segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025


Autárquicas 2025

Alea jacta est

Alea jacta est, a sorte está lançada. Assim devem pensar os dois candidatos já conhecidos à Câmara de Tomar, a 8 meses das próximas eleições. Sabem que a única outra candidatura com algumas hipóteses tarda em aparecer, segundo consta devido a graves divergências no partido, relacionadas com o comportamento de alguns dirigentes santarenos.
Sabem também, tanto o socialista como o social democrata, que há quatro anos o PSD perdeu antecipadamente, quando a sua candidata recusou um frente a frente com Anabela Freitas. E aí, ambos se sentem confortáveis com a eventualidade de um debate a dois em directo. Estão preparados e treinados. Têm várias horas de troca amena de ideias num programa semanal da Rádio Hertz, sentindo-se cada um capaz de levar a melhor sobre o adversário, com boas maneiras.
Estão por isso calmos e bem dispostos. A extrema esquerda não os vai incomodar, porque não tem espaço nem capacidade para tal, a direita parece em estado de profunda sonolência, e a informação local está controlada, salvo uma ou outra excepção sem significado por aí além. Pode-se portanto continuar sem stress até Setembro/Outubro.
Assim pensam os dois campeões já indigitados, e não estão muito longe da verdade. Há apenas aquela questão menor dos programas a apresentar, mas aí o partido dispõe de especialistas bem pagos. Pelo governo num caso, pela autarquia no outro. Tudo bem, portanto?
Quase, quase. Praticamente sem adversários à altura e afastada a hipótese de um confronto directo sob a forma de debate, resta deixar correr o marfim, pensam decerto o presidente substituto e o vereador pretendente.
Pois não senhor! A tarefa que os espera pode não ser assim tão fácil, antes pelo contrário. Com a sua modesta capacidade de intervenção, Tomar a dianteira 3 vai fazer o que estiver ao seu alcance para evitar que os eleitores tomarenses continuem a votar no escuro, baseados apenas naquilo que as formações partidárias lhes impingem.
Com ou sem o apoio da restante informação local, (caso para se conversar), será entregue a cada um dos candidatos uma relação de dez problemas que se consideram fundamentais para o futuro da cidade e do concelho, pedindo-se para cada um deles respostas escritas às perguntas seguintes: 1 - Se for eleito vai procurar resolver? 2 - Se afirmativo, de que forma? 3 - Qual é em síntese a sua solução?
É isto. O questionário será conhecido logo no início da campanha eleitoral. Qual o tipo de problemas?
Este por exemplo: Agrava-se a insegurança na cidade e no concelho, sobretudo após o mal conduzido realojamento do Flecheiro.  1 - Se for eleito, vai procurar resolver a questão cigana no concelho? 2 - Se afirmativo, de que forma ? 3 - Qual é em síntese a sua proposta de solução?
Fica aqui a informação bastante antecipada, para que depois ninguém possa queixar-se de que não foi prevenido atempadamente. Boa sorte a todos.




Vida nabantina

Só agora é que finalmente vos cheirou?

Acabo de ler no Facebook que "cheira a merdum" em Tomar. Um dos comentadores esclarece mesmo que andam a limpar a Vala da fábrica, pelo que o cheiro é capaz de vir de lá. Fico mais aliviado! Há anos que venho sofrendo em silêncio, culpando uma pituitária demasiado sensível, dado que aparentemente quase mais ninguém conseguia cheirar aquilo que me entra pelas ventas dentro, contra a minha vontade: a permanente pestilência nabantina.
Aleluia, meus irmãos tomarenses! Finalmente conseguistes sentir e identificar a pestilência que há anos é para mim a atmosfera normal em Tomar. Mas nada de entusiasmos prematuros e balofos. Não tendes grande mérito na constatação, nem ela mostra uma melhoria nas funções da vossa hipófise, o outro nome da pituitária. Sois apenas os beneficiários mais recentes da chamada acumulação primitiva, como acontece no protocapitalismo.
O Nabão é só merda. Os partidos é tudo a mesma merda. A Várzea grande ficou uma rica merda. Aquela merda do alegado fórum romano não tem ponta ponta por onde se lhe pegue. Apesar da recente manutenção o parque para caravanas ficou uma bela merda. Que merda, aquela encrenca da expropriação no Flecheiro, etc. etc.
Com merda por todo o lado, o que me espanta é que só agora alguns cidadãos, mais experientes na área política, tenham finalmente conseguido cheirar a pestilência nabantina que tem décadas. Se calhar ajudados pela merda das listas para a merda das próximas eleições autárquicas.
Porque um sistema em que cada eleitor só pode votar em listas, geralmente com gente que ele mal conhece, que outro epíteto merece se não um sistema eleitoral de merda, com listas de caca?
Já por cá não conto andar muito mais anos, e ainda bem. A minha grande preocupação começa a ser o perigo de vir a morrer atascado em merda. Um triste fim.



domingo, 9 de fevereiro de 2025

 Só para rir um bocadinho sem má intenção


Rádio Hertz depilada. Sem pelo. Ou as atrapalhações das grandes revisões. Só não falha quem não faz. Com votos de bom trabalho, e os agradecimentos de TAD3.


Autárquicas 2025

Vale mais um pássaro na mão?

Os recentes problemas provocados pela evidente má governação camarária, designadamente aquela encrenca do terreno a expropriar no Flecheiro, mostram a quem está longe mas procura manter-se informado, os dois sintomas graves da doença tomarense: 1- Embora causticados, os tomarenses estão acomodados e inibidos, em vez de se unirem em prol da cidade e do concelho; 2 - Governantes e eleitos, são unânimes em considerar-se os melhores e isentos de quaisquer responsabilidades no desastre local, mesmo quando reconhecem que as coisas não vão bem, o que é extremamente raro.
Num quadro humano assim, com aposentados, pensionistas, velhos e funcionários mal pagos mas que também não valem mais, e quase ninguém no sector privado, a tendência dominante só podia ser a acomodação, a aceitação acéfala da triste realidade local. Empreender? Que é isso?
Parques e jardins pouco cuidados, limpeza urbana que já foi melhor, serviços públicos maus porque sem pessoal capaz, ao contrário dos concelhos vizinhos, e mesmo assim a opinião dominante quando se trata das próximas eleições é que "Vale mais um pássaro na mão que dois a voar". Será mesmo assim? Não me parece. O tal pássaro na mão, aquilo que está e aqueles que estão, não são afinal grande coisa, embora estejam convencidos do contrário.
Um clima péssimo durante quase metade do ano, pensões de miséria, alojamentos que já conheceram melhores dias, custos da água e saneamento que não param de aumentar, a informação local inteiramente controlada pela Câmara e a nacional pela extrema esquerda, uma atmosfera de crise permanente, a denunciar a cada vez mais acentuada decadência, eis o que consideram o pássaro na mão que vale mais que dois a voar.
É capaz de valer mesmo, mas só para quem não enxerga mais e por isso ainda nem terá reparado que no vale nabantino há muito que deixou de haver dois pássaros a voar em simultâneo. Todos procuram horizontes mais amplos. ´Prova disso, a 8 meses da próxima consulta eleitoral, só os partidos do costume é que já apresentaram candidato à Câmara. Um diz que pretende tornar Tomar mais competitiva, seja lá isso o que for. O outro ficou-se pela hipótese de se poder vir a  discutir a questão das entradas pagas nos eventos musicais da Feira de Santa Iria. Quanto aos outros partidos e formações, se andam por aí não se nota muito. 
Pobre terra que tais filhos tem! Digo eu, nascido no hospital velho e baptizado em S. João há 83 primaveras. Alguma objecção?


