terça-feira, 22 de abril de 2025




Informação local/Autárquicas 2025

Pausa até depois das legislativas

Esta é uma mensagem de conforto para os leitores assíduos, que todos os dias têm a paciência de me ler, também para se certificarem que não estou muito mal de saúde. Os anos pesam cada vez mais, e já são 83. Apesar de continuar a escrever com relativa facilidade, já não é bem como anteriormente. Leva mais tempo a encontrar assunto e depois a compor a coisa.
Por outro lado, uma pequena cidade a encolher, manifestamente em recessão geral, faculta cada vez menos temas. Sobretudo na área política que, se alguma evolução tem, é ainda mais lenta que a das tartarugas. E eu vou escrevendo só para mobilar e me entreter, porque de qualquer maneira já não tenho idade nem capacidade para integrar listas partidárias ou independentes. Apenas vou procurando ajudar a comunidade nabantina a ultrapassar os seus problemas, embora as pessoas tenham todo o direito de pensar que é por vezes uma estranha forma de ajuda.
Após alguma reflexão, e tudo visto e devidamente ponderado, como se usa em termos administrativos, resolvi adoptar uma pausa na escrita de TAD3, até depois das eleições legislativas, salvo se entretanto ocorrerem em Tomar incidentes imprevistos e extraordinários. Nesse caso, prometo escrever a respeito.
Agradeço a compreensão de todos, pedindo desculpa pelo transtorno involuntário que lhes causo.

Com cordialidade,

António Rebelo


segunda-feira, 21 de abril de 2025

As tais floreiras para substituir os pilaretes.

Política local/Autárquicas 2025

Oposição de faz de conta 
num executivo frustrado

Tarefa ingrata, a do cronista forçado a criticar a frouxa oposição, quando a maioria não vale sequer a cruz feita na papeleta. Mas as coisas são o que são, e portanto vamos a isso.
Em mais uma daquelas sessões a que o autor nunca teve a coragem de assistir, assim procurando evitar algum ataque de riso, um vereador laranja, decerto pressionado pelo que leu recentemente nesta coluna, subscrito por Zé Caldas, (acentuada redução do pessoal camarário), levantou ou voltou a levantar a questão de haver funcionários a mais na autarquia.
Foi educado e  demasiado mavioso, procurando não magoar os visados, chegando ao cúmulo de dizer que pode até haver pessoal a mais num sector e a menos noutros. Valha-nos a senhora da Agrela, que não há santa como ela! É só oposição de faz de conta, para depois usar na campanha eleitoral, pelo que melhor fora ficar calado.
Uma oposição com nervo e vontade, teria começado por solicitar  os mapas de pessoal, que após estudo atento teriam evitado posições menos sustentáveis, como a descrita que é ridícula.
Mesmo sem acesso a tais documentos, sabe-se que, entre 630 funcionários municipais, que deviam ser servidores públicos, mas não têm esse espírito, há 12 engenheiros no departamento de obras municipais, cujos projectos são feitos no sector privado, e 7 arquitectos na divisão de gestão do território, vulgo obras particulares. Para quê tanta gente, num ambiente laboral em que chegam a empatar-se uns aos outros? Quais a tarefas reais atribuídas a cada um deles? Quantos projectos deram entrada em 2024 nesses  dois serviços, para apreciação e despacho? O que dá quantos, para cada cada técnico superior?
Sem isto nada feito. Tomar nunca mais sai da cepa torta, que pelo contrário se vai entortando cada vez mais. Com os técnicos superiores em questão armados em grandes senhores ofendidos, porque sem mácula e indispensáveis ao bom funcionamento da autarquia, onde tudo corre sempre pelo melhor, como é sabido.
De resto, tolhido pela mesma situação dos vereadores da oposição, que não criticam como deviam para não perderem os votos dos funcionários. Cristóvão lá foi dizendo que há uma reestruturação em curso, com funcionários a mudar de afectação todos os meses. Por enquanto, pode dizer-se que o resultado é excelente, como está à vista de todos.
Entretanto, a Cãmara resolveu instalar mais umas largas dezenas de pilaretes, desta vez na Estrada de Serra, junto à farmácia, procurando remediar erros de projecto. Agastada, uma conterrânea pergunta no Facebook se há no concelho alguma fábrica de pilaretes, que acha feios e em excesso, sugerindo a sua substituição por floreiras. Excelente ideia, minha senhora, se estivéssemos numa cidade com servidores públicos municipais. Assim, com funcionários de fim de mês, depois quem é que que regava, limpava e cuidava das floreiras? Temos de viver com aquilo que temos, que é pouco e muito mau.


domingo, 20 de abril de 2025

Imagem alusiva copiada da Internet.

Política local/Autárquicas 2025

Situação política preocupante em Tomar

Mais um caso de poluição do Nabão,  em que os prevaricadores aproveitam por o rio levar muita água, que tudo dissolve, motivou um comentador no Facebook a usar uma fórmula sintética, mas muito esclarecedora: "Tomar, cidade de merda!" Reconheça-se que ainda não sendo bem assim, para lá se caminha a ritmo acelerado, se nada for tentado entretanto.
A maioria PS no poder local vai mostrando todos os dias aquilo que realmente vale. Não é muito, por manifesta falta de preparação, de realismo e de humildade. Logo, nas próximas autárquicas não será nada aconselhável repetir a dose, sob pena de graves consequências futuras, tipo cidade de merda e de imigrantes, o que tem tudo a ver.
O problema é que temos de  votar, mas logo ao lado o PSD, gente simpática e educada, sem dúvida, ainda não demonstrou capacidade para se diferenciar, para constituir alternativa credível. Tiago Carrão é empresário dinâmico e até já apresentou elementos para um programa, mas continua a faltar qualquer coisa. Nomeadamente capacidade para "partir a loiça", quando e se necessário. Por exemplo, quanto ao novo e infeliz palco no Mouchão, o PSD é favor ou contra, ou ambos?
Neste contexto, o CHEGA aparecia como uma esperança no xadrez político local. Uma lufada de ar fresco, eventualmente com um corajoso programa de ruptura e uma candidatura credível.
Infelizmente, demonstrando na prática que se Tomar ainda não é uma "cidade de merda", já anda lá perto, vem-se a saber que há graves desentendimentos entre a concelhia e a distrital do Chega, com uma queixa já entregue no Ministério Público e tudo. Ó meus senhores! Pelo menos respeitem Tomar e os seus quase nove séculos de existência! E portem-se como adultos bem formados! Adolescentes mal resolvidos e mal educados, já cá temos, muito obrigado.


A menos de seis meses das próximas autárquicas, precisamos de políticos credíveis e programas de ruptura, mas rejeitamos quezílias, birras e ambições doentias. O tempo em que Santarém tinha algum ascendente sobre Tomar, já passou e não deixou saudades. Agora é mais uma ligação episódica e de igual para igual para efeitos eleitorais, enquanto não alterarem o sistema em vigor.
Tratem portanto de se entender quanto antes, com dignidade para ambas as partes, sob pena de perderem uma excelente oportunidade para poderem brilhar em Tomar. Amém!



sábado, 19 de abril de 2025

Imagem TNR, com os agradecimentos de TAD3. 
Só para o Congresso da sopa? Para toda  a época? Para espectáculos de campanha eleitoral? Explicações oficiais serão bem acolhidas.

