Vida local
É a época do papa, mas do outro, do papa-figo
Que é como quem diz, tempo de férias e dos figos. E, mesmo queixando-se do custo de vida e do dinheiro, cada vez mais raro, muitos preferem viajar, buscando nalguns casos outros alfabetos, ilegíveis mas muito mais baratos. Foi neste quadro que houve uma Assembleia municipal, na freguesia de Paialvo, tendo como ponto central "o estado do concelho". Vasto assunto, que segundo alguns escritos posteriores, foi mal abordado e pior preparado. Ou vice-versa?
Estavam à espera de quê? De milagres, devido à vinda do Papa? Todos sabemos que tem havido no concelho, até agora, apenas dois partidos vencedores. "Do arco da governação", como se diz para as bandas de Lisboa. Tão iguais na acção, que apenas o nome difere. De tal forma que quando um ocupa o poder, o outro evita levantar ondas altas. Só anãs. Diz que não, mas sempre assim tem sido. Se a isto acrescentarmos que um não tem projecto local e o outro também não, está explicado o malogro relativo da AM que, de qualquer forma, sendo as coisas aquilo que são, já mostrou existir apenas para ornamentar, fazendo de conta.
Num tal quadro, tão pouco auspicioso, as pequenas formações vão-se sentir melindradas, alegando que fazem o que podem. Reconhece-se que fazem, mas é demasiado pouco. Ainda para mais, (que no caso é para menos), de cada vez que o partido maioritário está em apuros, por não ter maioria absoluta na AM, há sempre uma pequena formação caridosa que lhe dá a mão, a troco de uns subsídios jeitosos a colectividades amigas, que passam momentos difíceis. Foi assim nomeadamente na questão do preçário da Tejo Ambiente, ou na aprovação do provedor municipal, para não ir mais longe.
Com semelhante ambiente, só pode estranhar-se que, numa altura de férias, e a dois anos do final do mandato uma dessas pequenas formações políticas, ocasionalmente colaborantes por conveniência, venha agora pugnar pelo retorno ao início, na infeliz aventura da Tejo Ambiente. Todos sabemos, (é uma maneira de dizer), que a situação não é boa e vem exigindo medidas saneadoras urgentes, enquanto a água ainda corre nas torneiras. Mas daí a implicar a saída do município de Tomar e o regresso dos SMAS, vai uma distância que muito poucos querem percorrer.
Assim, enquanto as formações partidárias representadas na AM insistirem nos jogos florais do costume, em vez de elaborarem e apresentarem propostas globais adequadas e com futuro, não devem estranhar o péssimo contexto político local. A situação está de tal forma degradada que, para além da transmissão em directo nas redes sociais, seguida por muito pouca população, quase ninguém se interessa pelos trabalhos do parlamento local, cuja monotonia usual é bem conhecida. Ainda nem consegui perceber o que terá levado um semanário local a quebrar o silêncio do costume, fazendo desta vez um relato aceitável da sessão de Paialvo, justamente quando não ocorreu nada de extraordinário. Falta de outro assunto "para encher"?
Ando há dias para me lembrar do nome daquele sucessor do "camarada grande educador da classe operária", Arnaldo Matos, líder do MRPP, que numa memorável entrevista teve a coragem de descrever a situação política tal como a via, e que no meu entender não difere muito da actual em Tomar: "É tudo o mesmo putedo, senhor Alfredo!" Desculpem lá a franqueza, mas não consegui calar por mais tempo, sabendo que assim pensam também muitos dos meus queridos conterrâneos, embora o escondam. Incluindo alguns daqueles que vão continuando a lamber botas, como forma de ganha-pão. Precisão, a quanto obrigas!
Nesta reunião , não creio que fosse explicado o milagre da tejo Ambiente que teve um lucro de 62 000€ quando nada mudou em relação a 2021.
ResponderEliminarJá agora explicar na demonstração de resultados porque a rubrica Outros rendimentos em 2021 foi de 1 186 084€ e em 2022 foi de 2 851004€.
É só vitórias...