quinta-feira, 3 de abril de 2025

 


Autárquicas 2025


TRIBUNA DE TIAGO CARRÃO - PSD

TOMAR PRECISA 
DE UM “ABANÃO ECONÓMICO” (PARTE 2)

Na primeira parte deste artigo, partilhei uma análise crua e preocupante dos dados e da realidade económica de Tomar. Hoje, quero falar de futuro — porque há caminho, há soluções. E, acima de tudo, há vontade de fazer diferente.
Tomar, pela sua localização estratégica e acessibilidades, pelo seu património, pessoas e instituições, e identidade, tem tudo para liderar na região do Médio Tejo e no distrito de Santarém. Mas para isso, é preciso visão, capacidade de execução e coragem para liderar com ambição. As próximas eleições autárquicas são o momento de pôr fim ao conformismo, à gestão do dia a dia e à estagnação que se instalou. Chegou o tempo de crescer.
Uma nova liderança tem de colocar o desenvolvimento económico no centro das prioridades do Município e, logo em 2026, refletir no orçamento municipal esse compromisso com verbas mais significativas para apoiar as empresas, atrair investimento e promover emprego qualificado. Porque sem ação concreta, não há transformação.
O crescimento económico começa por quem já cá está. As empresas tomarenses, apesar das dificuldades, resistem, inovam, criam emprego. Precisam de uma autarquia presente e envolvida, com visão e com soluções. Vamos investir na requalificação e expansão das zonas industriais, com infraestruturas modernas, acessibilidades adequadas e serviços de apoio eficientes. Vamos incentivar a digitalização, automação e transição energética, apoiando os processos de candidaturas a fundos comunitários e lançando programas como o ‘Tomar Verde Sustentável’, que irá promover a adoção de práticas empresariais ambientalmente responsáveis.
Mas não chega apoiar quem cá está, é urgente ir mais longe e ser proativo na captação de novos investimentos. Tomar tem de saber atrair investidores, empresas, projetos e pessoas. Vamos disponibilizar incentivos fiscais para projetos estratégicos, criar o ‘Balcão Digital do Investidor’, uma plataforma online que reduza a burocracia e simplifique os processos de licenciamento, e implementar um modelo de ‘Licenciamento Expresso’, com prazos curtos e maior agilidade nos processos administrativos. Investir em Tomar deixará de ser um ato de resistência e passará a ser uma oportunidade clara.
Este caminho só faz sentido com uma articulação próxima com o Instituto Politécnico de Tomar e outros estabelecimentos de ensino, para reter talento jovem, promover o emprego qualificado e ligar os jovens às empresas locais. É fundamental um maior aproveitamento do ensino superior como verdadeiro motor de inovação para o concelho.
Vamos também recuperar uma ambição iniciada em 2013 (com a instalação do Centro de Inovação e Tecnologia da Softinsa/IBM), mas que ficou pelo caminho: fazer de Tomar o polo tecnológico de referência no centro do país. Vamos instalar uma incubadora de empresas, criar um Programa de Aceleração de Startups e de apoio a pequenos negócios, retomar a criação do Centro de Conhecimento e Valorização no IPT, e atrair empresas tecnológicas, empreendedores criativos e projetos inovadores. Tomar pode — e deve — ser um território de inovação, com emprego qualificado e futuro para os mais jovens.
O Turismo é um setor incontornável da nossa economia, mas não podemos estar à mercê da conjuntura nacional e internacional. Temos de crescer para além disso, através de uma estratégia integrada e com uma oferta diferenciada, alicerçada em diferentes eixos, como a sustentabilidade, a cultura, o património, a religião, a natureza, o desporto, o digital, etc. Há ainda muito a fazer, desde logo um melhor aproveitamento da marca “Tomar Cidade Templária”, oportunamente registada pela governação PSD em 2001; a construção de um Centro de Congressos e Negócios, para reforçar o turismo de negócios, receber eventos culturais e outros, e, finalmente, um espaço digno para a Feira de Santa Iria; a criação do verdadeiro Museu da Festa dos Tabuleiros; a musealização adequada do património industrial; a criação da ‘Agenda Tomar365’, para uma calendarização distribuída ao longo de todo o ano da atividade municipal, das forças vivas do concelho, cruzando cultura e turismo.
Sejamos claros: o Turismo é importante, sim. Mas não é suficiente. O modelo económico que propomos para Tomar será diversificado e abrangente. Assentará também na Indústria, Construção Civil, Comércio Local, Serviços, Tecnologia, Inovação, Agricultura, Floresta, Economia Social e Saúde.
No setor da Construção Civil, o impacto é duplo: dinamiza a economia e é um importante parceiro na resolução da crise na habitação, uma das causas da perda de população. Vamos reorganizar os serviços de Urbanismo da Câmara, acelerar licenciamentos e iniciar a revisão do PDM — um plano recente, mas cheio de lacunas e incoerências que têm de ser corrigidas. Os políticos reúnem com os investidores enquanto os técnicos municipais reúnem com os técnicos dos promotores. Cada um no seu papel com o mesmo objetivo, com transparência e eficiência.
No Comércio e nos Serviços, vamos revitalizar a economia local com o programa “Comércio Vivo”, reduzindo taxas e lançando campanhas de apoio e de digitalização do comércio tradicional. Queremos uma cidade vibrante e cheia de energia, gerada por um esforço concertado entre Município, comerciantes e associações, pela requalificação urbana e uma programação cultural que envolve a cidade e o comércio local.
Também a Agricultura e a Floresta serão áreas estratégicas. Com apoio da autarquia, incentivos e ligação aos mercados, estas atividades serão motores de recuperação económica, sobretudo nas freguesias rurais, onde é urgente voltar a criar oportunidades a bem do equilíbrio e coesão territorial.
A Economia Social, por seu lado, será tratada com o respeito e a atenção que merece. Porque, para além do impacto social junto dos setores mais desprotegidos da população, emprega centenas de pessoas e dinamiza a economia local, substituindo o Estado em muitas das suas responsabilidades sociais. A Câmara Municipal será uma parceira ativa, disponível e presente, que valoriza o trabalho das instituições e que lhes fornece as ferramentas e meios para poderem continuar a cuidar dos outros.
No seu conjunto, estas medidas complementadas com outras ainda por anunciar, formarão um ecossistema económico sólido e dinâmico, onde diferentes setores trabalham com a ciência, a tecnologia e a inovação. Esta visão será executada por uma Câmara Municipal com capacidade, conhecimento e proximidade, apostada em estabelecer parcerias e atrair oportunidades.
No Compromisso Eleitoral, que oportunamente apresentaremos aos tomarenses, iremos detalhar o plano para fazer de Tomar um concelho amigo das empresas e capaz de construir o futuro, com seriedade, competência e ambição. Com a convicção de que só através do crescimento económico criaremos as bases para enfrentar os três grandes desafios demográficos do nosso tempo: a baixa natalidade, a perda de população e o envelhecimento.
A escolha, dentro de poucos meses, estará nas mãos dos tomarenses: continuar no caminho da estagnação ou acreditar que é possível um novo rumo para Tomar, virado para o futuro e para o crescimento económico.