sábado, 8 de fevereiro de 2025


Autárquicas 2025

Políticos sabidões e intrujões 
a armarem-se em incompetentes e coitadinhos

"O fantástico Hugão devia era ter ido para madeireiro. Para presidente da câmara não tem perfil nem competência alguma. Espero que receba uns belos patins nas próximas eleições. Tomar só tem a ganhar sem ele e os amiguinhos dele por perto."
O hábil comentário supra, copiado do Tomar na rede com os nossos agradecimentos, não é nada fortuito, ao contrário do que possa parecer. Foi visivelmente "plantado" por gente de uma daquelas chafaricas de comunicação, pagas a peso de ouro pela autarquia, num dos vários ajustes directos sem qualquer controlo. 
Pretende inculcar a ideia de que o presidente substituto "e os amiguinhos dele" não têm perfil nem competência alguma para os cargos que tentam desempenhar. Transformar em desgraçadinhos os mais hábeis políticos concelhios (Filipinha e Huguinho), porque é disso que o povo gosta e nisso que vota. Caridade cristã mal entendida.
Repare-se. Temos uma autarquia com mais de 600 funcionários para 34 mil eleitores, de longe a maior densidade da região centro. Temos igualmente a maior quantidade concelhia de colectividades da região centro, às quais a maioria socialista vem distribuindo em subsídios anuais muito mais do que qualquer outra autarquia da região.
Já ouviram algum lamento a tal respeito, vindo da maioria socialista? É claro que não, porque estas situações não são fruto do acaso, mas produto da política da dita maioria PS tendência esquerdista. Que entretanto pretendem escamotear o melhor possível, tentando intrujar os eleitores, para melhor  se conseguirem manter no poder.
A oito meses das próximas autárquicas, há como é normal muitas obras municipais anunciadas ou já em execução. Alguma delas estará pronta antes das eleições? Naturalmente que não, para evitar opiniões menos agradáveis. E parece-vos que tal situação é um simples fruto do acaso? Pois desenganem-se. Foi tudo devidamente calculado e programado, de forma a obter determinado resultado. Já pensaram o que seria o pessoal a refilar porque cortaram as árvores da Rua da Graça, fizeram asneiras em Carvalhos de Figueiredo, ou alojaram marginais nas novas casas da Choromela? Primeiro ganhar as eleições contra os palonços social-democratas. Depois logo se verá.
Filipa Fernandes e Hugo Cristóvão emanciparam-se de Anabela Freitas e ex-sócio, adquiriram experiência e integram agora o grupo dos melhores políticos PS da região, quer nos agrade ou não. Estão apenas a tentar intrujar o eleitorado, fazendo-se passar por coitadinhos incompetentes, porque é isso que melhor sabem fazer para levar a água ao seu moinho. Só vai na conversa quem quer. O voto é livre, mas exige alguma ponderação prévia.


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025



Feira de Santa Iria

Vive-se em Tomar num ambiente deletério

A apresentação no executivo municipal das contas da Feira de Santa Iria 2024 despoletou mais uma situação de pseudo conflito PSD-PS, quando afinal estão todos de acordo no essencial, como sempre estiveram. Verificou-se um desalinhamento receitas-despesas da ordem dos 125 mil euros, a que chamaram prejuízo, quando afinal se trata apenas de "manque à gagner". É uma situação que já vem de longe, provocada por factores diversos, que sempre foi tolerada pelos governantes e que em 2024 até foi menos grave.
Seguindo as indicações dadas pelas varas dos pastores do costume, o rebanho nabantino disse nada quando este blogue escreveu sobre o tema, mas tendo a Hertz, habitual emissora oficial, publicado no Facebook, houve até agora 14 compartilhamentos e 86 comentários, que vale a pena passar a pente fino. É no que dá ser um grande emissor regional, ou haverá outras razões?
Seja como for, o conjunto das intervenções é deprimente, devido ao seu baixo nível crítico. Para se ter uma pálida ideia, basta referir que poucos atribuem o "prejuízo" da Feira à falta de visitantes e de feirantes, provocadas pela descontinuidade espacial, e pelos terrados demasiado elevados, com o multicentenário certame retalhado entre a Várzea, o Mercado e a Rua do Arcos. E são ainda menos os que mencionam que o "prejuízo" resulta não da Feira propriamente dita, mas dos espectáculos musicais à borla nela encravados.
Cereja no topo do bolo, se assim se pode escrever, ninguém refere que vai sendo tempo da Câmara arranjar um campo da feira decente e, cúmulo dos cúmulos, a todos pareceu natural que as contas de um modesto evento de uma pequena cidade da província em decadência, tenham necessitado de mais de três mesas, o que mostra o assustador ritmo de trabalho em vigor na autarquia. Convirá até providenciar quanto antes um médico privativo e desfibrilhadores, porque num tal ambiente de evidente stress laboral, tudo pode acontecer e teme-se o pior.
Como não podia deixar de ser, cumprindo os vários ajustes directos celebrados, as agências de comunicação logo tentaram acudir aos excelsos membros da maioria PS, acossados por tudo e por nada devido à péssima gestão. E lá apareceu no Tomar na rede um comentador abrigado num pseudónimo, a repetir que a crítica tomarense (leia-se TAD3) é só má língua, mas que mesmo assim, apesar dos erros, não vê uma alternativa credível à actual liderança municipal.
Como também já é costume, o dito comentador avençado até reconhece alguns erros da actual maioria, não é socialista e já votou em vários partidos, prevendo  o voto nulo em Outubro próximo. É mesmo deprimente, mas é assim, pago com os nossos impostos.
A terminar por agora, admitindo que Tomar a dianteira 3 seja só má língua, tem mesmo assim algumas vantagens: 1 - É frontal. Não usa pseudónimos; 2 - Não faz ataques pessoais, nem se mete na vida privada dos autarcas; 3 - Apenas critica a actuação política dos eleitos e dos eleitores; 4 - Não escreve a metro para receber pagamento escuso; 5 - Usa a língua portuguesa de maneira escorreita, o que nem sempre acontece com os contraditores.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Cripta da Colegiada do Castelo de Ourém, com o túmulo de D. Afonso, 4º conde.

