Urbanização das Avessadas
Um aplauso e um reparo
Como bem sabem todos os do microcosmo da construção civil e obras públicas, durante anos e anos obter licenças camarárias em Tomar era mais complicado do que conseguir uma autorização para mudar do inferno para o céu. Donde o epíteto de império da burocracia, ou ninho de ratazanas demasiado gulosas.
A partir do segundo mandato da actual maioria PS, as coisas parece que têm vindo a mudar devagarinho. Concluíram que o plano de pormenor das Avessadas era demasiado vasto e exigente. Pelo menos há a registar a instalação de várias superfícies comerciais e industriais, sempre de saudar. Verificou-se até, a dada altura, um facto extremamente significativo, que terá passado despercebido. No cartaz técnico de uma das referidas implantações, apareceu, pela primeira vez em Tomar, esta indicação: "Facilitador do negócio: fulano de tal". O nome era de um conhecido professor e dirigente desportivo local. A título ilustrativo, como quem lê se recorda decerto, um dos mais célebres "facilitadores de negócios" a nível nacional não é tomarense de nascimento, mas também por aqui viveu e até exerceu cargos autárquicos sob a etiqueta PSD. Terá deixado portanto um discípulo.
Isto para explicitar que a referida tarefa nada tem de ilegal ou condenável à partida, tudo dependendo depois da forma com é levada à prática. No caso tomarense, tudo parece ter corrido bem, e o estabelecimento em questão ali está, em plena actividade, mesmo ao lado do Continente.
Ao que agora consta por aí, não há fome que não dê em fartura. Se o anterior plano de pormenor das Avessadas só contemplava praticamente habitação, o novo plano de urbanização da zona quase só contempla comércios e outros estabelecimentos. Que fazem muita falta. Fala-se para já num hipermercado ALTRI, do lado oposto ao INTERMARCHÉ e num retail park, entre a rotunda do CONTINENTE e a do BRICOMARCHÉ, que até incluirá um hipermarcado MERCADONA.
Tudo bem portanto, no melhor dos mundos possíveis? Nem tanto. Há uma nódoa a manchar todo o conjunto, que não se pode aceitar, por ser inestética e muito perigosa. Trata-se daquela espécie de escadaria tosca, em terra sem qualquer revestimento, entre a avenida Melo e Castro e o ROADY. Convém facilitar, mas não tanto. Aquilo como está não prestigia ninguém. Nem quem mandou fazer, nem quem fez, nem quem consente que ali esteja.
Não está acabada? Pois então acabem. Ou acabem com ela, quanto antes. Vamos de mal a pior em termos de população, é verdade. Mas ainda não somos uma vilória da Guatemala, por exemplo...
Sem comentários:
Enviar um comentário