Com a actual entrada pela Portaria filipina, na fachada norte, os visitantes não vêem esta parte do Convento.
Turismo e património
O Convento de Cristo
a toque de apito e de sineta
O MIRANTE | O apito do Convento de Cristo
Publica O Mirante, com alguma ironia, que no Convento de Cristo, Património da Humanidade e etc., o horário em vigor não é o mais conveniente nesta época de veraneio, designadamente para emigrantes de férias no país natal. Realmente, fechar às 18H30, e admitir visitantes só até às 18H00, ainda por cima a toque de apito e de sineta, na alta estação turística, mostra que algo não vai bem pelas paragens nabantinas.
A começar pela informação local, alheia a tudo o que possa ser interpretado como crítica aos instalados. Mesmo assim, quem conhece bem o principal monumento tomarense, como é o caso de quem escreve estas linhas, só pode exclamar " O MIRANTE está cheio de razão, mas se fosse só o apito e o horário pouco adequado", nem tudo seria mau. O pior é o resto.
Durante a recente visita do primeiro-ministro, ao contrário do habitual, havia polícia com fartura. Até para reservar e guardar lugares de estacionamento para os carros da comitiva, num parque exíguo e sempre esgotado durante a alta estação. Mas disso ninguém fala, porque é da responsabilidade da Câmara, e a maioria PS local conseguiu calar quase tudo e quase todos, comprando barato. A tal ponto que até há compagnons de route agoniados com as críticas solitárias de Tomar a dianteira 3, no melhor estilo salazarista. Ainda recentemente uma respeitável senhora, ligada aos tabuleiros, comentou no Facebook que "É critica a mais!". Quem diria que, meio século mais tarde, o Botas ainda teria tantos seguidores. Disfarçados, claro está. E ignorantes que se ignoram, ainda por cima!
Com crítica a mais e tudo, a entrada no Convento pela Portaria filipina, na fachada norte, é uma vergonha. Obriga a subir três lances de altos degraus, e impede que os visitantes menos prevenidos vejam o castelo, o jardim, ou o portal manuelino da virgem, (ver imagem supra), outrora a entrada principal do monumento. Além disso, há falta de segurança, posto que, sem pórticos de controle, qualquer pessoa pode levar o que quiser para o interior do monumento, incluindo eventualmente um engenho explosivo. Segue-se que as instalações sanitárias são demasiado longe, e não há visitas guiadas, apesar de ser o monumento mais complexo do país, com pelo menos três pisos diferentes para visitar, e sem sinalética capaz.
A situação é de tal forma complexa que há com frequência visitantes perdidos, e até alguns que aproveitam para se aliviar em recantos mais discretos. Mais tarde, as senhoras da limpeza, cumprem a sua obrigação, lavando e removendo o esterco, e não se fala mais no assunto.
António Costa veio à socapa (nem a oposição nem a informação local foram informadas), visitou o que lhe mostraram e anunciou mais uns milhões em obras: Recuperação da alcáçova, reedificação dos paços do infante D. Henrique e lavagem-branqueamento (mais um) do claustro principal. Os problemas acima elencados terão de continuar a aguardar melhor oportunidade.
Assim vamos. O silêncio é quase geral, e ninguém parece saber bem para onde caminhamos.
Vivam as obras de restauro, de lavagem e branqueamento! Viva o PRR! Os empresários contemplados agradecem. Depois logo se vê. Os turistas que se lixem!
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