segunda-feira, 30 de setembro de 2024

 

Jornal O POVO -Fortaleza CE, 29/09/2024

NO PRÓXIMO DOMINGO 
HÁ ELEIÇÕES MUNICIPAIS NO BRASIL

No próximo domingo realiza-se a primeira volta das eleições municipais em todo o Brasil. Cerca de duzentos milhões de eleitores vão escolher dezenas de milhares de prefeitos e centenas de milhares de vereadores (deputados municipais). Para se ter uma ideia, aqui em Fortaleza, cerca de 2,5 milhões de habitantes, há escolha entre 8 candidatos para um só lugar de prefeito, e entre centenas de candidatos para 44 lugares de vereadores da Câmara (Assembleia municipal).
O voto é obrigatório, seguindo o princípio "um eleitor um voto num candidato", pelo que cada um terá de votar duas vezes, uma para o prefeito (Prefeitura) e outra para o vereador (Câmara de vereadores). Não há votos em papel nem cruzinhas. Tudo é feito nas máquinas de votar, mediante identificação prévia, limitando-se cada votante a teclar o número que foi atribuído por sorteio ao candidato escolhido, premindo depois a tecla "confirmação". Há partidos, da extrema esquerda à extrema direita, mas não há listas fechadas. É cada um para si e fé em Deus, sendo o caso. Nada de grupos ou quadrilhas, como em Portugal.
Só são eleitos na primeira volta os candidatos que obtiverem pelo menos 50% mais um dos votos expressos. Os outros terão de disputar uma 2ª volta, três semanas depois, na qual só podem participar os dois candidatos mais votados na primeira volta. 
A campanha tem sido bem animada. Em S. Paulo, por exemplo, o principal município do país, com mais de 20 milhões de habitantes, houve mesmo espectáculo, daquele que o povo gosta. Durante um debate em directo, um dos candidatos a prefeito, que é também um conhecido apresentador de televisão, não gostou do que disse determinado competidor e foi rápido na reacção. Pegou numa cadeira e deu com ela na cabeça do outro. Tudo em directo na TV. Segundo a mais recente sondagem, o agressor está agora  com 7,5% das intenções de voto. O outro está com umas nódoas negras, mas não desistiu.
Foram requisitadas forças militares federais para garantir a ordem pública e a regularidade da eleição em cerca de 40 cidades de 12 dos 27 estados da União, entre as quais Fortaleza e Caucaia, no Ceará. A coisa promete.
Perguntará o leitor mais curioso, o que acontece a quem não for votar, uma vez que o voto é obrigatório? Terá de apresentar  uma justificação junto do organismo eleitoral local (atestado médico, bilhete de avião, por exemplo). Se a mesma não for aceite, terá de pagar uma multa.

domingo, 29 de setembro de 2024

Para evitar dúvidas e tentativas de escapatória, forçando cada um a assumir o seu passado, eis aqui a equipa quase completa que tratou do realojamento à pressa dos ciganos do Flecheiro. Façam o favor de se assumir. Enfrentem, não procurem desviar para canto.

 Assim vai a política local

Tentar intimidar 

para continuar a errar e a reinar

Queixam-se os do sindicato STAL-CGTP que foram intimidados pelo presidente da Câmara, Hugo Cristóvão, na decorrência de ter furado a recente greve dos funcionários municipais. Está no Tomar na rede e só aí, porque os outros órgãos locais de informação...
Na mesma ocasião, reagindo a um escrito aqui publicado sobre os problemas desencadeados pelo realojamento feito à pressa dos ciganos do Flecheiro, uma velha bisca da política socialista local respondeu lateralmente no Facebook, usando uma linguagem ordinária, reles, desenquadrada e intimidatória. E caluniando, para não perder o hábito.
Deve ser portanto uma técnica ensinada desde há pouco tempo nas escolas de quadros do novo Partido socialista, que tem cada vez menos parecenças com o PS de Mário Soares, Salgado Zenha, Jaime Gama, António Barreto e por aí adiante. Intimidar para continuar a reinar, sob a velha ameaça do já falecido Jorge Coelho dos queijos: "Quem se mete com o PS leva!" Lembram-se?
No caso dos problemas causados pelo realojamento precipitado dos ciganos nabantinos, a reacção descabelada e casca grossa da tal bisca local, foi apesar de tudo útil. Ainda não tinha entendido (decerto por ser de compreensão lenta) a brusca expulsão, por Anabela Freitas, do seu chefe de gabinete e companheiro de vida, acompanhado pelo então vice-presidente Serrano. Conforme se escreveu há pouco tempo nestas colunas, eram os dois elementos com mais estofo político (e técnico, no caso do arquitecto Serrano), pelo que carecia de sentido tal rejeição brusca e aparentemente desajeitada.
Os recentes comentários estilo labrego brutamontes da tal bisca, a propósito do autor do escrito sobre os problemas causados pelos ciganos realojados, e não sobre a própria questão problemática, tiveram a virtude involuntária de esclarecer a antes citada expulsão. É tal a grosseria e até mesmo a falta de adequação ao tema, que chega a causar náuseas e se torna portanto insuportável conviver com a personagem. A bisca, querendo ou não, torna-se asquerosa em determinados contextos, devido a uma linguagem desbragada e fora de sítio, o que decerto levou a então presidente a correr com ele sem praticar atletismo, como forma de alívio imediato e duradouro. O "mandanela" foi mandado por ela às ortigas, e o vice-presidente Serrano acompanhou-o porque o apoiava. Afinal foi o então lider do PS local que antes o fora buscar a Abrantes "para compôr a lista, muito carecida de valores técnicos".
Em conclusão, é perfeitamente aceitável na política procurar sacudir a água do capote, e os socialistas tomarenses estão-se a tornar mestres nessa área. Ou não foram eles, ou não podiam fazer nada, ou procuram desviar a atenção do problema, como neste caso  do realojamento dos ciganos. Já certa linguagem que dantes se dizia de carroceiro, reles e até abaixo disso, tem de se tolerar, porque estamos em democracia, mas é inaceitável e torna praticamente impossível qualquer convivência. Fica-se até sem perceber como é que "gente do avental" pode descer tão baixo, ao nível das sanitas turcas, uma vez que as velhas lojas são templos de gente séria e geralmente de boa companhia, goste-se ou não.

