quarta-feira, 24 de agosto de 2022


Política local e civismo

Uma forma de protesto político

Segundo O Mirante:

https://omirante.pt/sociedade/falta-de-consciencia-civica-na-deposicao-de-monos-volta-a-ser-assunto-em-tomar/

a senhora presidente da câmara de Tomar apelou mais uma vez ao civismo da população, no sentido de não depositarem "monos" (lixo de grandes dimensões) nos contentores, pois passa uma camionete todos os dias para a respetiva recolha, bastando telefonar antes para combinar. Acrescentou que tal serviço é gratuito.

O simples facto da notícia aparecer só num suporte informativo que não é tomarense, já diz muito sobre a situação real. Tanto mais que se trata de um assunto apresentado pelo PSD na reunião do executivo.

Tudo devidamente ponderado, Tomar a dianteira conclui que, ao contrário do que pensa Anabela Freitas, não se trata de falta de civismo, mas do seu exacto oposto. Uma acção deliberada da população que se muda, muda de casa ou de tarecos, como forma de protesto contra a política autista da autarquia. Assim como quem diz "Não ouvem o que dizemos? Pois também não queremos saber do que pretendem. Aí vai!"

Não se pode dizer que seja a forma mais adequada de protestar contra uma maioria pouco mais que medíocre. Tão pouco que seja aceitável. Todavia, dadas as circunstâncias, é o que se pode arranjar, e a maioria PS só pode queixar-se de si própria. As festas, os subsídios e outros eventos permitem muita coisa, mas não conseguem disfarçar tudo. Designadamente uma governação sem planos nem vontade de dialogar, que só um PSD anestesiado permite prosseguir sem grandes sobressaltos. Os monos fora do sítio são apenas um dos sinais visíveis do descontentamento que por aí vai, e tende a aumentar. Aguardem que vão ver.

1 comentário:

  1. Concordo com a perspetiva do protesto e também com a da falta de civismo ou educação, como se quiser chamar.
    Mesmo a questão ambiental, com a separação para reciclagem, deixa muito a desejar. Vivo por cima dum caixote do lixo, sempre aberto, e dá para ver os plásticos que lá são depositados.

    Tenho também outra teoria: as taxas de resíduos são tão altas que se prestam ao pensamento de, "para aquilo que se paga, deixa ficar que alguém virá buscar. Já paguei bem para isso."
    São mentalidades que o próprio sistema estimula nunca tendo conseguido estabelecer uma causa efeito das vantagens para os cumpridores.
    Por exemplo, quem fizesse um pedido de remoção de monos podia ter uma redução na taxa respetiva associada à água.
    Bem pelo contrário, usam o argumento de que o pessoal não tem civismo para cobrar mais. Todos ganham com a falta de civismo.
    O outro aspeto é o da fiscalização, mas aí ninguém faz nada, apesar de ser relativamente simples apanhar os prevaricadores.

    Penso também que os serviços camarários são insuficientes, nomeadamente no caso da retirada de recheios de habitação.
    Em tudo isto o planeamento podia ser muito melhor. Uma vez que liguei para lá, registaram o pedido e agendaram passados 15 dias.

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