Economia política local

A Feira o comentador a Sinagoga 
Ourém e o Museu dos tabuleiros

Feira de Santa Iria deu quase 125 mil euros de prejuízo | Tomar na Rede

Fiquei algo alarmado e preocupado. Um conhecido comentador anónimo local escreveu sobre o desastre económico da Feira de Santa Iria (ver link supra), certeiro como habitualmente, mas desta vez usando um português que não se recomenda a ninguém. Vocabulário repetido, fraseado algo tosco, estilo pontapé contrariado... Terá sido da hora tardia (foi publicado à uma e meia da madrugada)? De alguma fortuita libação excessiva? Ou trata-se de indício de doença do alemão, o que seria bem mais grave e sinceramente se lamenta, fazendo votos para que tudo não passe afinal de simples aparência.
Seja como for, A.  Samora acertou na "mouche", como é habitual. A Feira não deu prejuízo. Os ajustes directos para contentar camaradas músicos e afins é que custam cada vez mais caro. Já assim foi nos Tabuleiros e nas sucessivas festarolas antes durante e após a pandemia.  Em Tomar os votos estão a um preço que só visto...
Aos ajustes directos convém acrescentar, para melhorar a qualidade do retrato, os concursos para obras com projectistas e empresas vencedoras que são sempre do círculo restrito, bem como outra especialidade da maioria socialista que temos -a ampliação da função pública local.
Após o falhanço evidente do alegado "fórum de Sellium" e do "Complexo museológico da Levada", cujo principal objectivo era em ambos os casos arranjar mais lugares na já demasiado pletórica administração pública local, seguiram-se para os substituir a Fábrica não sei quê, instalada na antiga moagem, e agora a oficina de latoaria e o embrião do ambicionado "museu dos tabuleiros". É uma crença local. A salvação da cidade e do concelho depende da expansão contínua do funcionalismo público municipal.
Para melhor entendimento, segue uma comparação que pode incomodar alguns, mas nem por isso deixa de ser elucidativa. Ourém já foi o concelho mais atrasado do norte do distrito. A tal ponto que na década de 70, antes e logo após o 25A, tinham menos população que Tomar e foi da cidade nabantina que se deslocaram os professores para instalar lá o então ensino preparatório e secundário. Sei do que falo pois fui um deles.
Meio século volvido, Ourém não tem Politécnico, nem grande hospital, nem Regimento, nem divisão policial, mas avança na economia privada e já ultrapassou Tomar em termos populacionais, agora com mais quase 10 mil habitantes que os nabantinos. "É porque têm Fátima", vão repetir os habituais oráculos locais. Mas Fátima já existia há muito, desde 1917, e de acordo com os dados oficiais, a frequência anual do santuário tem vindo a diminuir. Logo, as alavancas do progresso oureense devem ser outras, e os tomaristas estão enganados, como é costume.
Vejamos um caso concreto. Há em Tomar metade de uma velha sinagoga do século XV, que tem uma irmã gémea na cripta da Colegiada do castelo de Ourém. São iguaizinhas, decerto do mesmo arquitecto, mas a de Ourém tem ao meio o túmulo do 4º conde (irmão do Infante D. Henrique) e faltam-lhe as bilhas nos cantos.
Ignoro quantos visitantes anuais terá a cripta funerária do Castelo de Ourém, mas em Tomar a sua irmã gémea já ultrapassou os 20 mil, segundo a autarquia tomarense, proprietária do imóvel. Segue-se que, tanto em Ourém como em Tomar, serão raros os turistas que vêm atraídos pela sinagoga ou pela cripta. Regra geral, os que vieram ao Santuário ou ao Convento de Cristo, aproveitam o ensejo. Já que estamos aqui...
Em Ourém, a Câmara  não gasta um cêntimo com a cripta, que está dentro de uma igreja cuja manutenção e restauro incumbem ao Estado, nos termos da Concordata. Em Tomar, a autarquia já celebrou um ajuste directo com uma empresa privada para assegurar a visitação da Sinagoga. Coisa para 90 mil euros anuais, segundo as informações disponíveis. Mas a entrada na Sinagoga é gratuita, tal como na cripta de Ourém. "A ordem é rica e os frades são poucos" dizia o povo antigamente. Donde a ideia de criar uma espécie de "Museu dos tabuleiros", que acrescentará mais alguns frades à folha de pagamento da Ordem, neste caso da autarquia, que só tem ainda 640 funcionários, 1 para cada 60 habitantes e mais do dobro de Ourém. E os tomarenses vão fazendo de conta que protestam, enquanto alguns vão aproveitando.
Gualdim! Isto não pode continuar assim!



quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

 


Turismo brasileiro em Portugal

É praticamente como 
ir a Roma e não ver o Papa

A imagem supra foi copiada hoje 5/2/25, no Facebook, aqui em Fortaleza - Ceará - Brasil. Um circuito de nove dias, com tudo incluído, pela módica quantia de 4 mil euros. A partir de 3.840, como eles dizem. Por 7 dias esticados, uma vez que dois praticamente são para as viagens de ida e volta, (nove horas para cada lado), não se pode dizer que seja barato. Descontando mil euros/cliente para a viagem, dá uma diária tudo incluído a 430 euros por pessoa, nitidamente exagerada para o nível geral de preços em Portugal.
Outro aspecto a destacar é a enorme vantagem de Tomar estar integrada na Entidade Regional de Turismo do Centro, com sede em Aveiro, que engloba 100 concelhos e cujo ex-presidente é agora secretário de Estado do Turismo. Esta Entidade Regional de Turismo do Centro ostenta até ao presente uma excelente reputação na área da publicidade e promoção, mas a verdade é que este circuito para brasileiros endinheirados mostra o contrário. (4 mil euros são 24 mil reais, no mínimo, e um professor do ensino básico leva para casa pouco mais de 3 mil reais [500 euros] ao fim do mês).
Lendo o roteiro com atenção, constata-se que os futuros turistas só visitam Aveiro, Fátima e Nazaré, na zona Centro. O resto é Norte ou Lisboa. Então e Alcobaça, Batalha, Coimbra ou Tomar, quatro Patrimónios da Humanidade? Ficam para melhor oportunidade? Ou nem sequer sabem que existem nem onde ficam, apesar de falarmos a mesma língua? Há manifestamente qualquer coisa que me está a escapar, na área da promoção turística do património construído na ponta da Europa. Vir a Portugal e passar ao lado de quatro conjuntos património da UNESCO, incluindo aquele onde começaram de facto os descobrimentos, é obra! É praticamente como ir a Roma e não ver o Papa.
Faz muita falta em Tomar, como se pode ver,  a extinta Comissão Regional de Turismo dos Templários, Floresta Central e Albufeiras, que os aprendizes de há anos atrás arrastaram para a desgraça. Mas a ideia ainda vive.