ADENDA às 12H46 de Lisboa

Para ler a bela prosa da bisca (salvo seja!), é preciso ir ao Facebook, encontrar a página de António Costa Marques, e aí localizar a partilha do post sobre os ciganos do Flecheiro, do TAD3, com 23 comentários até agora. Boa leitura e cuidado com os vómitos.


sexta-feira, 27 de setembro de 2024


Realojamento dos ciganos 

do acampamento precário do Flecheiro

O alegado sucesso 

foi afinal mais um falhanço

Os tomarenses lêem pouco, mas mesmo assim recordam-se decerto do realojamento dos ciganos do Flecheiro. Anunciado como o grande sucesso do mandato, mas criticado por alguns cidadãos mais conscientes, não o realojamento em si, mas o modus operandi, a maioria PS não gostou, tendo acusado os contraditores de má-língua, de inveja e de "gente que não faz nem deixa fazer".
A oposição não se mostrou à altura das circunstâncias, como habitualmente, dando assim à maioria socialista a ilusão de que "vai tudo bem, no melhor dos mundos possíveis", como diria Pangloss, a pouco conhecida personagem voltairiana. Foi porém sol de pouca dura. Estando de saída por imposição legal, o presidente Augusto Barros, um socialista tomarense inteiro e como deve ser, resolveu soltar a língua, decerto também alarmado pelo que sabe e vê no exercício das suas funções, acabando por confirmar as posições dos cidadãos mais implicados nas questões societais e na crítica  à péssima engenharia social dos aprendizes que temos em Tomar.
Que disse o presidente da Junta Urbana? 1 - Que há muita droga nos bairros sociais nabantinos, sobretudo no 1º de Maio e na Senhora dos Anjos. 2 - Que há gente de velha cepa nabantina a abandonar esses bairros, por não conseguir conviver pacificamente com os novos vizinhos. O que significa que muitos dos realojados nunca quiseram nem pretendem integrar-se capazmente na sociedade tomarense. Querem manter os seus costumes e tradições, e os outros que se aguentem. 3 - Perguntado se são os realojados do Flecheiro os causadores da actual crise, Augusto Barros foi apaziguador: -"Em parte".
Embora possa parecer a alguns, não se realça esta intervenção corajosa do presidente PS da Junta urbana para acicatar ânimos, nalguns casos de adolescências mal resolvidas. Trata-se isso sim de alertar para um problema que tende a agravar-se, não só em Tomar como em todo o país e na Europa, levando a que os políticos procedam de maneira a encontrar soluções, deixando de se fiar nas cantilenas de alguns técnicos sociais, que ignoram ou fingem que não sabem das desgraças que por aí há, para não terem de admitir que, mal formados e com pouca experiência, se enganaram redondamente nas suas práticas e  propostas operativas.
Tal como nos casos de incêndio não se pode contar com os incendiários para os apagar, assim nesta situação os seus causadores remotos não devem participar nas reuniões buscando soluções, a não ser que antes façam o seu mea culpa. Tempos difíceis para os esquerdistas e respectvos aliados, mas que havemos de fazer?
Gente que também apoia o Hamas, o Hezbolah, o Maduro e por aí adiante, tem todo o direito de o fazer, mas não pode decentemente ser levada a sério, nas actuais circunstâncias e numa democracia europeia...



