quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Falta de meios

Alegrem-se aqueles que honram com a sua compreensão, a sua estima, a sua amizade, ou a sua paciência, quem escreve estas linhas. Desiludam-se os que eventualmente pensaram que acabara finalmente e em boa hora para eles o gosto pela escrita. Ou até se -suprema satisfação- lhes passou pela cabeça que o malvado do cronista atara a botas. Ontem não houve crónica, aqui no Tomar a dianteira 3, apenas por falta de meios. Quando de manhã se abriu o computador, apareceu logo aquela ilustração com um animalejo estranho "Não há ligação à internet". Acedido o diagnóstico de rede, o veredito foi rápido e claro: "Servidor DNS não operante".
Só já depois do meio dia a incómoda situação foi ultrapassada, com a vinda de um técnico, que acabou por ser desnecessária. Meio dia aqui corresponde às três da tarde, aí junto ao Nabão.  Demasiado tarde para burilar um texto. Tratou-se portanto de um dia em branco, exclusivamente por falta de meios. Técnicos, neste caso.

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Quem também se queixou de falta de meios foi a senhora presidente, falando sobre a limpeza de terrenos imposta pelo governo. Mas referia-se a meios monetários e meios humanos. De acordo com o novo normativo legal, se os proprietários não limparem ou mandarem limpar em tempo oportuno os seus terrenos, terá de ser a autarquia a fazê-lo. Tarefa para a qual não dispõe de meios, dando-se até o caso, disse Anabela Freitas, de não haver no mercado empresas disponíveis para tal incumbência. Tem portanto razão a nossa eleita maioritária. Trata-se de uma situação assaz intrincada. Uma cama cada vez mais larga e comprida e umas mantas cada vez mais estreitas e curtas.
Só é pena que este acesso de franqueza da eleita socialista chegue demasiado tarde e seja muito incompleto. Na verdade, como bem sabem todos aqueles cidadãos que se preocupam com a política local, há muito que é evidente que a autarquia tem muito poucos meios reais. Salvo no que concerne às tarefas básicas (recolha do lixo, limpeza urbana, cemitérios, rupturas na rede de água, bombeiros e protecção civil...), apesar dos seus mais de 500 funcionários, recorre quase sempre a prestadores exteriores. A situação é particularmente evidente e chocante na área dos projectos. Com seis arquitectos na DGT e onze engenheiros no DOM, os projectos que vão aparecendo e cuja qualidade é conhecida, foram todos executados por técnicos de empresas privadas. Porquê?
Os arquitectos e engenheiros do quadro camarário e dos SMAS: Não sabem? Não querem? Não podem? Não os deixam? Perguntas a exigir respostas públicas, urgentes e completas, porque a autarquia tomarense gasta anualmente 40% dos seus recursos com pessoal. E tem uma dívida superior a 20 milhões de euros, que quando houver um inevitável aumento de juros...
É claro que, como quaisquer outros cidadãos, os funcionários municipais têm os seus direitos. Mas têm também os seus deveres, que não consta que estejam a ser todos escrupulosamente cumpridos, em todos os casos. Por conseguinte, em vez de se irritarem com textos como este, (o que só lhes pode fazer mal à saúde), o melhor será proceder a um rigoroso exame de consciência e depois agir em conformidade. Antes que seja demasiado tarde. Porque uma maioria autárquica que recorre sistematicamente ao sector privado, tanto na área dos projectos, como da comunicação ou do Direito, apesar de pagar a técnicos municipais nessas mesmas especialidades, uma maioria assim só pode ir longe graças ao condenável desinteresse da oposição e dos eleitores. Cúmplices? Ignorantes? Ambos?