Imagem copiada da Rádio Hertz, com os agradecimentos de TAD3.

Entradas pagas nos eventos camarários

Água mole em pedra dura 
tanto dá até que fura...


Seria uma boa maneira de começar. Desde antes do início deste reinado do PS nabantino que nestas colunas se tem defendido a necessidade de cobrar entradas em todos os eventos financiados pela autarquia. Sem resultado até agora. E eis que, aproximando-se o fim do reinado, o regente admite finalmente que o tema pode ser debatido. Com a oposição feroz da mãe de todas as borlas, mas é mesmo assim um avanço considerável. 
O que levou a considerar outro título, menos categórico: A aproximação das eleições é sempre um tempo de milagres. Sobretudo nesta região tão próxima de Fátima, onde uma senhora insiste em impôr uma política de festarolas e outros eventos à borla, usando como justificação a promoção da cidade. 
Uma evidente falácia, demonstrado como está que Tomar não tem sequer estruturas de acolhimento para os visitantes que pretende atrair. Viu-se na Festa dos tabuleiros de 2023, como milhares a palmilharem quilómetros a pé, porque os autocarros estavam estacionados em casa do careca mais velho, e ninguém providenciou os nestes casos usuais "vai-vem" de ligação. Entregar a organização da Festa grande a gente de menor arcaboiço, dá nisto.
Vê-se também durante a estação alta, com a gritante falta de estacionamento, tanto na cidade como sobretudo nas proximidades do Castelo e do Convento. Mas isto, a senhora em questão ignora, porque não é de vivência tomarense. Se fosse, não insistiria decerto em políticas condenadas, próprias de uma extrema esquerda há muito ultrapassada e em queda livre, cá e por essa Europa fora.
Ainda agora, perante a evidente mudança de posição do presidente substituto, pressionado pelos 125 mil euros de prejuízo da Feira de Santa Iria 2024, e pela próxima meta eleitoral, a autarca teve um argumento de pôr os cabelos em pé, a quem não seja careca do interior da cabeça. Segundo disse, a possibilidade de entradas pagas "não seria correta para com os operadores que se encontram na Várzea grande." Infelizmente não fundamentou, o que impõe outras perguntas: A senhora onde é que vive ideologicamente? Em Tomar, em Hanói ou em La Havana?



Turismo

Rui Ventura será o próximo presidente do Turismo do Centro

Autarca de Pinhel vai liderar a Turismo Centro de Portugal

Noticia o Diário de Aveiro, onde está sediada a Entidade Regional de Turismo do Centro, que o próximo presidente do referido organismo será o social-democrata Rui Ventura, ainda a cumprir o 3º e último mandato como presidente da Câmara de Pinhel, no distrito da Guarda. 
Acrescenta a mesma fonte que a eleição está marcada para 27 de Março, mas uma vez que Rui Ventura é candidato único, o resultado final já é conhecido. Devido ao falecimento prematuro do anterior presidente, Raúl Almeida, a vice-presidente, Anabela Freitas assumiu a liderança a título interino, havendo então dois caminhos legais possíveis. Eleger uma nova direcção completa, ou limitar-se a escolher um novo presidente. Prevaleceu esta última, para respeitar o acordo concluído pelo falecido Raúl Almeida, nos termos do qual a socialista Anabela Freitas renunciou à sua candidatura, integrando a lista de Almeida com a promessa de vir a exercer a vice-presidência do Turismo do Centro.
Pinhel é um pequeno concelho do distrito da Guarda, sem qualquer relevância ou monumento notável, liderado pelo PSD, e onde a AD obteve em 2024 41,11%  = 1.999 votos, o PS 25,98% (1,263 votos) e o Chega 816 votos (17,8%).
Anabela Freitas, ex-presidente PS de uma cidade média com um monumento Património da Humanidade, sob a ordens do ex-presidente de um pequeno município sem qualquer relevância na área do turismo. Quando a ambição é excessiva, acontecem coisas assim.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Imagem copiada de Tomar na rede, com os agradecimentos de TAD3.

Vida local

Está-se mesmo a ver porquê...

Tejo Ambiente esclarece problema de esgotos a céu aberto na freguesia de S. Pedro | Tomar na Rede

No Tomar na rede, comentando um comunicado da Tejo Ambiente, segundo o qual o esgoto a céu aberto na freguesia de S. Pedro, afinal é da responsabilidade de outra entidade intermunicipal, um simpático comentador constata: "É curioso que quando enchem o Nabão e a cidade de merda, não fazem nenhum comunicado." (ver link supra)
Está-se mesmo a ver porquê, estimado conterrâneo. Seria imediatamente considerado um "comunicado de merda". Como os anteriores? Certamente, mas no caso com inteira propriedade, o que é grave numa cidade e concelho onde infelizmente a merda não se fica  pelo Nabão, nem pelos comunicados da Tejo Ambiente...
Pela lógica, este apontamento devia estar no Tomar na rede. Como em tempos fui escorraçado de lá, aparece no Tomar a dianteira 3, onde jogo em casa e ninguém me insulta, uma vez que sabem bem qual seria o destino dos comentários...de merda.



Autárquicas 2025

Cizânia instalada com êxito 
pelo PSD nabantino?

