quarta-feira, 31 de agosto de 2022


Não tarda, vamos ter grupos de turistas altamente qualificados, que virão a Tomar em visita de estudo, exclusivamente para visitar a avenida Nun'Álvares, um extraordinário sucesso de arranjo urbanístico bem conseguido, como mostra a imagem, e não só. Por exemplo aqueles discos metálicos cinzentos, com uma bicicleta gravada, colocados no solo para indicar a pista ciclável, que ninguém usa, são o máximo! Pelo menos enquanto não os roubarem. Vivá srª presidente! Vivá maioria socialista! Vivam as obras ornamentais! Abaixo a má-língua! Abaixo o bota-abaixo! Curvem-se perante o mérito!

Política local

Faz algum sentido? 

Tem alguma lógica? É boa governação?

"A má língua e  o bota abaixo são o alfa e o ómega de mensageiros preguiçosos. Incluíndo políticos da oposição." Este comentário sibilino foi publicado no único suporte local que aceita coisas assim, sob nome suposto. A alusão aos políticos da oposição é só para baralhar. Trata-se, na verdade, da velha ideia fixa de todos os intolerantes, incapazes de se verem ao espelho, ou de um mínimo de imparcialidade na apreciação daquilo que fazem. Julgam-se por isso os maiores, isentos de qualquer pecado e vítimas inocentes de maldosos e bota-abaixo.

São afinal ideias fixas, confortáveis porque levam a acreditar que têm razão, não resistindo porém à mínima contestação. Mas são também enganadoras, ao levarem ao progressivo alheamento da realidade factual. Querem ver?

É sabido que o autor destas linhas não é filho querido da terra nabantina, porque tem o péssimo hábito de escrever aquilo que pensa, sem cuidar de saber se vai confortar ou aleijar alguém. Daí resulta ter sido promovido na prática a má-língua mor do feudo templário. E quem diz má-língua acrescenta logo bota-abaixo, pois o grande temor dos que estão no poder é a indesejada queda prematura. Donde o receio dos bota-abaixo. Quando na política se ganha mais que na respectiva profissão, é um problema sério de incerteza, porque os mandatos têm uma duração fixa.

Quem anda nisto há muito, sabe que se trata simplesmente de desculpas velhas e relhas, usadas à falta de melhor, por quem tem sérias dificuldades, não só com o português e a criação de texto, mas também com o conhecimento em geral. Ainda assim, para que dúvidas não restam nas inteligências que nos governam a nível local, passa-se a mencionar uma série de obras magníficas da actual maioria, pretensamente criticadas só por má-língua. E gente preguiçosa, acrescenta o novo comentário.

1 - As obras da Várzea grande custaram 3 milhões de euros e praticamente pouco alteraram, dando-se até o caso de os sanitários se manterem teimosamente fechados: Obras ornamentais de 3 milhões e sanitários de mais de 100 mil euros, mesmo ao lado de um bairro ainda com esgotos primitivos, canalizações em amianto e calçada em calhau. Faz algum sentido? Tem alguma lógica? É boa governação?

2 - Na av. Nun'Álvares, há duas pistas cicláveis em pedra mal aparelhada, que os próprios ciclistas evitam por serem desconfortáveis. Logo mais abaixo, na mesma entrada principal da cidade, nem passeios há, quanto mais agora pistas cicláveis. Faz algum sentido? Tem alguma lógica? É boa governação?

3 - É praticamente unânime a ideia da necessidade de uma rotunda no "cruzamento da ARAL", que todavia continua por fazer. Faz algum sentido? Tem alguma lógica? É boa governação?

4 - Mesmo ao lado, num cruzamento onde os camiões e autocarros vindos do sul, têm de passar por cima da placa central quando viram à esquerda, tal a qualidade do projecto, começa uma pista ciclável que acaba ao fim de 40 metros. Faz algum sentido? Tem alguma lógica? É boa governação?

5 - O pomposamente chamado "núcleo histórico" não tem qualquer espécie de sinalização para turistas e/ou distribuidores, apesar de haver um ajuste directo de 2019 para a respectiva elaboração. Três anos mais tarde, faz algum sentido? Tem alguma lógica? É boa governação?

Seria fácil continuar a enumeração, mas iria cansar os leitores. Sobretudos aqueles que, antes de começarem a ler, já tinham a certeza que isto é tudo má-língua, e a actual maioria uma maravilha de governantes. Não tarda, estão a ser chamados para Bruxelas, onde a sua luminosa inteligência faz tanta falta! Só ainda não foram porque há uma compita. O Guterres também os quer na ONU. Com os grandes executivos é sempre assim. Nunca faltam pretendentes.

Contas feitas, tudo visto e devidamente ponderado, conclui-se que, ironia das coisas, quem acusa os outros de má-língua e bota-abaixo, é que está realmente a praticar essas duas artes tradicionais nas terras pequenas, com gente intolerante , facciosa, e infelizmente, nalguns casos, asquerosamente mal educada e com mau feitio.





 


A alameda a que se refere a notícia, como ela já foi, quando ainda corria água no Aqueduto do Convento...

...e como está agora, após anos de seca.

O Aqueduto do Convento de Cristo. a Mata e o ambiente

A experiência é a madre das coisas

Escreveu Garcia da Horta, já lá vão cinco séculos, que a "experiência é a madre das coisas". Referia-se ao conhecimento de substâncias medicinais e às navegações portuguesas de então, que possibilitaram a publicação do "Tratado das drogas e dos simples", um livro de medicina tradicional.

Séculos volvidos, relata o nosso confrade Tomar na rede uma campanha falhada da autarquia e do ICN:

https://tomarnarede.pt/sociedade/mata-dos-sete-montes-dezenas-de-arvores-morrem-por-falta-de-rega-c-fotos-e-video/

Tratou-se de tentar reflorestar a velha Cerca conventual, agora chamada Mata dos 7 montes. Ao que tudo indica, os mentores da ideia, sobretudo o ICN, ter-se-ão guiado pela tal experiência que é a madre das coisas. Mas esqueceram-se que as condições existentes entretanto tinham mudado totalmente.

Quem conhece nem precisa, mas os outros devem consultar o googlemaps.pt Aí vão observar que, quando a água ainda corria no Aqueduto do Convento, até à torre de Dª Catarina, havia não só distribuição para a Mata, através do Tanque da Cadeira d'El-rei e da ribeira dos 7 montes, mas também graças às escorrências provenientes de toda a encosta sul do castelo templário, com origem na rega das hortas, do jardim e do laranjal.

Agora, com a água a ser desviada antes dos Pegões altos, o aqueduto está seco bem antes do Convento, perante a indiferença de quem gere aquele monumento, parte integrante do Convento de Cristo. Deixou portanto de haver água no Tanque da Cadeira d'El-rei, na ribeira dos 7 montes, na Nascente dos jasmins e na Nascente da racha. Até a nascente da Charolinha também acabou por secar.

Os técnicos agrários, que decerto supervisionaram a plantação das novas árvores, guiados pela experiência dos seus antecessores, terão concluído que a usual humidade do solo naquela zona dispensaria a rega, (ver primeira foto, com muita humidade e falta de limpeza) tornada difícil pelo desaparecimento do velho carro de tracção bovina, carregando um tonel. E a rede de água canalizada não vai além do Tanque dos frades, no actual parque infantil.