Imagem Rádio Hertz, com os agradecimentos de TAD3.

Presidente fura greve

A traição de um "compagnon de route" 

Num comunicado muito bem elaborado, (TOMAR – Câmara nega ter violado direito à greve. Hugo Cristóvão justifica decisão de abrir portas do mercado com a defesa de dezenas de vendedores e respetivas famílias | Rádio Hertz (radiohertz.pt), o sr. presidente da Câmara responde a um comunicado do STAL, procurando justificar-se, perante a oposição de extrema-esquerda e junto dos seu eleitorado, àcerca da sua atitude aquando da recente greve da função pública regional e local, o que se compreende. O facto de ter assumido pessoalmente a tarefa de abrir as portas do mercado municipal deu-lhe protagonismo, louvado por vendedores e outros, mas foi também fortemente criticado pelos sindicalistas e pelo próprio aparelho do PCP. 
Num comentário publicado no Tomar na rede, sob o pseudónimo João Batista, e que terá passado relativamente despercebido, pode ler-se "Mas que disparate enorme cometeu o presidente da Câmara. Derespeitou o direito à greve, derespeitou a dignidade do cargo, derespeitou os princípios democráticos... da Câmara. O presidente da Câmara deixa-nos cada vez mais dúvidas se está preparado para o cargo. Tem atitudes egocêntricas, prepotentes e irrefletidas."
Quem já andou ou anda na política usando a cabeça para pensar, sabe muito bem que estamos perante a linguagem  usual do PCP, mais precisamente da Comissão política do seu Comité central. Aquele "colectivo" "...deixa-nos cada vez mais dúvidas..." é inequívoco. Trata-se de uma condenação por traição de um "compagnon de route", no qual o partido depositava alguma esperança.
Bem pode Cristóvão vir agora, num bom comunicado, exaltar a sua atitude favorável aos trabalhadores em geral e a defesa intransigente dos direitos de todos e de cada um dos cidadãos. São duas linguagens incompatíveis, faltando apenas saber até que ponto poderá ir a condenação expressa no referido comentário, tendo em conta a relação de forças existente em Tomar.
O PS dispõe de maioria absoluta no executivo, mas não na Assembleia municipal, o que o tem levado a procurar os votos da extrema-esquerda (CDU, BE e Carregueiros) nos momentos difíceis, caso das transferências para a Tejo ambiente, da nomeação do provedor do munícipe, ou da aprovação do orçamento. Como contrapartida natural, pessoas e agremiações mais próximas das citadas formações esquerdistas têm contado com generosos subsídios e sumarentos ajustes directos, por vezes até a título extraordinário, conforme antes negociado.
Com este choque, inesperado mas inevitável em período pré-eleitoral, acabou a relação fraterna entre as partes, mas persistem os interesses mútuos. O mais tardar aquando da votação do próximo orçamento municipal, vamos saber o que prevalece -a condenação definitiva ou o realismo político local. Oxalá o PSD não venha a ter a ideia de dar o corpo à curva, assumindo uma atitude mimética em relação à política governamental. Já tem havido deputados municipais do PSD com incontinência urinária durante votações renhidas...

ADENDA  (27/09/2024 às 12H00 de Lisboa, 08H00 em Fortaleza - Ceará - Brasil)

O comunicado do STAL-CGTP, a que o presidente da Câmara respondeu, é assaz peculiar. Apesar de se saber que foi o próprio líder da autarquia a decidir e executar a acção que de facto furou a greve no Marcado municipal, o documento apenas critica a vereadora do pelouro, que se limitou a acolitar o seu chefe hierárquico. 
Qual a intenção de tal silêncio? Obviamente evitar agravar ainda mais o diferendo, assim procurando manter abertos os habituais canais de diálogo entre as partes, que tão bons resultados têm facultado. Mostra também que a iniciativa eleitoralista de Cristóvão foi um sucesso para ele, a tal ponto que inibe os seus adversários, mas é também um autêntico murro no estômago para muitos eleitores de extrema-esquerda. Paciência! Há Tomar e há a greve; há furar e negociar. (O comunicado do STAL pode ser lido na íntegra no Tomar na rede).

quinta-feira, 26 de setembro de 2024



Imagem TNR, com os nossos agradecimentos.

Finalmente alguma segurança rodoviária entre o Padrão e Carvalhos Figueiredo?

Ou apenas mais uma engenhoca mal amanhada?

