quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Vista aérea do Convento de Cristo e Castelo dos templários, no sentido oeste-leste.

Política local - Planos

Entregar filhas a gente alheia? Nunca mais!


Um simpático comentador habitual do Tomar a dianteira 3 lançou, mediante comentários numa crónica anterior, a ideia de publicar planos para o futuro de Tomar. Tendo eu adiado a resposta, insistiu, o que levou à elaboração deste escrito.
Diz o povo, cuja sabedoria pragmática é milenar, "Quem faz filhos em mulher alheia, perde-lhes o  feitio." Em sentido figurado, foi mesmo isso que me aconteceu por várias vezes. Destaco e descrevo apenas três, para que dúvidas não restem no espírito de quem lê.
A pedido de um eleito, fui a Santarém participar, como seu assessor técnico, numa reunião distrital, destinada a debater a criação de uma comissão regional de turismo. Meia hora após o começo da reunião, alegou que tinha afazeres urgentes em Lisboa, deixando-me sozinho perante os 21 representantes dos municípios da região, intrigados com a minha presença, uma vez que o referido eleito era de um partido e eu de outro.
Ao cabo de várias horas de discussão, aceitaram a minha ideia inicial de duas comissões regionais de turismo, uma em Santarém e outra em Tomar, tendo regressado a casa descansado, no Mercedes camarário com condutor oficial. Um luxo!
Seguiu-se em Tomar um autêntico fartar vilanagem. Ainda me consultaram para conseguir um nome para o nova entidade, mas entretanto já todos tinham arranjado capacidade para presidir, dirigir, chefiar e por aí adiante, e nunca mais fui visto nem achado. Resultado: a citada comissão regional nunca fez um trabalho notável, acabando extinta pelo governo, como todas as outras.
Igualmente a pedido de certo eleito de outro partido, elaborei o plano de mudança de tutela e de exploração para o Convento de Cristo. Reconheço que o resultado prático não tem sido brilhante, mas alego em minha defesa que a ideia inicial previa a gestão tutelada pela Câmara, visitas guiadas para todos, entrada pela Porta do Sol, etc. O que agora existe está segundo a vontade de quem manda em Lisboa, e não de acordo com o meu plano. Ou seja, a autarquia está a 150 metros do monumento, mas só é responsável pelo estacionamento no exterior. O governo arrecada o produto das entradas, cerca de 1,5 milhões de euros em 2022.
Uma terceira experiência, parcialmente falhada, é aquela licenciatura em Turismo cultural, no IPT. Não quero alongar-me em detalhes, mas a minha ideia inicial não era bem a que foi levada à prática. Apesar de doutorado em turismo, nunca fui contactado para a docência, após ter facultado os tópicos iniciais. Segundo os dados mais recentes, das 35 vagas oferecidas na primeira fase de admissão, foram preenchidas apenas 7. Julgo-me capaz de conseguir bem melhor, mas é demasiado tarde há muito tempo. Aposentei-me em 2001
Parir agora novas ideias, para outros implementarem? Não, obrigado! Já dei para esse peditório. Peço desculpa pela franqueza.

quarta-feira, 30 de agosto de 2023



Obras municipais

IRREGULARIDADES 

NA EMPREITADA DO FÓRUM ROMANO

Finalmente, chegou ao fim a obra da 1ª Fase do Fórum Romano. Terminou a construção do edifício, mas quanto à musealização não existe ainda qualquer projeto nem previsão, à boa maneira socialista: faz-se sem saber como, para onde e porquê. Mas, antes de mais, importa analisar a execução desta obra e como este processo decorreu, sob a alçada da governação socialista.

A forma como este procedimento foi gerido pela governação socialista é da maior gravidade, levantando diversas questões, de ordem democrática, ética, procedimental e até de legalidade. O encerramento desta empreitada nos termos propostos na reunião de Câmara de 21 de agosto passado, apresenta várias irregularidades que determinaram o voto contra dos vereadores do PSD. Vamos aos factos:


 Esta empreitada foi adjudicada a 15 de fevereiro de 2021 por 530 mil euros, com um prazo de execução de 1 ano. Mais uma vez, a gestão socialista da obra pública falha redondamente, com uma derrapagem orçamental de quase 200 mil euros (custo final da obra de 708 mil euros) e ultrapassou todos os prazos autorizados por várias prorrogações, tendo acabado apenas a 14 de junho deste ano, mais de 2 anos depois da adjudicação. Isto, por si só, já é grave, mas é apenas a “ponta do icebergue”.

 A proposta de deliberação é, no mínimo, hipócrita: “Homologar o auto da vistoria para efeitos de receção provisória da obra”, e “Aprovar a conta final da empreitada”. Mas, no passado dia 14 de julho, mais de 1 mês antes, o vereador Hugo Cristóvão, responsável do pelouro, já tinha enviado um ofício ao empreiteiro, no qual comunica que “foi homologado o auto de receção provisória da obra (…) bem como aprovada a conta da empreitada”, conforme refere a documentação anexa a este ponto.

 A maioria absoluta socialista na Câmara Municipal comporta-se como se tivesse um poder absoluto. Porque, mesmo que não respeite a oposição, devia no mínimo cumprir a lei. Na verdade, a atitude do vereador Hugo Cristóvão demonstra um desrespeito total pelos órgãos autárquicos eleitos democraticamente, e é um atropelo às competências do executivo camarário.

 A documentação em análise vem também desmentir o Vereador Hugo Cristóvão que, por várias vezes, afirmou que a obra tinha terminado a 28 de abril (prazo da última prorrogação, graciosa), em resposta a questões dos Vereadores do PSD. Afinal, como agora se comprova, a obra terminou apenas quase 2 meses depois, a 14 de junho – o que conduz à pergunta: em que condições contratuais é que a obra andou a decorrer durante esse tempo?

 Chegamos agora à questão verdadeiramente grave de todo este processo: a conclusão da obra a 14 de junho representa um atraso de 47 dias face à última prorrogação concedida, o que dá origem a uma multa de 23.476,97€, conforme refere o Diretor do Departamento de Obras Municipais.
Mas, este dirigente municipal acrescenta na sua informação que “Salvo melhor opinião, a multa não deve ser aplicada, já que apenas a 15 de junho de 2023, foi disponibilizado para assinatura o contrato para a realização dos trabalhos complementares, prolongando virtualmente o prazo para execução dos trabalhos”. Como é possível?! Estes trabalhos complementares foram aprovados em reunião de Câmara a 3 de abril de 2023, a minuta do contrato só foi a reunião de Câmara em 29 de maio, e só a 15 de junho é que o contrato foi entregue ao empreiteiro para assinar? Quase 2 meses para fazer uma minuta de um contrato de trabalhos complementares e mais 2 semanas para o entregar ao empreiteiro para assinar? Coincidência, o contrato só foi entregue ao empreiteiro no dia a seguir à obra ter terminado, o que gera a justificação para perdoar a multa. Quase que parece de propósito, este tempo todo para entregar o contrato ao empreiteiro, para servir de pretexto para evitar a multa!