Política local/Parques e jardins

A última provocação dos iconoclastas nabantinos, vulgo esquerdistas contestatários mal educados


A notícia apareceu no TNR, assim de supetão. Os jovens contestatários esquerdistas da maioria PS mandaram instalar um palco permanente em pleno relvado do Mouchão. Assim, sem conversa prévia. Sem explicação para os eleitores pagantes. Tipo "queremos, podemos e mandamos. Faça-se!" (ver link).
Para os tomarenses mais antigos, com velhas raízes locais, o choque foi tão rude que um deles, António Costa Cabral, teve esta reacção desalentada: "A Câmara não gosta de Tomar. Quer continuar a destruir o que era o jardim da cidade." É isso, António, e infelizmente também algo muito pior.
Um grupelho de contestatários mal artilhados politicamente, e sem ninguém con solera para os amparar, venceu uma eleição com uma das mais baixas votações de sempre. A partir daí, pouco a pouco, passaram a agir como se fossem donos de Tomar, sem cuidar de ouvir os outros, e sempre com um espírito provocatório: Ai não querem?! Pois aí vai, que nós é que sabemos o que é bom para os tomarenses.
O primeiro sinal evidente foi aquele grafito "Velhos do Restelo", logo no início, no muro do ex-estádio. Com que intenção, senão a provocação gratuita? A partir daí, tem sido um fartar vilanagem, com destaque para a senhora das festarolas, com grande vocação para provocar e escarnir em tom altaneiro, tipo "eu é que mando, eu é que sei".
Este mais recente desmando no Mouchão, instalando um palco permanente onde não há camarins, nem sanitários, nem acomodações para o público, tudo condições pré-existentes na Mata dos 7 montes, mostra bem tratar-se de uma deliberada provocação tipo afronta, designadamente aos clientes da Estalagem de Santa Iria, por sinal propriedade da Câmara. Ou seja, cegos pelo facciosismo político, não respeitam nada nem ninguém, porque, como bem diz o povo "se quereis conhecer o vilão, ponde-lhe um pau na mão", que é como quem diz "dai-lhe poder".
Apesar de tudo, ainda vai haver eleições autárquicas, daqui a cinco-seis meses, e ainda bem. Com alguma sorte, uma boa parte dos abstencionistas de 2021, quase metade dos eleitores inscritos, irá votar nas próximas, atirando para o caixote do lixo da história esta gente que nem sabe bem como é que conseguiu alcançar o poder, quanto mais agora exercê-lo capazmente, respeitando os outros. 
Estou a sonhar? É bem possível. Mas por essa Europa fora, os socialistas esquerdistas já só governam em Espanha. Em França, sua origem histórica, praticamente desapareceram. Dado que, segundo o Lavoisier, "as mesmas causas nas mesmas condições exteriores, produzem sempre os mesmos efeitos", há pelo menos alguma esperança no retorno ao velho equilíbrio nabantino, quando o Mouchão ainda era um jardim bem cuidado, com água da roda por gravidade. E a Câmara, embora não eleita, não escarnecia de ninguém...




sexta-feira, 18 de abril de 2025

O terreno a expropriar para fazer a rotunda é parte do muro do lado direito. Imagem Rádio Hertz, com os agradecimentos de TAD3

Aspecto do projecto camarário para a "Rotunda da Aral", anterior a 2019. A parte a expropriar de que agora Cristóvão volta a falar é aquela zona verde do lado esquerdo, em cima.


Política local/Obras públicas/Autárquicas 2025

O santo que querem tirar do altar 
e a maldita rotunda profanadora de terreno sagrado


Há provérbios para quase tudo. Um deles acaba de revelar a sua pertinência. Quando, no passado dia 16, se publicou aqui a crónica sobre as ratazanas a abandonarem a nau municipal, a grande dúvida afinal era sobre a utilidade do inopinado ataque ao presidente Cristóvão, vindo visivelmente "de dentro" dos Paços do concelho. Poucos dias depois, já há esclarecimento cabal a tal respeito, pois como diz o provérbio "Dá tempo ao tempo e o tempo dá-te todas a respostas".
Segundo a Hertz, informadora fiel da autarquia, "Câmara deverá avançar para expropriação de terreno..." (clicar no link supra para ler a notícia completa). E fez-se luz! Está tudo esclarecido, ou quase. Perante a insistência da maioria socialista em avançar com a chamada rotunda da ARAL, ou do Flecheiro, que implica um corte no logradouro daquele casarão conhecido como "da Marchanta", o camarista ao serviço da família a lesar começou a alvejar o presidente da Câmara (e de que maneira...), de forma a forçar a sua desistência do projecto, como das vezes anteriores.
Em simultâneo, para o caso de, desta vez,  fogo intenso não resultar, o mesmo ou mesmos camaristas engendraram uma treta administrativa pretensamente vinculativa, tendente a alambicar todo o processo, de forma a evitar a entrada no tribunal competente do aludido processo de expropriação antes das próximas autárquicas. Depois logo se verá, pensam eles.
É o que consta da própria notícia da Hertz: "A ideia já é antiga, mas ganhou outra "força" com as recentes obras efectuadas no Flecheiro e com a elaboração de um  Plano Hidráulico..." Assim que este estudo for validado, o novo plano do Flecheiro poderá avançar e nele, prever a existência da mencionada rotunda..."
Isto só em Tomar! Então não se está mesmo a ver que o Plano hidráulico e o novo Plano do Flecheiro são apenas balelas administrativas a armar ao pingarelho, cujo objectivo é atrasar ou bloquear todo o processo de construção da rotunda em questão?
Estamos a falar de um cruzamento movimentado, numa velha estrada nacional, a EN110 que vai até Coimbra. Desde quando é que a construção de uma rotunda numa estrada nacional com mais de um século, depende de estudos hidráulicos aprofundados ou de novos planos de urbanização? E se fossem gozar com o Camões, que era zarolho e já morreu há muito?
Aos eleitores tomarenses convirá seguir este assunto de perto, de forma a não se deixarem iludir mais uma vez, como no caso das Avessadas. Pode muito bem tratar-se apenas de prosa eleitoralista da maioria socialista, que já sabe muito bem que o citado estudo hidráulico dificilmente será validado antes das próximas autárquicas, pois foi engendrado pelos camaristas para isso mesmo. Para obstaculizar o todo o processo, evitando a construção da rotunda. 
A ser assim, os socialistas anunciam a obra para colher votos, mas não têm que assumir os custos, o que é sempre bem mais complicado... Se outra fora a intenção, a notícia Hertz seria algo como: "Ao fim de anos e anos de hesitações, a Câmara acaba de entregar no tribunal competente o processo de expropriação por utilidade pública de uma nesga de terreno necessária para a construção da chamada "rotunda da ARAL", na junção Nun'Álvares Pereira com Torres Pinheiro."

quinta-feira, 17 de abril de 2025



Autárquicas 2025


UM PROGRAMA ELEITORAL PARA TOMAR

TAD3 recebeu o comentário infra, subscrito por Zé Caldas. Dada a sua importância objectiva, uma vez que se trata de uma proposta de programa para as próximas autárquicas, e até pela utilidade que possa vir a ter como fonte inspiradora para as várias candidaturas, resolveu-se publicar com o relevo adequado.
TAD3 não subscreve forçosamente todo o conteúdo do texto, mas entende que nada deve obstar à sua difusão. Os leitores que eventualmente pretendem manifestar a sua aprovação ou discordância nestas colunas, poderão fazê-lo mediante duas condições: 1 - Identificação cabal de quem escreve. Não se aceitam pseudónimos nem siglas; 2 - Estilo sereno e respeitador das normas em vigor neste tipo de debate. 
Boa sorte e antecipados agradecimentos.