Respeitando o factual, a notícia é esta:

"TOMAR – Requalificar EN110, entre São Lourenço e rotunda da zona industrial, é prioridade para a Câmara. Projeto será concluído no Outono. Obra custará entre sete a oito milhões de euros (c/vídeo)" -  (Rádio Hertz, 24/09/2024)

Surgem então as perguntas do cidadão leigo na matéria, mas acostumado há muito aos dislates camarários:
A - Só "entre S. Lourenço e a rotunda da zona industrial"? Porquê tal estrangulamento, se a EN 110 continua até à Nun'Álvares, onde tem duas ciclovias, e atravessa depois a cidade toda?
B - "Prioridade para a Câmara"? Ao fim de 11 anos de reinado, é preciso lata de político rasca  e à rasca para dizer semelhante coisa, com o fim de mandato à vista.
C - "Projecto será concluído no Outono." Deste ano, ou só em 2025? Em qualquer dos casos, está-se mesmo a ver que não há  relação alguma com as autárquicas de Outubro 2025. Nem pensar!
D - "Obra custará entre sete e oito milhões de euros." Que obra? O que vão fazer realmente? Ninguém sabe. Ainda nem há projecto acabado, quanto mais aprovado. A fartura europeia dá nisto, numa terra pequena de um país de pelintras: "Obra custará entre sete e oito milhões de euros". Ignora-se como será a obra, mas já se conhece o preço aproximado. Mais milhão menos milhão, que importância tem isso? Pagam sempre os mesmos e arrecadam os do costume. -Quero uma obra vistosa, coisa para 7-8 milhões! Bem ao estilo dos gaioleiros da Lisboa dos anos 50-60 do século passado, que aconselhados pelo arquitecto decorador da nova casa na capital, iam às livrarias encomendar meio metro de Eça de Queirós encadernado a vermelho, 20 centimetros de Camilo Castelo Branco em Azul e 30 de Almeida Garret e Alexandre Herculano, em couro cru, para colocar no armário em mogno da biblioteca lá de casa.
Na minha opinião, para já, o mais grave parece-me ser a exclusão prévia daquele troço da EN 110 entre a Fonte de S. Lourenço e o padrão de D. Sebastião (Rotunda de acesso ao viaduto da CP). E até julgo saber porquê, mas fica para escrita futura. 
A confirmar-se tal exclusão, será também para manter e preservar aquela curiosa engenhoca acabada de instalar e que custou mais de 400 mil euros. Ou seja, deixar entre o futuro novo perfil da EN 110 e a Av. Nun'Álvares um troço sem passeios nem bermas, com um passadiço exterior e mais elevado do lado do rio, que é ao mesmo tempo ciclovia, caminho pedonal e percurso turístico. 
Para quem venha de bicicleta de Carvalhos Figueiredo ou da avenida Nun'Álvares, que os da rotunda terão de andar para trás para entrarem na via, vai ser uma travessia laboriosa, caso encontre outros ciclistas em sentido inverso, alguns caminhantes nabantinos, ou grupos de turistas admirando o Nabão e fotografando as ruínas da Ponte das Ferrarias, antiga via romana. A confirmar-se, vai ser bonito vai!

terça-feira, 24 de setembro de 2024

Imagem TNR, com os agradecimentos de TAD3.

Turismo - Principal via de acesso ao Convento de Cristo - Património da Humanidade

 Câmara manhosa e oposição com inibições

A notícia é do Tomar na rede, de onde provém a imagem que encima este texto, com os nossos agradecimentos. Alertou o vereador  sr. Luís Francisco, do PSD, na reunião formal do executivo autárquico nabantino, que há risco de desabamento de terras na Estrada do Convento, oficialmente Av. Dr. Vieira Guimarães. Olhando com alguma atenção para a imagem, vê-se logo que o autarca laranja tem razão. Já há alguma terra na valeta e, como bem refere o TNR , aproxima-se a época das chuvas...
À boa e usual maneira deselegante da actual maioria, em vez de responderem da forma mais simples e educada, informando que vão tomar providências, pois a isso estão obrigados, os autarcas PS optaram pela informação lateral, em estilo militar. Dizem que vão "efectuar trabalhos de manutenção, limpeza e poda de árvoredo" sem referência directa ao alerta do vereador social-democrata, ou à necessidade de trabalhos de contenção da encosta.
Esta evidente falta de polimento da maioria PS para com os seus homólogos do PSD, mais uma, só surpreenderá quem não esteja ao corrente da vida autárquica no vale do Nabão. Os mais ou menos bem informados sabem o que está para trás e explica a presente situação. 
As mais recentes obras da principal via de acesso ao Convento datam de 2009, portanto do até agora último mandato maioritário do PSD. Verificou-se no final da referida empreitada que havia algumas anomalias ou desconformidades, designadamente no revestimento de contenção das encostas, (dos taludes, em termos técnicos), e sobretudo na largura da faixa de rodagem.
Foram os profissionais de turismo que alertaram na época para a impossibilidade de dois autocarros passarem um pelo outro, num determinado troço da estrada. Em vez de reconhecerem imediatamente o erro de projecto, de execução ou de ambos, procedendo em conformidade, optaram os eleitos por uma solução à tomarense: calaram-se para não molestarem os srs, engenheiros técnicos superiores nem o sr. empreiteiro, sempre tão diligentes e generosos, determinando e mandando assinalar que os autocarros de turistas podem subir, mas não podem descer por aquela via. 
Houve naturalmente variadas queixas, referindo que muitos turistas vão ao Convento e não descem à cidade, enquanto operadores turísticos referem ser muito problemático trazer grupos a Tomar, porque não há estacionamento e não se pode usar a estrada do Convento em sentido descendente. Apesar disso, nem o PS nem o PSD reagiram. Os do PS porque são manhosos e sabem o que se passou, os do PSD por acanhamento e porque também sabem o que aconteceu quando foram maioria.
Após mais de dez anos de silêncio sobre as mazelas do principal acesso ao Convento, bem pode agora o PSD alertar para o mau estado de tudo aquilo, ou para a simples instabilidade da encosta. O PS habituou-se a uma oposição mansa e praticamente inoperante, por razões conhecidas, o que leva os socialistas no executivo a portarem-se em conformidade. Fazem de conta que os seus pares social-democratas estão nas reuniões da Câmara só para ornamentar, dando ao órgão um ar democrático, como convém.
O PSD pode queixar-se à vontade. O lider da actual maioria conhece bem aquele dito popular segundo o qual "quem semeia ventos colhe tempestades". Calaram-se quanto à largura da via? Apoiaram a interdição do sentido descendente para autocarros? Agora aguentem-se!