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Porque vamos de mal a pior

Causou celeuma nas redes sociais a recente nomeação, pela senhora presidente, de mais uma adjunta. Só no colega Tomar na rede, esse acto provocou 14 comentários, todos criticando rispidamente. Imagina-se o que terá sido no Facebook que, por razões de higiene elementar, Tomar a dianteira não frequenta. E no entanto, apesar da evidente escandaleira, o acto presidencial tem justificação e vem afinal provar o que desde sempre aqui se tem escrito.
Ao tomar posse, cada funcionário jura solenemente que cumprirá com lealdade as funções que lhe são confiadas. Infelizmente para todos nós, em muitos casos, a experiência demonstra que tal não acontece. O que provoca consequências não previstas pelos actores respectivos, as quais estão na origem de boa parte dos problemas tomarenses.
Numa frase simples, topa-se, sobretudo desde o início do primeiro mandato socialista, que o galinheiro autárquico é constituído de facto por dois bandos opostos, cada um com a sua hierarquia própria de galos e galinhas, em função das respectivas opções políticas e outras. (Com relevo para as outras). Daqui resulta que o bando dos eleitos maioritários, tendo necessidade de aves leais, se vê forçado a efectuar as contratações necessárias de galinhas e galos de confiança política. Nem sempre é assim? Provavelmente não, mas desta feita foi. Basta ler os comentários anónimos, alguns inegavelmente da casa e do bando adverso, dos quais se destacam dois.
Num deles, classificam-se com precisão alguns dos principais intervenientes, apodando-se de maldosa uma das mais antigas e sempre leal funcionária, e de sisuda uma outra, assaz competente mas desalinhada. Noutro, lastima-se que a nova contratada de confiança política venha auferir mais de dois mil euros mensais, quando há honrados funcionários de carreira há muito na prateleira, garantindo que É O DESCRÉDITO TOTAL. Assim mesmo, com maiúsculas, para não passar despercebido.
Perante isto, pode Anabela Freitas vir desmentir o que antecede e/ou queixar-se mais uma vez de perseguição. Tomar a dianteira insiste e assina por baixo. A desgraça de Tomar prossegue a sua marcha, até agora imparável, porque se apoia em duas fortes pernas. De um lado, um grupo de funcionários superiores, que agem como se fossem donos da autarquia, repelindo com as suas exigências abusivas e demasiado onerosas a maior parte dos investidores potenciais. Do lado oposto,  uma maioria de eleitos que, sabendo bem que assim é, nada ousam fazer para acabar com tal escândalo, porque estão tolhidos pela necessidade periódica dos votos. E pela óbvia falta de coragem política.
O nunca esclarecido afastamento inopinado de Rui Serrano e Luís Ferreira, que antes haviam tentado sanear o aviário na medida do possível, aí está para demonstrar que, parafraseando Jorge Coelho em relação ao PS, quem se mete com os funcionários superiores do bando adverso leva! 
E pagam os tomarenses. E paga o concelho. Que definha a olhos vistos de dia para dia. Aqui mesmo ao lado, vão aparecendo novas empresas com fartura. E em Tomar?

domingo, 28 de janeiro de 2018

A arte do possível

O axioma "A política é a arte do possível, toda feita de execução", provavelmente nem será do conhecimento da actual maioria autárquica. É pelo menos o que resulta de recentes declarações de Anabela Freitas. No início do quinto ano de mandato, a braços com uma realidade cada vez mais adversa, resolveu recorrer à usual argumentação dos sitiados -está a ser vítima de uma perseguição. Não usou esse termo, mas a sua expressão "somos atacados pela direita e somos atacados pela esquerda", presta-se pouco a dúvidas a esse respeito.
A quem procura analisar friamente a actual situação tomarense, parece lógico que a senhora presidente terá todo o interesse em deixar-se de síndromes de perseguição, antes procurando com afinco entender o actual contexto político local. Buscando com sinceridade uma outra via para Tomar, dado que a actual  vem mostrando o que vale. Desde 2008, a realidade económica local oscila entre a recessão e a estagnação. O que obviamente só pode levar o concelho à ruína e posterior desaparecimento. (Convém nunca esquecer que a zona é propícia para esse tipo de tragédia. Basta pensar que Asseiceira e Paialvo já foram concelhos. Já tiveram cada um a sua câmara. Já foram. Já tiveram.) Tal como os cavalos do conhecidos filme, os concelhos também se abatem. Quando a sua existência já não se justifica.
Num clima de recessão, de falta de investimento, de falta de emprego, de fuga da população mais jovem, de encerramento de empresas, é urgente que Anabela Freitas resolva começar a olhar para as pessoas e para as coisas com olhos de ver. Que deixe de considerar cada cidadão discordante, cada escriba crítico, como inimigos, quando afinal querem o mesmo que ela -o melhor para Tomar e para os tomarenses.
Indo ao cerne da questão, não é decerto por acaso que os investidores se foram para outras paragens. Fizeram-no porque a isso foram forçados pelo "clima geral tomarense", o qual se caracterizava e caracteriza por custos gerais demasiado elevados e uma burocracia municipal asfixiante. Sucede que a actual maioria vem procedendo no sentido de agravar tais aspectos, em vez de tentar resolvê-los.
Para não alongar demasiado, explicando em detalhe que o excesso de despesas com pessoal e a manifesta autonomia abusiva de alguns serviços municipais, só podem vir a piorar o que já não está nada bem, é preferível resumir, numa curta frase-desafio, dirigida à actual maioria: Expliquem finalmente, de forma detalhada, as saídas nada comuns de Luís Ferreira e de Rui Serrano, ainda hoje envoltas num espesso mistério.
Qual o interesse? Apenas porque foram eles, e só eles, que até hoje ousaram mexer no vespeiro municipal, o qual desde há longos anos controla de facto a autarquia ao nível das ideias e rotinas dominantes, de consequências trágicas para o concelho, cujo lema mais apropriado é, desde há algum tempo, o daquele herói da batalha do Salado: Morrer sim, mas devagar!
Há dúvidas a tal respeito? Pois leia-se este comentário, que pode ser confirmado aqui, do familiar mais chegado ao ex-autarca Rui Serrano:

cabindês26 de janeiro de 2018 às 23:00
"É triste assistirmos a este estado de arranjismos com a colocação em lugares evitáveis de pessoas do partido com maioria na Câmara. A Presidente deveria aplicar o dinheiro que se destina ao pagamento desses salários, na recuperação do edifício camarário que tem um aspecto confrangedor nas paredes laterais e das traseiras. Faz falta um autarca que foi obrigado a abandonar o cargo porque pretendia actuar em várias áreas como esta e que se sentiu desautorizado."

Querem mais claro? Porque terá sido desautorizado? Por quem? Com que intenções reais? Que consequências tem tido esta vitória retumbante do Império dos sentados, na sua luta diária contra os eleitos que não se vergam aos seus pontos de vista, naturalmente sempre técnicos, só técnicos e com a melhor das intenções?

sábado, 27 de janeiro de 2018

O discurso, o fundo e a forma - 2

Disse Anabela Freitas, no já citado repasto, que "Portanto nós PS somos atacados pela direita, somos atacados pela esquerda, mas o importante é conduzir a olhar para a frente." Ou seja, não tem qualquer interesse procurar compreender porque são atacados de ambos os lados do tabuleiro político. Mais grave ainda, conquanto a senhora disso não se tenha dado conta, a formulação "nós PS", em vez de nós do PS, ou nós no PS, veicula uma ideia totalitária do tipo "o PS somos nós", pouco aceitável nos tempos que correm, tendo em conta o que ocorre na Venezuela, por exemplo.
De resto, esse relento implícito de autoritarismo, tipo quero, posso e mando, é reforçado pelo uso, logo mais adiante, do estafado mote da campanha eleitoral "Sabemos o caminho certo para Tomar", seguido desta pérola de manipulação dos factos: "os tomarenses que vivem na cidade têm saneamento e os tomarenses que vivem em Paialvo e outras aldeias não têm saneamento. São tomarenses como nós. Igualdade de oportunidades é ser socialista."
Pois é sim senhor. Porém, na circunstância, não passa de mera contorção dos factos para tentar enganar os cidadãos, e a isso chama-se oportunismo político, que não tem nada de socialista. Desde logo, porque os factos demonstram de dia para dia que, ao contrário do apregoado, a maioria socialista não sabe o caminho certo para Tomar. Nem sequer tem uma qualquer ideia de caminho adequado para Tomar, tendo em conta a situação cada vez mais grave que se vive no vale nabantino.
Segue-se que, ao contrário do afirmado no discurso, nunca ninguém pretendeu que os tomarenses urbanos não são iguais aos rurais. O problema é outro, bem diferente. Com essa pretensa questão da igualdade de oportunidades e do aumento da rede de saneamento de 58% para 70%, Anabela Freitas pretende camuflar a inevitável fuga para a frente dos SMAS, forçados a aumentar a rede, não com o fito principal de servir as populações, mas sim para terem cada vez mais bolsos onde meter a mão, uma vez que o regime de monopólio lhes garante uma confortável renda mensal, com os mínimos mensais obrigatórios e as respectivas taxas municipais.
Porque a questão deve ser posta assim: Se a autarquia procura mesmo garantir a igualdade de oportunidades entre todos os tomarenses, quer sejam urbanos ou rurais, como explicar então que, mesmo ao lado dos Paços do Concelho, largas dezenas de consumidores urbanos estejam a ser duplamente prejudicados, ao receberem água fornecida através de condutas em material proibido e pagando a taxa de tratamento de esgotos, que afinal não são tratados?
Exagero? De modo algum. O executivo e os SMAS sabem muito bem e há muito tempo que entre a Praça da República e a Av Cândido Madureira, excepto nalguns casos nos sectores mais a leste, as condutas são de amianto, matéria provadamente concerígena por contacto, e os esgotos de colector único. Significa isto que confluem para o mesmo emissário as águas ditas limpas (cozinha, lavatórios, duche, máquina de lavar. água da chuva) e sujas (sanitas). O que quer dizer que, se os ditos colectores únicos estão devidamente ligados à rede de tratamento, quando chove, a ETAR trata também  a água da chuva.
Preocupado com tal questão, o autor destas linhas procurou em tempo oportuno obter informações mais detalhadas junto de fonte credenciada. Foi então esclarecido que, nas conexões entre os colectores únicos e os emissários duplos, aqueles estão realmente ligados ao emissário de águas sujas. Existe porém em cada caso um dispositivo que desvia a carga do emissário único quando esta ultrapassa determinado volume. Quando chove, em resumo.
Sendo assim, admitindo que tal sistema seja fiável, os esgotos domésticos do citado sector nem sempre são encaminhados para a ETAR. Basta que chova um bocadinho mais. Mas os consumidores forçados pagam pontualmente as suas taxas, quer haja ou não tratamento. Correndo riscos de doença grave e pagando um serviço no mínimo intermitente, é isto a tal igualdade de oportunidades para todos? Situados entre a igreja de S. João e a de Nª Sª da Graça, nem assim conseguem estar na graça de Deus?