 Como se não bastasse, isto levanta ainda outra questão: se o contrato de trabalhos complementares só foi assinado a 15 de junho, no dia a seguir à obra ter terminado, então os trabalhos complementares foram executados sem existir contrato! Porque se foram executados com base num entendimento tácito, tendo em conta a aprovação em reunião de Câmara, então cai por terra o argumento do perdão da dívida. Tudo o que referimos é gravíssimo e levanta questões de irregularidades, que merecem ser escrutinadas para determinar como decorreram os procedimentos da governação camarária socialista neste processo, em particular do Vereador Hugo Cristóvão, responsável pelo pelouro. É também lamentável que, se o processo se tem ficado pelo ofício do Vereador sem que ninguém tivesse alertado para a obrigatoriedade de ser presente a reunião de Câmara, tudo isto tinha passado ao lado do escrutínio público. É caso para perguntar: quantos processos terão já acontecido nestas condições?

Tomar, 28 de agosto de 2023

Partido Social Democrata de Tomar

A Corredoura não é tão ampla como o Parque Eduardo VII, nem coisa parecida. Nada de ilusões.

Festa dos tabuleiros

Nove mil quilos de pão pago com os nossos impostos e atirado para o lixo, é aceitável ?


Tomar a dianteira 3 já tentou, por diversas vezes e de vários modos, levar os responsáveis locais da Festa dos tabuleiros a alterar o habitual modelo de organização, até agora sem resultado. Ou, melhor dizendo, indispondo pessoas e arranjando inimigos, daqueles tipo cão que nunca larga o osso. A posição geral é sempre a mesma: "O gajo é contra a festa e contra os tomarenses."
Dado que essa treta caluniosa está a perder força, acontecendo o mesmo que aos cachorros, que nascem cegos, mas abrem os olhos ao fim de certo tempo, os defensores da festa vão procurando continuar ao ataque, baseados naquele princípio do futebol, segundo o qual a melhor defesa é um bom ataque. Aqui há dias, foi a presidente de abalada que, após prometer uma estimativa dos visitantes para 9 de Agosto, conforme está escrito na informação local,  veio agora acrescentar que vieram à festa um milhão e cem mil pessoas, e prometendo mais informação para 5 de Setembro.  Em que se baseia tal cálculo? Porquê só em Setembro? Mistério.
Escassas horas mais tarde, a comissão dos tabuleiros veio confirmar novidades para Setembro, aproveitando para avançar com uma falsidade do tamanho de um comboio. Segundo eles, contas da festa deste ano só em Setembro, o que nesta era de computadores e de acordo com os padrões europeus só pode dar que pensar, por levarem tanto tempo a cozinhar um prato banal, mas acrescentam que as contas da festa anterior, em 2019, registaram um saldo positivo de 59 mil euros:


E falam de investimento. Deduz-se portanto que, finda a festa, restaram em caixa um pouco mais de 9% dos fundos avançados pela Câmara. Por conseguinte uma despesa a fundo perdido de 541 mil euros, vindos do orçamento municipal. Para beneficiar quem?
A história de manter a tradição e promover Tomar não passa disso mesmo. Uma historieta de encantar, para adormecer crianças grandes. Porque a dura verdade é esta: Nos velhos tempos, os tabuleiros foram um cortejo de oferendas, tendo como objectivo recolher pão e dinheiro para comprar carne e vinho, para depois ajudar a matar a fome reinante, mediante a distribuição da peza ao povo. Tempos que já foram, felizmente. Agora já ninguém passa fome, que as várias instituições subsidiadas pelo Estado não deixam. Nem os ciganos.
Ultimamente, pouca gente aparece pare receber a peza, apesar da oferta publicada, e os que vêm, querem é o vinho e a carne. Donde resulta que, apesar de comprarem pão fresco para distribuir, praticamente ninguém o quer, e assim o pão dos tabuleiros vai para o lixo, excepto uma ínfima quantidade, guardada para recordação. Será isto aceitável, na Europa em 2023, deitar para o lixo cerca de nove toneladas de pão, benzido pelo senhor bispo e pago com dinheiro dos contribuintes?
Não há pior cego que aquele que não quer ver, pelo que chega sempre a altura, mais tarde ou mais cedo, de o obrigar a encarar as coisas como elas são. Dirão os acérrimos defensores do modelo actual da festa que, de qualquer maneira, haverá sempre pão deitado para o lixo, qualquer que seja o novo figurino da festa, mas não é bem assim.
Desde logo porque, não tendo agora o pão dos tabuleiros qualquer utilidade real para além da simples ornamentação, porque não o substituir por pão de plástico, como aquele do megatabuleiro da Rotunda, que não choca ninguém, antes pelo contrário? Ficava muito mais barato e podia servir para várias edições da festa, mudando-se apenas as flores de papel ou naturais.
Mas o problema básico não é esse. É o do custo sem compensação, enquanto não soubermos ou não quisermos transformar o subsídio camarário e outros num investimento, em vez de uma simples despesa sem retorno. Mesmo que não venha a ter qualquer influência na decisão da UNESCO, sobre a candidatura tomarense, o que está por demonstrar, mais tarde ou mais cedo a Comissão Europeia arranjará maneira de nos levar a mudar de modelo organizativo. Basta recordar aquele membro holandês da referida comissão, que falou em "putas e vinho verde". Recordam-se? Porque é um escândalo de todo o tamanho, atirar para o lixo toneladas de pão, pago também com fundos europeus, porque está tudo ligado. E os protestantes do norte da Europa não gostam mesmo nada disso. Essa é que é essa!




terça-feira, 29 de agosto de 2023

 

