sábado, 18 de janeiro de 2025



Imagem Rádio Hertz, com os agradecimentos de TAD3

Obras camarárias

A futura Loja do Cidadão de Tomar 

não começa da melhor forma

TOMAR – Câmara vai assumir gestão do Palácio de Alvaiázere… onde poderá ‘nascer’ uma Loja do Cidadão | Rádio Hertz

"Mais vale tarde que nunca", diz o povo, habituado às consequências das tranquibérnias autárquicas e outras. Saúde-se então a facto da maioria socialista falar finalmente numa loja do cidadão em Tomar. Ao cabo de 11 anos no poder, já ia sendo tempo. Para evitar viagens à Barquinha, e a outras capitais regionais importantes, quando é preciso renovar documentos pessoais
Lendo a notícia, com origem na Câmara, só se pode contudo ficar preocupado com a evidente falta de rigor informativo, que aliás é habitual nos Paços do concelho. Basta pensar, por exemplo, nas obras do Flecheiro, que continuam por acabar, porque há um terreno privado que a Câmara ainda não conseguiu adquirir, quando afinal o rigor e a prudência impunham que as obras só começassem uma vez adquiridas todas as parcelas indispensáveis. É dos livros. Falhanço dos técnicos superiores? Dos eleitos? Ou de ambos?
Desta vez, no caso do ex-Quartel general, a notícia da Hertz mostra que o assunto parece estar a ser tratado estilo "meia bola e força". Desde logo o enunciado da coisa. A Câmara vai conseguir, por transferência do governo, a gestão do palácio Alvaiázere, diz a notícia.
O problema é que, continuando a ler com atenção, constata-se que não é nada disso. Pior ainda, nem se percebe bem o que possa vir a ser. A Câmara vai passar a gerir o conjunto mencionado, mesmo a parte já ocupada? Pergunta pertinente, porque o diploma governativo autoriza a transferência para o poder local dos imóveis propriedade do Estado que estejam sem utilização e o palácio Alvaiázere está ocupado desde há décadas. Estão lá, como se sabe, o Registo civil, o Registo predial e o Tribunal do trabalho.
O que está parcialmente devoluto são os anexos do palácio, do lado direito, olhando para a fachada: a caserna/refeitório, a casa da guarda, a garagem e a parada interna do antigo Quartel general. Parcialmente devoluto, porque pelo menos a antiga garagem é há muitos anos o arquivo morto da Autoridade Tributária e Aduaneira, as antigas Finanças. É só processos caducos.
A Câmara sabe dessa ocupação? Já falaram com as Finanças, que aceitaram desocupar o espaço? Não me parece. Além disso, existe outro problema, mais remoto é certo, mas nem por isso menos preocupante Por se acaso, como dizem os espanhóis...
A antiga residência dos condes de Alvaiázere, foi cedida em tempos pela família ao Estado, para ali funcionar o quartel general de uma região militar, e o documento de cedência é bem claro. Essa cedência termina logo que deixe de ali estar sediado o referido comando militar., retornando o imóvel à família cedente. Está escrito nos livros do cartório camarário.
Provavelmente já nem os herdeiros, se os houver, sabem dessa cláusula contratual. Mas seja como for, mandam a prudência e  o rigor que antes se proceda no sentido de apurar qual é realmente a situação patrimonial presente.  
Agora prevenida, a Câmara vai agir em conformidade, ou vai fazer como habitualmente, aceitando uns anexos como se fosse todo o palácio, sujeitando-se depois aos eventuais imponderáveias?
Há um dito popular segundo o qual "os ciganos nunca gostaram de ver bons princípios aos filhos". A futura loja do cidadão tão pouco tem bons princípios. Deve ser influência flecheirense.


5 comentários:

  1. Falamos em loja do cidadão, se for para ter as valências que se conhecem na Barquinha deve-se ponderar a questão do estacionamento.
    Agora que se tenta alugar área existente no mercado para restaurante porque não ali a Loja do cidadão.
    Para além de estacionamento a ida ao local potenciava a visita ao mercado e a consequente compra de bens.