O Mont St Michel - França, durante a maré alta.

Turismo e desenvolvimento económico

Lentes ideológicas 

impedem boa visão da realidade envolvente

A anunciada insolvência de mais uma empresa tomarense, o que naturalmente só se pode lamentar, provocou um comentário bem esgalhado, no Tomar na rede, porém infelizmente trapalhão, e apesar disso logo apoiado  por outro, assinado por uma velha bisca da nossa mesa de jogo. Há cada coincidência! 
Ao contrário do que se afirma em ambos os comentários, não é verdade que alguma vez alguma Câmara nabantina tenha apostado tudo no turismo, tal como é falso que esteja demonstrado não ser o turismo a solução para o desenvolvimento económico de Tomar. São posições partidárias da extrema esquerda tomarista para tentar ir enganado o pagode, como até aqui. Sobretudo depois do recente desastre eleitoral algarvio ter demonstrado que o pessoal do turismo tende a votar à direita.
Trata-se, mais precisamente, de um axioma ideológico do esclerosado campo marxista local, que assim pretende continuar a cultivar ódios de estimação que já vêm de longe. Sem querer ir ao âmago da questão, para não magoar demasiado, não posso todavia deixar de rebater dois postulados do citado comentário, tal como já tentou fazer parcialmente um outro comentador no TNR, a quem agradeço.
Avança João Reis, o dito comentador inicial, que "Apostar tudo no turismo não é solução para Tomar" e que "Não somos Albufeira nem Cascais", visando com esta reforçar aquela, que afirma estar demonstrada. Sendo indubitável que não somos algarvios, nem arrabaldinos de Lisboa, nem tão pouco da faixa costeira ou litoral, podia argumentar com os nossos imensos recursos, que apesar de mal aproveitados ou mesmo deliberadamente destruídos,  (que outra Câmara deste país resolveu encerrar um parque municipal de campismo com milhares de utilizadores anuais, alegadamente para combater o "turismo de pé descalço"?), esses recursos, dizia, facultam já um movimento turistico anual nada desprezível, e bem à vista de quem queira olhar sem óculos partidários. O Estado que o diga, pois arrecada anualmente mais de dois milhões de euros de entradas e outras receitas do Convenbto de Cristo. 
Podia ir por aí, mas julgando conhecer os hábitos da casa, seria conversa para cair em saco roto, (como é costume) e por contrariar frontalmente conhecidas posições partidárias, que mais não são afinal que desculpas esfarrapadas para camuflar a pouca capacidade de raciocínio e de adaptação à realidade envolvente. Ignorância e obediências partidárias. 
Há até um apoiante nabantino de Maduro, do Hamas e de Putin, que agora resolveu publicar no Face que o Macron, eleito por milhões de franceses e defensor da Constituição, é um autocrata. Vejam só! Já o Maduro ou o Putin são uns democratas de primeira água, como bem sabemos.
Escolho por isso outro caminho para contra-argumentar. Pegando nos exemplos de Albufeira e Cascais, indicados pelo comentador em causa. Assim, sem mais rodeios, Fátima vive de quê? Óbidos vive de quê? Toledo vive de quê? Ronda vive de quê? O Mont St Michel vive de quê? Versailles vive de quê? Dubrovnik vive de quê? Split vive de quê? Luxor e Assuão vivem de quê? Goa, Agra e Jaipur vivem de quê? Veneza vive de quê? Hanga Roa vive de quê?
Não há pior cego que aquele que não quer ver, porque não lhe convém a paisagem envolvente. E os tomarenses é que vamos sofrendo as consequências... Há cada maduro na nossa querida cidade!!!