 Zé Caldas12:32:00

"Caro Tomarense, eu contrariamente ao António Rebelo, que tem planos para o desenvolvimento futuro para Tomar , mas quiça por já ter sido enganado demasiadas vezes, não os revela, diria que Tomar pode voltar a uma trajetória de progresso, mas vai levar anos e muitas dores de cabeça a quem se disponibilize a fazê-lo, se tiver as capacidades e em especial os meios.
Teríamos de ter uma política tipo Milei, que parecendo louco é bem mais assertivo que o tonto do Trump. MOTOSSERRA...
Portugal, desde o 25 de Abril, foi metastisado pelas ideias e práticas comunistas , que destruiram grande parte do pouco capital do país, mas em especial da elite pensante industrial e comercial da altura, para não falar noutros setores muito importantes.
O grupo CUF era um potentado a nível europeu e com excelentes condições para os seus trabalhadores a todos os níveis.
Os sindicatos, a mando do PCP e forças ainda mais à esquerda, destruíram o nosso tecido empresarial e financeiro, com a IDEIA que a terra a quem a trabalha, e os PATRÕES eram os grandes parasitas da classe trabalhadora. Nem as Forças Armadas escaparam à sua destruição, com os SUV e PREC, e agora estão quase no grau zero de operacionalidade.
Em Tomar, teria de se atuar em áreas prioritárias, a saber:
1- Redução dos funcionários da Câmara ao mínimo adequado às suas funções fundamentais, estruturação das áreas no concelho, com uma revisão profunda do PDM, criação de uma grande zona industrial. Julgo que a melhor e maior poderia ser junto à da Barquinha, esquecendo por completo a estupidez da de Vale dos Ovos,
Depois reduzir o número de funcionários da CMT, ficando apenas os que são realmente necessários, cortando em especial nas chefias.
Investir nos jardins e zonas verdes da cidade, bem como na limpeza urbana. Introdução de casas de banho auto-laváveis, como se encontram por essa Europa fora.
Fazer um controle eficaz da habitação municipal, e despejar quem não cumpra as regras da mesma.
Investir na segurança pública, em conjunto com a PSP, com a volta das patrulhas a pé e até dos guardas noturnos .
Informação pública e ponto da situação semestral dos gastos da CMT, das juntas de freguesia, do número de processos entrados no vários serviços e há quanto tempo estão por resolver.
Saída programada, em 2 anos, da Tejo Ambiente, e reversão da concessão da Mendacha.
Por fim, publicação trimestral do ponto da situação relativamente a todos estes temas.
Não falo por enquanto da saúde (centros de saúde), que têm de ter outro tipo de funcionamento no atendimento, nem nas escolas porque é um setor que está em contraciclo com a demografia e onde se têm investido rios de dinheiro, para cada vez menos alunos portugueses.
Já no Turismo , deixem o privado trabalhar....."

quarta-feira, 16 de abril de 2025


Estacionamento no centro histórico

A aranha presa na sua própria teia

Mais de 40 moradores à espera de vaga para estacionar no parque atrás da câmara | Tomar na Rede

Declaração de interesses: Moro na cidade antiga desde que nasci no Hospital velho, e em casa própria desde os anos 70 do século passado. Tenho uma avença anual no parque T e direito a um lugar reservado para inválido, que não exerço.

Na sua simplicidade, o título da notícia do Tomar na rede, (link supra) mostra bem o descalabro da administração autárquica que temos. Numa freguesia com menos de oito mil habitantes e cada vez menos moradores, 40 residentes à espera de vaga no único parque pago na zona, seria para rir, se não desse mais para chorar. Tanto mais que o parque de r/c  e dois pisos, que acabou por custar uma fortuna, dispõe de apenas 180 lugares, mas os 20 ou 30 do último andar, estão em permanência ocupados por mais de uma dezena de viaturas da própria autarquia... A que título?
Por falar em pisos, o parque nasceu cambuta, de perna curta por assim dizer. Era para ter 6 pisos, ficou com apenas térreo + 2, e uma particularidade, que julgo original no País. A saída efectua-se unicamente pela Rua do Pé da Costa de Cima, cujos raros moradores, se quiserem ir até a casa de carro, têm de forçosamente atravessar antes o parque de estacionamento. Uma encrenca! Será que a Câmara já lhes atribuiu um passe especial para esse efeito? Duvido. (Que me dizes a respeito, velho amigo António Pimenta?)
Quer-me parecer que autarcas responsáveis e empreendedores, já teriam mandado projectar uma ampliação do parque, com mais dois ou três pisos e saída pela estrada do Convento, sentido ascendente, com rotunda na Srª da Conceição. Aproveitariam até para ali encaixar, atrás da Câmara, o acesso aos futuros meios elevatórios de acesso turístico ao Castelo-Convento, que terão de ser feitos quanto antes. Mas isto sou eu a sonhar com tempos que hão-de vir e gente que ainda não há. Elucubrações pessimistas, dirão os apoiantes da actual maioria, e até alguns laranjas... Os bem educados, claro está.


terça-feira, 15 de abril de 2025





Autárquicas 2025 

Ratos começam a abandonar a nau municipal

Opinião | Tomar na Rede

É uma frase cheia de simbolismo, que nos vem do tempo dos descobrimentos. Quando, em plena tormenta, naus, caravelas e outros barcos abanavam demasiado, os ratos que viviam a bordo em simbiose com as tripulações, abandonavam as embarcações, suicidando-se no mar incógnito furioso.
Em pleno século XXI, e numa terra parada no tempo, mas nem por isso imune às várias tormentas, uma ratazana à moda antiga tenta abandonar o barco, usando como colete salva-vidas o feudo informativo local da CDU-BE. Dez anos após os factos relatados, uma opinião anónima procura, num texto muito bem esgalhado, culpabilizar Cristóvão por arredar sem maneiras os seus camaradas de lista, na ânsia desmedida de alcançar o poder, o que finalmente conseguiu.
É particularmente significativa aquela parte onde se dá a entender que, coitadinha da Anabela, não merecia o que lhe fez o seu segundo, por ser inteiramente falsa. Com Cristóvão como vereador das obras e urbanismo, foi Anabela Freitas que assinou a venda do ex-Convento de Santa Iria à empresa Hotéis Vila Galé, uma pechincha, e sobretudo o posterior alvará de licença de obras, que não estará muito de acordo com o evangelho local. E são estes dois documentos que estão na origem do posterior afastamento voluntário da presidente, rumo a funções com melhor remuneração e maior duração, uma vez que na Câmara não poderia continuar para além de 2025. Tanto quanto se sabe, Cristóvão não foi visto nem achado nesta questão turístico-hoteleira.
Nestas condições, para quê abençoar a senhora agora longe, e procurar denegrir o seu sucessor? Com outro sistema eleitoral, poderia ser para o PS mudar de candidato, uma vez que com Cristóvão... Dado que tal não é possível no actual contexto, salvo renúncia do próprio, fotografado como tasqueiro a servir cerveja, só pode ser pois uma tentativa de quem escreve, no sentido de procurar abandonar a nau, mantendo contudo as amizades essenciais.
Diante de tudo isto e face ao persistente silêncio do PSD, que insiste em não se demarcar dos socialistas, como se daí dependesse a sua sobrevivência política local, cada vez mais o CHEGA tem na frente uma via triunfal rumo aos Paços do concelho de Tomar. Basta que consigam arranjar um candidato com gabarito, que adoptem um adequado programa de ruptura, e que não cometam muito mais erros.

segunda-feira, 14 de abril de 2025

 


Autárquicas 2025

Olaias e maioria PS em fim de vida

TOMAR - Munícipes estão contra o projetado abate de olaias na avenida Egas Moniz. Hugo Cristóvão assegura que essas árvores «estão em fim de vida» - Rádio Hertz

Numa inesperada mudança de atitude cívica, que se saúda com alegria, há já algum tempo que um pequeno grupo de tomarenses, cada um por si, resolveu finalmente começar a contestar as múltiplas asneiras e carências da nossa maioria socialista-esquerdista. A má-língua já não vem só de TAD3. Aleluia!
Talvez influenciados por Lisboa, onde o presidente Moedas resolveu abater umas dezenas de jacarandás, desta vez os tomarenses recentes contestatários até ousaram ir mais longe. Além do protesto avulso, lançaram uma petição contra o previsto abate das árvores da Avenida Egas Moniz, que já vai nas 151 assinaturas (às 00H15 de 15/04, hora de Lisboa). Uma brilhante vitória, numa terra cuja população nunca foi muito inclinada para os protestos.
Uma especialista em arvoredo urbano, que esteve entre os que lançaram a petição, ousou até apresentar-se e dizer da sua razão na reunião do executivo camarário, outra atitude bem rara entre os tomarenses. Se calhar por isso, o presidente Cristóvão, pouco habituado ao diálogo democrático, foi tosco e rápido. Segundo a Hertz, respondeu que têm uma informação técnica que informa estarem as árvores em questão "em fim de vida, pelo que a câmara resolveu abatê-las." (link inicial)
Nem sequer terá passado pela ilustre cabeça presidencial que, a ser assim, se estão em fim de vida em termos técnicos, e são portanto para abater, seguem-se as olaias da Rua dos Arcos, da mesma idade, e as árvores da Rua da Graça "porque não se enquadram". É isso? O fartar vilanagem arboricida?
Perante tanta falta de diálogo e de respeito por quem os elegeu, suspeita-se que a actual maioria socialista local se está a esquecer de um detalhe importante. É que também os senhores autarcas, apesar da sua reconhecida competência e muito elevado prestígio entre os conterrâneos, legalmente "estão em fim de vida", como prova o facto de haver eleições lá para Setembro-Outubro, para lhes arranjar substitutos. Resta portanto aos tomarenses que subscreveram a petição, e aos outros que estão fartos de os aturar, tal como quem escreve estas linhas, abaterem toda a maioria socialista agora em fim de vida, no orçamento municipal para 2026 e seguintes. Que vão cortar árvores para outra freguesia!
Substituindo-os por quem? Cada eleitor terá como habitualmente as suas árvores de estimação. É só fazer a cruzinha e dobrar a papeleta. Mas depois não se venham queixar, caso se tenham equivocado outra vez, ou ido na conversa das festarolas tudo à borla...