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O discurso, o fundo e a forma

Dado não ter qualquer problema de índole pessoal com a senhora presidente da Câmara, sempre tenho tido a preocupação de pautar as minhas intervenções por uma rigorosa observância de um princípio elementar -criticar a substância das opções, o fundo da questão, e nunca a forma como são apresentadas. Vejo-me agora forçado pelas circunstâncias a mudar de rumo. Vou referir-me à forma, ao discurso usual de Anabela Freitas, esclarecendo desde já que a azia nunca me apoquenta, pois tomo sempre uma infusão de folhas de boldo a seguir a cada refeição.
Tal mudança de orientação não resulta portanto de qualquer problema de saúde. Apenas do conhecido axioma "Deixa-me ouvir-te para te dizer como pensas". Ou seja, através do discurso  de qualquer político, é possível determinar se é bom leitor e bom actor, quando reproduz textos escritos por outrem, mas igualmente a forma como pensa, quando fala de improviso. Com efeito, a forma como cada um organiza as suas intervenções orais denota o modo como pensa, bem como a arrumação dos seus recursos comunicacionais.
No recente almoço comemorativo que reuniu 130 militantes e simpatizantes PS num restaurante arrabaldino, a líder da maioria socialista estaria se calhar cansada, o que a levou a cometer erros de palmatória no seu improviso. Procurando rebater críticas, que são normais em qualquer democracia, recorreu a uma falsa alternativa, que mais parece provinda de alguém após uma refeição bem regada:
"Porque com a actual conjuntura, e passados três meses das eleições, ou o stock de Kompensan falhou no nosso concelho, ou então anda aí muita gente com muita azia."


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Na realidade, a alternativa aceitável, uma vez que a senhora usou OU, teria sido  "Ou o stock de Konpensan falhou no nosso concelho, ou então anda aí muita gente com azia crónica incurável." Isto porque, sendo o Kompensan um medicamento anti-azia, (o velho bicarbonato de sódio, numa apresentação melhorada), não faz nenhum sentido o intervenção da senhora, tal como foi dita e depois transcrita no semanário O Templário. Porque, não havendo falta do medicamento, como explicar a persistência da maleita, a não ser pela sua natureza incurável?
Já antes Anabela Freitas, quiçá influenciada por Alexandre Dumas, quando escreveu Os Três mosqueteiros, que na verdade são quatro, (Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan), lançou esta tirada que dá que pensar. Nos seus precisos termos, para usar o jargão administrativo da autarquia: "Há quatro coisas na vida em que eu me orgulho. Primeiro o meu filho, segundo ser mulher, terceiro ser portuguesa e quarto ser tomarense e socialista." Sucedendo que há tomarenses que não são socialistas, socialistas que não são tomarenses, e até filiados no PS que não são socialistas, embora julguem o contrário, lógico seria que a lider PS tivesse dito, segunda ser mulher, terceira ser portuguesa, quarta ser tomarense e quinta ser socialista.
Com intervenções assim, sob reserva de alguma dificuldade ocasional, sobressai que a senhora presidente não consegue improvisos articulados e rigorosos, com tudo o que isso pode significar na área da negociação política. Como bem reza o adagiário popular, "Pela boca morre o peixe." 
E nesta conjuntura tão difícil, os tomarenses precisam, como de pão para a boca, de quem defenda os interesses do concelho com rigor, com eficácia e sem falhas clamorosas, tanto ao nível das opções como do discurso.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Comparar é ficar a saber mais