Agora, mortas por falta de água, só valerá a pena pensar em replantar as árvores depois de terem resolvido o problema do Aqueduto do Convento, pondo de novo a água a correr até à Torre de Dª Catarina. Sem isso, acabará por ser mais uma tentativa falhada. O costume.

segunda-feira, 29 de agosto de 2022



Decadência até nos costumes

Parto triste e desalentado

Um bom jornalista não deve falar de si. Mas o autor destas linhas nunca foi, nem pretende ser jornalista. Parto triste e desalentado. Em vez de regressar ao Brasil, parto de Tomar. A minha querida terra, que já foi dos meus pais, dos meus avós e de antes. Vou triste e desalentado. Não por causa da saudade, que não sinto. Devido à evidente decadência da cidade e dos costumes.

Aos oitenta passados, foi um choque violento ser caluniado e maltratado, em termos sujos, impróprios para consumo civilizado, por gente que até ostenta títulos universitários, sem contudo ter a coragem de respeitar a verdade e mostrar a cara. E para quê? Aparentemente para defender a maioria camarária que temos, e a oposição que não temos. E, se bem penso, até são metecos, armados em falsos bairristas de uma terra onde não nasceram, nem foram baptizados, nem cresceram.

Mas também pode ter sido apenas uma solução extrema -a única encontrada- para tentar calar o visado, assim acabando com a concorrência, na qual não têm grandes hipóteses. Mesmo com os comentários anónimos, já tiveram melhores tempos, mais estilo e mais audiência. A decadência não é só da cidade e do concelho...

Por falar em audiência, não se iludam os interessados. Grande audiência raramente é sinónimo de grande qualidade. Os suportes informativos que em Portugal são os mais lidos, não são propriamente órgãos de referência. Mesmo não citando títulos, os leitores mais atentos sabem do que se está a falar.

Sendo mais claro, Tomar a dianteira 3 não é muito lido. Está agora na ordem das 200 visualizações diárias. Mas os seus leitores não abrem o blogue para saber onde pára a gata da vizinha, ou que houve um acidente com 3 feridos na curva do Matamuito. Para isso há vários outros.

Com ou sem críticas, justas ou injustas, educadas ou de esgoto, cumpre continuar, mesmo desalentado. A Festa templária, por exemplo,  foi em Julho e sabe-se que não terá sido um sucesso, antes pelo contrário. Embora a vereadora responsável dela tenha feito "um balanço muito positivo", segundo a informação local.

Houve queixas sobre o cortejo, sobre a música embirrante e sobre a comida, bem paga mas mal servida. Alguém terá embolsado em excesso. Como se tudo isso não bastasse, estamos praticamente em Setembro e a pindérica ornamentação das artérias do cortejo ainda aí está. Mastros, bandeirolas e cruzes templárias continuam ao vento e ao abandono. Para não nos esquecermos da fantochada?

Há várias hipóteses explicativas, como quase sempre. A mais plausível é que o ajuste directo previu a colocação dos mastros, mas não a sua retirada. Pode também  ter acontecido que a empresa contratada "comeu o isco e cagou no anzol". Recebeu a confortável verba, aviou a coisa o mais depressa que conseguiu (até o cortejo desfilou a passo acelerado), e pôs-se na alheta. Agora, que tenciona fazer a senhora vereadora, e/ou quem nela manda? Encarregar quem ornamentar as ruas para os Tabuleiros de retirar os ditos mastros, antes de enfeitar de novo? Nesta terra já pouco ou nada me surpreende. A não ser pela negativa, pois é sempre possível fazer pior ainda, e os nossos queridos eleitos em geral não hesitam.

Fiquem bem, ou o melhor possível, com a certeza de que mesmo lá bem longe. no conforto dos 25º-30º durante todo o ano, tenciono continuar "até que a voz me doa". Sempre defendendo o que julgo ser melhor para Tomar e os tomarenses, guiado pela célebre quintilha com cinco séculos:

"Homem de um só parecer/ De um só rosto, de uma só fé/ De antes quebrar que torcer/ Muita coisa pode ser/ Homem da corte não é"

Em Tomar não há corte? Talvez. Mas, entre outros indícios, durante a Festa templária, as senhoras do poder vestiram-se todas como se fossem raínhas, marquesas, condessas ou duquesas. Por conseguinte, se não há de facto corte nabantina, com todos os seus problemas, vontade não lhes falta. E do desejo ao acto...

A janela do capítulo e a torre de S. João Baptista, no Portugal dos pequenitos, em Coimbra.

Fuga da população

Um quadro sombrio e preocupante

É um silêncio pesado. De chumbo. Em Tomar, ninguém fala da evidente debandada demográfica, da óbvia fuga da população. Nem eleitores nem eleitos. Provavelmente porque nem uns nem outros, salvo honrosas excepções, sabem bem a quantas andam, ou a que santo rezar. Ou será apenas para permitir depois sacudir a água do capote com mais facilidade?

Seja como for, animado pela próxima campanha de vacinação contra a raiva, anunciada nos meios informativos locais, Tomar a dianteira resolveu meter mãos à obra, esperançado em que a dita vacinação diminua o índice concelhio de raiva, sobretudo no sector da política. Excluindo, naturalmente, os metecos mal educados, armados em defensores dos tomarenses  alegadamente ofendidos.

Vamos lá então. Consultados os resultados oficiais das eleições em 2013, 2021 e 2022, nos concelhos que pareceram os mais significativos por razões variadas, eis os resultados:

CONCELHOS     ELEITORES 2022       DIFERENÇA 2021/22      DIF. 2013/22

ABRANTES...............31.508.................................-83...............................-3.567

ALCOBAÇA..............48.583.................................-22..................................-842

C. RAINHA...............45.213...............................-311..................................-258

C. BRANCO..............48.429................................-12...................................-435

ELVAS.......................18.713................................-68................................-1.296

ESTREMOZ..............11.228................................-35................................-1.249

LEIRIA....................113.214...............................-205...................................-164

OURÉM....................40.778................................-92.................................-2.553

PORTALEGRE.........19.776.................................-35.................................-1.249

SANTARÉM.............50.890...................................-9.................................-2.528

TOMAR...................33.705...............................-187.................................-3.605

T. NOVAS.................30.774................................-21.................................-1.772

E que tal? É um quadro que não alegra ninguém, mas que retrata a realidade, tal com ela é. E não como dizem ou imaginam os senhores eleitos. Tomar é campeã todas as categorias em perda de população entre 2013 e 2022, durante os mandatos desta maioria. E está em 2º entre 2021 e 2022 (excluindo Leiria que é de outro escalão, pois tem mais de 100 mil eleitores, o triplo de Tomar). Porquê? De nada adiantará arranjar desculpas mais ou menos aceitáveis, do tipo "é por causa da emigração para a zona costeira", que nada resolverão. Importante, indispensável mesmo, é debater a questão logo que possível, formulando perguntas para obter respostas, sem temer as consequências. Caso contrário o declínio vai continuar e acentuar-se, conforme mostram os dados supra.