TOMAR – Voto de Louvor a oficiais da PSP foi chumbado pelo Partido Socialista. Hugo Cristóvão aponta para uma proposta «grave» e dá a entender que alguém o tentou «amedrontar» e «chantagear» | Rádio Hertz

Se gosta de estar por dentro da política tomarense, (e o facto de estar a ler isto mostra que sim), por favor leia com atenção o link supra e arquive esta crónica para memória futura. Pode bem ser o primeiro acto público do funeral político da maioria PS local. Leu bem: funeral político da maioria PS local. Porque, ignorando o modus operandi normal nestas coisas, ou cego pelo ressentimento e a ideia de "quero, posso e mando", Cristóvão enfiou a cabeça no nó corrediço.
Não é preciso ser especialista em política tomarense, para saber que as forças de segurança têm sido instruídas pela maioria PS, seguindo instruções do governo Costa, no sentido de usarem de tolerância e compreensão para com a comunidade calé, instalada em Tomar há mais de 30 anos, por manifesto desleixo de sucessivas gerências camarárias.
Apesar de uma ser civil e outra militar, PSP e GNR são forças de segurança que obedecem às respectivas cadeias de comando. No caso, às instruções vindas de quem tem autoridade para tanto -o presidente da Câmara ou um vereador devidamente mandatado. E nem sempre é fácil perder deliberadamente alguma autoridade e eficácia, só para cumprir ordens com as quais nem sempre se concorda.
Instala-se pouco a pouco uma sensação de desconforto, que tende a agravar-se quando alguém da corporação está em vias de ir a julgamento, apenas por ter cumprido a sua missão de forma rigorosa, como aconteceu há pouco tempo, num bairro da periferia lisboeta. E vem a ideia de solicitar reconhecimento público, tal como acontece com louvores e medalhas durante os conflitos armados. É o que acaba de ocorrer em Tomar, tendo como protagonista principal o candidato Tiago Carrão.
Se foi uma jogada de sua criação, tiro-lhe o meu chapéu. É assim mesmo que se deve jogar, ponderadas as circunstâncias. Cristóvão caiu como um anjinho e agora é tarde demais para retroceder. Sendo a situação como é, não me admiraria nada que, até às eleições pelo menos, a forças de segurança locais se mostrem muito mais firmes e eficazes na identificação e repressão dos desmandos da comunidade calé local. No cumprimento do seu dever, afinal.
Dessa nova atitude das forças de segurança, só poderá resultar o aparente incremento quantitativo e qualitativo dos desmandos e delitos, o que implicará o descontentamento de quem antes estava  habituado a alguma  protecção e impunidade. Adeus paz social relativa? Adeus votos no PS? Logo veremos, mas o futuro não é nada brilhante para o PS local na minha bola de cristal. Coisas da velhice, ou talvez nem tanto.


 

Imagem copiada da Rádio Hertz, com os nossos agradecimentos.

Turismo

Mais uma argolada socialista?

TOMAR – Parque de estacionamento para autocaravanas já reabriu ao público | Rádio Hertz

A notícia é da Rádio Hertz, usual porta-voz da autarquia, correndo-se por isso o risco de passar despercebida. Ora faça favor de clicar no link supra, antes de continuar. Reparou nalguma singularidade? Não? Então e aquela frase vingativa "Já reabriu ao público o Parque de Estacionamento Exclusivo para Autocaravanas de Tomar"? Acha o fraseado normal?
Pois eu confesso a minha atrapalhação, dado que nunca fui muito bom a interpretar textos em português mais ou menos. Sempre preferi o português clássico, limpo e bem arrumadinho. Neste caso, em que ficamos afinal?
1 - Aberto ao público em geral? Ou exclusivo para autocaravanas de Tomar?
2 - Exclusivo para autocaravanas de Tomar, e as outras não podem entrar?
3 - Aberto ao público, mas só podem entrar autocaravanas de qualquer lado,  e não outros veículos?
4 - Se só para autocaravanas de Tomar, em que legislação se basearam para impôr tal limitação, uma vez que os autocaravanistas são todos iguais perante a lei, e portanto no acesso aos locais públicos? O executivo autárquico foi ouvido, como é normal? Que opinou a oposição?
No meio desta salganhada frásica sem grande lógica, convenhamos,  a minha primeira interpretação, naturalmente tosca, como é próprio dos pouco dotados, foi que após acabar com o parque de campismo, com uma justificação puxada pelos cabelos, a maioria socialista resolveu agora acabar também com o "encosto" para autocaravanas, excepto as de Tomar, para não perder tantos votos e evitar futuras chatices.
Depois, após ponderação, já não sei se afinal continua a haver estacionamento para todas as autocaravanas que aparecerem, ou se a ambiguidade é propositada, para ver se passa sem demasiados estragos na imagem, pois estamos em ano eleitoral. Logo se verá, mas é lamentável tal ambiguidade ou falta de clareza, tão própria da linguagem equívoca ou "double talk", numa notícia com origem numa autarquia socialista de província. Culpa dos serviços de informação da Câmara? Do jornalista da Hertz? Convinha esclarecer, tanto o sentido como a fonte, quanto mais não seja por uma questão de respeito para com os leitores e os eleitores.


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025



Autárquicas 2025

Somos assim e muito dificilmente vamos mudar

https://www.msn.com/pt-pt/noticias/sociedade/ramalho-eanes-considera-que-mundo-mudou-para-pior-e-aquilo-que-era-sagrado-acabou/ar-AA1ykHBS?ocid=msedgdhp&p