Nas suas enormes diferenças, Tomar - Portugal e Nice - França têm também alguns pontos comuns. Conforme já aqui foi referido, também naquela metrópole do sul gaulês, apesar dos seus 400 mil habitantes, há falta de emprego, a população está a diminuir e a média de idades é cada vez mais elevada.
Em Tomar, como sabemos, confrontada que esses mesmos problemas, a autarquia decidiu enveredar pela recuperação de alojamentos, que depois são entregues a famílias carenciadas,  pelo realojamento a conta-gotas das famílias ciganas do Flecheiro, pela requalificação da Praceta Raul Lopes, da Av. Torres Pinheiro, da Av. Nun'Álvares e da Várzea Grande. Nada portanto de novas edificações para habitação, comércio ou serviços. Comparativamente, em Nice como estão a proceder?

Como vai ser a nova parte oeste de Nice

Segundo o nosso homólogo Le Ficanas, "Os arquitectos Sou Fujimoto, Laisné Roussel e Cino Zucchi integram uma equipa dirigida por Lambert Lénack, que foi seleccionada para projectar e edificar uma nova urbanização do lado oeste de Nice. O projecto premiado descreve os planos de desenvolvimento para usos mistos, organizados à volta de espaços públicos dinâmicos. No total, este plano director engloba 800 unidades residenciais, uma gama de comércios e serviços de proximidade, escritórios e um hotel.
O concurso público inicial solicitava propostas inspiradas na arquitectura vernácula da região e  no seu clima mediterrânico. A integração da vegetação era também um factor importante, com uma horta urbana, um jardim de plantas aromáticas e um jardim experimental.
O projecto vencedor está estruturado em três praças públicas: a praça metropolitana, rodeada por imóveis de grande altura, entre as quais a "torre meridiana" de Sou Fujimoto, a Merídia Plaza, um reinterpretação das praças tradicionais de Nice, e o pátio, uma espécie de claustro íntimo no seio de um centro de bem-estar, concebido por Laisné Roussel. 
Pensa-se que este projecto, que representa um investimento de 275 milhões de euros, estará concluído dentro de seis anos, com as primeiras construções prontas a habitar ou usar em 2021."

Informações e imagens de Designboom.com

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Ficamos assim a saber de onde vem a mania de querer transformar a Várzea Grande na grande praça urbana. Cada um joga as cartas que tem na mão e, tal como no tempo do Eça, nalgumas matérias, as grandes ideias, o progresso afinal, ainda continuam a vir de França. Só que agora a Internet substitui o Sud-Expresso.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Ironia municipal?

O executivo tomarense noticiou que acaba de aderir à iniciativa " A minha rua", a qual incita os cidadãos a reportarem as anomalias que encontrem no seu dia a dia. É uma informação da Rádio Hertz, sempre bem informada nestes questões, que no entender  de Tomar a dianteira devia ter colocado como ante-título "Humor".

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Com efeito, quando são conhecidas as reacções agrestes da maioria autárquica e dos seus seguidores mais ferrenhos perante chamadas de atenção publicadas sobretudo em Tomar na rede e Tomar a dianteira, vir agora encorajar os cidadãos a criticar, a apontar o que está mal na rua onde moram, só pode significar uma de três coisas: 1 - Trata-se de pura ironia, assim uma espécie de humor mal assumido; 1 - Tenta-se enganar quem não vive em Tomar, ou não anda atento ao que ocorre na urbe, na área da comunicação social; 3 - A actual maioria não se dá conta daquilo faz, nem tem a noção do ridículo.
Pensando melhor, é muito provável que a dita iniciativa signifique tudo isso e mais algumas coisas que agora me não ocorrem. Ou será que a referida iniciativa e respectiva difusão marcam finalmente uma mudança para melhor, por parte de quem governa o executivo tomarense? Era bom, lá isso era. Tenho contudo a impressão -oxalá errada- de que vamos continuar a viver numa comunidade cuja maioria autárquica pratica muito a velha máxima "Oiçam e façam o que eu digo; não olhem para o que eu faço."

