sexta-feira, 19 de agosto de 2022


Câmara ou maná para alguns?

NO RESCALDO DO FESTIVAL BONS SONS

"Nem podia ser de outra forma. Com um subsidio de 90 mil euros da parte do município o que podia correr mal!?
Organizar e fazer festas com dinheiro dos contribuintes é sempre mais fácil."

LV

"Se se faz é porque se faz, se não se faz é porque não se faz, haja paciência para tanta mesquinhice, gentinha do caraças, nem………..nem saiem de cima."

Tomarense

LV
"Por regra geral sou expressamente contra a realização de festas sejam quais forem, com dinheiros públicos.
Enquanto formos um País pobre com a mania de rico mas com pessoas a auferirem reformas de 200€ e 300€, enquanto não tivermos saneamento em todo o concelho com a desculpa de sempre que não há dinheiro, etc, etc, etc serei contra o financiamento público de festas sejam elas quais forem.
Quem quer festa que as pague com capitais próprios e não com o dinheiro dos contribuintes.

"Meu caro Tomarense mas é o que temos, todos os eventos que se fazem, são quase todos com dinheiros públicos, as coisas não vão mudar, só se for para pior. Bem haja."


Assim nunca mais vamos conseguir sair da cepa torta


Os comentários supra foram copiados do nosso colega Tomar na rede, com a devida vénia e os nossos agradecimentos.

Mostram, por um lado, um tom sereno de debate, coisa que lamentavelmente nem sempre acontece, quando se escreve acobertado por nomes supostos. O que tende a aconselhar a supressão dessa facilidade, só aceitável quando se vive num regime autoritário, em que a própria segurança individual está em perigo. Nos restantes casos, são sempre uma reles sacanice, grande parte das vezes destinada a debitar insanidades a coberto da impunidade.

Mostram também os comentários acima, um interveniente assaz complexo e contraditório. LV começa por execrar quem não concorda com as opções dominantes da atual maioria: "Se se faz é porque se faz, se não se faz é porque não se faz, haja paciência para tanta mesquinhice." Depois, confrontado com a resposta ponderada de Tomarense, mete as unhas para dentro e começam as contradições.

"todos os eventos que se fazem" escreve LV, "são quase todos..." Afinal em que ficamos? São todos, ou apenas quase todos ?

Como se não bastasse, vem depois uma frase ainda mais "torcida": "as coisas não vão mudar, só se for para pior." Não vão mudar? Ou vão mudar para pior? Que entende LV por "só se for para pior"? Aumentar ainda mais os subsídios da autarquia para as festas? Ou, pelo contrário, acabar com eles?

No fundo, com o devido respeito, parece-me que o problema reside na incapacidade para elaborar frases próprias, o que leva o comentador LV a servir-se de frases feitas e prontas a usar, daquelas mais corriqueiras que por aí circulam, infelizmente nem sempre acertadas.

Parece óbvio que, com tal tipo de comentários, quem já estava com dúvidas, fica ainda mais baralhado. O que explicará talvez a elevada percentagem de abstenção, particularmente na freguesia urbana, em teoria a mais evoluída em termos políticos. 

É meu entendimento que, com situações assim, nunca mais vamos conseguir sair da cepa torta. Será que, usando o seu nome batismal, LV teria coragem para escrever frases semelhantes a estas? O anonimato empurra os menos conscientes. Pensam "Que se lixe! Não sabem quem é!" O que leva alguns a perder as estribeiras, semeando esterco às toneladas. Mesmo que depois lamentem, ou até se arrependam, o mal está feito.

Fica o alvitre: Em nome da salubridade política, acabe-se com os pseudónimos nos comentários e outros escritos. Ganhamos todos. Quando mais não seja recato.

5 comentários:

  1. " O que tende a aconselhar a supressão dessa facilidade, só aceitável quando se vive num regime autoritário, em que a própria segurança individual está em perigo. "
    Portugal não vive um regime autoritário, certo, mas também lhe digo que já estivemos mais longe disso, e a pandemia foi um bom exemplo dos muitos exageros e ilegalidades tomadas pelo poder politico, com a total conivência do presidente da republica, que por lei devia ser o garante do respeito pela constituição.
    A confirmação disso mesmo foi feita pelo tribunal constitucional através de uma acórdão saído à pouco tempo atrás.
    Como diz e bem, um ditado já antigo : Cautelas e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém.
    Votos de boa continuação na sua árdua tarefa de abrir os olhos ás pessoas.

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    1. Tem razão. Já estivemos melhor. Ainda assim, a nível local, o perigo é outro -a eventual retaliação prática. Porque a atual maioria PS também não é um modelo a seguir. Os exemplos vêm de cima...
      Por isso mesmo, julgo que será mais proveitoso para todos "dar a cara" e sujeitar-se às prováveis represálias, para depois poder denunciar com provas. Pode ser que assim as pessoas aprendam mais depressa.
      É o que tenho procurado fazer e não me queixo muito, até por não saber a quem. Porque se até o Senhor Presidente da República, que é mesmo um grande Senhor com provas dadas, já peca por omissão na defesa dos princípios fundamentais da nossa República...