Somos, em termos eleitorais e não só, uma relativa originalidade na Europa. Embora com eleições em lista, funcionamos há cinquenta anos como os britânicos, que pelo contrário cultivam o princípio "um homem, um voto,um candidato", e nem sequer nos damos conta. Ora temos um governo ou uma Câmara Trabalhista (PS) ora uma Câmara ou um governo Conservador (PSD). E não saímos disto.
Com uma envolvência assaz peculiar, numa nação em que se continua a proclamar que a capital é o país e o resto é paisagem. Nesta altura, por exemplo, como bem notou o antigo presidente Ramalho Eanes (clicar no link supra), a informação em geral anda muito ocupada com a eleição presidencial de Janeiro de 2026, pouco referindo as autárquicas previstas para três meses antes, e bastante mais complexas, Porque será?
No vale nabantino, o drama político torna-se cada vez maia evidente. Trabalhistas (PS) e Conservadores (PSD) têm-se sucedido no poder, mas ao contrário os britânicos, não se renovam nem dão conta do recado. Como diz o povo no seu vernáculo, nem fecundam nem saem de cima. E temos uma situação do tipo "isto quanto mais muda, mais está na mesma ou pior."
Estava-se assim quando apareceu o partido do Ventura, um dissidente dos conservadores (PSD), com coragem suficiente para "chamar os bois pelos nomes", que é como quem diz elencar os problemas que incomodam, que envergonham, e que por isso mesmo os partidos clássicos tendem a escamotear. Pensam que não falando nas coisas, elas não existem.
Logo no primeiro teste autárquico, o Chega revelou carências e outras fraquezas em Tomar, o que todavia não impediu um resultado honroso, comparável ao das outras formações partidárias de extrema-esquerda. Sinal de que os temas do partido são fecundos e penetram no eleitorado. Infelizmente houve também algumas dissidências nunca explicadas, e  a culpa morreu solteira. O habitual.
Nas eleições seguintes, em 2024, foi a relativa apoteose no concelho nabantino para o partido de Ventura. Alcançou os 20%, que nalguns casos até ultrapassou, o que deslumbrou a opinião pública, que assim se esqueceu de questionar como foram escolhidos os candidatos a deputados e por quem.
Agora com novas autárquicas no horizonte, e a população tomarense em grande parte convencida de que no leque partidário tradicional "é tudo a mesma merda", o que colocava o Chega como a grande esperança local, apareceram as chagas partidárias inerentes aos extremos. O indigitado cabeça de lista independente renunciou, o que permitiu perceber como as coisas são na verdade no mundo chegano, pelo menos no Ribatejo.
Dirigentes locais têm-se afastado ou sido afastados por dirigentes regionais que não foram eleitos, mas apenas nomeados pela cúpula partidária, como acontecia antes do 25 de Abril. Situação particularmente sensível para os tomarenses, que nunca se consideraram ribatejanos ou lacaios de Santarém, e por isso detestam o marialvismo escalabitano.
De forma que restam agora dois caminhos possíveis para o Chega em Tomar: 1-Pegam a situação pelos cornos, como se faz na arena, e resolvem-na, ouvindo os aderentes tomarenses, incluindo os entretanto afastados, e facilitando a eleição local de dirigentes, bem como a posterior escolha do cabeça de lista, tudo sem a interferência de Santarém; 2-Continuam a agir como até agora, fazendo de conta que não há problema algum, e logo veremos em Outubro quem tem razão.
Anda por aí a ideia de que o Chega vai conseguir em Tomar um vereador de qualquer maneira, nem que concorra com um marreco, mudo e coxo. Não me parece assim tão evidente, e já voto desde 1976, pelo que estou menos sujeito a deslumbramentos ocasionais. A idade leva muita coisa que faz tanta falta, mas também faculta experiência...

 

Imagem de Manuel Subtil, da festa de Carregueiros, com os nossos agradecimentos.

Autárquicas 2025

Como tornar competitivo 
um concelho repressivo e repulsivo?

Na sua recente entrevista ao Templário, o candidato do PSD disse pretender tornar o concelho mais competitivo. É uma ideia louvável porque indispensável, que aplaudo com entusiasmo. Só lastimo que (por enquanto?) Tiago Carrão não tenha explicado como tenciona alcançar esse objectivo.
Uma Câmara que gasta mais de metade do seu orçamento anual com pessoal e consumíveis, não pode ser competitiva. Tende a ser repressiva e portanto repulsiva. Há provas disso. Em tempos não muito distantes, duas empresas do ramo automóvel, a ARAL e a J. Ferreira e Filhos, Lda. anunciaram que se mudavam para Torres Novas e Abrantes, respectivamente, porque lá dispunham de condições mais favoráveis. Referiam-se na altura à taxa de tratamento de esgotos, imposta pelos SMAS e bastante mais gravosa do que naqueles concelhos. Entretanto os SMAS já foram eutanasiados por uma câmara socialista, algo nunca visto neste país.
A fuga anunciada das duas empresas privadas é apenas um triste episódio de uma longa série de asneiras, parvoices e palermices praticadas com um sorriso nos lábios pelos sabedores autarcas e técnicos que nos governam. Praticamente deixou de haver construção de alojamentos em Tomar, devido às drásticas condições impostas pela DGT, dirigida por alguns técnicos demasiado ávidos e tacanhos. Só ultimamente a situação se alterou um pouco, ainda assim tipo criança tirada a ferros. Como pode ser competitivo um concelho assim, onde empresários e cidadãos não podem construir o que querem onde querem, mas aquilo que os técnicos da autarquia lhes querem impôr?
As obras municipais são outra vergonha pública para qualquer cidadão minimamente consciente e conhecedor da área. 3,5 milhões pela Várzea Grande? 3 milhões pelo Flecheiro? Milhão e meio pela Nun'Álvares? Já não há vergonha? Rouba-se o erário público às claras e ninguém protesta?
E as festas? E a cultura? Milhões todos os anos para engordar os do costume, sem grande benefício para a colectividade. Essa da animação turística é uma treta para tentar justificar o que não tem justificação possível. Eventos que noutros concelhos dão lucro, em Tomar custam centenas de milhares de euros sem retorno à Câmara, porquê? Quem anda a comer à custa pela calada?
O exemplo mais gritante de tal regabofe é a Festa dos tabuleiros. Adulada pela população, cuja fraca cultura lhe não permite ver as coisas de outro modo, transformou-se numa adulterada festa de Estado, que custa milhões a cada quatro anos, porque o orçamento municipal mais não pode. A coberto de uma organização tosca e incapaz, o roubo torna-se evidente, quando comparamos a festa de Tomar com a de Carregueiros.
A última edição, em 2023, alinhou 600 tabuleiros e terá custado ao orçamento municipal a bagatela de milhão e meio de euros. A Câmara admitiu 1,3 milhões mas há muita coisa que não foi facturada a quem devia ser (veículos, combustível, instalações, energia, pessoal, publicidade e promoção...).
Mesmo ao lado, a menos de 5 quilómetros da cidade, a pequena freguesia de Carregueiros, composta por descendentes dos escorraçados habitantes do vale de S. Miguel, onde está agora a Janela do capítulo, organiza todos os anos nos moldes tradicionais uma genuína festa dos tabuleiros, que desfila até à capela de S. Simão. O ano passado o cortejo integrou 50 tabuleiros, feitos pela população e ornamentados com flores naturais.
Tendo como referência o grande cortejo tomarense com os seus 600 tabuleiros que custaram 1,5 milhões de euros, o custo por tabuleiro será de 2.500 euros cada um. Transposto para Carregueiros, será que a Junta de Freguesia, que é da CDU, gastou 125 mil euros com os 50 tabuleiros da festa da paróquia? Certamente que não. O que nos permite deduzir porque é que a Festa grande de Tomar nunca mais chega a Património imaterial da UNESCO. Entre outros motivos porque, naquela agência da ONU, há muito que se cultiva o princípio "roubar sim, mas mais devagar"... Porque, como escreveu Proudhon, "a propriedade é o roubo". E a Câmara tem-se apropriado da Festa grande, que vai dizendo que é do povo. 
Temos de nos tornar mais competitivos, quer queiramos quer não. Está em causa o nosso futuro enquanto comunidade com alguma expressão no país. Mas com um batalhão de 640 funcionários municipais pouco motivados, um para cada 53 eleitores, maior percentagem da zona centro, nunca mais lá chegamos. Terá de ser como na medicina antiga: sem sangria severa, não vamos curar o doente.

domingo, 2 de fevereiro de 2025

 


A Gioconda ou Mona Lisa, de Leonardo de Vinci, no Museu do Louvre, em 29/01/2025.