Comissão regional de turismo dos Templários, Floresta central e Albufeiras

Turismo e tabuleiros

Mesmo na política local convém não exagerar


De novo em Fortaleza, próximo do mar, onde forçosamente a visão do mundo é diferente da que se consegue em Tomar, nomeadamente por causa da linha do horizonte, estive a ler declarações de Anabela Freitas, na sua rádio oficial, que são claramente uma afronta aos tomarenses sensatos, e uma clara provocação aos raros comentadores locais.
Uma candidata que se comprometeu perante os eleitores para um mandato de quatro anos e afinal se vai embora para outras paragens ao fim de dois. Uma presidente que anunciou a estimativa oficial do total de visitantes dos tabuleiros para 9 de Agosto, mas agora adiou para 5 de Setembro, sem qualquer explicação. Uma candidata a candidata que se vendeu ao adversário mesmo antes da votação, integrando uma lista liderada pelo PSD e tendo como mandatário um grande empresário hoteleiro, a quem antes vendeu por 706 mil euros umas ruínas históricas avaliadas em 3 milhões de euros.
É esta conterrânea que sem mais quê nem porquê, opina que assistiram à festa grande tomarense um milhão e cem mil visitantes, naturalmente contados pelo seu "olhómetro" infalível. Não têm qualquer importância ou efeito, para além de irritar alguns, exactamente aquilo que a ilustre senhora pretendia, com é evidente. Mais uma demonstração da usual política "quero, posso e mando; determino e mando publicar".
Mas mesmo na política local e em Tomar, convém não exagerar, sob pena de se  perder a credibilidade. Sobretudo quando se transita para um lugar bem pago, mas num organismo estatal que está numa situação semelhante à dos feiticeiros africanos.
Como é do conhecimento geral, aqueles mágicos tradicionais costumam fazer umas cerimónias vistosas para provocar a chuva, justamente na época pluviosa. Depois, quando como habitualmente há chuva, gabam-se que foi por causa das suas práticas ancestrais. Acontece algo parecido com as entidades promotoras do turismo, nomeadamente as regionais. Gastam uns bons milhões com campanhas promocionais e depois anunciam resultados quase milagrosos, em termos de aumento de visitantes e de despesa por cada um. Esquecem-se que o turismo é uma gigantesca indústria, demasiado complexa para que pequenas entidades com minúsculos orçamentos à escala global possam ter alguma influência significativa sobre a procura. Iludem-se e iludem os outros, porque assim lhes convém.
O que aconteceu este ano no Algarve, com uma acentuada redução da clientela nacional, mostra isso mesmo, sendo apenas o começo. Vai ser cada vez mais evidente que, digam o que disserem, com as actuais políticas e organismos promotores, Portugal não é competitivo na relação preço - qualidade, nem no país nem sobretudo no estrangeiro. Há a boa comida e a tranquilidade, mas não basta.
Significa isto que, tanto os hoteleiros como os outros profissionais de turismo, ou mudam, adaptando-se à envolvência global, ou muitos terão de procurar outras actividades económicas menos exigentes. Quanto aos dirigentes dos organismos parasitas do turismo, pode levar o seu tempo, como no caso do Politécnico de Tomar, mas chegará a ocasião em que terão o mesmo destino das suicidadas comissões regionais de turismo. Acontecerá quando o governo for forçado por Bruxelas a concluir que está gastando demasiado para tão magros resultados verificáveis. O que não surpreende, com dirigentes como Anabela Freitas, cuja competência não contesto, por falta de dados fiáveis, mas que parece padecer de obstinação doentia.


 


Opinião

CADA OBRA, CADA TRAPALHADA


“Cada tiro, cada melro”. A governação socialista bem pode dizer que não é responsável pela conjuntura nacional e internacional, pelo preço dos materiais ou as falhas dos projetistas e empreiteiros, mas a verdade é que não têm uma obra pública que acabe a tempo e horas e sem derrapagens orçamentais.
Tem sido assim desde as obras como a Av. Dom Nuno Álvares Pereira e o Fórum Romano, e agora com o Passadiço Ciclável junto ao rio Nabão.
Muito haveria a refletir sobre as opções e prioridades dos socialistas para as obras públicas no nosso concelho, mas o que está em causa é a fraca execução das obras municipais, repletas de erros e omissões em projeto (o PS continua a rejeitar a revisão dos projetos antes de avançar para a obra, apesar da repetida insistência dos vereadores do PSD), o acompanhamento de obra – resultado da incompetência e leviandade da governação socialista no cumprimento do trabalho para o qual foram eleitos.
A governação socialista do Município de Tomar devia ser caso de estudo, para se saber tudo o que não deve ser feito num procedimento de obra municipal: erros e omissões nos projetos, derrapagens nos prazos de execução, trabalhos a mais e trabalhos complementares, tudo isto com custos acrescidos para o erário público e lesivos do dia-a-dia dos cidadãos.
Analisemos então mais esta trapalhada da obra do Passadiço Ciclável. Foi assinado o contrato, esteve parada 6 meses, depois foi consignada e esteve suspensa mais 7 meses, sendo um dos argumentos para esta suspensão da obra os 10 dias da Festa dos Tabuleiros. Um argumento tão ridículo que até parece que estão a gozar com os tomarenses. Tanto é, que foi o próprio Vereador Hugo Cristóvão, responsável pelas obras municipais, a informar que boa parte desta obra decorre em estaleiro – afinal em que ficamos?
Decorre em estaleiro, mas tem de ser suspensa por causa da Festa?!
Vejamos, de forma clara, a cronologia desta obra:

 Projeto aprovado em reunião de Câmara a 8 de agosto de 2021;

A Presidente da Câmara adjudicou a obra a 9 de maio de 2022 e o
contrato foi assinado dias depois, a 24 de maio;

 Estranhamente, porque não existe informação, só quase 6 meses depois, a 15 de novembro de 2022, é que a obra foi consignada, ou seja, começou a contar o prazo para a sua execução, que é de 300 dias.

 No entanto, menos de um mês depois, e durante os 7 meses seguintes, a obra esteve suspensa. Dizem os socialistas que “não foi possível iniciar os trabalhos”.

 Por isso, a 24 de julho de 2023, a governação socialista propôs à reunião de Câmara a alteração do projeto; trabalhos complementares de 206 mil euros, causados por “erros e omissões do projeto”; trabalhos a menos de 142 mil euros; e a suspensão da obra desde 10 de dezembro de 2022 até ao dia 10 de julho de 2023. A obra começou, finalmente, quando já devia estar quase a acabar!
Fica a pergunta, já repetida por diversas vezes: porque é que a revisão do projeto não foi feita antes da adjudicação? Não o tendo sido, esta obra já custa mais 64 mil euros aos contribuintes tomarenses ainda antes de ter começado sequer. A falta de estratégia, de planeamento e de rigor na gestão dos dinheiros públicos da governação socialista em Tomar não têm fim, não aprendem com os erros do passado e seguem alegremente, de festa em festa, a fazer o mesmo. E os tomarenses que se resignem a tolerar os atrasos das obras, agora são 3 meses de transtornos na EN110, e a sustentar com o dinheiro público as centenas de milhares de euros gastos a mais em obras que
poderiam ter sido evitados.