Tiago Carrão
Candidato a Presidente da Câmara Municipal de Tomar pelo PSD

2 comentários:

  1. Texto enorme e muito comovente ):
    Enumera a necessidade de vários apoios, mas como se concretizarão?
    -Apoiar Empresas!? Como ? Como será feita essa atribuição das verbas!?
    -Investir na expansão das zonas Industrias!? Expandir para onde? Quais as zonas a que se refere? E os custos dessa expansão?
    - Projetos Estratégicos!? Como definem "Estratégicos"?
    - Balcão do investidor novo!? Mas não existe já um gabinete para esse fim?? Precisa-se de mais informação
    -Licenciamento Expresso!? Como pensam implementar esta medida e o que consideram "Tempo Expresso"? Quais os custos para o investidor?
    - Mais atração de empresas? Partido do principio que seja Industria, querem instalar essas empresas onde?
    -Reorganização dos serviços de Urbanismo!? Em que moldes? Colocar mais técnicos superiores, quiçá os amigos!?(Técnicos superiores é coisa que neste Município não falta)
    Não basta enumerar os planos de forma genérica, há que explicar bem explicado. Nós os eleitores já estamos escaldados de tanta "conversa" dos políticos.
    Cumprimentos,
    Um eleitor

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    1. Belíssimo e oportuníssimo comentário. Gostaria de acrescentar apenas uma pergunta: Como é que o candidato chegou à conclusão que turismo é importante mas não basta?

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