terça-feira, 24 de setembro de 2024

Imagem TNR, com os agradecimentos de TAD3.

Turismo - Principal via de acesso ao Convento de Cristo - Património da Humanidade

 Câmara manhosa e oposição com inibições

A notícia é do Tomar na rede, de onde provém a imagem que encima este texto, com os nossos agradecimentos. Alertou o vereador  sr. Luís Francisco, do PSD, na reunião formal do executivo autárquico nabantino, que há risco de desabamento de terras na Estrada do Convento, oficialmente Av. Dr. Vieira Guimarães. Olhando com alguma atenção para a imagem, vê-se logo que o autarca laranja tem razão. Já há alguma terra na valeta e, como bem refere o TNR , aproxima-se a época das chuvas...
À boa e usual maneira deselegante da actual maioria, em vez de responderem da forma mais simples e educada, informando que vão tomar providências, pois a isso estão obrigados, os autarcas PS optaram pela informação lateral, em estilo militar. Dizem que vão "efectuar trabalhos de manutenção, limpeza e poda de árvoredo" sem referência directa ao alerta do vereador social-democrata, ou à necessidade de trabalhos de contenção da encosta.
Esta evidente falta de polimento da maioria PS para com os seus homólogos do PSD, mais uma, só surpreenderá quem não esteja ao corrente da vida autárquica no vale do Nabão. Os mais ou menos bem informados sabem o que está para trás e explica a presente situação. 
As mais recentes obras da principal via de acesso ao Convento datam de 2009, portanto do até agora último mandato maioritário do PSD. Verificou-se no final da referida empreitada que havia algumas anomalias ou desconformidades, designadamente no revestimento de contenção das encostas, (dos taludes, em termos técnicos), e sobretudo na largura da faixa de rodagem.
Foram os profissionais de turismo que alertaram na época para a impossibilidade de dois autocarros passarem um pelo outro, num determinado troço da estrada. Em vez de reconhecerem imediatamente o erro de projecto, de execução ou de ambos, procedendo em conformidade, optaram os eleitos por uma solução à tomarense: calaram-se para não molestarem os srs, engenheiros técnicos superiores nem o sr. empreiteiro, sempre tão diligentes e generosos, determinando e mandando assinalar que os autocarros de turistas podem subir, mas não podem descer por aquela via. 
Houve naturalmente variadas queixas, referindo que muitos turistas vão ao Convento e não descem à cidade, enquanto operadores turísticos referem ser muito problemático trazer grupos a Tomar, porque não há estacionamento e não se pode usar a estrada do Convento em sentido descendente. Apesar disso, nem o PS nem o PSD reagiram. Os do PS porque são manhosos e sabem o que se passou, os do PSD por acanhamento e porque também sabem o que aconteceu quando foram maioria.
Após mais de dez anos de silêncio sobre as mazelas do principal acesso ao Convento, bem pode agora o PSD alertar para o mau estado de tudo aquilo, ou para a simples instabilidade da encosta. O PS habituou-se a uma oposição mansa e praticamente inoperante, por razões conhecidas, o que leva os socialistas no executivo a portarem-se em conformidade. Fazem de conta que os seus pares social-democratas estão nas reuniões da Câmara só para ornamentar, dando ao órgão um ar democrático, como convém.
O PSD pode queixar-se à vontade. O lider da actual maioria conhece bem aquele dito popular segundo o qual "quem semeia ventos colhe tempestades". Calaram-se quanto à largura da via? Apoiaram a interdição do sentido descendente para autocarros? Agora aguentem-se!

3 comentários:

  1. Eu também tenho um terreno que herdei junto a uma estrada larga, com bastante movimento. Não o consigo vender porque Incompreensivelmente a câmara não deixa lá construir por vários motivos, REN, RAN, perigo de cheias, etc... Ridículo!!! Este ano mandei limpar o terreno mas o ano que vem não o irei fazer. E se calhar o ano a seguir também não. Vai haver vastas áreas ao abandono no concelho de Tomar, com um risco de incêndio muito elevado porque além das áreas estarem desmazeladas porque as pessoas estão desmotivadas para as limparem, não mora lá ninguém e ninguém vai dar o alerta a tempo em caso de incêndio ou mesmo tentar extinguir o início de incêndio. E o PSDois não diz nada, só o chega é que tem falado no assunto. O presidente Cristóvão diz que o PDM é imperfeito mas que precisamos de ter um regulamento porque as pessoas não podem fazer o que querem!!! As pessoas têm a posse dos terrenos, pagam o IMI e não podem dar-lhes um fim por motivos puramente políticos, porque a câmara diz que não. O sr.presidente que vá aturar os putos do ciclo ou pentear macacos e deixe os Tomarenses de bem em paz... os mamões do PS e do RSI é que gostam dele.

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  2. Li com atenção o seu comentário e aconselho que pergunte ao dono do Hotel Vila Galé como é que conseguiu licença para construir 11 quartos e uma piscina num terreno da margem do Nabão que é leito de cheia, sujeito a inundações periódicas. Ele deve saber e a Dª Anabela Freitas, que assinou o despacho de deferimento, apesar de não ser então a vereadora com o pelouro das obras particulares, também deve ter uma ideia a esse respeito.

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    1. Estive ontem a falar com o Marôco sobre isso. Parece que a sobrinha dele queria fazer um empreendimento turistico em terras do falecido avô dela e o Marôco foi á câmara saber se era possível. Disseram-lhe que em princípio não mas que ela fizesse um projecto que depois logo se via. E o Marôco perguntou quanto é que ela, uma secretária da câmara, achava que poderia ficar o projecto ao que a mesma respondeu: "para aí uns 10 mil euros".

      Não havendo a garantia que o projecto era aprovado a sobrinha foi fazer o projecto lá para Lisboa, investiu em Lisboa. E os terrenos onde ela queria construir estão ao abandono, a criar erva. Está classificado pelos académicos que fizeram o PDM como zona de auxílio á produção agrícola e ainda está armadilhado como pertencente á reserva ecológica nacional (REN). Há para lá uns coelhos, javalis e tordos, deve de ser por isso!!!

      Isto dos projectos é conforme a cara, a carteira e a filiação partidária do requerente. Ainda ontem o Arquitecto Madureira me disse que ainda bem que não tem nada, que se fosse com ele que não se haveria de calar, que nós somos mansos, mas fazer o quê???!!! O Nuno Ferreira do Chega diz para irmos ver a situação dos nosso prédios rústicos, e depois ....Ninguém apresenta uma solução, dizem que agora não se pode fazer nada. O meu terreno, com pouco mais de 4200 m2, logo não é muito grande, tem uma parte como zona de produção agrícola porque tem lá umas oliveiras (poucas), tem uma partr em perigo de cheia, tem outra parte em zona ecológica o que até é um contasenso porque onde se cultiva não podem javalis nem passarada porque eles esgravatam tudo!!! O presidente diz que reconhece que o PDM tem falhas mas que era necessário um regulamento e que agora está feito, não se pode ir contra o regulamento, mas há casos e casos como o professor referiu, uns são filhos e outros enteados. Há zonas do concelho onde não é permitido construir porque estão sujeitas a inundações se a barragem do Castelo do Bode rebentar, eu acho que isto é aquela situação em que não se morre da doença e morre-se da cura.

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