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    1. Bem visto, sr. Oliveira, mas a actual maioria nunca se preocupou nem preocupa com os problemas de estacionamento, porque durante um visita à China, a convite do PC local, puderam ver os carros de condução automática, que depois de levarem o passageiro-condutor ao seu destino, vão procurar onde estacionar. Quando vierem para Tomar, vão estacionar em Ferreira, no Entroncamento ou em Fátima, onde há muitos lugares vagos. Isto enquanto não fabricarem carros daqueles de dobrar e meter no bolso, muito mais práticos, sem dúvida alguma. Ou daqueles que voam, que podem estacionar na base de Tancos.

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  2. Os Tomarenses querem tudo e mais alguma coisa, quanto custa não interessa. Já têm finanças, correio, registo civil, segurança social, empresas de energia, comunicações, etc..., etc..., e ainda querem ter tudo no mesmo sítio porque a cidade é muito grande. Se o registo civil e os outros serviços funcionam bem, se têm pessoal suficiente, já é outra conversa. Há pouco tempo os correios chegaram a ter uma loja ao pé do Bonjardim que fechou, penso que na sede da ex junta de Santa Maria façam esse serviço também, a caixa geral de depósitos e o millenium chegaram a ter TRÊS!!!! agências em Tomar, agora só têm uma porque não é economicamente viável ter mais e uma chega perfeitamente para uma cidade a definhar, a vodafone chegou a ter duas e agora só tem uma, o meo e o nos estão no continente com horário alargado. Há até lojas particulares com serviço de fornecimento de energia. Para tratar do problema com os carros e carta de condução temos agências como a do Carreira da escola de condução....

    Mas os Tomarenses querem os serviços á porta de casa, numa cidade tão pequena. Se vão criar a loja do cidadão os outros serviços vão fechar, para quê tantas opções numa cidade tão pequena e a definhar. E eu já tive de ir á loja do cidadão a Santarém, mas foi um caso excepcional.

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  3. O modelo da loja do cidadão já demonstrou ser muito mais eficiente para o cidadão do que o de serviços espalhados por vários locais.
    Primeiro porque permite que o utilizador sem sair do mesmo local trate dos vários assuntos, depois porque inclusive em termos de custos de funcionamento é mais barato ter um só edifício do que vários, e isso aplica-se para o estacionamento.
    No entanto ter um edifício sem ter funcionários , como acontece agora em Tomar , ainda se agrava mais em locais separados.
    Vir agora o cromo que está por enquanto como Presidente da Câmara anunciar uma loja do cidadão, investimentos em casas para a escumalha do costume e novas empresas ( já agora onde se instalam ? ) o maná aos pobres, confirma que vai haver eleições e querem manter o tacho. Ele e a pandilha socialista!
    Já agora não entendo porque o António Rebelo quer apresentar o plano de salvação socialista para Tomar e que muito menos espere que os xuxas lhe respondam !!!

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    1. O Professor Rebelo estava a ser irónico, é o humor dos inteligentes. Eu não digo que não seja mais vantajoso ter tudo no mesmo sítio ao invés de ter os serviços espalhados, o que eu digo é que não é viável ter os dois sistemas ao mesmo tempo!!! Ou um ou outro. E os Tomarenses querem tudo, ouviram falar numa loja do cidadão e querem ter uma para Tomar também sem saberem que isso vai implicar o encerramento dos restantes serviços. Você quando precisar de renovar o cartão de cidadão gostava de poder ter a opção de ir ao registo civil ou á loja do cidadão mas isso não é viável em Tomar porque a cidade é demasiado pequena, não justifica.

      Há filas grandes no registo civil, na segurança social, na operadora de comunicações meo, hoje em dia já toda a gente tem o serviço de televisão, e seria preciso um espaço muito grande para acomodar tanta gente.

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