domingo, 13 de abril de 2025

Turismo e equipamentos de acolhimento

 



Quem não consegue acompanhar desdenha...

Um certo grupelho local, que me abstenho de identificar aqui, procurando assim evitar futuros aborrecimentos, pois alguns desses "cidadãos" até são ocasionalmente violentos, continua a insistir no boicote activo ao TAD3. Fazem muito bem. Cada qual só deve ouvir a música que lhe agrada, e a minha é frequentemente agreste para essa gentinha, e respectivos seguidores.
Apesar do boicote, ou se calhar por isso mesmo, os aprendizes censores são os primeiros a ler e criticar entre si os escritos deste blogue, o que naturalmente se agradece. Como acontece com frequência, alguns ficaram agastados com a crónica anterior, sobre a comparação Convento de Cristo - Castelo de Leiria e a falácia de reindustrialização nabantina, como argumento para não fazer o indispensável e urgente. No caso os equipamentos turísticos de acolhimento.
Cabeçalmente fracos, não podendo negar as evidências, foram forçados a usar a argumentação mais rasteira: Leiria e Tomar não são comparáveis, em termos de equipamentos turísticos, porque a cidade do Liz tem mais de 100 mil eleitores e Tomar nem aos 34 mil chega. Pois seja, meus senhores e minhas senhoras.
Mas logo mais acima, a menos de 100 quilómetros, temos Montemor o velho e o seu imponente castelo, que registou 150 mil visitantes em 2024, numa terra com apenas 21.577 eleitores inscritos (Tomar tem 33.400), e sem entradas pagas naquele monumento, salvo aquando dos festivais anuais.
Pois apesar do apontado, a vila de Montemor o velho está ligada ao seu castelo por 3 troços de escada rolante gratuita, desde 2013. (ver imagens supra).
Se me permitem um desabafo final, sugeria aos palpiteiros, achistas, especialistas de ideias gerais e aprendizes censores, que viagem, que leiam,  que observem,  que olhem com olhos de ver, antes de debitarem as habituais bacoradas. Pode ser? É que Tomar está mesmo a ficar para trás e se ninguém lhe acode com seriedade...

Aspecto das ilhas Berlengas - Peniche.

Turismo

Autarcas ricos 
autarcas pobres e pobres autarcas

Jornal de Leiria - Taxa turística rende 290 mil euros à Câmara de Peniche

A notícia vem de Leiria, outro mundo a apenas 44 quilómetros de Tomar. Decidida em 2023 para entrar em vigor em 2024, a taxa turística de um euro por cada noite e pessoa nos alojamentos turísticos locais, rendeu à Câmara de Peniche a bonita soma de 290 mil euros no primeiro ano de cobrança.
Permitiu jgualmente ficar a saber, sem margem para dúvidas, que durante o ano de 2024 foram registadas no concelho de Peniche 290 mil pernoitas. É pouco? Talvez. Mas temos de ter em consideração que há neste país, de acordo com o respectivo comportamento cívico, autarcas ricos, autarcas pobres e pobres autarcas.
Estes de Peniche são visivelmente autarcas com comportamento de pobres, que resolveram sacar dinheiro aos pobres turistas que os visitam. Já era de desconfiar, quando se tem uma vice-presidente Petinga de seu nome, que portanto nem a sardinha chega.
Já em Tomar, terra próspera, a situação é outra. Os senhores autarcas ricos preferem as festarolas à borla e os anúncios solenes de 200 mil visitantes nos monumentos sob controlo municipal, em vez de onerar os pobres "turistas de qualidade" com taxas de alojamento fora de propósito. Sabe-se lá se foram mesmo 200 mil ou muito menos, pois não há qualquer verificação fiável. O raio da taxa de alojamento até era bem capaz de ajudar a desmontar a eventual tramoia. 
Por conseguinte, e pelo menos até ao final do ano, em Tomar taxa turística nem pensar. Somos ricos. Até fornecemos alojamentos quase à borla. Não precisamos das esmolas dos turistas, muitos deles "de pé descalço", para nada. Era só o que faltava!
Não temos adequadas estruturas de acolhimento, nem equipamentos essenciais para o turismo moderno? Paciência! O dinheiro não chega para tudo. Querem mijadouros ou festarolas à borla? Alojamentos sociais ou equipamentos para os turistas? Há que optar, quando se faz a cruzinha na papeleta.

sábado, 12 de abril de 2025

 

Um dos acessos ao castelo de Leiria.

Turismo e estruturas de acolhimento

TOMAR/LEIRIA: 
Mais turistas mas menos equipamento

Num saudável, sereno e raro debate escrito sobre turismo e indústria em Tomar, o leitor José Caldas discordou da posição de TAD3, segundo a qual Tomar deve apostar sobretudo no desenvolvimento do turismo. Segundo José Caldas, sem indústria nada feito, Teremos apenas baixos salários e empregos pouco qualificados. E apresentou Leiria, como exemplo de desenvolvimento industrial e turístico.
Procurei esclarecer então que a cidade do Liz é sem dúvida um caso feliz de desenvolvimento industrial, mas nunca foi nem é um grande polo turístico, por evidente falta de recursos/âncora. Intuindo que José Caldas não ficaria assim muito convencido, foi-se à procura de argumentos para mostrar a diferença entre Tomar e Leiria, na área do turismo cultural.
Em Tomar, o principal monumento é o Convento de Cristo, que registou 311 mil visitantes em 2024, a 15 euros cada um (4 milhões 665 mil euros, que vão para Lisboa, porque a Câmara nunca reivindicou a gestão do Convento). Durante o mesmo período, o Castelo de Leiria, principal atracção turística daquela cidade, registou 124.788 visitantes, a dois euros cada entrada (249.576 euros, que entram nas contas camarárias). Há portanto uma nítida diferença entre as duas cidades, tanto em termos quantitativos como qualitativos, tendo em conta o custo da entrada nos monumentos respectivos.
O mais insólito na comparação Leiria-Tomar é que, apesar dos 311 mil visitantes em 2024, a 15 euros por cabeça, em Tomar o acesso ao Castelo-Convento, a partir do centro histórico, só pode fazer-se a pé, via Calçada de S. Tiago ou pela Mata dos 7 montes, ou em transporte motorizado poluente. Já em Leiria, com apenas 125 mil visitantes em 2024, a 2 euros cada um, pode escolher-se a forma de acesso ao Castelo. Além das vias pedestres tradicionais, há também um elevador inclinado, do lado norte, e dois elevadores verticais do lado sul do castelo. (ver imagem supra)
Fiquei com a impressão que em Tomar estamos um bocadinho atrasados na área dos acessos ao Convento, quando comparamos com Leiria, por exemplo, e andamos a procurar disfarçar com a necessidade de reindustrialização, mas é capaz de ser apenas uma opinião demasiado pessimista...



sexta-feira, 11 de abril de 2025


Autárquicas 2025

No vale do Nabão ou num vale de enganos?

