma lista como a do PS, onde em princípio não há qualquer empresário ou profissional reconhecido na urbe, já terá sido uma vantagem, mas os tempos estão a mudar, pelo que é agora um forte óbice. Significa isto que os socialistas tomarenses já estão vencidos? Como dizia o outro, prognósticos só no final do jogo. Ainda assim, é meu entendimento que a actual maioria já perdeu, desde que apareça entretanto uma lista que os consiga vencer, conseguindo atrair os eleitores descontentes, que são cada vez mais.
Ao ler o que antecede, os leitores pensam imediatamente no PSD e com razão. Durante estes últimos 50 anos, ainda só houve duas formações vencedoras nas autárquicas tomarenses: PS e PSD. Desta feita, à partida, os social-democratas estão em vantagem. O seu anunciado cabeça de lista é muito mais adequado para o que Tomar precisa, uma vez que se trata de um reputado técnico e empresário da área das novas tecnologias. E os tomarenses não esquerdistas ambicionam um futuro dinâmico.
Infelizmente, ao longo deste último mandato, a oposição laranja nunca mostrou autonomia suficiente face aos socialistas, tendo aprovado a maior parte das asneiras que cometeram, e foram muitas. Resta agora aguardar um programa robusto, convincente e pertinente, para ajudar a desfazer aquela má impressão, mostrando a diferença logo na campanha eleitoral.
Havia uma vantagem indiscutível ao dispôr dos social-democratas nabantinos, mas as estruturas nacionais do partido já a afastaram, sem apelo nem agravo. Tratar-se-ia da coligação com o Chega, que garantiria a vitória em Tomar. Segundo os resultados das autárquicas 2021, a coligação Chega-PSD-CDS conseguiria vencer os socialistas, com mais 179 votos para a Câmara e mais 572 para a AM. Não é muito, mas nestas coisas da política, por um voto se ganha e por um voto se perde.
Quanto às outras formações concorrentes, por ordem da sua importância eleitoral no concelho, a menos que venha a conseguir um improvável brilharete, o Chega parece estar condenado a ser em Tomar o sucessor dos Independentes, embora de sinal contrário. Apesar da justeza dos temas de ruptura que ousa abordar, o que lhe tem permitido uma assinalável penetração eleitoral, em Tomar, seja quem for o candidato, se vier a conseguir um executivo tipo 3-2-2, ou mais dificilmente 3-3-1, já será um triunfo assinalável. Para vencer, seriam necessários um programa corajoso bem elaborado, e recursos humanos que nesta altura não têm. Conseguirão uma coisa e outra até às eleições? Não é impossível.
Resta a extrema esquerda. A CDU e o BE. Salvo surpresa agradável, serão mais uma vez as habituais "moscas do coche". Zumbem, picam, poisam, chateiam, incomodam, agitam as asas, e ainda bem, mas não conseguem passar daí, a julgar pelo que vai por esse mundo fora. O que já foi, já foi. Apoiar o Maduro, Cuba, a Palestina, os ciganos e a imigração sem entraves, tem os seus custos eleitorais nos concelhos mais tradicionais, como "Tomar ninho de fachos", segundo a sua própria fórmula de há uns tempos atrás. Antes do proveitoso conluio com a maioria PS.
Os responsáveis e os profissionais da informação local não vão decerto gostar da primeira frase da análise supra. Têm no entanto de reconhecer, se pretendem ser honestos, que é factualmente verdadeira. Tal como acontece com a alegação de falta de rigor informativo. Ainda hoje, a conceituada e respeitada Rádio Hertz noticiou que Tiago Carrão foi aprovado como cabeça de lista do PSD, "por unanimidade e aclamação".
ResponderEliminarInfelizmente, esqueceram-se de acrescentar quantos inscritos conta actualmente o PSD -Tomar, e quantos estavam presentes e aplaudiram. Sem tais elementos, a aprovação do candidato único "por unanimidade e aclamação", vale o que vale. Sobretudo quando o próprio candidato afirmou depois que "o partido está mobilizado", o que até pode nem ser nesta altura o caso. Nunca saberemos, por falta dos tais elementos, do tal rigor informativo.
https://radiohertz.pt/tomar-autarquicas-2025-tiago-carrao-foi-aprovado-por-unanimidade-e-aclamacao-como-candidato-do-psd-a-camara-o-partido-esta-mobilizado-vamos-tambem-mobilizar-os-tomarenses/
O que é que aconteceu ao Nuno Ferreira?. Ao ler a notícia no TNR fiquei com a sensação que ele deixou a presidência do Chega de Tomar!!!
ResponderEliminarEu espero que não tenha sido a minha reacção a desencorajar o eng.Caldas, eu não sou ninguém, nem sequer posso votar em Tomar porque não sou residente, no meu cartão do cidadão está a morada daqui, tive de o fazer por causa do Brexit.
Eu não me meto na política porque em mim ninguém votava, eu faço parte de um grupo de herdeiros de um terreno muito perto do centro da cidade, detenho 1/6 tal como as restantes partes excepto uma que tem 1/3. Somos 5 no total, só 2 é que vivem em Tomar e eu sou o único emigrado, somos 2 rapazes e três raparigas. O Professor nem imagina o calvário que tem sido para tomarmos decisões num terreno que está abandonado e onde só cresce erva há quase 30 anos!!! Pessoas com estudos e bons empregos, eu sou dos que tem o pior emprego, não percebem coisas básicas como quanto mais interessados no terreno mais o vendedor pode (e deve) esticar o preço, é a lei da oferta e da procura, ou que o preço de um terreno depende de muita coisa, o avaliador dá um valor mas nunca se chega á frente, avaliar é fácil até eu o faço. Tem sido muito duro emocionalmente para mim lidar ao longe com pessoas que eu até admirava pelo sucesso profissional e das duas uma, ou são burras ou estão a gozar comigo!!! Lidar com as mulheres da minha família tem sido muito complicado, eu até me estou a tornar misógeno como o meu falecido pai, não o era, e estou a seguir o conselho dele e mando-as para o karalho.
É uma das situações locais que me escapa, essa do Chega. Nunca percebi muito bem como é que o sr. Ferreira chegou a presidente. Até ouvi dizer a um eleito do partido que ele comprou o lugar em Santarém. De forma que agora também não consigo entender minimamente o que se passa na direita tomarense. Caldas Vieira é sem dúvida uma pessoa inteligente, experiente, interessada e relativamente mobilizadora, mas se calhar já começa a estar pelos cabelos, ainda antes da entrada em campo... Vamos a ver, como dizia o cego da Barros Queiroz.
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