Deve portanto este PS de Tomar abandonar a ideia segundo a qual com subsídios, ajustes directos, obras ornamentais, eventos, festas, festarolas e blá-blá-blá tudo se compõe, encetando outra política, mais adequada à realidade local. E, dado que nestas coisas o dinheiro é que comanda, considerem que em relação a 1976, o presidente de Ourém até já ganha mais que a de Tomar, uma vez que aquele concelho passou a ser o segundo mais povoado do distrito. Onde  vão os sonhos de antes de Abril, tipo "Tomar capital da província da Beira central"? Por este caminho, só se for no Portugal dos pequeninos. (Imagem inicial)

sábado, 27 de agosto de 2022



Planos para Tomar

Não consigo conformar-me

Disse-o em escrito anterior. Os meus queridos conterrâneos mostram cada vez mais, sinais de alheamento em relação ao que nos cerca. Não sou médico e por isso não arrisco relacionar  tais sintomas com a "doença do alemão". Apesar disso, sei que  as manifestações da terrível maleita começam assim. Oxalá não seja o caso.

Um desses sintomas inquietantes é a atitude face aos autarcas e às suas opções de governação. Não consigo conformar-me com o vergonhoso panorama que, como tomarenses, oferecemos a quem chega pela estrada de Carvalhos de Figueiredo, EN 110, a principal entrada na cidade. Após dezenas de habitações, onde moram centenas de pessoas, que não dispõem sequer de passeios para se deslocar a pé em segurança, segue-se uma avenida, a Nun'Álvares, com duas pistas cicláveis, uma de cada lado. Faz algum sentido? Tem alguma utilidade prática nesta altura? Qual foi então a prioridade?

Se não eram obras prioritárias, porque foram feitas antes dos indispensáveis passeios em Carvalhos de Figueiredo? Pior ainda, apesar das obras de remedeio em S. Lourenço, que não resolvem nada, e da alteração anunciada para o sector antes da capela, para quando estão previstas as obras de fundo, entre a rotunda do Padrão e a do Moínho novo? Para quando houver vergonha e finalmente sentido de equidade? Os habitantes da Borda da Estrada, de Carvalhos de Figueiredo ou de Vale Cabrito são tão tomarenses como os da Av. Nun'Álvares, têm os mesmos direitos, e até são da mesma freguesia urbana.

Apesar de tais disparates, os eleitores tomarenses julgaram adequado perdoar as asneiras e voltar a eleger a actual maioria. É verdade que não tinham grande escolha, mas isso não justifica o erro de modo algum. A lista PS obteve menos 800 votos em relação a 2017, demasiado pouco para castigar quem não tem gerido bem os assuntos que lhe foram confiados. Suficiente todavia para alertar o PSD, que vem facilitando as coisas desde 2013, não apresentando candidatos, nem programas, nem trabalho capaz de convencer os cidadãos.

Era difícil fazer pior, mas a verdade é que em 2021 os laranjas conseguiram ainda menos votos que em 2017. Num concelho em que o PS não prima pela eficácia, estando aquém dos 5 eleitos que detém em Abrantes...ou dos 6 do PSD em Ourém. Ignorar tal situação, bem como as críticas a respeito, servindo-se de argumentação reles e gasta, é bem capaz de ser um sintoma do tal alheamento mencionado no início. Tanto para rosas como para laranjas. E depois vão  murmurando que "o gajo já não está bom da cabeça". Pois. Dá jeito, não dá?


Política local e bandalheira

ACHINCALHAR  AUTARCAS EM FUNÇÕES 

É ABANDALHAR O PODER LOCAL

Parece que a crónica anterior, copiada do jornal de referência da região, surpreendeu alguns, nem sempre pela positiva. Já se esperava. Cada vez mais desligada da realidade envolvente, porque excessivamente virada para a TV  e para o furebol, a sociedade tomarense começa a evidenciar sinais preocupantes de alheamento, tema que fica para futura ocasião.

Por agora, cabe acrescentar ao comentário à crónica de ontem, outra dimensão, se calhar a mais grave de todas, a médio-longo prazo. Trata-se do evidente enxovalho a que foram sujeitos em público dois autarcas no exercício das suas funções, um deles vice-presidente da autarquia, que ali estava nessa qualidade. Refere a crónica do Mirante que os achincalhados levaram a coisa na desportiva, o que se compreende porque estão sempre na caça ao voto, uma marca desta maioria. Tudo pelo voto, nada contra o voto.

Mas procederam mal, muito mal mesmo. Ao constatarem que não estavam a ser tratados em conformidade com o protocolo oficial (que existe sempre, mesmo quando os intervenientes o ignoram), deviam ter-se retirado e mais tarde, eventualmente, protestado ou avançado uma desculpa de circunstância. Ao não o fazerem, consentiram no achincalhamento público, assim contribuindo de facto para o abandalhamento da instituição autárquica, cujo prestígio já está como se sabe. Porque, vendo o que se estava a passar, o que terão pensado os restantes presentes?

Poderão agora os eleitos alegar que estavam na fila como simples festivaleiros e amigos. Não como autarcas. Será uma redonda mentira. Ou a organização do Bons Sons é tão boa na área das boas maneiras, que até  se esqueceu de convidar representantes do município para a inauguração?

Estando como convidados, de facto ou de jure, uma vez que a autarquia financiou o festival com 90 mil euros, o que corresponde a quase 3 euros por cada eleitor do concelho, ao não serem reconhecidos como tal pela organização e não tendo reagido em conformidade, deixaram que os representantes da organização que estavam envolvidos pensassem que agiam bem.

Continuou-se assim  a praticar o abandalhamento, como se fosse a coisa mais natural deste mundo. A actual maioria governa mal, mas está convencida do inverso. A oposição nem sequer merece o nome, mas julga-se acima de qualquer crítica. Os eventos organizados pela vereadora Fernandes são todos uns sucessos estrondosos, como se tal fosse possível. A organização dos Bons Sons acha-se o máximo, mesmo quando achincalha publicamente representantes oficiais da entidade que mais dinheiro lhes dá. Que é tudo isto, aos olhos dos eleitores, senão bandalheira?

Nada de grave, pensarão os geniais comentadores locais mais activos. Sobretudo os passarões caducos e mal educados. É tudo família e sempre se ouviu dizer que "quem sai aos seus não degenera." O pior é o futuro da comunidade tomarense, com perspectivas cada vez mais negras.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Se a notícia fosse do Tomar a dianteira, seria só para dizer mal

D'O MIRANTE, com a devida vénia e os nossos agradecimentos

https://omirante.pt/cavaleiro-andante/falta-de-organizacao/


"Falta de organização!

Hugo Cristóvão, vice-presidente da Câmara de Tomar, estava de licença de paternidade, mas saiu do conforto do lar para marcar presença na inauguração do Bons Sons"

"Hugo Cristóvão, vice-presidente da Câmara de Tomar, estava de licença de paternidade, mas saiu do conforto do lar para marcar presença na inauguração do Bons Sons, juntamente com a colega de executivo Filipa Fernandes. Os autarcas não estavam era à espera de terem de ficar quase uma hora na fila, ao sol, para receberem uma pulseira de entrada, como se estivessem em Cem Soldos para se divertir, e não em representação do município. Hugo Cristóvão e Filipa Fernandes levaram com desportivismo a falta de consideração da organização que, recorde-se, recebeu um apoio de cerca de 90 mil euros do município para a realização do festival."

A notícia é insuspeita. Está n'O MIRANTE, que nunca foi acusado de estar ao serviço da maioria PS-Tomar. Ou, pelo contrário, de ser má-língua, de só dizer mal. Temos portanto um exemplo indesmentível de má organização no Festival Bons Sons, considerado um ícone de Tomar, e subsidiado em consequência pela autarquia nabantina. Compreende-se agora melhor porquê. Organizações assim, com contornos sado-masoquistas segundo esta notícia, só podem prestigiar a cidade e o concelho fora de portas. Ou será o contrário,  e têm andado a enganar-nos?