Parece-me que começa a ser preocupante o fosso entre o (pouco) que se pensa em Tomar e o que se escreve no resto do país. Estaremos, sem disso nos darmos conta, a viver num vale de enganos? Na crónica programática que publicou aqui no TAD, o candidato Carrão do PSD afirma que a actual maioria socialista apostou no turismo, como matriz de desenvolvimento, mas que isso não é suficiente para o concelho.
Considerei na  altura uma posição tão sem fundamento que me calei, mas o assunto ficou cá dentro às voltas, e ele aí está de novo à superfície. Apostaram no turismo?! Fecharam o parque de campismo. Proibiram os autocarros de turismo de descerem à cidade pela Estrada do Convento, numa birra que dura há mais de 12 anos. Degradaram o Mouchão. e só agora iniciaram a recuperação da Mata. Instalaram um parque para caravanas que não prestigia ninguém. Anunciaram um novo parque de campismo que nunca mais foi feito. Não fizeram nem mandaram projectar os equipamentos  turísticos indispensáveis e urgentes (Estacionamento, ligação rápida cidade-Convento, sanitários suficientes, Centro de congressos, novo campo da feira). É isto a aposta socialista no turismo local? Umas festarolas à borla, para os amigos do costume, os que tocam (e são bem pagos), e os que assistem?
Encostada a essa ideia errada de aposta no turismo, vem a outra da necessidade de reindustrialização. Com que base real? Conhecem algum centro turístico, de dimensão comparável, que tenha apostado em simultâneo no turismo e na indústria? Eu não, e conheço muitos polos turísticos florescentes, de Óbidos a Split e do Algarve a Machu Pichu.
Nem vale a pena vir com os exemplos de Córdoba, Granada ou Sevilha. São outra realidade. Têm outra dimensão, com respectivamente 325 mil habitantes, 230 mil habitantes e 690 mil habitantes Estão no campeonato anual dos 90 milhões de turistas, enquanto Portugal ainda não ultrapassou os 30 milhões. Tomar é agora uma aldeia média, com algum prestígio à escala europeia, devido ao Convento. Fátima é apenas uma freguesia do concelho de Ourém, mas já tem quase um terço dos eleitores do concelho de Tomar.
Uma última achega por agora. Também sensível ao problema da falta de indústria em Tomar, o leitor Helder Silva questiona porque não vêm os imigrantes  para a nossa terra, intuindo um mistério semelhante ao da galinha e do ovo: não vêm porque não há indústria? Ou não há indústria porque não vêm?
Lembro ao amigo Helder que, no estado actual das coisas, os imigrantes não vêm para Tomar, apesar das casas quase à borla que se anunciam, porque não podem ser funcionários do Estado, e os poucos empregos que vai havendo, são quase todos nessa área. Mas são realmente o grande sonho da extrema esquerda local, como já acontece em parte do Ribatejo e no Alentejo. Imigrantes trabalhadores agrícolas, são os novos proletários que votam na extrema-esquerda, que tão precisada está. Só não se sabe até quando, porque como acontece com os gatos, também acabam por abrir os olhos ao fim de certo tempo. Mas enquanto isso não acontece, os realojamentos são uma alegria.

quinta-feira, 10 de abril de 2025



Política urbana e cultural

Afinal o turismo é mesmo muito importante 
no desenvolvimento económico

Por razões que me escapam, que terão talvez a ver com a circunstância de sermos cidadãos de um país de "achistas" e peritos em ideias gerais, em Tomar há muitos especialistas de turismo. O caso mais conhecido é o da ex-presidente da Câmara, que transitou dos serviços de emprego para a Câmara, e daí para a gestão da Entidade regional de Turismo do Centro. Sem qualquer formação suplementar. É obra!
O seu sucessor na autarquia, também já parece estar no bom caminho, quando se põe a dissertar sobre o desenvolvimento, que pretende sem pressas nem "turismo de massas", segundo disse em entrevista recente ao mediotejo.net
Neste contexto, o candidato do PSD foi praticamente forçado a incluir no seu esquema programático uma referência ao turismo no concelho.
Segundo aqui publicou em 19/03/25, "O turismo, aposta única desta governação (cuja estratégia ou falta dela é também questionável) é um vetor importantíssimo na economia tomarense, mas, por si só, insuficiente para alavancar o crescimento sustentado que ambicionamos para a economia concelho."
Partindo deste conceito, que tem o mérito de estar escrito, e tendo em conta a preocupante fuga da população, que não parece perturbar os do socialismo das festarolas à borla, nem os outros, TAD3 foi tentar comparar o concelho de Ourém, que tem Fátima como âncora turística, e Tomar, com o Convento de Cristo como polo de atracção. Para poupar trabalho, não se publicam os apontamentos nem os quadros estatísticos, cuja fonte são os resultados eleitorais oficiais de 2013 (autárquicas) e 2024 (legislativas). (Caso haja algum interessado, pode enviar-se via mail a versão manuscrita.)
Entre 2013 e 2024, Tomar perdeu 3.964 eleitores (10,62%) e a Freguesia urbana 1.324 (7,99%), sendo geral a perda de população em todas as freguesias do concelho. Comparativamente, Ourém ficou com menos 2.867 eleitores (6,61%), mas a principal freguesia urbana (Nª Sª da Piedade), manteve  a sua população, com apenas menos 10 eleitores.
Vem então a grande diferença entre os dois concelhos, cuja população é comparável: Tomar 33.346 eleitores, Ourém 40.464 eleitores. A freguesia de Fátima, concelho de Ourém,  não só manteve como aumentou a sua população durante a década agora em análise, passando de 9.593 para 10.819 eleitores inscritos, o que corresponde a mais 11,33%.
Qual é especialidade de Fátima? O turismo religioso, tendo como âncora o santuário (Capela das aparições). Qual é a especialidade de Tomar? O turismo cultural, tendo como âncora o Convento de Cristo. Porque é que Fátima cresce e Tomar definha? Porque em Fátima há estacionamento com fartura, estruturas de acolhimento que não envergonham, sinalização adequada e constante atitude empresarial. O santuário não pratica os horários da função pública, para a procissão das velas, por exemplo
Após este exemplo, ainda vão manter que o turismo cultural não é suficiente, quando disponha de estruturas e mentalidades à altura das necessidades? É o que falta apurar. Oxalá se consigam comentários fundamentados...

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Imagem Município de Tomar - Facebook

Roda do Mouchão

Roda ecológica, mas só a fingir. Para turista ver e tirar selfie com ela em fundo. Os tomarenses amantes da tradição e da terra que se lixem. Que vão pregar para outro concelho!

TOMAR - Roda do Mouchão está a ser reabilitada. Obra deverá estar concluída antes da Páscoa - Rádio Hertz

Informa a Câmara, via Rádio Hertz, que vamos ter roda nova no Mouchão, pronta para a Páscoa, a tempo portanto de encantar os visitantes pançudos do Congresso da Sopa (ou da lavadura, dizia o falecido Gonçalo). Falam de reabilitação, mas segundo a própria notícia, da actual roda apenas vão aproveitar o eixo e pouco mais.
Compreende-se. Os funcionários municipais, neste caso os carpinteiros, têm sempre algum interesse pessoal na compra de materiais para a autarquia, sendo por conseguinte mais vantajoso fazer uma roda nova do que reparar a antiga. Leva mais madeira nova e o trabalho é quase o mesmo.
De qualquer forma, é uma iniciativa louvável e que se aplaude, mas que seria ainda mais louvável se aproveitassem para restabelecer o tradicional processo de rega por regadeira, que abrangia todo o Mouchão, sem mais gastos de energia. 
Respeitava-se a tradição, evitavam-se alguns banhos acidentais forçados, poupava-se água da rede e energia, sendo também importante para mostrar às crianças das escolas. Em boa pedagogia, nada substitui com vantagem os exemplos em pleno funcionamento.  
É pouco provável que o façam, até porque exigiria mais trabalho, empenhamento e um jardineiro em permanência. É pena, porque assim estaremos apenas perante mais uma fantasia para turista ver, um faz de conta, uma vez que a água tirada pela roda retorna logo a seguir ao Nabão, sem qualquer utilidade real, para além da exibição fortuita. Em tempos de necessidade de poupança de água e de sustentabilidade, deve dar que pensar, nas terras onde ainda se perca tempo com isso...

