Numa rua da Baixa de Lisboa.
Uma autarquia em crise
agora também com uma escola de pedintes
As pessoas não têm tempo nem paciência, por vezes nem capacidade, para pensar em minudências. Há porém em Tomar pequenas desgraças tão evidentes que seria cobardia cívica não as abordar em detalhe. Uma delas, talvez a principal, é a autodenominada "dinamização cultural", imposta pela Câmara com o nosso dinheiro. Oficialmente "para promover Tomar", nunca se apurou se assim acontece ou não, por falta de auditoria. Quase nunca há entradas pagas, e sem isso, sabe-se lá se foi um sucesso ou um desperdício de verbas.
Pegue-se, por exemplo, na última edição dos tabuleiros. Custou uma fortuna. Terá mesmo promovido a cidade e o concelho? As centenas de visitantes que protestaram publicamente, por terem andado quilómetros a pé, e nem assim terem conseguido ver o cortejo em condições mínimas, devido a erros crassos da organização, irão fazer promoção favorável ou negativa de Tomar?
Ampliando a análise, Tomar precisa mesmo de promoção turística? Para quê? Não lhe basta o Convento, património da Humanidade, que mesmo sem promoção à altura atrai centenas de milhares de visitantes pagantes anualmente? Será adequado gastar milhões em promoção nunca auditada, quando afinal Tomar não dispõe de estruturas de acolhimento para turistas? Onde estão os parques de estacionamento para automóveis e autocarros de turismo? E os WCs limpos e a funcionar? E a informação nos locais mais frequentados? E a indispensável limpeza urbana? E o Nabão cada vez mais coberto de algas? E o sossego dos clientes da estalagem e do Hotel dos templários, por exemplo? E o Mouchão, uma desgraça quanto a manutenção? E a Mata?
Apesar de tudo isto, (ou será por causa de tudo isto?), a maioria socialista insiste em certos erros, e a oposição PSD tende a aplaudir, assim demonstrando que é afinal, na prática do dia a dia, "farinha do mesmo saco". Falou-se recentemente, e uma vez mais, na persistente crise da Escola profissional, com cada vez menos alunos e por isso condenada a uma morte lenta. Por causa dos professores? Da pedagogia? Dos cursos? Das instalações? Da promoção? Não senhor. É tudo por causa da concorrência dos cursos profissionais das duas escolas secundárias locais, asseveram os responsáveis. Será mesmo?
Se assim for, então o Politécnico de Tomar também está em crise, devido à concorrência do seu homólogo de Leiria. É isso? E nesse caso, que fazer? Procurar reformar quanto antes o IPT? Ou limitar administrativamente o IPL que consegue tanto sucesso, de forma a que alguns alunos venham para Tomar?
No meio de tudo isto, houve mais uma promoção financiada pela Câmara. Um festival de artes de rua, sem que alguém alguma vez tenha tentado demonstrar aos contribuintes involuntários que se trata de actividades dignas para uma cidade com o passado e o prestígio de Tomar. Será mesmo o caso?
Estou a pensar nas estátuas vivas, actividade com um projecto local financiado pela autarquia. Temos assim um município que falha estrondosamente na promoção e na verdadeira formação, tanto promocional como profissional, como vimos acima, mas resolve insistir nas estátuas vivas, por exemplo, uma actividade de pedintes, sem perspectivas à escala mundial. É disto que Tomar precisa?
Na última vez que estive em Paris, fiquei chocado com a mendicidade por todo o lado, incluindo nos outrora prestigiados Campos Elísios. Pedintes imigrantes, sobretudo muçulmanos. Mas também numerosas estátuas vivas, com recipientes a solicitar a moedinha. É este progresso que queremos ver em Tomar? Então para que andamos a financiar projectos locais de estátuas vivas? Não consta que o santuário de Fátima tenha financiado a formação dos detestados pedintes ciganos que por lá andam, e são mesmo assim cada vez mais numerosos...
Eu vi as estátuas pela primeira vez na minha vida e deixe-me dizer-lhe que tinham muita categoria, vale a pena ver.Já o "espectáculo" em frente á igreja de São João não gostei, o som era péssimo e pelo que dizem que custou achei um roubo. Da grua e da bailarina pendurada pelos cabelos também não gostei, para ser sincero. Mas olhe o seguinte professor, os impostos estão a diminuir logo sobem os salários, o salário mínimo está a subir, os professores, os médicos, os polícias, etc..., todos viram as condições salariais melhoradas e a minha pergunta é de onde vem o dinheiro???!!!
ResponderEliminarSaúdo o seu regresso! Faça favor de discorrer à sua vontade. Sinta-se em casa. O dinheiro vem como sempre dos nossos impostos. Pena é que haja tantos que não pagam. Os dinheiros europeus vêm como as chuvas torrenciais. Somem-se sem que saibamos bem como.
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