O Mirante refere apenas "falta de organização". Tomar a dianteira prefere falta de respeito pelo protocolo. Falta de chá, em suma. Uma maleita muito comum em Tomar. Praticamente um hábito nabantino.

quinta-feira, 25 de agosto de 2022


Como vai ser em 2025?

Um contraste bizarro

Fonte credível confidenciou a Tomar a dianteira que a actual líder laranja local anda toda entusiasmada com a hipótese de voltar a ser cabeça de lista do partido em 2025. É o seu direito, bem entendido. Mas apoiada em quê? Na sua ambição?

A sua acção como oposição à actual maioria PS é o que está à vista de todos os eleitores mais atentos, com grande tristeza para muitos deles. Que não entendem em que se baseia a respeitável senhora para manter semelhante orientação. Se antes era para seguir a linha moderada definida por Rui Rio para todo o país, agora é para seguir o quê?

O novo líder do PSD, Montenegro, parece para já bem mais aguerrido, e com princípios bastante mais acutilantes que os do seu antecessor, sobretudo em relação ao PS, que em 2015 não olhou a meios para alcançar os seus objectivos, não respeitando, como até então sempre sucedera, os resultados eleitorais. E acusando depois o governo Passos Coelho, de tudo e mais alguma coisa. Porquê então tanta colaboração objectiva a nível local?

Nesta nova situação, nota-se um contraste bizarro. Não se vê em que se apoia a líder local laranja para rejeitar a mudança, continuando a praticar a continuidade, face ao evidente desdém de Anabela Freitas, consciente de que não poderá voltar a candidatar-se, não adiantando por isso ser macia com os laranjas. Quem vier a seguir que se amanhe como puder, pensará a senhora presidente.

Mostrando que a situação eleitoral local é bem mais complexa do que parece, não se vislumbrando facilidades para nenhum dos dois grandes em 2025, aí estão os resultados oficiais registados ultimamente. Se nas autárquicas de 2013 o PS ganhou com uma margem de 272 votos em relação ao PSD, oito anos mais tarde conseguiu aumentar essa margem para 333 votos. Ou seja, em vez de recuperar terreno na oposição, os laranjas acabaram por perder mais 61 votos, ao cabo de dois mandatos. Querem melhor prova de que erraram politicamente?

Mais grave ainda, as legislativas seguintes vieram mostrar o fosso entre os dois grandes partidos locais. De menos 333 votos, o PSD local passou a um fosso enorme de menos 2.883. A demonstrar que, se a nível local a política macia e aconchegante não resulta, uma vez que os votos são cada vez menos a cada consulta, no âmbito da política nacional é o desastre total. E de desastre em desastre, que espera a líder local para dar lugar a quem tenha mais hipóteses de inverter a tendência? Aguarda o quê, que milagre, para provocar eleições internas locais, retirando-se para a sua querida freguesia, onde consta que até tem feito bom trabalho? Na política, a obstinação birrenta raramente resulta. E o concelho vai continuando a perder população. A encolher. A definhar. 

É porém claro que os eleitos locais não tem nada a ver com o assunto. Ou terão, mas não lhes convém assumir?

EXPLICAÇÃO SUPLEMENTAR

Conforme se pode ver na foto inicial, a líder laranja local integrou a campanha de Luís Boavida, cujo lema era "Acreditar em Tomar". Acontece que os cartazes de Luís Montenegro espalhado pelo país referem unicamente "ACREDITAR" e 2026. Parece haver portanto uma forte ligação Montenegro-Campanha de Luís Boavida. Entretanto a eleita Ferromau já mudou de opção, como parece? Não mudou coisa nenhuma? Então porquê a política demasiado consensual a nível local? "Quem tem calos não se deve meter em apertos". Ou, como  no caso, "Quem tem telhados de vidro, pode acordar com algo partido."

 


Turismo e património

Tomar, cidade do castelo mocho

Não ignoro que há por aí uma brigada de gente,  muito mais nova do que o autor destas linhas, e que por isso tendem a considerar-se também mais inteligentes, o que está por demonstrar. Apesar disso, têm todo  o direito de emitir opiniões, mesmo quando indevidamente, por falta de adequada educação, põem em dúvida a sanidade mental alheia.

No caso a seguir referido, o do castelo mocho, já os estou a ouvir: -Lá está o gajo a marrar outra vez, e outros mimos do mesmo estilo. Fazem-no nalguns casos a pedido e para agradar a terceiros, mas se julgam que intimidam ou inibem, estão enganados, como em muitas outras coisas. De forma que aí vai água. Façam o favor de vestir a gabardine, se querem evitar alguma constipação.

O conjunto arquitectónico Castelo dos templários-Convento de Cristo é o mais importante, o maior e o mais complexo monumento português. Há Mafra, mas é posterior e bem mais simples, por ser todo da mesma época, o que lhe dá a coerência construtiva que falta em Tomar. Agravando a complexidade, a implantação é tal em relação à urbe, que a partir desta só se avista o castelo, sobretudo à noite.

Esta circunstância e o facto de se tratar de Património mundial, há muito que exigem uma iluminação adequada de todo o conjunto e dos vários planos, problema que se arrasta há décadas e continua por resolver. Agora, em tempos de poupança de energia, a iluminação existente torna-se mesmo algo caricata, como se passa a tentar demonstrar.

A actual iluminação do castelo, a cargo da autarquia, mas implantada na Mata, que depende do ICN e dentro da alcáçova, a cargo da DGPC, é um triste espectáculo, a denunciar evidente desmazelo, para não usar um termo mais forte, como por exemplo bandalheira. Com efeito, além de nunca ter permitido dar uma ideia aproximada da grandeza do monumento no seu conjunto, por falta de profundidade, no estado actual padece de duas outras maleitas graves.

Por um lado, os turistas que circulam pelo núcleo histórico mal conseguem aperceber as muralhas iluminadas, parcialmente encobertas por árvores da Mata que não são podadas há anos. Por outro lado, devido a uma pequena querela administrativa, a Torre de menagem, elemento central de qualquer castelo, continua às escuras, transformando o que resta da fortaleza templária num castelo mocho. Supremo enxovalho para o castelo que já foi casa-mãe da Ordem Templária.

Embora as luminárias ao serviço da santa maioria transitória, que vamos tendo até 2025, possam ter opinião diferente, sem fundamento sério como quase sempre, considera-se que, na situação actual de penúria e poupança de água e energia, o mais proveitoso para todas as partes envolvidas será não voltar a acender a iluminação do castelo templário até nova ordem. É muito mais barato e tem muito mais dignidade, porque denota mais respeito pelo património. 

Estão à espera de quê? Que chova? E quem vos disse que a chuva também lava desmazelos?

quarta-feira, 24 de agosto de 2022


Humor

Ele há cada topónimo! (Para os menos informados, topónimo é a palavra que identifica um determinado local do território.)

