Ambiente urbano
Árvores a morrer
As árvores da avenida Fonseca Simões, com pouco mais de dez anos, estão a morrer. Para os tomarenses mais distraídos, a Fonseca Simões é aquela artéria urbana que vai da rotunda da estação da CP à rotunda da Nun'Álvares. Uma das duas da cidade antiga com separador central. A outra é a dos Combatentes da Grande Guerra, na continuação para nascente.
Porque morrem as árvores da avenida, ainda tão jovens, é a pergunta básica a fazer. À primeira vista, por falta de água, que é como quem diz, de rega periódica. Cada caldeira dispõe de sistema de rega automática, mas num exame superficial concluiu-se que não funcionam há muito. Porquê? Eis outra pergunta a aguardar resposta da autarquia. Que não virá decerto. É o costume. E a experiência é a madre das coisas, escreveu o Garcia da Horta.
Há ainda outra hipótese. Uma doença. Mas qual? Convém por isso que a autarquia mande ao local pessoal habilitado, para apurar e depois explicar o que se passa. Se for mesmo, como tudo parece indicar, falta de rega, devido a avaria no sistema, ou por qualquer outra razão, está encontrada a solução do problema.
Se, ao invés, há uma outra razão que não convém assumir, como por exemplo a aversão à herança do Paiva, então o caso muda de figura. O pessoal da autarquia vai arranjar outro argumento, politicamente menos sensível, para justificar a morte de todas as árvores. Depois é só celebrar mais um ajuste directo, para arranque e replantação das árvores do separador central da avenida António da Fonseca Simões. Dá muito muito menos trabalho, rende muito mais, permite o desaparecimento de mais um sinal da passagem do Paiva pela Câmara, e de qualquer maneira são sempre os mesmos a pagar.
É certo que, mais tarde, caso se trate de doença fitossanitária, as futuras árvores vão morrer com o mesmo mal. Mas que importa isso? Entretanto já houve escorrências muito positivas, e quem cá estiver então que se desenrasque, pois agora os tempos estão cada vez mais difíceis. O pessoal começa a perceber que uma coisa é dizer mal, outra bem diferente descrever a realidade. E vem à ideia o velho dito popular "O mau dançarino culpa sempre o chão torto".
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