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Comparando o incomparável

Tomar e Fortaleza não têm comparação possível. Uma metrópole de dois milhões e meio de habitantes pouco ou nada tem em comum com uma pequena urbe de 45 mil almas. Que tem o Convento de Cristo e a Festa dos Tabuleiros, bem sei, mas não dispõe de quilómetros e quilómetros de praias, com uma temperatura praticamente constante durante todo o ano, da ordem dos 28 graus centígrados, e a sombra dos coqueiros. Tendo este abismo em conta, seguem alguns preços e custos reais, para que os meus queridos conterrâneos possam perceber as diferenças existentes na vida corrente.
A habitação é relativamente mais barata, com 1 euro actualmente a valer 4 reais. Tomo como exemplo o imóvel onde habito, situado a menos de 50 metros do Aterro da Praia de Iracema (para poder verificar no googlemaps, fica entre a Av Monsenhor Tabosa e o aterro - Av. Raimundo Girão), que tem 27 anos, 17 andares e 8 apartamentos por andar. Aqui, um apartamento T 1 de 50 metros quadrados, mobilado, equipado e pronto a habitar, compra-se por 200 mil reais, o que equivale a 50 mil euros.

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O ITBI, imposto de transacção de bens imóveis, fica por 1.150 euros, a escritura por 918 euros, e o registo predial custa outro tanto. O condomínio é de 118 euros mensais, incluindo limpeza e iluminação dos acessos interiores, recolha do lixo doméstico, ascensores, segurança 24 horas, guarda nocturno, lugar de garagem, água e gás. A electricidade é paga à parte, ficando por 25 euros mensais, que englobam 2,75€ para a iluminação pública.
Indo mais para o geral, uma viagem nos autocarros urbanos custa 1,25€, mas os mais de 65 anos não pagam, mediante a obtenção prévia de um cartão de identificação. Nos supermercados não há a fartura europeia. Muita quantidade, mas pouca escolha. Geralmente apenas um tipo de batata ou de tomate. Um quilo de peras argentinas fica por 3,43 euros e um quilo de maçãs por 2,52€. Em contrapartida, um quilo de bananas não vai além de 1 euro, tal como acontece com os abacaxis (ananases, em português do Brasil). Há conservas de sardinhas e de atum, mas são fracas. As importadas de Portugal chegam a ultrapassar os 3 euros/lata. O mesmo acontece com os queijos. São caros e de vaca. Os importados de Itália e Espanha, mais raramente de Portugal, atingem preços proibitivos. Uma cerveja custa entre, 1,5 e 2 euros, nas barracas de praia, mas duas águas de coco ficam por 1,25€.
Os apreciadores de doces e pastelarias não serão muito felizes por estas paragens. Há acepipes salgados por todo o lado, porém doces é coisa mais rara. Ali no calçadão está às vezes um vendedor de pastéis de nata, mas quer 1,25€ por cada um.
Bem sei. Está com essa na ideia desde o início. A questão feminina e equiparada. Digamos que em todos os casos a única dificuldade é a escolha, dependendo do que se procura e onde.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Para se ter uma ideia...

Para se ter uma ideia da enormidade das tarifas praticadas pelos SMAS, consentidas há anos pelos tomarenses, basta comparar com os concelhos próximos, conforme se pode confirmar aqui. Quanto a comparar custos de produção e de encaminhamento, tal ainda não é possível. Tudo continua envolto naquele mistério do "contrato leonino celebrado no tempo do Paiva, que não pode ser renegociado". Parece estranho, é estranho, mas é o que temos. Que obriga a indagar noutras paragens. 


Duas imagens de uma instalação de transformação de água do mar, nas Ilhas Canárias (Fotos copiadas de ElPais online)