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

 

Numa rua da Baixa de Lisboa.

Uma autarquia em crise 

agora também com uma escola de pedintes

As pessoas não têm tempo nem paciência, por vezes nem capacidade, para pensar em minudências. Há porém em Tomar pequenas desgraças tão evidentes que seria cobardia cívica não as abordar em detalhe. Uma delas, talvez a principal, é a autodenominada "dinamização cultural", imposta pela Câmara com o nosso dinheiro. Oficialmente "para promover Tomar", nunca se apurou se assim acontece ou não, por falta de auditoria. Quase nunca há entradas pagas, e sem isso, sabe-se lá se foi um sucesso ou um desperdício de verbas.
Pegue-se, por exemplo, na última edição dos tabuleiros. Custou uma fortuna. Terá mesmo promovido a cidade e o concelho? As centenas de visitantes que protestaram publicamente, por terem andado quilómetros a pé, e nem assim terem conseguido ver o cortejo em condições mínimas, devido a erros crassos da organização, irão fazer promoção favorável ou negativa de Tomar? 
Ampliando a análise, Tomar precisa mesmo de promoção turística? Para quê? Não lhe basta o Convento, património da Humanidade, que mesmo sem promoção à altura atrai centenas de milhares de visitantes pagantes anualmente? Será adequado gastar milhões em promoção nunca auditada, quando afinal Tomar não dispõe de estruturas de acolhimento para turistas? Onde estão os parques de estacionamento para automóveis e autocarros de turismo? E os WCs limpos e a funcionar? E a informação nos locais mais frequentados? E a indispensável limpeza urbana? E o Nabão cada vez mais coberto de algas? E o sossego dos clientes da estalagem e do Hotel dos templários, por exemplo? E o Mouchão, uma desgraça quanto a manutenção? E a Mata?
Apesar de tudo isto, (ou será por causa de tudo isto?), a maioria socialista insiste em certos erros, e a oposição PSD tende a aplaudir, assim demonstrando que é afinal, na prática do dia a dia, "farinha do mesmo saco". Falou-se recentemente, e uma vez mais, na persistente crise da Escola profissional, com cada vez menos alunos e por isso condenada a uma morte lenta. Por causa dos professores? Da pedagogia? Dos cursos? Das instalações? Da promoção? Não senhor. É tudo por causa da concorrência dos cursos profissionais das duas escolas secundárias locais, asseveram os responsáveis. Será mesmo? 
Se assim for, então o Politécnico de Tomar também está em crise, devido à concorrência do seu homólogo de Leiria. É isso? E nesse caso, que fazer? Procurar reformar quanto antes o IPT? Ou limitar administrativamente o IPL que consegue  tanto sucesso, de forma a que alguns alunos venham para Tomar?
No meio de tudo isto, houve mais uma promoção financiada pela Câmara. Um festival de artes de rua, sem que alguém alguma vez tenha tentado demonstrar aos contribuintes involuntários que se trata de actividades dignas para uma cidade com o passado e o prestígio de Tomar. Será mesmo o caso?
Estou a pensar nas estátuas vivas, actividade com um projecto local financiado pela autarquia. Temos assim um município que falha estrondosamente na promoção e na verdadeira formação, tanto promocional como profissional, como vimos acima, mas resolve insistir nas estátuas vivas, por exemplo, uma actividade de pedintes, sem perspectivas à escala mundial. É disto que Tomar precisa?
Na última vez que estive em Paris, fiquei chocado com a mendicidade por todo o lado, incluindo nos outrora prestigiados Campos Elísios. Pedintes imigrantes, sobretudo muçulmanos. Mas também numerosas estátuas vivas, com recipientes a solicitar a moedinha. É este progresso que queremos ver em Tomar? Então para que andamos a financiar projectos locais de estátuas vivas? Não consta que o santuário de Fátima tenha financiado a formação dos detestados pedintes ciganos que por lá andam, e são mesmo assim cada vez mais numerosos...




domingo, 22 de setembro de 2024



Decisão exemplar ou erro político monumental?