terça-feira, 8 de abril de 2025

Campismo improvisado durante o Festival Bons Sons em Cem Soldos - Tomar

Autárquicas 2025 - Turismo

Presidente Cristóvão 
turista na sua própria terra

Tomar quer aliar aumento de visitantes ao turismo de qualidade (c/áudio) | Médio Tejo

Ou por excesso de consideração pela informação local, que não quer violentar, ou por saber que "ninguém é profeta na sua própria terra", o presidente substituto Cristóvão concedeu uma entrevista ao mediotejo.net, um blogue sediado algures para as bandas de Abrantes, e pouco lido em Tomar. O leitor pode optar: Ou ouve a gravação de 10 minutos, ou lê a transcrição de boa qualidade que a acompanha.
Logo no início, Cristóvão reconhece implicitamente que é um turista na sua própria terra. Afirma que "a grande dificuldade identificada ...há uma década, era que recebia muitos visitantes, mas depois muitas vezes não ficavam na cidade, não passavam sequer às vezes pela cidade." Se não tivesse uma atitude de turista na sua própria terra, o presidente substituto já teria estudado ou mandado estudar o assunto.
Saberia então que um dos problemas do turismo local há dez anos era esse que menciona, mas que após três mandatos PS, longe de estar resolvido, até se agravou. Visitantes continuam a ir ao Convento sem visitarem a cidade, e outros vão-se mesmo embora sem visitar o Convento ou a cidade, por falta de estacionamento e de ligação rápida entre cá em baixo e lá em cima.
Há mesmo um caso concreto de repulsão, bem conhecido entre os profissionais. É o dos cruzeiros. Como bem sabem os interessados por estas coisas, hoje em dia um cruzeiro são duas mil pessoas pelo menos, viajando num mesmo barco devidamente equipado. Em cada escala, organizam excursões para visitar locais turísticos longe do porto onde estão atracados.
No caso de Lisboa, há excursões para Fátima, Batalha, Alcobaça, Nazaré, Óbidos ou até Évora, mas para Tomar não. Os profissionais aumentaram muito os preços dos autocarros para a cidade templária, tendo em conta a falta de estacionamento para 10 autocarros em simultâneo, e o tempo que se perde no acesso ao Convento de Cristo.
Abordando a questão dos eventos, Cristóvão finge mal. Não se duvida que "isso contribui para que o município seja atrativo ao longo de todo o ano." O problema é de custos-benefícios. Compensa gastar milhões para atrair turistas que depois gastam pouco, quando gastam? Não seria melhor contratar grandes figuras internacionais e organizar eventos-âncora com entradas pagas, de forma a conseguir valor acrescentado, em vez de despesa considerável?
Uma última abordagem do presidente substituto merece reparo. Disse Cristóvão que "queremos continuar a crescer com calma, sem procurar o turismo de massas." É uma opção respeitável, que já levou ao encerramento do parque de campismo, erradamente assimilado ao "turismo de mochila às costas". Mas então, como compaginar tal opção com os 90 mil euros de subsídio ao Bons Sons, que cobra entradas a preços de mercado e atrai sobretudo mochileiros que ficam a pernoitar entre as oliveiras? São "mochileiros de qualidade"?


























segunda-feira, 7 de abril de 2025


Alojamentos e habitação social

Também na habitação, Tomar a definhar e os autarcas a fantasiar


O Tomar na rede publica um excelente trabalho sobre habitação, baseado em dados no INE, que todos os autarcas e cidadãos empenhados deviam ler e interpretar, sem clubismos nem outros ismos. (link acima). Antes de mais, para evitar mal entendidos, esclareça-se que não se trata de opiniões ou sondagens. São dados oficiais nus e crus, quer convenham quer não.
Que nos mostram esses dados sobre o mercado do alojamento? Desde logo que Tomar está a ficar para trás também nessa área sensível. Em 2024 registou menos 23 contratos de arrendamento em relação ao ano anterior, quando todos os outros concelhos da região mantiveram ou aumentaram. É uma situação que vem confirmar a lenta mas persistente redução da população. As pessoas desistem de viver em Tomar, apesar das festarolas e outras maravilhas socialistas, porquê?
Porque a habitação é muito cara? Os dados do INE mostram que não. Os novos contratos de arrendamento foram celebrados na base dos 6€/metro quadrado em Tomar, mas alcançaram 6,79€ no Entroncamento, que tem fama de arrendamentos mais baratos na zona. Em que ficamos afinal?
Mostrando estes dados oficiais que não há tensão no mercado do arrendamento em Tomar, uma vez que os preços até sobem menos que nos concelhos vizinhos, qual a justificação para a azáfama camarária na edificação de alojamentos ditos "para a classe média", a qual visivelmente não existe em número significativo? Quem vai de facto ocupar os novos alojamentos em construção ou a construir? Gente da classe média, mesmo baixa? Ou os habituais dependentes dos auxílios governamentais e camarários, tornados possíveis por Bruxelas, mas que comportam elevados riscos sociais, porque os seus beneficiários não se integram na comunidade local tradicional?
Em ano eleitoral, convém ler e conversar serenamente sobre este e outros temas locais, de forma a, chegado o momento,  não comer gato por lebre, nem confundir merda com banha de cheiro. Porque depois do mal feito, só resta procurar remedeio.



Comparando eleições passadas

A abstenção elevada nas autárquicas de 2021 mostra que não se vive bem em Tomar

Continuando o estudo dos resultados eleitorais e das benesses camarárias, chegou a altura de lembrar que, segundo o conhecido adágio popular, os povos felizes não têm história. Se assim é, os tomarenses não só têm uma história, como até são em certos aspectos uma triste história. Infelizmente.
Nas autárquicas 2021, o PS alcançou a 3ª vitória consecutiva e com maioria absoluta, desiludindo muitos tomarenses com as manobras preparatórias operadas por Anabela Freitas, tendo em vista aproveitar da melhor forma possível a extinção dos IpT, que na altura só ela conhecia ainda.
Entretanto, traindo o seu juramento, no qual disse livremente "juro cumprir com lealdade as funções que me são confiadas", a senhora saiu a meio do mandato, para ir ocupar um lugar mais remuneratório, tendo em conta que já não podia recandidatar-se, e mais vale prevenir que remediar. Ficou assim sem se saber até então qual fora a reacção dos eleitores em 2021, supostamente favorável pois o PS venceu com maioria absoluta. Terá sido assim mesmo?
Comparando a participação eleitoral dos tomarenses nas autárquicas 2021, com as legislativas 2024, obtêm-se conclusões menos esperadas, algumas das quais até surpreendentes, se considerarmos que normalmente os eleitores são mais assíduos nas eleições locais, do que nas legislativas presidenciais ou europeias. Neste caso comparativo 2021-2024, os resultados são os seguintes:

FREGUESIAS----------ABSTENÇÃO 2021----------ABSTENÇAO 2024---------DIFERENÇA

AL. RIB/PEDR-----------------39,65%-------------------------34,91%----------------------4,74%

CASAIS/ALV.------------------41,90%-------------------------32,84%----------------------9,06%

OLALHAS----------------------41,94%-------------------------36,18%----------------------5,76%

SERRA/JUNCEIRA-----------45,72%-------------------------29,37%---------------------16,35%

S. PEDRO-----------------------46,66%-------------------------34,82€----------------------11,84%

ASSEICEIRA-------------------46,82%-------------------------33,50%---------------------13,32%

PAIALVO-----------------------42,58%-------------------------34,17%-----------------------8,41%

MADALENA/BES.-----------45,42%-------------------------29,83%-----------------------15,59%

CARREGUEIROS------------37,86%-------------------------29,12%------------------------8.74%

SABACHEIRA---------------41,46%--------------------------40,35%------------------------1,11%

FREGUESIA URBANA----50,59%---------------------------33,69%-----------------------16,90%

Elaboração: TAD3 Fonte: Resultados eleitorais 2021 e 2024 mai.gov.pt

CONCLUSÕES DE TAD3:

1- Sem surpresa, as freguesias com eleitores mais evoluídos, são também aquelas em que a abstenção de protesto foi mais elevada em 2021, todas com mais de 10% em relação às legislativas de 2024, quando já não estava em causa a senhora nem o PS local.
2 - Destaque para a Freguesia urbana, com a maior diferença na taxa de abstenção. Quase 17%.
3 - As freguesias onde a abstenção foi menor em 2021 (Sabacheira, Além da Rib/Ped. Olalhas e Carregueiros), todas da oposição, foram as mais beneficiadas nas transferências camarárias de 2025.(ver crónica anterior). Isto afinal, é como dizia o outro: "Está tudo ligado".




domingo, 6 de abril de 2025

Imagem Tomar na rede, com os agradecimentos de TAD3.