Uma vez que o conceituado blogue de fait-divers Tomar na rede resolveu abordar o caso do topónimo Punhete, antigo nome de Constância, relacionando-o com a forma fálica do pequeno mas simpático concelho: https://tomarnarede.pt/insolito/forma-falica-do-concelho-de-constancia-comentada-no-twitter/

Tomar a dianteira não quer ter falta de comparência, embora a sua especialidade não sejam os fait-divers. A dada altura, tinham assento na Assembleia da República duas grandes figuras açorianas, uma como deputada, outra como presidente. A deputada já faleceu, e pode-se por isso mencionar o seu nome. Trata-se da notável poetisa e polemista Natália Correia, uma senhora distinta, extravagante e frontal, que feriu muitas susceptibilidades e muitos corações no seu tempo.

A outra figura ainda está entre nós e merece todo o respeito, pelo que se resguarda o seu nome, de resto dispensável nesta história. Basta saber que se trata de um cavalheiro, natural de Ponta Delgada.

A dada altura, constou nos corredores  da Assembleia da República que Natália Correia tencionara casar em tempos com a tal figura grada, mas desistiu por saber que era de Ponta Delgada. Amigos de ambos aconselharam então a notável poetisa a vir a Tomar, mais precisamente à Venda da Gaita,  para aí escolher instrumento mais adaptado ao seu caso. Se necessário, podia até depois ir até às Cabeças, para aí selecionar uma mais ao seu gosto, nomeadamente entre as Algarvias (adoradas pelas inglesas, por exemplo), que poderia depois mandar experimentar no Cu da Mula, logo mais abaixo, no caminho de Água das Maias.

Como podeis constatar, leitoras e leitores, também na área dos topónimos curiosos e traiçoeiros, Tomar pede meças a muitas outras terras deste país. Só não temos infelizmente aquela aldeia da Beira Alta, concelho do Fundão, chamada Lavacolhos, apesar de haver no vale nabantino muitos praticantes dessa arte, tão do agrado dos políticos locais. Masculinos, já se vê, mas convém frisar nas novas circunstâncias.


Política local e civismo

Uma forma de protesto político

Segundo O Mirante:

https://omirante.pt/sociedade/falta-de-consciencia-civica-na-deposicao-de-monos-volta-a-ser-assunto-em-tomar/

a senhora presidente da câmara de Tomar apelou mais uma vez ao civismo da população, no sentido de não depositarem "monos" (lixo de grandes dimensões) nos contentores, pois passa uma camionete todos os dias para a respetiva recolha, bastando telefonar antes para combinar. Acrescentou que tal serviço é gratuito.

O simples facto da notícia aparecer só num suporte informativo que não é tomarense, já diz muito sobre a situação real. Tanto mais que se trata de um assunto apresentado pelo PSD na reunião do executivo.

Tudo devidamente ponderado, Tomar a dianteira conclui que, ao contrário do que pensa Anabela Freitas, não se trata de falta de civismo, mas do seu exacto oposto. Uma acção deliberada da população que se muda, muda de casa ou de tarecos, como forma de protesto contra a política autista da autarquia. Assim como quem diz "Não ouvem o que dizemos? Pois também não queremos saber do que pretendem. Aí vai!"

Não se pode dizer que seja a forma mais adequada de protestar contra uma maioria pouco mais que medíocre. Tão pouco que seja aceitável. Todavia, dadas as circunstâncias, é o que se pode arranjar, e a maioria PS só pode queixar-se de si própria. As festas, os subsídios e outros eventos permitem muita coisa, mas não conseguem disfarçar tudo. Designadamente uma governação sem planos nem vontade de dialogar, que só um PSD anestesiado permite prosseguir sem grandes sobressaltos. Os monos fora do sítio são apenas um dos sinais visíveis do descontentamento que por aí vai, e tende a aumentar. Aguardem que vão ver.

terça-feira, 23 de agosto de 2022


Situação local

Gente feliz, ou talvez não 

Se calhar agastado com constantes querelas nas redes sociais sobre minudências, um comentador local foi preciso e conciso: "Para mim só há dois problemas em Tomar, os acampamentos ciganos e as obras intermináveis da Estrada da Serra." Imaginem! Se um frequentador das redes sociais tem uma posição assim, o que pensarão os quase 50% de eleitores inscritos que não votam?

Gente feliz, certamente, ou talvez não. Uns porque não conseguem, outros porque não querem problematizar as questões que os apoquentam, apesar de tudo. É muito mais fácil, permite noites calmas e os problemas pendentes hão-de resolver-se na mesma. Só não se sabe quando. Infelizmente parta todos nós, a fase em que os problemas se resolviam com o tempo, já passou. Agora agravam-se com o tempo.

E o principal problema tomarense é por agora, no meu tosco entendimento, é só este: Está visto que o PSD não quer ou não sabe fazer oposição. Que a sua líder já está mais queimada que o tradicional leite creme. Que os pequenos partidos têm ambições, e é bom que assim seja, mas por enquanto não são a solução, nem lá perto. Que o PS, até agora na crista da onda, por não comparência adequada do PSD, terá de apresentar outro cabeça de lista em 2025. Quem ? O atual vice?

Não interessa? Só dá chatices? Eles que se amanhem, como até aqui? Pois seja. Mas depois não venham lamuriar-se que falta estacionamento, que a população está a diminuir, que a água aumentou 23%, que as condições de vida são cada vez mais difíceis, que falta alojamento, que o rio está sujo,  e assim sucessivamente. É antes da eleição que convém obter garantias. Depois é demasiado tarde. Os eleitos fazem o que entendem, e muito raramente prestam contas.


Problemas locais - visões divergentes

Erros de enfoque de parte a parte

"1- Mais uma consequência da opção económica pelo turismo.
2-Em centros históricos nem circulam nem estacionam à superfície veículos particulares pela simples razão que as ruas não foram dimensionadas para tal.

3- Pior é a falta de estacionamento por toda a cidade até porque os terrenos são privados. Veja-se o caso da rotunda na saída da nova ponte que não se faz por causa dum quintal de alguém importante."

Este comentário, copiado do nosso estimado colega Tomar na rede, com a devida vénia e os agradecimento de Tomar a dianteira 3, é na prática um mostruário da problemática situação nabantina atual. Começa logo com o nome do autor, que se julga não ser nem António nem PIna, mas antes Fernando, terminado em árvore do azeite. Trata-se contudo de mera questão lateral, e pode-se estar enganado, que não muda nada de substantivo

Segue-se a questão central, que estava em debate no já citado blogue. Desde há muito que o comentador agora comentado afirma ter havido, ou existir ainda, uma opção municipal pelo turismo,  que estaria na origem de vários problemas locais, entre eles a falta de estacionamento.

Tem todo o direito de assim pensar e de o escrever em termos cordatos, sujeitando-se assim ao contraditório. Que se passa a exercer do seguinte modo: Se o comentador em causa pensar um bocadinho, de forma serena e aberta, achará certamente que a indústria turística, tal como agora existe, integra vários componentes. Além da hotelaria, da alimentação e bebidas, da informação e da animação específica, a primeira delas todas é a mobilidade, com as suas duas vertentes -transporte e estacionamento.

Um exame mesmo rápido da situação tomarense, levará inevitavelmente à conclusão que não houve nem há em Tomar qualquer opção pelo turismo, ou outro setor, uma vez que nem a maioria nem a oposição dispõem de qualquer programa digno do nome. E sem isso, vão ao que calha e vai aparecendo.