Presidente da Câmara e vereadora "furam" greve da função pública

Segundo a Rádio Hertz, (TOMAR – «Atitude exemplar» de Hugo Cristóvão e Rita Freitas merece elogios dos vendedores. Presidente da Câmara e vereadora abriram as portas do mercado, às 6h30 da manhã desta sexta… caso contrário os comerciantes ficavam na ‘rua’ devido à greve dos funcionários municipais | Rádio Hertz (radiohertz.pt), Hugo Cristóvão e Rita Freitas decidiram abrir as portas do mercado municipal na passada sexta-feira, 20 de Setembro, dia do mercado semanal, apesar de os funcionários respectivos terem aderido à greve da função pública. Alguns vendedores louvaram a "atitude exemplar dos autarcas", acrescenta a mesma fonte.
Exemplar ou não, trata-se de uma decisão inevitavelmente com pesadas consequências políticas. Uma maioria autárquica com uma vereadora que tem vindo a implementar, com êxito e algum triunfalismo bacoco, uma política cultural nitidamente de extrema esquerda, bem ao gosto portanto do PCP e do BE, passa  agora a ter também dois eleitos "fura greves", não sendo segredo para ninguém que na origem das greves na função pública está a CGTP, e portanto o PCP.
Decisão exemplar ou erro monumental, só com o tempo viremos a saber. Certo é que o presidente da autarquia pode estar convencido de que controla a extrema esquerda local, por via dos sucessivos subsídios e ajustes directos, que vêm beneficiando as entidades nabantinas dominadas pelo PCP e pelo Bloco. Será mesmo suficiente?
Em 2015, numa decisão que apanhou os tomarenses de surpresa, e continua por explicar nove anos depois, Anabela Freitas forçou a renúncia dos dois políticos mais experientes da equipa eleita em Outubro 2013. O vice-presidente Serrano e o chefe de gabinete e companheiro Luís Ferreira, foram literalmente "corridos", sem outra forma de tratamento. Veio a constatar-se depois que se tratou de uma evidente esquerdização, tendo como objectivo estratégico a colagem à extrema-esquerda local, como garantia da manutenção no poder, até ao ansiado voo para poiso mais rentável e duradouro.
Nove anos decorridos, é provável que, acossado por um ambiente cada vez menos favorável, Hugo Cristóvão tenha decidido agora "virar à direita", assim tentando obstar a uma eventual vitória do Chega, que se tornou mais provável designadamente  após a vergonha dos tabuleiros na Festa do Avante/PCP, que dividiu os tomarenses e de que  maneira. Conseguirá? Veremos, em Outubro de 2025. 
Entretanto, foi demasiado evidente a ostentação do presidente neste virar de página. Podia ter-se limitado a mandar a vereadora abrir aa portas do mercado, o que lhe permitiria mais tarde, em caso de necessidade, alegar que Rita Freitas agiu por conta própria. Não o fez e agora é demasiado tarde.
A máquina comunista tem os seus defeitos, que são muitos e cada vez mais devido à velhice, mas também tem qualidades: é eficaz e geralmente implacável na retaliação em caso de ofensa grave. Como esta de furar a greve dos funcionários municipais, uma autêntica bofetada sem luva no rosto de velhos lutadores a quem nunca faltou coragem, mesmo quando não têm razão.





sábado, 21 de setembro de 2024


Uma cidade com "Património da humanidade" mas sem estacionamento

António Freitas

Haver mais hotéis em TOMAR, é excelente para o crescimento turístico. Mas a Câmara tem que pensar também nos autocarros, que trazem 70% do forte dos turistas, e que para levar grupos até aos hotéis, na Rua de Santa Iria é um problema...Um problema para quem conduz autocarros de 12 metros. 
Dia de mercado. Estacionamento caótico e em contravenção, que as pessoas têm que ir ao mercado. Um autocarro da Barquense desce a Rua Santa Iria, o que legalmente pode fazer, para tomar um grupo que vai para o aeroporto, e que depois sairá pelo Parque Santa Iria, via ponte nova. Claro, jamais passaria debaixo do arco da rua homónima, rumo à Ponte velha. 
Sem local reservado para BUS, para tomada e largada de passageiros, os pobres motoristas com horários rigorosos a cumprir, neste caso não conseguem curvar para ter acesso à Ponte Nova, pois apesar da linha amarela proibitiva, há viaturas e mais viaturas que impedem a manobra. Solução: chamar a PSP que refere ser este o pão nosso habitual, em que o agente com o seu profissionalismo, muita calma e ponderação, se limita a cumprir o código da estrada e a passar autuações. 
Não há um reboque e este autocarro queima 1 hora do seu tempo contado, para sair de um "beco" onde  se construíram novos hotéis, mas não se pensou nos acessos e locais de largada e tomada de passageiros, porque zelosos autarcas e técnicos de gabinete pensam que os turistas vêm de Mercedes, Teslas ou Porches, com motorista que depois vai ver onde deixar o carro. Poucas cidades com hotéis "estrelados" neste país tem estes acessos e sem espaço, para clientes individuais ou para autocarros de turismo. Esta  hora perdida, pode pôr em causa um vôo, e milhares de euros! Há que encontrar soluções, porque pedir à PSP que venha multar estacionamentos abusivos não é a melhor solução, dado a multa não facultar o espaço que faz falta aos profissionais do turismo para fazerem o seu trabalho- o transporte.