Tiago Carrão
Vereador da Câmara Municipal de Tomar, eleito pelo PSD
Presidente do PSD de Tomar

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Instalações do IP Tomar, na Estrada da Serra

Ensino profissional

Polítécnico de Tomar à bolina, 

com ventos cada vez menos favoráveis


Tendo ainda presente o caso da Escola profissional de Tomar, que perdeu metade das inscrições em relação ao ano anterior, Tomar a dianteira 3 esteve hoje consultando a listagem das colocações no ensino superior, que saiu no PÚBLICO. È outro nível. Trata-se de ensino superior, e outra escala, pois abrange todo o país e ilhas. 
Na impossibilidade prática de facultar um quadro global atraente, optou-se por situar o Politécnico de Tomar entre os seus pares de igual reputação. O que significa os do fundo da tabela, quanto ao total de vagas e de inscrições. Não ocupando uma posição vergonhosa, tão pouco se pode dizer que fica bem na fotografia, apesar de até facultar um curso superior nessa área.
Este ano, o IPT oferecia 537 vagas no total, enquanto Santarém alinhava 994, Portalegre 561 e Beja 512. Concluída a primeira fase de colocações, Tomar conseguiu 268 novos alunos, Santarém 755, Portalegre 381 e Beja 191. O que significa que só Beja, no interior profundo, salva o IPT da cauda da tabela. Poucos alunos querem vir para Tomar, apesar de nem ser muito longe da costa ou de Lisboa.
Pior ainda, enquanto Beja só registou dois cursos sem candidatos na primeira fase, contra apenas 1 em Portalegre e igualmente 2 em Santarém, o Politécnico de Tomar regista 5 cursos sem qualquer inscrição. É demasiado, para tão pouca oferta. Claro que, nas fases seguintes, a situação vai melhorar, é o costume. Mas lá está: vão receber, como habitualmente, "o refugo do refugo". Os que não conseguiram vaga noutros estabelecimentos, porque a classificação escolar não dava para mais.
Podem os responsáveis do IPT avançar as justificações que julgarem melhores, ou mais convenientes. Os factos são teimosos. Nesta primeira fase, os candidatos ao ensino superior não foram muito numerosos nem entusiastas a escolher o ensino superior nabantino. Falta saber porquê, sendo plausível que o corpo docente do Politécnico, salvo honrosas excepções, não estará muito interessado em obter respostas.
Há dúvidas a tal respeito? Pois aqui vai um quadro que só enganará quem quer continuar a ser enganado:


Licenciatura em Turismo.......Vagas oferecidas...... Inscritos 1ª fase..... Sobras
.
IP Beja.................................................37...............................24.....................14

IP Castelo Branco................................25..............................19........................6

IP Coimbra..........................................35...............................35.......................0

ES H Estoril........................................61...............................61.......................0

IP Leiria (Peniche)..............................51...............................52.......................0

IP Portalegre......................................27................................10.....................17

IP Santarém (Rio Maior)...................24................................21.......................3

IP TOMAR........................................35.................................7......................28

IP Viana do Castelo.........................55...............................55........................0

IP Viseu...........................................47...............................47........................0
_____________________________________________________________

Elaboração TAD 3, com dados colhidos no Público de 27/08/2023, página 8 e seguintes.

Não basta sacar ideias alheias. Depois há que encontrar um corpo docente com envergadura suficiente para elaborar um currículo capaz de assumir a dianteira, em termos de qualidade e de prestígio. Não é fácil. As golpadas só resultam enquanto os resultados práticos as não desmascaram.
Lincoln, o presidente americano, escreveu algures isto: "Pode-se enganar toda a gente durante um certo tempo; pode-se até enganar alguns durante toda a vida; mas é impossível enganar toda a gente durante toda a vida."

ADENDA

Antes de eventualmente pensar na já habitual lengalenga da má-língua e/ou da crítica excessiva, faça o favor de ler este comentário, encontrado já depois de escrita a crónica acima, e copiado do Tomar na rede, com a devida vénia:

"Quando se lê que em Tomar algo vai fechar este mês pensa-se logo no Politécnico: com 5 cursos sem nenhum novo aluno e mais quatro com menos de dez candidatos, há razões para pensar se há justificação para ter uma estrutura destas com tantos custos. Pois se já não há interessados…"

domingo, 27 de agosto de 2023

Com a actual entrada pela Portaria filipina, na fachada norte, os visitantes não vêem esta parte do Convento.

Turismo e património

O Convento de Cristo 

a toque de apito e de sineta

 O MIRANTE | O apito do Convento de Cristo


Publica O Mirante, com alguma ironia, que no Convento de Cristo, Património da Humanidade e etc., o horário em vigor não é o mais conveniente nesta época de veraneio, designadamente para emigrantes de férias no país natal. Realmente, fechar às 18H30, e admitir visitantes só até às 18H00, ainda por cima a toque de apito e de sineta, na alta estação turística, mostra que algo não vai bem pelas paragens nabantinas.
A começar pela informação local, alheia a tudo o que possa ser interpretado como crítica aos instalados. Mesmo assim, quem conhece bem o principal monumento tomarense, como é o caso de quem escreve estas linhas, só pode exclamar " O MIRANTE está cheio de razão, mas se fosse só o apito e o horário pouco adequado", nem tudo seria mau. O pior é o resto.
Durante a recente visita do primeiro-ministro, ao contrário do habitual, havia polícia com fartura. Até para reservar e guardar lugares de estacionamento para os carros da comitiva, num parque exíguo e sempre esgotado durante a alta estação. Mas disso ninguém fala, porque é da responsabilidade da Câmara, e a maioria PS local conseguiu calar quase tudo e quase todos, comprando barato. A tal ponto que até há compagnons de route agoniados com as críticas solitárias de Tomar a dianteira 3, no melhor estilo salazarista. Ainda recentemente uma respeitável senhora, ligada aos tabuleiros, comentou no Facebook que "É critica a mais!". Quem diria que, meio século mais tarde, o Botas ainda teria tantos seguidores. Disfarçados, claro está. E ignorantes que se ignoram, ainda por cima!
Com crítica a mais e tudo, a entrada no Convento pela Portaria filipina, na fachada norte, é uma vergonha. Obriga a subir três lances de altos degraus, e impede que os visitantes menos prevenidos vejam o castelo, o jardim, ou o portal manuelino da virgem, (ver imagem supra), outrora a entrada principal do monumento. Além disso, há falta de segurança, posto que, sem pórticos de controle, qualquer pessoa pode levar o que quiser para o interior do monumento, incluindo eventualmente um engenho explosivo. Segue-se que as instalações sanitárias são demasiado longe, e não há visitas guiadas, apesar de ser o monumento mais complexo do país, com pelo menos três pisos diferentes para visitar, e sem sinalética capaz. 
A situação é de tal forma complexa que há com frequência visitantes perdidos, e até alguns que aproveitam para se aliviar em recantos mais discretos.  Mais tarde, as senhoras da limpeza, cumprem a sua obrigação, lavando e removendo o esterco,  e não se fala mais no assunto. 
António Costa veio à socapa (nem a oposição nem a informação local foram informadas), visitou o que lhe mostraram e anunciou mais uns milhões em obras: Recuperação da alcáçova, reedificação dos paços do infante D. Henrique e lavagem-branqueamento (mais um) do claustro principal. Os problemas acima elencados terão de continuar a aguardar melhor oportunidade.
Assim vamos. O silêncio é quase geral, e ninguém parece saber bem para onde caminhamos. 
Vivam as obras de restauro, de lavagem e branqueamento! Viva o PRR! Os empresários contemplados agradecem. Depois logo se vê. Os turistas que se lixem!


sábado, 26 de agosto de 2023


 Romaria d'Agonia e Festa dos tabuleiros

No Minho é diferente...


