Socialismo e campismo
Campismo, socialismo e novo-riquismo
É mais uma vertente do "Triunfo dos porcos", "todos iguais, mas uns mais iguais do que outros". Mas comecemos pelo início, pela verdadeira causa das coisas, pela alfabetização. Pelo princípio, seguindo o Lapalice:
ALPIARÇA - Circulo eleitoral de Santarém
Resultados nas autárquicas 2021
6.268 eleitores inscritos (6.520 em 2013)
PS 42,30% 3 eleitos, presidente e dois vereadores
CDU 40,27% 2 vereadores
TOMAR - Círculo eleitoral de Santarém
Resultados nas autárquicas 2021
33.892 eleitores inscritos (37.310 em 2013)
PS 39,70% 4 eleitos, presidente e 3 vereadores
PSD 34,66% 3 eleitos
Um retrato político rápido de dois concelhos do mesmo distrito e do mesmo país, com a população a diminuir. Um (Tomar) cinco vezes maior que o outro (Alpiarça), em termos populacionais. O outro mais virado à esquerda, com oposição CDU, enquanto nas margens nabantinas a oposição é de centro direita, dizem.
Vamos agora ao tema escolhido para esta crónica - Campismo socialismo e novo-riquismo.
Andando por aí nas leituras, encontrei esta notícia no sempre bem informado O MIRANTE:
Vale a pena ler. Como diz a frase promocional, ler jornais é saber mais.
Temos assim um pequeno concelho rural, virado para a agricultura, com recursos paisagísticos e pouco mais, cuja autarquia tenta fazer o possível para desenvolver o turismo e assim aumentar as receitas concelhias, pressionada por uma oposição que já foi poder no concelho, que sabe o que quer e para onde quer ir.
"...o objectivo é encontrar um investidor para criar naquele local [parque de campismo] um género de resort". Uma aldeia de férias, em português usual. "Vamos apostar no ecoturismo e no enoturismo", disse a presidente socialista Sónia Sanfona.
Enquanto isto, em Tomar, terra rica em tudo, menos em inteligência prática, o presidente substituto declara que o parque de campismo não é uma prioridade para a Câmara, após ter mandado encerrar "para manutenção" durante um mês o parque de estacionamento de caravanas:
Ou seja, enquanto em Alpiarça tentam desenvolver o turismo popular via campismo, em Tomar, com tantos recursos, os socialistas andam entretidos com a concessão do café da Nabância e de mais um espaço para comidas e bebidas no Mercado municipal, tudo com a concordância da oposição, que se é de direita não parece.
Enquanto em Alpiarça procuram fomentar o turismo popular, como é apanágio dos socialistas europeus, desde o Front populaire de 1936, em Tomar a maioria socialista faz o possível para incrementar o turismo dos ricos, que podem frequentar os hotéis.
No meio de tudo isto, apenas um ponto comum: a aposta no enoturismo, sobretudo no tinto do Tejo. E fica-se a pensar naquele anexim, ao que parece de origem chinesa: "Se deres um peixe a um homem, ele alimenta-se uma vez. Se o ensinares a pescar, alimenta-se toda a vida."
Mas também há aquele nosso "Dá deus nozes a quem não tem dentes" e, pelo que se lê neste comparativo Alpiarça-Tomar, também dá às vezes dentes a quem tem poucas nozes.
Problemas do novo-riquismo criado pelo maná de Bruxelas...
Estive a ver o jornal da noite da tvi e comecei-me a rir com a notícia das multas de estacionamento automáticas geridas por inteligência artificial no Porto. As câmaras vão no carro da polícia e passam pelo carro que esteja a cometer uma infracção e lêm automaticamente a ,matrícula e mandam a multa para casa!!! E lembrei-me de Tomar, se calhar as câmeras de vídeo vigilância são tão caras por também terem inteligência artificial incorporada. Os criminosos são identificados pela inteligência artificial? A câmara até tem o gabinete da cidade inteligente!!!
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