Poderá dizer-se, é claro, que não senhor, que não é nada assim. Todavia, para além da iniciativa privada, que avançou com hotéis, restaurantes, alojamento local, informação especializada e transportes turísticos, que fez a autarquia? Onde estão as estruturas de acolhimento, indispensáveis em qualquer cidade com recursos e que se preze?

Que estruturas? Sinalização adequada, instalações sanitárias à altura, estacionamento suficiente para a época alta, ligação rápida e não poluente entre o núcleo histórico e o convento. Sem tudo isto, falar dos inconvenientes da opção turística, como vem fazendo o sr. Pina, além de manifesto erro de enfoque, torna-se ridículo, ao revelar evidente falta de informação factual actualizada.

Estou pronto para o eventual debate sereno, assim como para "dar o braço a torcer", desde que me demonstrem que não tenho razão. É isto, por agora.


Nota posterior

Sobre a questão da rotunda da ARAL, de que o sr. Pina fala no final do comentário, nem vale a pena gastar muita tinta. Há apenas falta de coragem dos eleitos e eventual ignorância fingida de duas figuras jurídicas muito úteis. São a "expropriação por utilidade pública", quando não haja maneira de conseguir outro acordo, ou a "municipalização de solos", nas mesmas circunstâncias.

A atual situação parece configurar um caso ao arrepio da normalidade na indústria. Nesta, quando se lubrificam as engrenagens das máquinas, elas passam a trabalhar melhor e eventualmente numa cadência mais rápida. Neste caso de Tomar, pelo contrário, uma vez "untadas" algumas engrenagens da máquina municipal, esta emperra. É da crise...

segunda-feira, 22 de agosto de 2022


Tomar sem estruturas básicas de acolhimento

Não é só falta de estacionamento

O tema é recorrente em Tomar, tal como vários outros. Agora é a questão do estacionamento, antes foi o estacionamento dos camiões TIR, e muito antes aconteceu o erro monumental da Várzea grande. Confrontada com a necessidade imperiosa de se fazer um amplo parque de estacionamento enterrado, Anabela Freitas chutou para fora, alegando falta de fundos comunitários.

Como socialista encartada, nem lhe terá passado pela cabeça que o dito parque enterrado podia e pode ser feito mediante acordo de concessão a uma empresa especializada, não custando um cêntimo sequer ao erário público. É um dos problemas tomarenses. Os nossos autarcas ainda não perceberam, condicionados pela sua ideologia, aquilo que os chineses, embora comunistas, já aceitam desde Deng Shiau Ping. Quando questionado a propósito de privatizações e lucros, numa sociedade socialistas, aquele dirigente chinês já falecido foi claro e sucinto: "Pouco importa a cor do gato, desde que cace ratos."

Relativamente isolados do mundo exterior, nomeadamente porque estamos numa cova, a informação local está totalmente controlada pela autarquia, e a nacional está-se marimbando para os problemas nabantinos, aos tomarenses custam a entender coisas básicas. Como por exemplo que um dos grandes problemas locais não é só a falta de estacionamento, mas a ausência de estruturas básicas de acolhimento, e de dirigentes à altura, o que não é bem a mesma coisa.

Segundo vários cidadãos difundiram agora nas redes sociais, há abusos evidentes dos automobilistas, provocados pela cada vez mais grave falta de estacionamento. Pois que seja. Mas vamos então aos fatos. Há falta de estacionamento para quem? Turistas? Residentes? Transportistas? Fornecedores? Autocarristas? Para todos eles, assim ao molho? Há falta de estacionamento onde? Aquém da ponte? Além da ponte? Junto ao Convento? No Bairro da flores? Na zona a sul da Várzea grande? Em todo o lado, para abreviar? E nesta situação, tão complexa, quais são as propostas de solução ou soluções? Invadir sistematicamente o espaço público, como já avançou uma desequilibrada luminária local, naturalmente sob nome suposto?

Convém ter capacidade de palavra e de intervenção, mas também e sobretudo tento na língua. Que é como quem diz, saber minimamente do que se está a falar, mediante adequado estudo prévio, e conseguir manter o bom senso. No estado atual das coisas, o grande problema local é, no meu entender, antigo e bem simples. Ao enunciá-lo, sei que alguns, entre os quais os visados, vão considerar má-língua. Calúnia até. Mesmo assim, aí vai: O grande obstáculo ao progresso tomarense tem sido a evidente falta de quadros competentes atualizados na autarquia, e de autarcas com envergadura intelectual para os dirigir capazmente, dizendo-lhes designadamente isso mesmo, que lhes falta competência, embora por outras palavras.

E não venham com balelas de circunstância. As sucessivas alterações, suspensões e anulações de planos de pormenor, por exemplo, mostram o quê? Competências acima da média, sempre meia hora, pelo menos, à frente do futuro? Ou lamentáveis malogros? Porquê? Ainda hoje o Paiva é odiado, porquê? Porque mostrou ter pulso firme e assumir, como muito antes dele Luis XIV, "o poder sou eu!", agindo em conformidade, limitado unicamente pelos compromissos perante os eleitores. Coisa totalmente diferente de condescender andar a reboque de técnicos médios, ultrapassados há muito sem disso se aperceberem.



Coincidências

JAVALIS COM GPS?

Noticia o nosso estimado colega Tomar na rede, sempre bem informado destas minudências, que dois javalis invadiram a festa da aldeia abrantina de Casais Revelhos:

https://tomarnarede.pt/insolito/javalis-invadem-festa-popular-em-abrantes-c-video/

Segundo a mesma notícia, os animais circularam entre os populares, comeram o que encontraram e foram-se em paz, sem terem sido incomodados.

O curioso desta história é que os animais pareciam dotados de GPS. É verdade. Com GPS. Como interpretar de outro modo, o facto de terem escolhido logo a aldeia onde os pais da ministra da agricultura, Maria do Céu Antunes, residem e têm uma quinta? Em tempo de crise e de fome, entre os javalis e não só, há lá melhor local para encontrar comida fresca do que na casa paterna da ministra da agricultura?

Existe ainda outra hipótese, mais audaciosa, porém não desprovida de sentido político. Estando a senhora ministra em conflito aberto com a CAP -Confederação dos Agricultores de Portugal, querem ver que foram os dirigentes "capistas" que ensinaram o caminho aos animais? Maneira de dizer: Por agora vão só dois porcos, mas espere pela volta! Se assim foi, merece aplauso. Trata-se de evidente inovação em termos de reivindicação política na área da agricultura.

domingo, 21 de agosto de 2022



Informação e população local 

Estranha gente

Há tempos, um dos excelsos comentadores locais pseudonomeados, o que significa que, em teoria, ninguém sabe quem é, foi categórico. Comentou que o administrador de Tomar a dianteira 3 "diz mal de Tomar e dos tomarenses". Uma vez que quem escreve estas linhas sempre teve e tem o hábito de ler e procurar perceber o que escrevem os seus conterrâneos, incluindo os encapotados com más intenções, matutou-se no assunto e concluiu-se que parece haver um problema vocabular.

Na verdade nem é preciso dizer mal da cidade ou dos tomarenses, para desclassificar ambos. Basta descrever como são (no caso da cidade) e como agem (no caso dos queridos conterrâneos). Aqui vai mais um exemplo comparativo, extraído do nosso colega Tomar na rede para simplificar. Se houvesse alargamento ao Facebook e por aí, se calhar o caso mudava de figura, e de que maneira!