No Minho é diferente. Ou será em Tomar? Vejamos, por comparação. Tomar tem menos de 40 mil eleitores (4 PS, 3 PSD) e  Viana do castelo tem mais do dobro (5 PS, 3 PSD, 1 CDU). Tomar organiza a Festa dos tabuleiros de 4 em 4 anos, Viana organiza a Romaria d'Agonia todos os anos. Em Tomar desfilaram 618 portadoras de tabuleiros, em Viana desfilaram 908 mordomas, no cortejo da Mordomia. Os tabuleiros duraram 10 dias, a Romaria minhota durou só nove, e até foi prejudicada pela chuva.
Em Tomar, após alguma polémica, foi anunciado que haveria uma estimativa oficial do total de visitantes no dia 9 de Agosto. Estamos 26 e nada. Um silêncio eloquente. Em Viana, a Romaria terminou há poucos dias, mas já se anunciou que atraiu 1,1 milhões de visitantes, e um questionário submetido a esses mesmos visitantes revela geral contentamento, particularmente com o novo esquema de estacionamento. (Accionar link supra). Cereja no topo do bolo, Viana até já divulgou que no próximo mês será anunciada a data da Romaria de 2024.
Enquanto isso, em Tomar continua-se a prever e a trabalhar "a olho". Estimativas fundamentadas para quê? Questionários para quê? Mudanças para quê? Informar os eleitores para quê? Aceitar as críticas para quê? Importante, fundamental mesmo, é conseguir entregar na UNESCO, em Paris, a candidatura dos tabuleiros a património imaterial da humanidade, com uma bela argumentação histórica. Para poder usar, como argumento de peso, pensam os interessados, durante a campanha eleitoral, em 2025. Porque será que em Viana ainda nem sequer pensaram nisso? Não têm categoria ou capacidade para tanto? Ou serão apenas menos vaidosos, mais modestos e mais realistas que em Tomar?
Uma derradeira comparação, por agora. Desde 2009  até 2021, Viana do Castelo perdeu 4.206 eleitores e Tomar 4.832, mas como a população de Viana é mais do dobro da nabantina... Mesmo assim, lá se vai por água abaixo a balela segundo a qual em Tomar a população diminui devido à interioridade, porque as pessoas emigram para a faixa costeira.
Viana do Castelo fica à beira-mar, é um porto importante e tem estaleiros de construção naval. Muitos dos barcos que sulcam o Douro, foram lá construídos.
São unicamente factos,  comparações e interrogações. Nada de má-língua. Uma arrelia para aqueles eleitos, e seus apoiantes, que julgam pertencer a uma casta superior, comportando-se como tal.


sexta-feira, 25 de agosto de 2023



Informação local

Bobos da aldeia global


Um leitor identificado incitou Tomar a dianteira 3 a dissertar sobre a notícia da repressão das crianças praticando skate frente à Câmara. Mostrou-se intrigado com as mais de 120 mil visualizações, já alcançadas pela peça sobre o tema, publicada no Tomar na rede. Compreende-se. Camões disse há cinco séculos que "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades". É o que vai acontecendo, e de que maneira.
Aqui na cova nabantina, como é sabido, as pessoas viajam pouco e lêem raramente, o que se lastima. Muitos nunca sairam da "choldra lusitana". Ignoram portanto as mudanças do mundo. Mesmo as maiores, quanto mais agora as outras. Pior ainda, quando alguém se arrisca a tentar mostrar-lhes algumas dessas alterações, é mal aceite e intimamente maltratado. Prova disso é aquele comentário vingativo de uma leitora, perante uma curta enumeração de factos comprovados. "Não acredito!!!", escreveu a senhora. Como se a verdade e a realidade fossem questões de crença. De acreditar ou não. Não aceito !!!, queria ela dizer, levada pela sua evidente intolerância. Mas que remédio há, senão aceitar e procurar digerir. A bem ou a mal.
Neste caldo societal, o tal leitor intrigado ficou surpreendido com as 120 mil visualizações do caso dos skates, decerto porque não reparou anteriormente  naquela outra notícia sobre o casal que comeu e não pagou numa casa de pasto local, também no Tomar na rede, que já ultrapassou as 245 mil visualizações. Caso contrário, já teria recalcitrado antes.
No entender de Tomar a dianteira 3, a situação é simples. Há por um lado, graças às redes sociais, e aos satélites de comunicação, a rápida transição de milhões e milhões de aldeias isoladas para uma só aldeia global, como previsto pelo canadiano Marshall McLuhan, ("O meio é a mensagem"), já lá vai mais de meio século, quando ainda nem havia computadores pessoais. Concomitantemente, passou-se da época dos bobos da corte, para a era dos palhaços globais, que somos todos nós, uns mais do que outros, quer queiramos quer não.
Antigamente, o bobo, ou bufão, era um funcionário encarregado de divertir o rei e a corte. Agora somos praticamente todos a procurar entreter os concidadãos da aldeia global, partilhando material na Net,  nem sempre da melhor qualidade. Doravante, quem saiba usar adequadamente todas as redes sociais, (não é de todo o caso de quem escreve estas linhas, um ignorante sem qualquer formação escolar em informática), consegue de forma quase automática centenas de milhares, ou mesmo milhões de leitores, pelo menos em teoria. Porque visualizar não é o mesmo que ler e compreender.
Há que aceitar e adaptar-se à nova realidade, que vai mudando rapidamente, e na qual as redes sociais vão dominando o jornalismo em suporte papel, que está condenado. Se os tomarenses soubessem quantos leitores têm realmente os semanários locais... 


