UM GRAVE DESASTRE ECOLÓGICO - 5
Quinta parte - Conclusão
Passou em tempos na televisão aquele anúncio "O algodão não engana". Neste caso são as imagens que não enganam. A longa seca provocada pelo corte da água do Aqueduto dos Pegões, tem mesmo vindo a provocar um desastre ecológico no Castelo, no Convento e na Mata. Não é uma opinião. É um facto. Uma realidade à vista de todos os que queiram ver.
1 - Buxo a morrer de sede na Mata dos Sete Montes. Se recomeçaram agora a regar com água da Tejo Ambiente, pode ser que esteja recuperado para a tradicional exposição dos tabuleiros.
A outra situação é a de um devotado grupo de cidadãos corajosos, que há anos vêm trabalhando como voluntários em campanhas de desmatação e limpeza do Aqueduto dos Pegões. Entre eles há até pelo menos um funcionário do Convento de Cristo. Merecem aplauso e apoio material, mas também eles se têm calado ante o evidente desastre que conhecem bem, pois o aqueduto vai também ele padecendo pouco a pouco da falta de água. Sem humidade para garantir a elasticidade, a argamassa de ligação e reboco vai-se esboroando pouco a pouco, fragilizando a estrutura do monumento. Os arcos entretanto recuperados pela autarquia, aí estão para demonstrar isso mesmo, e o aspecto geral do aqueduto é assaz eloquente.
Fica aqui o registo, para constar onde convenha, nomeadamente na UNESCO - ICOMOS, pois o aqueduto é parte integrante do Convento de Cristo, Património da Humanidade que pode ser desclassificado, uma vez que o Estado se tem vindo a mostrar incapaz, neste caso específico, de honrar os compromissos que assumiu aquando da classificação. Mas serve igualmente este escrito para estranhar que nem a Câmara, nem a Assembleia Municipal, nem a directora do Convento, nem os presidentes de junta, nem os partidos políticos, nem o referido grupo de cidadãos, nem a informação local, tenham ainda julgado indispensável e urgente alertar o governo e a DGPC para a necessidade de reabilitar quanto antes o Aqueduto dos Pegões, recolocando a água a correr, para evitar o grave desastre ecológico que já se adivinha. Devido à falta da água do aqueduto, boa parte da vegetação da Mata começa a ficar amarelada, o mesmo acontecendo com a zona verde no interior do castelo e do convento. Querem arriscar que elas passem do amarelo ao castanho? É que, se e quando tal acontecer, já será demasiado tarde. Apenas restará então semear novas espécies...e conseguir água para as regar. Do aqueduto, ou da Tejo Ambiente. Porque sem água, já estamos a ver o que acontece.
Está assim cumprida a minha obrigação como cidadão e tomarense. Alertar atempadamente. Agrade a quem agradar. Doa a quem doer.
Da minha parte agradeço a sua preocupação com os alertas e anotações, infelizmente parecem ser poucos são os que reconhecem o património que se está a perder..
ResponderEliminarMuito (mas mesmo muito!) haveria a dizer, apenas sublinho que quem continua a chamar Aqueduto dos Pegões e não Aqueduto do Convento de Cristo não alcança verdadeiramente o que está em causa, provavelmente porque não conhece a verdadeira extensão e complexidade de um sistema desenvolvido para captar, tratar, e encaminhar água por mais de 6km, e acima de tudo a necessidade imperiosa de se agregar este Aqueduto ao Convento de Cristo, a Mata e sua Cerca num único complexo, gerido por uma única entidade )
Sugiro a consulta:
-Traçado do Aqueduto desde os mananciais até ao Convento e rede subsidiária da Cerca (por falta de informação não consegui ainda integrar a zona do terreiro e hortas.. nalguns pontos já ajudou!):
https://www.openstreetmap.org/relation/12720403#map=19/39.60253/-8.41934
- Atlas DGPC do Patrimonio Classificado (onde é possível ver todo o traçado do Aqueduto protegido como MN (e sua zona de proteção com 50m para cada lado do seu eixo, confirmado pela propria DGPC em oficio e posteriormente integrado no PDMT):
http://patrimoniodgpc.maps.arcgis.com/apps/webappviewer/index.html?id=7f7d5674280f41849c0a0869ced22d91