Convém recordar antes que, dos 33 mil eleitores que ainda restam no concelho, cerca de metade não votaram nas últimas autárquicas, com destaque para a freguesia urbana, na qual os abstencionistas chegaram a 51 em cada 100 eleitores inscritos. Daqui se pode deduzir que os comentadores de blogues são um escol bastante reduzido, daquela metade que ainda vai votar. Se a isso acrescentarmos que praticamente todos usam de nomes supostos, o quadro fica completo e fala por si. Uma microtribo com hábitos muito peculiares. E vocabulário singular, onde descrever = dizer mal, por exemplo.

Nesse triste quadro, um leitor identificado pela redação respetiva enviou para Tomar na rede um protesto intitulado "O problema do trânsito na rua da Sinagoga", com uma leitura prevista de um minuto, e que foi publicado em 20 de Agosto. Às 19 horas do dia seguinte, registava 1.883 visualizações, mas nenhum comentário. Os escribas encartados resolveram meter a viola no saco, vá-se lá saber porquê. Se calhar porque envolvia a maioria camarária, e nunca se deve morder na mão que dá de comer.

Em 21 de Agosto, a redação de Tomar na rede publicou uma notícia, cujo título já é todo um problema: "Nova esplanada ou a privatização do espaço público", igualmente com a duração de leitura prevista de um minuto. Algumas horas mais tarde, já registava 2.545 visualizações e quatro comentários. Três contra a esplanada e um favorável. Um dos contra é particularmente cínico: "Habituem-se!".

Perante estes dois casos, parece revelar-se uma gente estranha. Bastante estranha mesmo. No primeiro caso, que mostra o evidente desmazelo camarário, por não colocar o sinal adequado no início da rua, nem implementar sinalização para residentes e para turistas, (encomendada por ajuste direto em 2019), quase 1.900 leram, mas ninguém se manifestou. Subentendido "adiante que não interessa".

Já no caso da esplanada, cujo título é erróneo, uma vez que não se trata de privatizar o espaço público, mas tão só de o concessionar por tempo determinado e mediante aluguer do mesmo, registou-se quase o dobro de visualizações, e apareceram logo quatro autoridades na matéria a dizer de sua justiça. Encapotados, não dando a cara, como manda a tradição local.

Agora diga-me lá, cara leitora, caro leitor, acabo de contar as coisas como elas são mesmo em Tomar em 2022? Ou estive só a "dizer mal de Tomar e dos tomarenses"? Era bom que os queridos conterrâneos de boa fé começassem a encarar a hipótese de considerar que as crónicas desagradáveis de Tomar a dianteira 3, mais não são afinal que aquilo que muitos de fora pensam de nós, mas não dizem, para evitar problemas escusados. Não será assim?


Aqueduto do Convento sem água há mais de 15 anos

Uma bela entrevista, mas...

Tomar a dianteira 3 leu com satisfação a entrevista de Andreia Galvão, diretora do Convento de Cristo, publicada esta semana num semanário local. Vasta cultura, vivência no património, conhecimento dos problemas, discurso bem articulado e agradável, tudo isso transparece das declarações da senhora. Uma grande senhora. E agradece-se, por ser raro cá no sítio.

Há contudo um aspeto que parece criticável. Por razões que se entendem, mas não se aceitam pacificamente, Andreia Galvão procura vincar que há responsabilidade tripartida na situação do aqueduto dos Pegões, que designa por "problema hídrico". Sucede que, se por um lado é de louvar que finalmente a diretoria do convento reconheça haver problema com o aqueduto, por outro lado, a questão referente à classificação daquele património como monumento nacional apenas na zona dos "Pegões altos", parece ser apenas argumentação para baralhar, complicando a situação.

Na verdade, os Pegões são, na sua totalidade, o aqueduto do Convento de Cristo, pois foi exclusivamente para isso que foram edificados, (por ordem do rei espanhol, neto de D. Manuel I, "o que os braços de tantos reis portugueses não conseguiram levar a cabo", diz a lápide comemorativa, depois picada a martelo). Para fornecer água à casa-mãe da Ordem de Cristo. Donde resulta que, no atual enquadramento administrativo, são propriedade pública, tutelada unicamente pela DGPC em toda a sua extensão, incluindo uma zona de proteção de dois metros de terreno para cada lado. A chamada serventia pública. Pouco importa, por conseguinte, que sejam ou não "monumento nacional" na sua totalidade, ou estejam em terrenos de outras entidades públicas ou privadas.

Tutelado sucessivamente pela  Fazenda Pública - DGEMN, pelo IPPC, pelo IPPAAR e agora pela DGPC, o aqueduto foi praticamente abandonado à sua sorte a partir da altura em que o Seminário da Missões deixou de ocupar parte do Convento de Cristo, o que ocorreu na segunda metade dos anos 80. Urge por isso assumir com urgência, e até por uma questão moral, o encargo de o recuperar integralmente, pois daí depende a saúde do coberto vegetal do Convento, do Castelo e de parte da Mata dos sete montes.

Tratando-se de propriedade do Estado, tutelada pela DGPC, só esta entidade tem plena competência para proceder em conformidade. Tentar incluir o Município de Tomar  e o ICN, só pode vir a complicar as coisas, pois como é sabido, mesmo na administração, ninguém gosta de fazer filhos em mulher alheia, com receio de poder vir a perder o feitio.

Resta portanto arranjar coragem e proceder à ribatejana -pegar o toiro pelos cornos. O que significa neste caso repor o mais rapidamente possível a água a correr em toda a extensão do aqueduto. Da nascente da Boca do cano até ao tanque junto à Torre de Dª Catarina. Doa a quem doer.  Custe o que custar. Ontem já era tarde.

NOTA FINAL

Depois, já com as escorrências do laranjal do castelo a chegarem de novo cá abaixo, ao Tanque da horta, via Fonte da Racha, podem até conseguir fundos europeus para limpar o aqueduto de ponta a ponta. À mão e com especialistas reputados, bem entendido. Como vai acontecer agora na Janela do capítulo. Tal como os jogos Santa casa, "é fácil, é barato e dá milhões."

sábado, 20 de agosto de 2022

O poema camoniano original não é bem assim, mas "vai tudo dar ao mesmo". Ou não?

Informação local

São assim os novos tempos

Num escrito co-assinado pelo diretor e pela chefia de redação, um venerável semanário local atribui a José Mário Branco o conhecido poema de Camões "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades/Todo o mundo é feito de mudança, tomando sempre novas qualidades". Por este caminho, não tarda estão a atribuir a Marcelo Rebelo de Sousa a Constituição de 1976. Ou mesmo a de 1822. E aí, muito bom tomarense dirá para consigo, e comentará para os amigos: "Não tem importância nenhuma! Vai tudo dar ao mesmo!"

Pois vai.  Vai dar à conhecida ignorância geral que medra por esse país fora. Porque se "vai tudo dar ao mesmo", para quê então esfalfar-se na busca das melhores soluções e da verdade histórica, por exemplo?

Da mesma forma, se "vai tudo dar ao mesmo", e "os políticos são todos iguais", como também consta por aí na voz do povo, para quê estar a gastar dinheiro com eleições, de tantos em tantos anos? Escolhem-se a dedo os melhores, e nomeiam-se a título vitalício. Ou pelo menos enquanto não apareçam outros, julgados superiores, que não vão dar ao mesmo.