quinta-feira, 24 de agosto de 2023




Escola profissional

Mais uma desgraça local 

em que a culpa é dos outros


O hábito é antigo. Já vem de maiorias anteriores. Mas a actual tem sabido cultivar com mestria a arte de enganar os eleitores. Assim, após anos sem rega e com o jardim da Mata a secar aos poucos, lá acabaram finalmente por admitir a triste situação, e até identificaram o culpado. Um fungo chamado oídio. Está-se mesmo a ver.
Seguiu-se aquele escândalo de centenas de pessoas a percorrerem quilómetros a pé, em estradas sem passeios, para assistirem ao cortejo dos tabuleiros, devido a evidente falha da organização, que não disponibilizou locais de largada e tomada de de passageiros na área urbana, prática seguida em todos os centros turísticos. Culpada a Câmara, ou a comissão da festa? Nem pensar! A culpa foi dos organizadores das "excursões de garrafão", que não interessam a ninguém, porque até trazem farnel, segundo os mentores da maioria PS, e a cidade precisa é de turistas com poder de compra.
Pouco tempo depois, Tomar a dianteira 3 denunciou que o jardim junto à biblioteca municipal está nitidamente a morrer à sede. Basta olhar com alguma atenção. Tiago Carrão, do PSD,  terá lido a crónica, e pegou no tema em plena reunião do executivo. Tanto bastou para o vice-presidente Cristóvão admitir que assim acontece realmente, mas acrescentando que a rega do jardim cabe ao empreiteiro da obra da envolvente à biblioteca, que não há meio de acabar E esta hein?!
Julgam que o rol de desgraças  acaba aqui? Estão enganados. Em  declarações à Rádio Hertz, (accionar link supra) o director da Escola profissional de Tomar, já dispensada de pagar renda à Câmara, devido a dificuldades orçamentais graves, admite que aquele estabelecimento de ensino apenas conseguiu este ano metade dos alunos que esperava. Tencionavam formar 4 turmas, vão funcionar apenas duas. 50% menos que no ano lectivo anterior. A evoluir assim...
Culpa da Câmara, sócia maioritária daquela escola? Da própria direcção da escola? Dos seus professores? É claro que não. Segundo o director da mesma, a culpa é da  "estrutura de orientação profissional do sistema educativo nacional".
Sendo assim, como raio é que as escolas profissionais de Ourém, Entroncamento e Caldas da Rainha, por exemplo, vai progredindo, enquanto a de Tomar vai regredindo? A "estrutura de orientação profissional do sistema educativo nacional", não é a mesma em todo o território nacional?
Não será antes mais um daqueles casos em que, como diz o povo, "o mau dançarino desculpa-se sempre com o chão que é torto"??? É só uma pergunta retórica, para concluir com um floreado.



quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Política local

Suposta denunciante municipal intolerante 

vai ficar impune?

TOMAR – Praça da República. Praticantes de skate queixam-se de «funcionária da Câmara que insiste em chamar a PSP devido ao ruído». Jovens asseguram que autoridades ameaçaram «confiscar» aqueles equipamentos desportivos | Rádio Hertz (radiohertz.pt)

Triste tarde de duas crianças em Tomar | Tomar na Rede


O escândalo foi grande. Toda a informação local, que ainda não perdeu o norte apesar das contingências, dele deu conta. (Ver 2 link supra). Uma suposta funcionária municipal, (que Tomar a dianteira 3 confessa ignorar quem possa ser), após ter intimidado duas crianças, para que deixassem de praticar skate no lajedo fronteiro aos Paços do concelho, gorada a sua intenção, resolveu chamar a PSP.
Os agentes da autoridade não tardaram a aparecer, e com ameaças de confiscação dos skates lograram que as crianças se fossem embora. Tudo isto em 2023,  num país dito de democracia ocidental e que faz parte da União Europeia. Uma alegada funcionária municipal pratica, durante as horas normais de serviço, um evidente abuso de poder e/ou de autoridade, sem ter competência ou sequer cobertura legal para os actos que praticou. Seja qual for a sua argumentação. Agentes da autoridade, no exercício normal das suas funções,  revelam a sua subserviência e falta de formação, limitando-se a obedecer às indicações de uma alegada "senhora da Câmara", sem cuidar de respeitar as leis em vigor e as concomitantes liberdades e garantias dos cidadãos.
E apesar de tudo isto, que é medonho e devia assustar quem tenha um mínimo de consciência cívica, paira um silêncio tumular por parte dos responsáveis, eleitos ou não. Nem inquérito do comando da PSP, para apurar os factos e punir os faltosos, se for caso para tanto, nem processo disciplinar na autarquia, com as mesmas intenções.
Dirão as habituais boas almas tomarenses, sobretudo as que têm votado na "senhora que é tão simpática e boazinha", que o ocorrido também não é assim tão grave. Não será mesmo? Deixando agora de lado a actuação condenável da PSP, que revela sobretudo falta de informação adequada, concentremo-nos na tal "senhora da Câmara", que visivelmente odeia crianças. 
Odeia todas as crianças? Ou só os filhos de burgueses, com dinheiro para comprar skates, uma vez que a Acção social escolar ainda não os oferece? Se fossem jovens originários do Flecheiro, a "senhora da Câmara" também teria ido intimidá-los? E a PSP, uma vez alertada, teria vindo tão rapidamente, para ameaçar com o confisco dos skates?
Perante tais interrogações legítimas, surge como estranho e cúmplice, o silêncio de quem tem poder disciplinar sobre a suposta funcionária municipal, uma vez que integra uma maioria partidária que condena com veemência, e muito bem, os abusos no seio da Igreja católica, mas nada faz perante este manifesto abuso do mesmo tipo. 
Face a tudo isto, quando tenciona a maioria PS local proceder de forma a pôr a questão em pratos limpos, tendo em vista evitar reincidências? Se tal não acontecer rapidamente, se tudo continuar em águas de bacalhau, com a Câmara praticamente em autogestão, como vem sendo costume, estará a AM ciente das suas responsabilidades, na defesa da legalidade democrática, e dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos? Ou já estamos a viver numa república DE bananas, vaidosos e acomodados, sempre prontos a dobrar a cerviz perante as conveniências locais?


terça-feira, 22 de agosto de 2023


Imagem A

Imagem B

Imagem C

Imagem D

Política local

Coitados dos espaços verdes citadinos


Coitados dos espaços verdes citadinos. Morrem aos poucos quando deviam crescer, e medram onde não devem. Tudo isto sem que a Câmara tenha algo a ver com tais assuntos menores, segundo o ponto de vista do vice-presidente Cristóvão.
Na sequência da nossa crónica de 20 do corrente, no seu ponto 3, o vereador Tiago Carrão (PSD) abordou a triste sorte do espaço ajardinado junto à biblioteca municipal, assim cumprindo a sua missão de eleito local, o que é sempre de agradecer. (Accionar link supra, para mais ampla informação.) Na resposta, o vice-presidente Cristóvão esclareceu, como era previsível, que o jardim é da responsabilidade da empresa que não consegue acabar a obra. Ou seja, uma vez mais, a Câmara não tem nada a ver com a manutenção e rega daquele espaço verde, que está a morrer à sede. O costume. A maioria socialista só assume os êxitos. Nunca os fracassos. É a política do PS a nível nacional, que jamais assumiu a tragédia de Pedrógão. Lembram-se?
Admitindo que assim seja, isto é, que a empreitada da obra também inclua a manutenção do espaço ajardinado, o que seria bem estranho, aparecem várias perguntas:

1 - O que impede o empreiteiro de ir regando o que está a secar, enquanto não conclui a obra? Também não consegue contratar pessoal para isso?

2 - Do lado oposto da mesma rua, o ex-espaço verde, agora terreno sem vegetação, (ver imagem  A), também é da responsabilidade do mesmo  empreiteiro? Desde quando? Aquilo já não tem relva verde quase desde o 25 de Abril...

3 - E a sebe exterior do jardim da Praceta Raul Lopes, (imagens C e D), também aguarda que o empreiteiro a venha aparar? Ou terá de ser a Câmara?