Numa análise do El Pais, ficamos a saber que, nas ilhas Canárias, abastecidas em grande parte com água do mar previamente dessalinizada, o tarifário vai aumentar 21%. Na região sul da Península Ibérica, designadamente devido à redução dos transvases Tejo-Segura provocada pela seca, (não há transvases desde Maio de 2017), as regiões afectadas estão também a recorrer cada vez mais à água do Mediterrâneo.
Segundo dados da Associação Internacional de Dessalinização, reportados pela BBC em 2017 e citados pelo El Pais, os custos para transformar água do mar em água potável são em média de 84 cêntimos/metro cúbico. O que pode vir a triplicar a breve prazo os custos para os consumidores.
Em Tomar e na região, podemos estar descansados, porque consumimos sobretudo água do Castelo do Bode? Parece que não. Por um lado, apesar da proximidade,  já  estamos a pagar a água do Castelo do Bode muito mais cara do que a água do mar tornada potável no sul de Espanha e nas Canárias: 1,111€/metro cúbico, mais a tarifa fixa mensal de 4,93 euros, contra os antes citados 0,84€/metro cúbico. Por outro lado, quem nos garante que a bacia do Zêzere vai continuar a assegurar sem problemas o abastecimento de uma comunidade humana que não pára de aumentar, embora esteja a definhar em Tomar?
Que tem  isto a ver com os consumidores tomarenses? Muito. Ignoramos os custos de produção da EPAL, em relação à água captada no Castelo do Bode e tratada na Asseiceira, tal como continuamos a ignorar os precisos termos do tão falado "contrato leonino". Ignoramos também porque não pode esse contrato ser renegociado, tal como não nos damos conta de uma verdade elementar no mundo actual: A parte com menos peso humano, tem sempre menos peso negocial. Com a pouca população tomarense a diminuir de ano para ano, não é difícil imaginar qual o peso negocial dos SMAS ante a EPAL.
Se calhar é designadamente por isso que o tal contrato não é negociável. Além de que é muito mais cómodo usá-lo como argumento, e ir metendo a mão ao bolso dos forçados consumidores tomarenses, que apesar de abusados, continuam mudos e quedos. Pobre terra.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Pontos de vista

Ser comentador em Portugal, sobretudo na província e particularmente em Tomar, não é tarefa fácil, nem cómoda, nem gratificante. Antes pelo contrário. É-se em muitos casos incompreendido e fica-se mal visto sempre que não se acompanha a voz do dono, neste caso da dona, e/ou da maioria.
Tudo porque, particularmente desde o início da geringonça, se vem tornando cada vez mais evidente que os governantes instalados procedem de forma a favorecer os seus eleitores ou, em sentido mais amplo, os funcionários e outros dependentes da administração pública nacional, regional e local, em detrimento dos cidadãos do sector privado.
Desse estado de coisas resulta uma óbvia divisão de pontos de vista. Há de um lado os que vivem graças aos impostos, e do outro os que pagam esses impostos. Mas os funcionários públicos também pagam impostos, dirão. Lá pagar, pagam. Porém, na realidade, o patrão limita-se a pagar-lhes menos que o vencimento nominal bruto, retendo a diferença sob a designação de IRS. Não é como no sector privado, onde os patrões têm de conseguir lucros para comprar matéria prima, amortizar o investimento, manutencionar os meios de produção, pagar aos seus trabalhadores, bem como para, além de tudo isso, liquidar contribuições e impostos.
Estamos portanto perante duas situações bem diferentes. De um lado, o conjunto da administração pública, que não tem que se preocupar com lucros, nem com racionalidade económica, nem com satisfação dos clientes, a não ser tendo em vista o voto. Do outro, um universo de empresários que não depende de clientes cativos, nem de receitas garantidas. Tem forçosamente de gerar valor acrescentado. Tem de  conquistar clientes e de proceder depois de forma a mantê-los.
Não surpreende por isso, num país assim dividido em dois universos praticamente antagónicos, que os comentadores sejam mal vistos, quando não maltratados. Os funcionários e outros dependentes do actual sistema foram demonstrando ao longo dos anos uma mentalidade avessa ao equilíbrio de posições. Não entendem, ou simulam não entender, que há sempre uma dualidade de pontos de vista entre o comentador franco e o funcionário ou dependente do Estado. Aquele vê as coisas de fora para dentro, como a generalidade dos que não são funcionários. Estes, pelo contrário, vêem as coisas de dentro para fora.
Um exemplo recente, permite perceber melhor esta questão. Parece que não caiu bem em todas as mentes a expressão "em 2013, a situação dos SMAS já era calamitosa", inserida no texto anterior. Houve quem discordasse por escrito, (o que se agradece por ser raro e, sobretudo, pelo tom extremamente correcto e amistoso, a demonstrar que se entendeu que em democracia as divergências são normais, não implicando inimizades), sustentando que os documentos internos disponíveis demonstram o contrário. Será certamente verdade, não se duvida. Mas esse é apenas o tal ponto de vista "de dentro para fora". Acontece que Tomar a dianteira adoptou, e adopta sempre que possível, o ponto de vista oposto, "de fora para dentro". Que interessa aos consumidores que, de acordo com aquilo que mostram os documentos oficiais obrigatórios, a situação dos SMAS seja razoável, boa ou excelente, se os preços são nitidamente abusivos, predadores mesmo, quando comparados com os concelhos vizinhos? Que coerência, justificação ou prioridade têm as ampliações da rede de distribuição dos SMAS, quando há sectores, nomeadamente no centro histórico, a 50 metros dos Paços do concelho, com rede podre, condutas prejudiciais para a saúde pública, e esgotos de colector único? Porque pagamos uma "taxa de resíduos sólidos", que não existe nos outros concelhos? Lá não recolhem o lixo? O que está primeiro afinal, a situação dos SMAS, ou a satisfação dos consumidores forçados?
Para os funcionários da autarquia, sobretudo dos SMAS, é óbvio que tudo vai e irá bem, no melhor dos mundos possíveis, não sendo jamais a situação calamitosa, enquanto forem recebendo pontualmente os respectivos vencimentos. Outra é porém a posição dos consumidores forçados, que somos afinal todos. Entende-se que a situação dos SMAS é calamitosa e necessita de reformas profundas e urgentes, porque o tarifário não pode continuar a aumentar sempre que convém aos ocasionais detentores do mando, devido aos evidentes prejuízos que causa ao desejado desenvolvimento da comunidade concelhia. Não será decerto por prazer ou mero acaso que tomarenses continuam  a fazer as malas, mas antes porque ninguém gosta que lhe metam a mão ao bolso para além do razoável.
É este o ponto de vista de Tomar a dianteira, de fora para dentro, fundado nos factos que são do domínio público.