Isto num concelho com quase 50% de abstenção, e onde existe uma povoação cujo nome diz tudo: CABEÇAS. Basta acrescentar uns pontos de exclamação: Cabeças !!!

Antes

Depois

Antes

Depois

Limpeza do rio

ANTES E DEPOIS

As imagens são eloquentes. Mostram o antes e o depois da reclamação aqui apresentada há três dias (16/08/2022). Estão a limpar o nosso querido Nabão! Vitória de Tomar a dianteira 3? Nem pensar. Derrota da maioria PS? Tão pouco. Já estava previsto antes da notícia, dirão os meios de informação competentes. E vamos fingir que acreditamos, porque o principal é ter-se alcançado o objetivo inicial e de sempre -melhorar a limpeza urbana, para benefício de todos.

Mas não deixa de ser curioso que a informação nos tenha chegado, ainda os trabalhos de limpeza do rio estão a decorrer. E já garantia que estava tudo limpo de novo, o que não é verdade. Por enquanto. A Câmara com bons serviços de contra-informação?!  Quem diria!?

sexta-feira, 19 de agosto de 2022


Limpeza da Janela do capítulo

O algodão não engana 

Mas a obra da Janela pode enganar

"O algodão não engana", dizia o bem conhecido anúncio da tv, mostrando um algodão em parte sujo, para indicar que havia falta de limpeza nos eletrodomésticos da cozinha. O caso da limpeza da Janela do capítulo é semelhante, porém inverso.

Todos sabemos que está suja, coberta por uma camada de musgo e líquenes, com mais de quatrocentos anos -a chamada patine- que ninguém consegue imitar. E que protege das chuvas ácidas, pois tapa os poros do calcáreo. O problema é a limpeza que vão fazer.

Conscientes de que já antes houve acidentes lamentáveis, (Portal dos Jerónimos, por exemplo), os responsáveis da DGPC e da empresa que vai executar a limpeza, garantem que tudo será feito à mão, por reputados especialistas naquela área, sem recurso a jacto de água com areia. O problema é que há fundadas dúvidas sobre o valor real de tal garantia. O facto de já terem começado a esconder a janela, com andaimes tubulares e cortinas em mantas de tecido acrílico, mostra claramente que têm, ou vão ter, algo a esconder. O que será?

Para evitar dúvidas e eventuais futuras querelas, oferecendo uma garantia real à DGPC, dona da obra, penso que há necessidade de implementar  previamente algumas medidas simples e baratas, mas realmente eficazes:

1 - Indicar à empresa que todos os andaimes devem ser rodeados de acrílicos transparentes, em vez de cortinas ou saias em tecido. Tudo à vista de todos.

2 - Exigir que os ditos acrílicos se mantenham limpos e desimpedidos, facultando visão total da obra. Até para não prejudicar os turistas, que pagam seis euros à entrada, sobretudo para verem a Janela...

3 - Fornecer a todos os trabalhadores capacetes de proteção com câmera de vídeo de filmagem contínua acopladas, ao lado da lâmpada frontal.

4 - Instalar, antes de começar a limpeza, videovigilância ligada ao youtube, que abranja toda a área a limpar.

Sem isto, ninguém vai convencer este pobre escriba de que não somos aldrabados mais uma vez, como contribuintes forçados, pagando por lebre, mas comendo gato. Isto porque, se é possível, no lisboeta Museu Nacional da Arte Antiga, (Janelas verdes), restaurar os painéis de Nuno Gonçalves à vista de todos, porquê tapar tudo no caso da Janela do capítulo? Porque é na província, onde aos olhos de muitos lisboetas de ocasião, "são todos parolos"? Não será apenas mais um episódio da já longa série "gato escondido com o rabo de fora"? Ou preferem antes "Os salteadores da janela suja?"



Câmara ou maná para alguns?

NO RESCALDO DO FESTIVAL BONS SONS

"Nem podia ser de outra forma. Com um subsidio de 90 mil euros da parte do município o que podia correr mal!?
Organizar e fazer festas com dinheiro dos contribuintes é sempre mais fácil."

LV

"Se se faz é porque se faz, se não se faz é porque não se faz, haja paciência para tanta mesquinhice, gentinha do caraças, nem………..nem saiem de cima."

Tomarense

LV
"Por regra geral sou expressamente contra a realização de festas sejam quais forem, com dinheiros públicos.
Enquanto formos um País pobre com a mania de rico mas com pessoas a auferirem reformas de 200€ e 300€, enquanto não tivermos saneamento em todo o concelho com a desculpa de sempre que não há dinheiro, etc, etc, etc serei contra o financiamento público de festas sejam elas quais forem.
Quem quer festa que as pague com capitais próprios e não com o dinheiro dos contribuintes.

"Meu caro Tomarense mas é o que temos, todos os eventos que se fazem, são quase todos com dinheiros públicos, as coisas não vão mudar, só se for para pior. Bem haja."


Assim nunca mais vamos conseguir sair da cepa torta


Os comentários supra foram copiados do nosso colega Tomar na rede, com a devida vénia e os nossos agradecimentos.

Mostram, por um lado, um tom sereno de debate, coisa que lamentavelmente nem sempre acontece, quando se escreve acobertado por nomes supostos. O que tende a aconselhar a supressão dessa facilidade, só aceitável quando se vive num regime autoritário, em que a própria segurança individual está em perigo. Nos restantes casos, são sempre uma reles sacanice, grande parte das vezes destinada a debitar insanidades a coberto da impunidade.

Mostram também os comentários acima, um interveniente assaz complexo e contraditório. LV começa por execrar quem não concorda com as opções dominantes da atual maioria: "Se se faz é porque se faz, se não se faz é porque não se faz, haja paciência para tanta mesquinhice." Depois, confrontado com a resposta ponderada de Tomarense, mete as unhas para dentro e começam as contradições.

"todos os eventos que se fazem" escreve LV, "são quase todos..." Afinal em que ficamos? São todos, ou apenas quase todos ?

Como se não bastasse, vem depois uma frase ainda mais "torcida": "as coisas não vão mudar, só se for para pior." Não vão mudar? Ou vão mudar para pior? Que entende LV por "só se for para pior"? Aumentar ainda mais os subsídios da autarquia para as festas? Ou, pelo contrário, acabar com eles?

No fundo, com o devido respeito, parece-me que o problema reside na incapacidade para elaborar frases próprias, o que leva o comentador LV a servir-se de frases feitas e prontas a usar, daquelas mais corriqueiras que por aí circulam, infelizmente nem sempre acertadas.

Parece óbvio que, com tal tipo de comentários, quem já estava com dúvidas, fica ainda mais baralhado. O que explicará talvez a elevada percentagem de abstenção, particularmente na freguesia urbana, em teoria a mais evoluída em termos políticos. 

É meu entendimento que, com situações assim, nunca mais vamos conseguir sair da cepa torta. Será que, usando o seu nome batismal, LV teria coragem para escrever frases semelhantes a estas? O anonimato empurra os menos conscientes. Pensam "Que se lixe! Não sabem quem é!" O que leva alguns a perder as estribeiras, semeando esterco às toneladas. Mesmo que depois lamentem, ou até se arrependam, o mal está feito.

Fica o alvitre: Em nome da salubridade política, acabe-se com os pseudónimos nos comentários e outros escritos. Ganhamos todos. Quando mais não seja recato.