4 - E aquela vegetação abundante no Açude real, (ver imagem B) ao cimo do Mouchão? Também não é da responsabilidade da Câmara, mandar cortar aquilo tudo?

Há autarcas que tardam em convencer-se de  que a era das mentiras piedosas já lá vai. Agora, com a informação via Net, a mentira tem a perna cada vez maia curta. Finalmente!




segunda-feira, 21 de agosto de 2023

População e desenvolvimento económico

Da interioridade e da falta de habilidade


Apesar do nosso evidente atraso cultural, em certos aspectos estamos alinhados com Lisboa. É o caso do argumentário político. Tal como o PS nacional, em Tomar os socialistas usam e abusam de uma argumentação tosca, há muito esgotada para lá da fronteira. Trata-se, em resumo, de afirmar que tudo o que tenha êxito, é obra dos eleitos socialistas; que evidentemente, e pelo contrário, quando as coisas correm mal, nada têm a ver com o assunto.
Um dos grandes problemas tomarenses à espera de solução é a óbvia fuga da população. Nos últimos dez anos desapareceram dos cadernos eleitorais 10% dos inscritos. Porquê? Enjeitando à priori qualquer responsabilidade, a maioria socialista e os seus defensores apontam logo para uma causa que consideram natural -a migração para a faixa costeira.
Paga para isso mesmo, a informação local apoia, enquanto a restante população pensante, pouco numerosa,  opta pelo conforto do silêncio, em vez das vicissitudes da frontalidade. Mas será mesmo assim? A crescente fuga da população nabantina é mesmo causada pela atracção da faixa costeira? Até agora ninguém pareceu preocupar-se com tal questão.
No EXPRESSO ECONOMIA de 20 de Agosto pode ler-se que, desde 2016 e até 2022, Braga liderou a tabela nacional de construção para habitação nova. Dado o contraste com a situação tomarense, onde um raro prédio novo, junto à Escola Gualdim Pais, está em fase de acabamentos, mas com as obras paradas, aguardando melhores dias,  fui  à cata de mais elementos.
Apurei então que, na cidade dos arcebispos, a população continua a crescer, atingindo agora 193 mil habitantes, a terceira urbe do país, em termos populacionais. Porque está na faixa costeira? Nem tanto. Tal como Tomar ou Ourém, está a cerca de 50 quilómetros da costa. Mas então, a tal atracção da faixa costeira...
Além da população a crescer e da diferença de escala, a outra grande diferença entre Braga e Tomar é que os bracarenses são governado por uma maioria PSD/CDS/PPM desde 2013. E têm uma Universidade, mas isso conta pouco, pois Évora também tem, e no entanto nem aos 60 mil habitantes chega. Se a isto juntarmos que o Bom Jesus bracarense não é património da humanidade, a realidade impõe-se e surge a pergunta incómoda, porém inevitável: E se o marasmo e a emigração não forem provocados pela interioridade, mas pela crónica falta de habilidade dos eleitos?
Aceitando de antemão que a Câmara PS tem tudo a ver com o estrondoso sucesso da Festa dos tabuleiros, por exemplo, mas é alheia não só à fuga da população, como também à gritante falta de estacionamento e de organização da Festa grande, há algo que bate certo. Ou estarei a ver mal? É que, com a idade, tenho cada vez mais dificuldade para me baixar até ao nível da argumentação rasteira e trafulha. Não são os críticos que dizem mal. São os eleitos que governam mal.  Os críticos apenas descrevem. Aqueles que ainda arriscam...


domingo, 20 de agosto de 2023

Politica local

República da bandalheira?

Pouco a pouco, paulatinamente, Tomar vai-se transformando numa espécie de República da bandalheira, sem que, aparentemente, os seus residentes disso se dêem conta. Ou dão, e fingem que não, para evitar aborrecimentos escusados? Aqui vão três episódios recentes, contados sucintamente, para ler e pensar um bocadinho, se não for pedir demasiado.

1 - Os cidadãos ao serviço dos funcionários municipais

Houve um tempo em que os funcionários, incluindo os municipais, eram servidores do estado, ou servidores públicos. De todos nós portanto. O seu sistema de saúde lembra isso mesmo: ADSE - Assistência na Doença aos Servidores do Estado. Mas essa época aparentemente já lá vai. Agora é outro estilo de vida. Todo o poder aos funcionários municipais. Os eleitos é só para fazer de conta e ir fechando os olhos. Nada de fazer ondas, para não perder votos.
Um dia destes, um pacato cidadão dirigiu-se ao balcão único municipal, para pagar a avença anual do parque de estacionamento. Uma ninharia de 440 euros e só para residentes. Estavam quatro funcionários, umas pessoas a ser atendidas por um deles, e apenas duas outras em espera, com as respectivas senhas, incluindo o tal cidadão pacato. Pouca afluência portanto. O costume.
Chegada a sua vez, o referido munícipe disse ao que vinha -pagar antecipadamente a avença do parque de estacionamento. A funcionária, numa atitude simpática, perguntou porquê, ao que o cidadão respondeu que se vai ausentar no fim do mês, não estando em Tomar aquando da época normal do pagamento anual.
Foi então informado que os recibos ainda não estão feitos, pelo que deve passar de novo antes do fim do mês, para pagar, se os ditos já estiverem feitos. Era realmente uma trabalheira, nesta era dos computadores, pôr a máquina a trabalhar e sacar o documento pretendido. O cidadão que perca mais um tempito para cá vir de novo, como é sua obrigação, terá pensado a amável funcionária. 
Honni soit qui mal y pense, diria um inglês old style.

2 - Arbitrariedades estilo ditatorial

A história pode ser lida no link supra e conta-se em poucas linhas, mas é de arrepiar, pensando bem. Dois jovens de 12-13 anos divertiam-se nos seus skates, no lajedo fronteiro à Câmara. Coisa normalíssima, desde que lhes destruíram o parque dedicado à modalidade, e uma vez que não está materializada qualquer proibição da actividade na Praça da República.
A dada altura, apareceu uma senhora, ao que tudo indica funcionária municipal, intimidando as crianças com ameaças, caso não saíssem dali rapidamente. Como não saíram, chamou a PSP, que apareceu pouco depois. 
Entretanto passou no local o vice-presidente da Câmara, dirigindo-se para um café da zona. Se sabia o que se estava ali a passar, não mostrou. O que indica que a funcionária municipal praticou um delito de abuso de poder, ao amedrontar  jovens cidadãos e depois chamar a autoridade, sem qualquer fundamento legal. Tudo isto durante o seu período normal de trabalho.
De forma totalmente arbitrária, porque desprovida de qualquer cobertura legal, os agentes daquela força pública forçaram os dois jovens a irem-se embora. Baseados em quê? Na solicitação da funcionária municipal? E os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, inscritos na constituição da República,  é só para enfeitar? Já vamos aí? Até no tempo do Salazar havia mais cautela para interpelar  na rua cidadãos jovens, apesar da execrável PIDE.