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    2. "Porque se até o Senhor Presidente da República, que é mesmo um grande Senhor com provas dadas, já peca por omissão na defesa dos princípios fundamentais da nossa República..."
      Se é um grande senhor ou não, não sei, pois não o conheço pessoalmente. Agora como politico e como presidente da republica, tem-se revelado um verdadeiro populista no mau sentido da palavra.
      O que trouxe de útil ao País os últimos 7 anos do Marcelo!?
      Beijinhos e abraços, e o "investigue-se ou vamos analisar" como aconteceu nos incêndios de Pedrogão grande e em diversas outras situações ao longo do seu mandato presidencial. A meu ver Cavaco e Marcelo são sem dúvida os piores presidentes que Portugal teve no pós 25 de abril.

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    3. É a sua opinião, que não partilho, mas respeito e publico com satisfação, pois neste blogue garantem-se sempre as liberdades fundamentais, entre as quais sobressai a de informar e ser informado. Mesmo e sobretudo quando a informação veiculada possa eventualmente ser inconveniente para o administrador da publicação. Desde que educada e não caluniosa, tem caminho livre para a sua difusão. Idealmente com assinatura por baixo.

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  2. Neste espaço relacionaram-se 2 assuntos em que cada um merece discussão detalhada:
    - Os subsídios às festas
    - A liberdade de opinião
    Coisas bem diferentes, portanto. Deixando a temática da censura para uma próxima vez, foco-me para já nos subsídios.

    É um um princípio, para mim básico, que tudo na vida tem um valor e esse valor aparece em função do seu mérito:
    Seja um negócio, um investimento, uma aquisição, a opção só é de avançar se dali se tirar algum proveito. E até pode ser quantificado por indicadores como o período de retorno, o seu valor acrescentado e outros. É quantificável, portanto. Entre 2 investimentos semelhantes, escolhe-se o mais vantajoso.

    Muitas vezes, por razões bem específicas, quem tem o poder pode querer influenciar as escolhas de quem gasta o dinheiro. Geralmente tem à sua disposição duas ferramentas: o subsídio, para incentivar uma opção e as taxas para penalizar as outras.
    Veja-se no caso da energia, taxa-se os combustíveis fósseis e incentiva-se a utilização de energias renováveis.
    Nos transportes é o mesmo, taxando-se o motor de combustão e dando benefícios aos carros elétricos.
    Em ambos os casos argumenta-se com o Ambiente para se adotar esta prática.
    Qual é o problema? A partir do momento em que as coisas não são apreciadas pelo valor que as pessoas lhe dão mas pelo que o Estado lhes quer dar, invariavelmente a situação vira-se contra as próprias pessoas, que irão pagar mais do que estariam disponíveis à partida para o fazer.
    Isto é válido para as compras e também para os valores intangíveis e até para o pessoal. O que é a "cunha" se não uma alteração da ordem de mérito na seleção de quem vai desempenhar uma função - a prestação nunca é tão boa como poderia ser se o escolhido fosse o mais capacitado.

    Aplicando esta introdução aos subsídios às coletividades e e às festas, qual é o resultado?
    Podemos ter associações de corridas de tampas de cerveja a consumir meios que se podiam destinar a reforço de clubes de leitura.
    Podemos ter acontecimentos que só ocorrem, não porque as pessoas estejam particularmente interessadas neles, mas porque são baratinhos, com o que recebem dos impostos da comunidade.
    Claro que existem regulamentos para tudo isto e a validação é feita pelo plenário da vereação. Os critérios devem ser claros.
    Et pourtant...
    É o caso dos Bons Sons ou da Festa dos Tabuleiros. Só que aqui os acontecimentos têm mérito que devia tornar desnecessário o apoio.
    Corre-se o risco efetivo de não haver racionalização de custos ou de remuneração adicional dos promotores.

    O outro problema é que depois de subsídios atribuídos, quem os tirar ou ameaçar que os vai rever, está condenado do ponto de vista eleitoral. É uma compra de votos, como muitas outras. É o caciquismo do Portugal de abril, ou pior, do país do século XXI.
    Não quero com isto dizer que se uma autarquia quiser promover um espetáculo fora daqueles que têm assistência garantida, não o possa e deva fazer. Estou a pensar mais no teatro, na música clássica, ballet e por aí.
    Conclusão:
    - apoiar artes, inclusivamente o seu ensino, para evitar o seu definhamento;
    - deixar os cantores e autores populares fazerem os seus espetáculos e festivais pagos pelas receitas proporcionadas pela bilheteira.

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