terça-feira, 15 de abril de 2025





Autárquicas 2025 

Ratos começam a abandonar a nau municipal

Opinião | Tomar na Rede

É uma frase cheia de simbolismo, que nos vem do tempo dos descobrimentos. Quando, em plena tormenta, naus, caravelas e outros barcos abanavam demasiado, os ratos que viviam a bordo em simbiose com as tripulações, abandonavam as embarcações, suicidando-se no mar incógnito furioso.
Em pleno século XXI, e numa terra parada no tempo, mas nem por isso imune às várias tormentas, uma ratazana à moda antiga tenta abandonar o barco, usando como colete salva-vidas o feudo informativo local da CDU-BE. Dez anos após os factos relatados, uma opinião anónima procura, num texto muito bem esgalhado, culpabilizar Cristóvão por arredar sem maneiras os seus camaradas de lista, na ânsia desmedida de alcançar o poder, o que finalmente conseguiu.
É particularmente significativa aquela parte onde se dá a entender que, coitadinha da Anabela, não merecia o que lhe fez o seu segundo, por ser inteiramente falsa. Com Cristóvão como vereador das obras e urbanismo, foi Anabela Freitas que assinou a venda do ex-Convento de Santa Iria à empresa Hotéis Vila Galé, uma pechincha, e sobretudo o posterior alvará de licença de obras, que não estará muito de acordo com o evangelho local. E são estes dois documentos que estão na origem do posterior afastamento voluntário da presidente, rumo a funções com melhor remuneração e maior duração, uma vez que na Câmara não poderia continuar para além de 2025. Tanto quanto se sabe, Cristóvão não foi visto nem achado nesta questão turístico-hoteleira.
Nestas condições, para quê abençoar a senhora agora longe, e procurar denegrir o seu sucessor? Com outro sistema eleitoral, poderia ser para o PS mudar de candidato, uma vez que com Cristóvão... Dado que tal não é possível no actual contexto, salvo renúncia do próprio, fotografado como tasqueiro a servir cerveja, só pode ser pois uma tentativa de quem escreve, no sentido de procurar abandonar a nau, mantendo contudo as amizades essenciais.
Diante de tudo isto e face ao persistente silêncio do PSD, que insiste em não se demarcar dos socialistas, como se daí dependesse a sua sobrevivência política local, cada vez mais o CHEGA tem na frente uma via triunfal rumo aos Paços do concelho de Tomar. Basta que consigam arranjar um candidato com gabarito, que adoptem um adequado programa de ruptura, e que não cometam muito mais erros.

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