3 - Obras e jardins municipais

"O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita", diz o povo de forma acertada. As obras na envolvente à Biblioteca municipal já provocaram reacções e mais reacções, tanto dos raros munícipes que ainda se incomodam, como do próprio executivo municipal. Que me recorde, já li a respeito de várias intervenções da oposição PSD e das respectivas respostas de circunstância. Apesar disso, a obra ainda não estará concluída, faltando apurar porquê.
Facto estranho, ou talvez nem tanto, eleitos e informação local já falaram várias vezes na obra inacabada e nas suas vicissitudes, mas nem uma frase, nem uma linha sobre o jardim daquela área, que está a secar aos poucos, como mostram estas imagens, colhidas ontem, 19 de Agosto:








Uma vez que do caderno de encargos da obra não consta, que se saiba, a manutenção nem a rega do jardim, porque razão está o mesmo a morrer à sede? Estão à espera de quê para regar? É outra vez o fungo que atacou na Mata dos sete montes, e que dá pelo nome de desmazelo ou bandalheira?
Se não há funcionários jardineiros suficientes, poupem nas festas e contratem. Se a vereação não dá conta do recado, mudem o pelouro para outro eleito. Assim é que não pode ser. Ainda não somos bem uma terra de bandalhos. Mas lá que os há cada vez mais, não restam dúvidas.
E não venham outra vez com a usual cantilena da má-língua,  que já só convence os convertidos da gamela.

sábado, 19 de agosto de 2023




Restauro e conservação do património

A lavagem da janela do capítulo

É grande o contentamento na cidade, porque retiraram finalmente os andaimes e já podemos admirar de novo a Janela do capítulo, agora de cara lavada. Infelizmente, o aspecto não é o melhor, o que já levou alguns arautos do restauro a proclamar que "um dos propósitos da intervenção em património é "a restituição da leitura" da obra artística". Pois. Não se vê como, mas adiante...
Se bem entendo, uma vez que não sou arquitecto, nem engenheiro, nem pintor, nem mestre de obras, num país e numa terra de especialistas em ideias gerais, parte-se do princípio que limpando e lavando qualquer obra artística, ela fica com o aspecto que tinha quando foi feita. É isto?
Dado que estudo e observo a Janela e o Convento de Cristo há 70 anos, consigo detectar alguns detalhes que escapam à generalidade dos visitantes, e mesmo de alguns alegados especialistas. Foi por isso, creio eu, que reparei numa diferença importante. Limpando e lavando, a obra fica com aspecto de nova, mas perde a tonalidade dos séculos entretanto decorridos desde a edificação. Fica tipo pneu recauchutado.
As duas imagens supra não deixam margem para dúvidas. Numa, a Janela do capítulo sem a "camada de pele" ou patine dos seus cinco séculos, com aspecto de passada pela lixívia. Na outra, o Portal da virgem, da mesma época da Janela, e esculpido no mesmo tipo de calcáreo. Protegido por um baldaquino, nunca criou micro-vegetação, por carência de humidade, pelo que não houve nem há necessidade de limpeza ou lavagem. Temos portanto um portal com cinco séculos, com o verdadeiro aspecto exterior dessa idade, ao contrário do que acontece com a "nova" Janela do capítulo. O tempo acabará por mostrar se além de destruírem a patine, acabaram por contribuir também para a degradação da obra.
De qualquer forma, não se lhes pode levar a mal. Apenas procuraram ganhar algum dinheiro. Sejamos portanto magnânimos. Conforme disse o outro: "Perdoa-lhes pai; eles não sabem o que fazem."


sexta-feira, 18 de agosto de 2023



Política local

PSD - TOMAR a colher o que semeou


Enquanto Tiago Carrão, num texto de opinião muito lido, denuncia a arrogância e a desfaçatez da presidente Anabela Freitas e da sua maioria, Lurdes Ferromau queixa-se do mau estado das estradas da freguesia de S. Pedro, e acusa a maioria PS de esconder informação e boicotar propostas PSD, antes aprovadas pelo executivo. (ver link supra)
Para o ano há eleições europeias, 2025 é logo a seguir, e como Anabela Freitas já está fazendo as malas, rumo à terra dos moliceiros, os social-democratas nabantinos começam a acordar para a vida política local. Isto porque, em todos os casos antes citados, conquanto estejam cheios de razão, colhem apenas aquilo que foram semeando ao longo destes últimos dez anos.
Só numa terra pequena como Tomar, por isso mesmo com uma população bastante homogénea em termos culturais, poderia ocorrer o que aconteceu mesmo: uma lista PSD encabeçada pela uma cópia da lider da lista socialista. Início de toda uma série de atitudes, cujo único resultado prático foi o reforço da arrogância e da intolerância do PS local.
Desde 2013, tornou-se claro que a maioria PS ascendeu ao poder graças às aselhices dos social-democratas, incapazes de arquitectar uma alternativa sólida ao descalabro da parte final do mandato de Carlos Carrão. Como se isso não bastasse, resolveram agir sempre no quadro do "nós e os outros", sendo nós o bloco central, ou arco do poder, e os outros a oposição.
Assim inesperadamente confortados, apesar de não terem um programa capaz, os PS locais cedo perceberam que apenas se deviam preocupar com a manutenção no poder. Começaram então a comprar votos, tendo sempre em conta que apenas tinham duas forças a respeitar -os funcionários camarários e os ciganos. E foram as festas, os eventos, as obras mal ponderadas e a agressividade perante os raros críticos, uma vez que rapidamente a informação local ficou em posição "voz do dono", por necessidade de ambas as partes. Dinheiro de um lado, silêncio cúmplice do outro.
Em vez de reagir, como convinha aos interesses locais bem entendidos, os social-democratas foram sempre apoiando  implicitamente Anabela Freitas e a sua rapaziada. Nunca acompanharam qualquer crítica vinda de fora da casta no poder, por mais justa que fosse. Pior ainda, foram apresentando propostas avulsas consensuais, que o socialistas ou rejeitaram, ou boicotaram, ou apresentaram depois como suas.
Apesar da ligeira melhoria verificada com a ascensão de Tiago Carrão, os fundamentais mantiveram-se, pelo que não surpreendem as recentes atitudes arrogantes e mal educadas da maioria PS local. Contas bem feitas, os social democratas só podem queixar-se de si próprios, por nunca terem sabido criar condições para serem respeitados pela maioria que governa. E não parecem em condições de enveredar por caminhos mais adequados. No fundo, lá bem no fundo, estão como aquele pequeno agricultor que nunca conseguiu vender a única cabra que tinha, porque queria em simultâneo o animal e o dinheiro da venda. Ter a cabra e o dinheiro da cabra, eis algo impossível nos tempos que correm. Por isso, há que escolher quanto antes. O PSD - Tomar ainda será capaz?