O Mont St Michel - França, durante a maré alta.
Turismo e desenvolvimento económico
Lentes ideológicas
impedem boa visão da realidade envolvente
A anunciada insolvência de mais uma empresa tomarense, o que naturalmente só se pode lamentar, provocou um comentário bem esgalhado, no Tomar na rede, porém infelizmente trapalhão, e apesar disso logo apoiado por outro, assinado por uma velha bisca da nossa mesa de jogo. Há cada coincidência!
Ao contrário do que se afirma em ambos os comentários, não é verdade que alguma vez alguma Câmara nabantina tenha apostado tudo no turismo, tal como é falso que esteja demonstrado não ser o turismo a solução para o desenvolvimento económico de Tomar. São posições partidárias da extrema esquerda tomarista para tentar ir enganado o pagode, como até aqui. Sobretudo depois do recente desastre eleitoral algarvio ter demonstrado que o pessoal do turismo tende a votar à direita.
Trata-se, mais precisamente, de um axioma ideológico do esclerosado campo marxista local, que assim pretende continuar a cultivar ódios de estimação que já vêm de longe. Sem querer ir ao âmago da questão, para não magoar demasiado, não posso todavia deixar de rebater dois postulados do citado comentário, tal como já tentou fazer parcialmente um outro comentador no TNR, a quem agradeço.
Avança João Reis, o dito comentador inicial, que "Apostar tudo no turismo não é solução para Tomar" e que "Não somos Albufeira nem Cascais", visando com esta reforçar aquela, que afirma estar demonstrada. Sendo indubitável que não somos algarvios, nem arrabaldinos de Lisboa, nem tão pouco da faixa costeira ou litoral, podia argumentar com os nossos imensos recursos, que apesar de mal aproveitados ou mesmo deliberadamente destruídos, (que outra Câmara deste país resolveu encerrar um parque municipal de campismo com milhares de utilizadores anuais, alegadamente para combater o "turismo de pé descalço"?), esses recursos, dizia, facultam já um movimento turistico anual nada desprezível, e bem à vista de quem queira olhar sem óculos partidários. O Estado que o diga, pois arrecada anualmente mais de dois milhões de euros de entradas e outras receitas do Convenbto de Cristo.
Podia ir por aí, mas julgando conhecer os hábitos da casa, seria conversa para cair em saco roto, (como é costume) e por contrariar frontalmente conhecidas posições partidárias, que mais não são afinal que desculpas esfarrapadas para camuflar a pouca capacidade de raciocínio e de adaptação à realidade envolvente. Ignorância e obediências partidárias.
Há até um apoiante nabantino de Maduro, do Hamas e de Putin, que agora resolveu publicar no Face que o Macron, eleito por milhões de franceses e defensor da Constituição, é um autocrata. Vejam só! Já o Maduro ou o Putin são uns democratas de primeira água, como bem sabemos.
Escolho por isso outro caminho para contra-argumentar. Pegando nos exemplos de Albufeira e Cascais, indicados pelo comentador em causa. Assim, sem mais rodeios, Fátima vive de quê? Óbidos vive de quê? Toledo vive de quê? Ronda vive de quê? O Mont St Michel vive de quê? Versailles vive de quê? Dubrovnik vive de quê? Split vive de quê? Luxor e Assuão vivem de quê? Goa, Agra e Jaipur vivem de quê? Veneza vive de quê? Hanga Roa vive de quê?
Não há pior cego que aquele que não quer ver, porque não lhe convém a paisagem envolvente. E os tomarenses é que vamos sofrendo as consequências... Há cada maduro na nossa querida cidade!!!