Cultura, turismo e património

Obras no Museu do Louvre 
e nova sala para a Mona Lisa, anunciou Macron

É a notícia da semana, na área da cultura, do turismo e do património. Em França, foi o próprio presidente da República que anunciou a boa nova. O Museu do Louvre vai para obras, mas continuará aberto ao público normalmente, até 2031. Trata-se de obras para instalar algumas salas de exposição subterrâneas, abaixo do nível do rio Sena, uma das quais destinada à Gioconda ou Mona Lisa, a obra-prima de Leornardo da Vinci, pintor italiano sepultado em França.
Nova sala de exposição, maior e mais confortável, com entrada autónoma a partir do exterior do museu, anunciou o presidente, o que vai implicar um bilhete suplementar, além da entrada geral no museu, actualmente nos 40 euros/pessoa e pelo menos meia hora na fila para a bilheteira, (ver imagem supra), ou 250 euros/pessoa, sem fila e com visita guiada.
Enquanto isto, em Tomar, nem o presidente da câmara se interessa pelo Convento de Cristo e a Janela do Capítulo, quanto mais agora o Presidente da República. Há uma directora do monumento desde há longos anos, que apesar da permanência, parece que ainda não percebeu duas coisas básicas: 1 - Tem de se arranjar uma entrada para o monumento que não envergonhe e permita "visitas circulares" guiadas, com início e fim no mesmo sítio. 2 - Tratando-se do monumento mais complexo do país, só comparável a Sintra e Mafra, as visitas guiadas devem ser obrigatórias, para evitar o triste espectáculo diário de dezenas de visitantes perdidos onde calha.
Na minha mais recente visita, no verão passado, foi um dó de alma ouvir no Claustro da Micha um português com ar extenuado perguntando qual o melhor caminho para a igreja templária redonda. Pobre gente! Pagar 15 euros de entrada para vaguear perdido por algo que não se entende.
Mas a maioria autárquica considera-se acima desta coisas. O Convento é logo ali em cima, mas é com o governo. A Câmara não tem nada a ver com o assunto. Defender os interesses dos eleitores locais e nacionais?  Isso dá muito trabalho e pode provocar conflitos. O presidente da República a tratar de questões de cultura e do património? Isso é em França, país de gente bizarra. Pobre terra que tais autarcas tem!


Imagem de Manuel Subtil, da festa de Carregueiros, com os nossos agradecimentos.

Autárquicas 2025

Como tornar competitivo 
um concelho repressivo e repulsivo?

Na sua recente entrevista ao Templário, o candidato do PSD disse pretender tornar o concelho mais competitivo. É uma ideia louvável porque indispensável, que aplaudo com entusiasmo. Só lastimo que (por enquanto?) Tiago Carrão não tenha explicado como tenciona alcançar esse objectivo.
Uma Câmara que gasta mais de metade do seu orçamento anual com pessoal e consumíveis, não pode ser competitiva. Tende a ser repressiva e portanto repulsiva. Há provas disso. Em tempos não muito distantes, duas empresas do ramo automóvel, a ARAL e a J. Ferreira e Filhos, Lda. anunciaram que se mudavam para Torres Novas e Abrantes, respectivamente, porque lá dispunham de condições mais favoráveis. Referiam-se na altura à taxa de tratamento de esgotos, imposta pelos SMAS e bastante mais gravosa do que naqueles concelhos. Entretanto os SMAS já foram eutanasiados por uma câmara socialistas, algo nunca visto neste país.
A fuga anunciada das duas empresas privadas é apenas um triste episódio de uma longa série de asneiras, parvoices e palermices praticadas com um sorriso nos lábios pelos sabedores autarcas e técnicos que nos governam. Praticamente deixou de haver construção de alojamentos em Tomar, devido às drásticas condições impostas pela DGT, dirigida por alguns técnicos demasiado ávidos. Só ultimamente a situação se alterou um pouco, ainda assim tipo criança tirada a ferros. Como pode ser competitivo um concelho assim, onde empresários e cidadãos não podem construir o que querem onde querem, mas aquilo que os técnicos da autarquia lhes querem impôr?
As obras municipais são outra vergonha pública para qualquer cidadão minimamente consciente e conhecedor da área. 3,5 milhões pela Várzea Grande? 3 milhões pelo Flecheiro? Milhão e meio pela Nun'Álvares? Já não há vergonha? Rouba-se o erário público às claras e ninguém protesta?
E as festas? E a cultura? Milhões todos os anos para engordar os do costume, sem grande benefício para a colectividade. Essa da animação turística é uma treta para tentar justificar o que não tem justificação possível. Eventos que noutros concelhos dão lucro, em Tomar custam centenas de milhares de euros à Câmara, porquê? Quem anda a comer à custa pela calada?
O exemplo mais gritante de tal regabofe é a Festa dos tabuleiros. Adulada pela população, cuja fraca cultura lhe não permite ver as coisas de outro modo, transformou-se numa adulterada festa de Estado, que custa milhões a cada quatro anos, porque o orçamento municipal mais não pode. A coberto de uma organização tosca e incapaz, o roubo torna-se evidente, quando comparamos a festa de Tomar com a de Carregueiros.
A última edição, em 2023, alinhou 600 tabuleiros e terá custado ao orçamento municipal a bagatela de milhão e meio de euros. A Câmara admitiu 1,3 milhões mas há muita coisa que não foi facturada a quem devia ser (veículos, combustível, instalações, energia, pessoal, publicidade e promoção...).
Mesmo ao lado, a menos de 5 quilómetros da cidade, a pequena freguesia de Carregueiros, composta por descendentes dos escorraçados habitantes do vale de S. Miguel, onde está agora a Janela do capítulo, organiza todos os anos nos moldes tradicionais uma genuína festa dos tabuleiros, que desfila até à capela de S. Simão. O ano passado o cortejo integrou 50 tabuleiros, feitos pela população e ornamentados com flores naturais.
Tendo como referência o grande cortejo tomarense com os seus 600 tabuleiros que custaram 1,5 milhões de euros, o custo por tabuleiro será de 2.500 euros cada um. Transposto para Carregueiros, será que a Junta de Freguesia, que é da CDU, gastou 125 mil euros com os 50 tabuleiros da festa da paróquia? Certamente que não. O que nos permite deduzir porque é que a Festa grande de Tomar nunca mais chega a Património imaterial da UNESCO. Entre outros motivos porque naquela agência da ONU há muito que se cultiva o princípio "roubar sim mas mais devagar"... Porque, como escreveu Proudhon, "a propriedade é o roubo". E a Câmara tem-se apropriado da festa, que vai dizendo que é do povo. Temos de nos tornar mais competitivos, quer queiramos quer não. Está em causa o nosso futuro enquanto comunidade com alguma expressão no país.



sábado, 1 de fevereiro de 2025

Imagem Tomar na rede, com os agradecimentos de TAD3.

