Imagem TNR, com os nossos agradecimentos.
Finalmente alguma segurança rodoviária entre o Padrão e Carvalhos Figueiredo?
Ou apenas mais uma engenhoca mal amanhada?
Respeitando o factual, a notícia é esta:
"TOMAR – Requalificar EN110, entre São Lourenço e rotunda da zona industrial, é prioridade para a Câmara. Projeto será concluído no Outono. Obra custará entre sete a oito milhões de euros (c/vídeo)" - (Rádio Hertz, 24/09/2024)
Surgem então as perguntas do cidadão leigo na matéria, mas acostumado há muito aos dislates camarários:
A - Só "entre S. Lourenço e a rotunda da zona industrial"? Porquê tal estrangulamento, se a EN 110 continua até à Nun'Álvares, onde tem duas ciclovias, e atravessa depois a cidade toda?
B - "Prioridade para a Câmara"? Ao fim de 11 anos de reinado, é preciso lata de político rasca e à rasca para dizer semelhante coisa, com o fim de mandato à vista.
C - "Projecto será concluído no Outono." Deste ano, ou só em 2025? Em qualquer dos casos, está-se mesmo a ver que não há relação alguma com as autárquicas de Outubro 2025. Nem pensar!
D - "Obra custará entre sete e oito milhões de euros." Que obra? O que vão fazer realmente? Ninguém sabe. Ainda nem há projecto acabado, quanto mais aprovado. A fartura europeia dá nisto, numa terra pequena de um país de pelintras: "Obra custará entre sete e oito milhões de euros". Ignora-se como será a obra, mas já se conhece o preço aproximado. Mais milhão menos milhão, que importância tem isso? Pagam sempre os mesmos e arrecadam os do costume. -Quero uma obra vistosa, coisa para 7-8 milhões! Bem ao estilo dos gaioleiros da Lisboa dos anos 50-60 do século passado, que aconselhados pelo arquitecto decorador da nova casa na capital, iam às livrarias encomendar meio metro de Eça de Queirós encadernado a vermelho, 20 centimetros de Camilo Castelo Branco em Azul e 30 de Almeida Garret e Alexandre Herculano, em couro cru, para colocar no armário em mogno da biblioteca lá de casa.
Na minha opinião, para já, o mais grave parece-me ser a exclusão prévia daquele troço da EN 110 entre a Fonte de S. Lourenço e o padrão de D. Sebastião (Rotunda de acesso ao viaduto da CP). E até julgo saber porquê, mas fica para escrita futura.
A confirmar-se tal exclusão, será também para manter e preservar aquela curiosa engenhoca acabada de instalar e que custou mais de 400 mil euros. Ou seja, deixar entre o futuro novo perfil da EN 110 e a Av. Nun'Álvares um troço sem passeios nem bermas, com um passadiço exterior e mais elevado do lado do rio, que é ao mesmo tempo ciclovia, caminho pedonal e percurso turístico.
Para quem venha de bicicleta de Carvalhos Figueiredo ou da avenida Nun'Álvares, que os da rotunda terão de andar para trás para entrarem na via, vai ser uma travessia laboriosa, caso encontre outros ciclistas em sentido inverso, alguns caminhantes nabantinos, ou grupos de turistas admirando o Nabão e fotografando as ruínas da Ponte das Ferrarias, antiga via romana. A confirmar-se, vai ser bonito vai!
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