A experiência é a madre das coisas
Escreveu Garcia da Horta, já lá vão cinco séculos, que a "experiência é a madre das coisas". Referia-se ao conhecimento de substâncias medicinais e às navegações portuguesas de então, que possibilitaram a publicação do "Tratado das drogas e dos simples", um livro de medicina tradicional.
Séculos volvidos, relata o nosso confrade Tomar na rede uma campanha falhada da autarquia e do ICN:
https://tomarnarede.pt/sociedade/mata-dos-sete-montes-dezenas-de-arvores-morrem-por-falta-de-rega-c-fotos-e-video/
Tratou-se de tentar reflorestar a velha Cerca conventual, agora chamada Mata dos 7 montes. Ao que tudo indica, os mentores da ideia, sobretudo o ICN, ter-se-ão guiado pela tal experiência que é a madre das coisas. Mas esqueceram-se que as condições existentes entretanto tinham mudado totalmente.
Quem conhece nem precisa, mas os outros devem consultar o googlemaps.pt Aí vão observar que, quando a água ainda corria no Aqueduto do Convento, até à torre de Dª Catarina, havia não só distribuição para a Mata, através do Tanque da Cadeira d'El-rei e da ribeira dos 7 montes, mas também graças às escorrências provenientes de toda a encosta sul do castelo templário, com origem na rega das hortas, do jardim e do laranjal.
Agora, com a água a ser desviada antes dos Pegões altos, o aqueduto está seco bem antes do Convento, perante a indiferença de quem gere aquele monumento, parte integrante do Convento de Cristo. Deixou portanto de haver água no Tanque da Cadeira d'El-rei, na ribeira dos 7 montes, na Nascente dos jasmins e na Nascente da racha. Até a nascente da Charolinha também acabou por secar.
Os técnicos agrários, que decerto supervisionaram a plantação das novas árvores, guiados pela experiência dos seus antecessores, terão concluído que a usual humidade do solo naquela zona dispensaria a rega, (ver primeira foto, com muita humidade e falta de limpeza) tornada difícil pelo desaparecimento do velho carro de tracção bovina, carregando um tonel. E a rede de água canalizada não vai além do Tanque dos frades, no actual parque infantil.
Agora, mortas por falta de água, só valerá a pena pensar em replantar as árvores depois de terem resolvido o problema do Aqueduto do Convento, pondo de novo a água a correr até à Torre de Dª Catarina. Sem isso, acabará por ser mais uma tentativa falhada. O costume.
Sem comentários:
Enviar um comentário