Autárquicas 2025

Dois subsídios extraordinários que mostram bem como é a actual política autárquica em Tomar

TOMAR - Câmara aprovou apoios à ACR de Carvalhos de Figueiredo e da Linhaceira... mas houve acusações de eleitoralismo - Rádio Hertz

A atribuição pela maioria PS de mais dois apoios extraordinários a duas colectividades do concelho, foi a ocasião para mais uma troca de galhardetes com a oposição PSD, pondo a nu a política PS visando a manutenção no poder mediante a oportuna compra de apoios.
De acordo com os dados que foi possível recolher, Tomar é de longe o concelho com mais colectividades por eleitor. É também a autarquia que mais altos subsídios anuais e extraordinários atribui a essas associações.
Conhecedores deste contexto, afinal uma das causas escondidas da crise tomarense, os vereadores do PSD acusaram os socialistas de compra de votos, e foi aqui que houve surpresa. Em vez de se defenderem, procurando justificar a sua política de subsídios com critérios culturais, por exemplo, os socialistas adoptaram a técnica futebolística, segundo a qual a melhor defesa é um bom ataque. 
Vai daí, diz a notícia, desafiaram os social-democratas  a ser coerentes, votando contra a atribuição dos dois subsídios extraordinários, o que a oposição recusou, manifestando-se a favor, apesar de se tratar de óbvia compra de votos. Maneira discreta de reconheceram que  "PS e PSD, afinal andamos todos ao mesmo e a vida custa a todos", uns mais do que outros.
É com atitudes incoerentes destas que o PSD pretende obter uma maioria? Se é tudo  farinha do mesmo saco, e serve para cozerem  todos o mesmo tipo de pão, onde está a alternativa? Qual a mudança possível?

sábado, 5 de abril de 2025


Convento de Cristo, pomar do castelo e água dos Pegões

Não seria melhor proteger o património,
cuidando antes  da água para a rega?

É sem dúvida alguma uma excelente iniciativa, esta "Feira da laranja conventual", que já vai na XI edição, o que é sinal de sucesso, apesar da contradição subjacente. A feira, forçosamente de compras e vendas, é no Claustro da micha, durante séculos local de distribuição gratuita da sopa conventual ou sopa dos pobres, acompanhada pela micha de pão, a "carcaça de 17" do século passado, cozida no forno do convento, do lado direito de quem entra pela porta do norte.
Mas o óbice principal parece-me ser a precipitação. Antes de se lançar na realização da feira da laranja, na minha modesta opinião, a direcção do monumento devia ter mandado proceder à recuperação dos Pegões, cuja água regou o pomar conventual durante mais de três séculos, mas deixou de correr, por desvio ilegal, há cerca de 20 anos.
Uma vez  que o aqueduto -todo o aqueduto- é parte integrante do Convento de Cristo, Património da humanidade,  o que impede a direcção do monumento de fazer valer os seus direitos de propriedade, mandando requalificar e fiscalizar todo o aqueduto?
Como as coisas estão, salvo melhor opinião, a "feira da laranja conventual" é uma fraude. As laranjas já não são biológicas, como foram durante séculos, sendo agora regadas com água da rede urbana, tratada a cloro. Por conseguinte, uma de duas, ou voltam a ser regadas com a água tradicional das 4 nascentes do aqueduto (Boca do cano, Vale do Feto, Cu alagado e Porta de Ferro), ou terão de mudar o nome da feira para "da laranja da Tejo Ambiente", ou "da laranja da EPAL", ou "da laranja clorada".
A não ser assim, a ASAE terá de intervir oportunamente, por estarem a vender de certa forma gato por lebre. A laranja é conventual, mas deixou de ser biológica quando os Pegões secaram, por incúria da direcção do Convento de Cristo, e passou a ser regada com água tratada a cloro. Ou estarei a ver mal  a situação?


sexta-feira, 4 de abril de 2025



Autárquicas 2025

Transferências para a freguesias 
com critérios objectivos?

TOMAR - Câmara auxilia freguesias com cerca de dois milhões e duzentos mil euros: «Não haverá, no país, muitos municípios que transfiram uma verba tão elevada» - Rádio Hertz

A seis meses das próximas autárquicas, a maioria PS resolveu transferir mais verbas para as freguesias, e aí começam a dúvidas. A notícia refere "cerca de dois milhões e duzentos mil euros", mas depois informa que desta vez é  apenas um milhão e duzentos mil euros. O resto foi em anos anteriores.
Quais são os critérios para estas transferências, que garantam uma efectiva equidade e evitem favoritismos? Segundo a mesma fonte (ver link acima), "os montantes são proporcionais à dimensão de cada território, número de habitantes, e ainda "um conjunto de outros critérios". Quais? Na administração pública, tudo deve ser bem explícito, para poder ser escrutinado. Neste caso como?
Para as verbas agora anunciadas, e tendo em conta o único crítério indiscutível -o total de eleitores inscritos em cada freguesia -TAD3 fez as contas e os resultados são algo surpreendentes. Estes dois por exemplo: A freguesia que mais recebe é Além da Ribeira/Pedreira, PSD, com 129,61€ por cada eleitor inscrito, e a que menos recebe é a Freguesia Urbana, PS, com apenas 37,40€/eleitor inscrito. E depois ainda continuará a haver quem seja contra a extinção ou união das pequenas freguesias.
Leia com atenção o quadro infra e saque as suas próprias conclusões, tendo sempre em conta o antes dito. Trata-se apenas das transferências para as freguesias em 2025.

FREGUESIA----------SOMA RECEBIDA------ELEITORES INSCRITOS-------TOTAL POR ELEITOR

1 - A. Ribeira/Ped.- PSD-------137m€-----------------------1.057------------------------------129,61€

2 - Olalhas - PSD---------------137m€-----------------------1.169------------------------------117,19€

3 - Sabacheira - PS------------- 98m€--------------------------850------------------------------115,29€

4 - Serra/Junc. - IND----------186m€------------------------1.655-----------------------------112,38€

5 - Carregueiros . CDU--------81m€---------------------------934-------------------------------86,72€

6 - Madalena/Bes. - PS-------270m€-------------------------3.235------------------------------83,46€

7 - S. Pedro - PSD------------177m€-------------------------2.424-------------------------------81,27€

8 - Paialvo -  PS---------------160m€-------------------------2.022-------------------------------79,12€

9 - Casais/Alv. - PSD---------191m€-------------------------2.424-------------------------------78.79€

10 - Asseiceira - PS-----------167m€--------------------------2.337------------------------------71,45€

11 - Freg. Urbana - PS--------570m€-------------------------15.239-----------------------------37,40€

Fontes: Notícia Rádio Hertz e Resultados legislativas 2024 para os eleitores inscritos.
Elaboração TAD3

CONCLUSÂO TAD3:

Num concelho com 5 freguesias PS, 4 PSD, 1 IND. e 1 CDU, neste caso concreto de distribuição de recursos pelo executivo municipal observa-se que:
1 -As freguesias da oposição foram claramente beneficiadas, pois ocupam os 5 primeiros lugares da tabela, com a notável excepção de S. Pedro - PSD, que está em 7º lugar.
2 -Só uma freguesia PS está na primeira metade da tabela. É a Sabacheira, a freguesia mais pequena do concelho em termos de população, que ocupa o 3º lugar da tabela.
3 -S. Pedro - PSD é a única freguesia da oposição na 2ª metade da tabela, em 7º lugar, apesar de ser  a 2ª maior da área rural em termos populacionais, empatada com Casais/Alviobeira.
Perante estes dados, os que defendem a gestão PS dirão ser evidente a preocupação com a justiça social, por parte da Câmara, ajudando quem mais precisa. A isto, os de tendência oposicionista  responderão que se trata apenas de "compra de votos". E ambos  terão alguma razão.



quinta-feira, 3 de abril de 2025

 


Autárquicas 2025


TRIBUNA DE TIAGO CARRÃO - PSD

TOMAR PRECISA 
DE UM “ABANÃO ECONÓMICO” (PARTE 2)

Na primeira parte deste artigo, partilhei uma análise crua e preocupante dos dados e da realidade económica de Tomar. Hoje, quero falar de futuro — porque há caminho, há soluções. E, acima de tudo, há vontade de fazer diferente.
Tomar, pela sua localização estratégica e acessibilidades, pelo seu património, pessoas e instituições, e identidade, tem tudo para liderar na região do Médio Tejo e no distrito de Santarém. Mas para isso, é preciso visão, capacidade de execução e coragem para liderar com ambição. As próximas eleições autárquicas são o momento de pôr fim ao conformismo, à gestão do dia a dia e à estagnação que se instalou. Chegou o tempo de crescer.
Uma nova liderança tem de colocar o desenvolvimento económico no centro das prioridades do Município e, logo em 2026, refletir no orçamento municipal esse compromisso com verbas mais significativas para apoiar as empresas, atrair investimento e promover emprego qualificado. Porque sem ação concreta, não há transformação.
O crescimento económico começa por quem já cá está. As empresas tomarenses, apesar das dificuldades, resistem, inovam, criam emprego. Precisam de uma autarquia presente e envolvida, com visão e com soluções. Vamos investir na requalificação e expansão das zonas industriais, com infraestruturas modernas, acessibilidades adequadas e serviços de apoio eficientes. Vamos incentivar a digitalização, automação e transição energética, apoiando os processos de candidaturas a fundos comunitários e lançando programas como o ‘Tomar Verde Sustentável’, que irá promover a adoção de práticas empresariais ambientalmente responsáveis.
Mas não chega apoiar quem cá está, é urgente ir mais longe e ser proativo na captação de novos investimentos. Tomar tem de saber atrair investidores, empresas, projetos e pessoas. Vamos disponibilizar incentivos fiscais para projetos estratégicos, criar o ‘Balcão Digital do Investidor’, uma plataforma online que reduza a burocracia e simplifique os processos de licenciamento, e implementar um modelo de ‘Licenciamento Expresso’, com prazos curtos e maior agilidade nos processos administrativos. Investir em Tomar deixará de ser um ato de resistência e passará a ser uma oportunidade clara.
Este caminho só faz sentido com uma articulação próxima com o Instituto Politécnico de Tomar e outros estabelecimentos de ensino, para reter talento jovem, promover o emprego qualificado e ligar os jovens às empresas locais. É fundamental um maior aproveitamento do ensino superior como verdadeiro motor de inovação para o concelho.
Vamos também recuperar uma ambição iniciada em 2013 (com a instalação do Centro de Inovação e Tecnologia da Softinsa/IBM), mas que ficou pelo caminho: fazer de Tomar o polo tecnológico de referência no centro do país. Vamos instalar uma incubadora de empresas, criar um Programa de Aceleração de Startups e de apoio a pequenos negócios, retomar a criação do Centro de Conhecimento e Valorização no IPT, e atrair empresas tecnológicas, empreendedores criativos e projetos inovadores. Tomar pode — e deve — ser um território de inovação, com emprego qualificado e futuro para os mais jovens.
O Turismo é um setor incontornável da nossa economia, mas não podemos estar à mercê da conjuntura nacional e internacional. Temos de crescer para além disso, através de uma estratégia integrada e com uma oferta diferenciada, alicerçada em diferentes eixos, como a sustentabilidade, a cultura, o património, a religião, a natureza, o desporto, o digital, etc. Há ainda muito a fazer, desde logo um melhor aproveitamento da marca “Tomar Cidade Templária”, oportunamente registada pela governação PSD em 2001; a construção de um Centro de Congressos e Negócios, para reforçar o turismo de negócios, receber eventos culturais e outros, e, finalmente, um espaço digno para a Feira de Santa Iria; a criação do verdadeiro Museu da Festa dos Tabuleiros; a musealização adequada do património industrial; a criação da ‘Agenda Tomar365’, para uma calendarização distribuída ao longo de todo o ano da atividade municipal, das forças vivas do concelho, cruzando cultura e turismo.
Sejamos claros: o Turismo é importante, sim. Mas não é suficiente. O modelo económico que propomos para Tomar será diversificado e abrangente. Assentará também na Indústria, Construção Civil, Comércio Local, Serviços, Tecnologia, Inovação, Agricultura, Floresta, Economia Social e Saúde.
No setor da Construção Civil, o impacto é duplo: dinamiza a economia e é um importante parceiro na resolução da crise na habitação, uma das causas da perda de população. Vamos reorganizar os serviços de Urbanismo da Câmara, acelerar licenciamentos e iniciar a revisão do PDM — um plano recente, mas cheio de lacunas e incoerências que têm de ser corrigidas. Os políticos reúnem com os investidores enquanto os técnicos municipais reúnem com os técnicos dos promotores. Cada um no seu papel com o mesmo objetivo, com transparência e eficiência.
No Comércio e nos Serviços, vamos revitalizar a economia local com o programa “Comércio Vivo”, reduzindo taxas e lançando campanhas de apoio e de digitalização do comércio tradicional. Queremos uma cidade vibrante e cheia de energia, gerada por um esforço concertado entre Município, comerciantes e associações, pela requalificação urbana e uma programação cultural que envolve a cidade e o comércio local.
Também a Agricultura e a Floresta serão áreas estratégicas. Com apoio da autarquia, incentivos e ligação aos mercados, estas atividades serão motores de recuperação económica, sobretudo nas freguesias rurais, onde é urgente voltar a criar oportunidades a bem do equilíbrio e coesão territorial.
A Economia Social, por seu lado, será tratada com o respeito e a atenção que merece. Porque, para além do impacto social junto dos setores mais desprotegidos da população, emprega centenas de pessoas e dinamiza a economia local, substituindo o Estado em muitas das suas responsabilidades sociais. A Câmara Municipal será uma parceira ativa, disponível e presente, que valoriza o trabalho das instituições e que lhes fornece as ferramentas e meios para poderem continuar a cuidar dos outros.
No seu conjunto, estas medidas complementadas com outras ainda por anunciar, formarão um ecossistema económico sólido e dinâmico, onde diferentes setores trabalham com a ciência, a tecnologia e a inovação. Esta visão será executada por uma Câmara Municipal com capacidade, conhecimento e proximidade, apostada em estabelecer parcerias e atrair oportunidades.
No Compromisso Eleitoral, que oportunamente apresentaremos aos tomarenses, iremos detalhar o plano para fazer de Tomar um concelho amigo das empresas e capaz de construir o futuro, com seriedade, competência e ambição. Com a convicção de que só através do crescimento económico criaremos as bases para enfrentar os três grandes desafios demográficos do nosso tempo: a baixa natalidade, a perda de população e o envelhecimento.
A escolha, dentro de poucos meses, estará nas mãos dos tomarenses: continuar no caminho da estagnação ou acreditar que é possível um novo rumo para Tomar, virado para o futuro e para o crescimento económico.

Tiago Carrão
Candidato a Presidente da Câmara Municipal de Tomar pelo PSD