PS

Pode-se perguntar porque não deixam os grupos de turistas na Alameda um de Março. Porque não podem. A sinalização proíbe a passagem de autocarros de mais de 3.5 toneladas, pelo que também não podem descer via Ponte Velha. Deixar os grupos ao pé dos bombeiros? Não há espaço reservado, e ninguém quer ir para um quatro estrelas arrastando as malas. Soluções há. É preciso é agir e vir ao terreno, ver com olhos de ver! Tomar no que diz respeito a parqueamento, ou com locais destinados a tomadas e largadas passageiros em autocarros de turismo, é uma vergonha! E lá em cima, junto ao castelo templário, durante a época alta, é um mar de viaturas, com os autocarros a terem de ir estacionar para os Pegões. Só visto. Contado tem menos piada.

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

 Degradação da situação política local

Ardeu uma viatura utilitária no Bairro Senhora dos Anjos. Suspeita-se de fogo posto. Como o veículo ardido pertence ao chefe da claque do Sporting de Tomar, não custa deduzir o resto. O mais recente subsídio camarário (73 mil euros) surpreendeu muito boa gente, mas nem tanto assim, porque o presidente da Assembleia Municipal de Tomar é igualmente dirigente do clube. Uma espécie de Sporting Clube Municipal IPT de Tomar.
Dois detalhes deveriam dar que pensar, se Tomar fosse uma terra de gente pensadora: 1 - Segundo a notícia, quando os bombeiros chegaram ao local, já os moradores combatiam o incêndio. Mesmo assim, compareceram 17 operacionais e 6 viaturas. Não será demasiado para uma simples carrinha de 15 mil euros? 2 - Um suposto Ângelo Cigano apressou-se a escrever no TNR que vai investigar o que se passou. Já vamos aí? Agora são os calés que também investigam?
Na mesma linha de guerilha urbana, vandalizaram recentemente o WC do campo de jogos, e até aproveitaram para partir a respectiva sanita. Trabalho encomendado, claro está. Uma sanita não se parte a pontapé. É preciso levar ferramenta adequada. Quem terá encomendado? Nunca se virá a saber. Mas é a Câmara que beneficia com o delito. Uma excelente justificação para manter os WCs citadinos encerrados. Ninguém gosta de limpar retretes, um trabalho indigno e degradante, na óptica dos camaristas nabantinos...
No caso da fraca recolha do lixo, várias são as fontes, tanto políticas como jornalísticas, a garantir que a culpa pelo evidente desmazelo é dos tomarenses que são afinal uns porcos. Pois. Diz o povo que a morte encontra sempre uma justificação. Por isso morremos todos, mais tarde ou mais cedo.


quarta-feira, 18 de setembro de 2024

 OS DO PODER NÃO MENTEM

Cumprindo a promessa feita a uma excelente amiga, de voltar a escrever logo que longe do húmido e frio vale nabantino, aí vai escrita! Tudo má-língua, já se vê, segundo o ponto de vista do poder local e respectivos aproveitadores de circunstância.
Li no Tomar na rede (a única informação local ainda relativamente livre e isenta) que a srª Vereadora da cultura mentiu sobre os custos da mais recente festarola local, que teve cenas degradantes, gruas, discurso político da senhora e tudo. Não pode ser. Os do poder não mentem. Tentam apenas impingir-nos a sua verdade. Compreende-se. A verdade é afinal e apenas aquilo que dela fazemos.
Tomemos o caso do ex-camionista Maduro, instalado no poder em Caracas (Venezuela). Tudo indica que o candidato da oposição venceu folgadamente as recentes eleições, mas o actual presidente afiança que ganhou com 52% dos votos. É a sua verdade. A verdade oficial  do poder instalado. Que havemos de fazer, quando até o PCV aceita a vitória da oposição, mas o PCP prefere a verdade madura, apesar da enorme distância geográfica? As coisas são o que são, diria o outro que já cá não está.
No caso tomarense, a realidade está longe de ser brilhante, mas ainda temos as liberdades fundamentais, entre as quais eleições livres e justas, cujos resultados todos acatam pacificamente. Caberá portanto aos tomarenses que ainda não perderam a decência, (e são muitos felizmente) escolher em Outubro de 2025 entre a verdade oficial e a verdade nua e crua. Entre a lenta agonia local e uma hipótese de recuperação económica sustentável. Entre um poder em deriva esquerdista, acolitado pela CDU/BE, e uma nova maioria, respeitadora da vontade popular e das coisas como elas são.