Autárquicas 2025

Carrão (PSD) frustrado 
mas com coragem e cheio de razão

Sugeriram-me uma opinião sobre a recente entrevista de Tiago Carrão, o candidato do PSD à Câmara. É um dos dilemas da velhice. Se nos pedem ou sugerem coisas, vem a ideia que nos tomam por criados. Se nada dizem, é porque já não nos ligam nenhuma. Vamos então à tal opinião.
Começo por enaltecer a coragem d'O Templário. Entrevistar é uma arte arriscada, sobretudo em Tomar, onde tratar de política é considerado uma actividade reles, mas ninguém ousa admiti-lo. Permanece em muitas cabeças a velha frase feita do tempo do Botas de Santa Comba -"A minha política é o trabalho!", pelo que, para muitos, escrever sobre política ou fazer análise política é algo porco e reprovável, sobretudo quando quem escreve não pertence ao clube de quem lê. Persiste o proverbial atraso em relação à Europa avançada e ao Mundo tal como ele é agora.
Lida a entrevista, duas ideias: 1 - Foi o entrevistado que encomendou as perguntas; 2 - Topa-se à légua que as respostas foram dadas por escrito. Nada contra, que o português é escorreito, coisa que começa a ser a excepção nos tempos que correm. Há apenas um lapso de concordância no intróito, mas só não erra quem nada faz. e a maioria dos leitores nem sequer vai notar o erro.
Passando à matéria substantiva, Carrão mostra-se à altura, conquanto ainda demasiado "colado" ao PS. Em todo o caso, até agora bastante melhor que a anterior candidata dos social-democratas. 
Manifestou frustração perante a triste e problemática situação tomarense, que julga poder ser ultrapassada pela positiva, com mais competitividade da cidade e do concelho. Infelizmente, não explicou como é que isso se faz, mas ainda está a tempo de ser mais claro e objectivo. 
Enalteceu a capacidade agregadora do PSD, com bastantes independentes, garantindo que têm um plano fecundo para a cidade e o concelho, um compromisso com os eleitores, mas escusou-se a detalhar. Fica-se com a promessa, e quanto a promessas, estamos conversados.
Acontece até que, abordando os sectores onde virá a incidir o prometido plano, citou dois, as novas tecnologias e o turismo. Demasiado cauteloso, julgou útil acrescentar que não se pode apostar tudo no turismo, uma posição típica da extrema esquerda local, que apesar de estar em queda acentuada há anos, continua a considerar-se o farol tomarense em matéria de desenvolvimento económico, marxista naturalmente.
Conclusão, Carrão esteve bem e logrou deixar-me com vontade de obter mais detalhes, para depois votar em conformidade. Tendo dito que há um plano em elaboração desde há dois anos, está obrigado a apresentá-lo quanto mais cedo melhor. Sem ele, não parece haver salvação possível. Com ele, nada está garantido. Faltará ainda apreciar a mercadoria dos restantes candidatos e comparar.


sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Imagem dos vestígios do alegado fórum romano de Sellium, agora já com uma cobertura de quase 800 mil euros. Copiado da página Facebook de Nuno Ribeiro, com os agradecimentos de TAD3.

Autárquicas 2025

A gamela camarária 
é o novo tesouro dos templários?

Da página Facebook de Nuno Ribeiro, ilustre arqueólogo lisboeta, formado em Salamanca, e cabeça de lista vencido à Câmara de Tomar pelo CDS, há uns anos atrás,  destaco os seguintes excertos, com a devida vénia (Os destaques a negrito são de Tomar a dianteira 3):

"Depois de ver uma publicação do actual Presidente da Câmara Municipal de Tomar em que promove o trabalho de “Musealização” das ruínas do antigo “Fórum” romano de “Seillium” que por enquanto se restringiram à realização de novas sondagens ou escavações arqueológicas nas sapatas das estruturas para a Implantação de uma cobertura do espaço, depois deste local estar abandonado nos últimos 40 anos, diz ainda que adjudicou a segunda fase dos trabalhos que serão a musealização no local de alguns materiais arqueológicos ali recolhidos. Se é importante começar por algum lado e nesse sentido dou os parabéns a este executivo de Anabela Freitas e agora do seu Vereador sombra."
"Não posso deixar de alertar que a Cidade de Tomar não é uma simples cidade de Portugal. E é aqui que os nossos políticos se esquecem, pois não existe apenas as ruínas do “Fórum” e no Concelho a maioria dos sítios arqueológicos estão em vias de ser destruídos por não existir sinalização adequada, nem roteiros, nem qualquer musealização. É uma vergonha não existir um gabinete de estudos e salvaguarda do património e a existência de um museu municipal onde deveriam estar as muitas coleções que estão espalhadas por todo o País! Por aquilo que conheço não tem sequer um historiador e um arqueólogo!"
"Uma Terra que foi Capital de uma das mais importantes “Civitates” da Lusitânia. Uma Terra que foi Capital dos Templários e de depois da Ordem de Cristo! Uma Terra que teve uma das maiores comunidades Judaicas de Portugal daí a existência de uma das mais importantes Sinagogas fora de Israel! Aqui Reis governaram Portugal e o Mundo! De Santa Maria dos Olivais todas as igrejas além mar! E do Castelo de Tomar, Filipe I de Portugal governou durante vários anos todo o Império Português e Espanhol!" [Os trechos a negrito deste parágrafo carecem de demonstração. O último, sobre Filipe I de Portugal, é claramente fantasista. O Rei castelhano esteve em Tomar durante apenas sete meses, abrigado da peste que grassava então em Lisboa.] Nota de leitura de Tomar a dianteira 3.

Elisa Noiva Vieira
"Nuno, só você, amigo, tem estrutura para os enfrentar... Só dão valor ao que não o tem, Tomar que tem tanta história lindíssima tem sido abandonada . Quem não sabe dar valor, ao que nos deixaram não merece a nossa consideração. Por favor não desista!!!!!"

Autor
Nuno Ribeiro
"Elisa Noiva Vieira obrigado. Brevemente vão ter notícias!"