sábado, 20 de janeiro de 2018

Comparando o custo da água

Está tudo jogado?

"Les jeux sont faits; rien ne va plus!" é uma expressão idiomática de todos os casinos. Que traduzida, dá "Está tudo jogado; não há mais apostas!" No recente caso do tarifário e do orçamento dos SMAS para 2018, também já está tudo jogado? Parece que sim, mas é pena. E muito prejudicial, tanto para os consumidores tomarenses, como para a economia do concelho, confrontada com cada vez menos população e menos poder de compra. Pudera!
Tanto quanto é possível saber, além da vertente condenada pelo PSD no executivo, e por toda a oposição unida na Assembleia municipal -as opções erradas do plano, que acabou por ser aprovado à rasca- há também e sobretudo a escamoteada questão do tarifário abusivo, antes aprovado pelo executivo, que entrou em vigor sem nunca ter passado pela AM. Maneiras de governar...
Certo é que, tentar comparar o preçário tomarense com os homólogos da região, é tarefa para uma vasta e sólida equipa, que obviamente não existe. Resta portanto ater-se ao que há. Que na informação local é pouco, muito pouco. Tomar a dianteira 3 foi por isso à procura alhures e constatou um facto algo estranho. Enquanto a Águas do Ribatejo publica aqui um tarifário condensado de fácil leitura, os SMAS-Tomar facultam aqui um tarifário cuja principal qualidade parece ser a complexidade, de modo a desencorajar a leitura. Mas faça você o favor de julgar.
Tudo devidamente compilado e ponderado, optou-se por um quadro-resumo comparativo, no qual figuram os mesmos dados para ambas as entidades, Águas do Ribatejo e SMAS-Tomar:

Quadro-resumo comparativo, elaborado por Tomar a dianteira 3 em 19/01/2018, a partir de dados constantes do tarifário da Águas do Ribatejo, que pode consultar aqui, e dos SMAS-Tomar, que pode consultar aqui. Aos custos apresentados acresce ainda a Taxa de recursos hídricos e o IVA, quando legalmente exigível.

A partir do quadro acima é possível chegar às seguintes conclusões:

1 - O tarifário dos SMAS é sempre nitidamente mais elevado que o da Águas do Ribatejo, excepto nos casos da tarifa fixa mensal doméstica de água, e fixa mensal não doméstica de saneamento.
2 - No que concerne ao saneamento, essa excepção pode explicar-se porque, ao contrário dos SMAS, a Águas do Ribatejo não cobra taxa de resíduos sólidos, o que indicará que o custo desse serviço está incluído no saneamento, como de resto faz todo o sentido.
3 - Recorrendo ao método internacional da adição das tarifas vazias (antes de qualquer consumo) para comparar, o tarifário da Águas do Ribatejo chega aos 25,95€, contra 43,25€ dos SMAS-Tomar. Ou seja, por outras palavras, os tomarenses andam a ser explorados pelos SMAS. Pagam em média mais 40% que os consumidores dos oito municípios da Águas do Ribatejo, em igualdade de circunstâncias. Porquê?
4 - Detalhando um pouco mais, é possível estabelecer que, seguindo o mesmo método da adição das tarifas vazias para fins de comparação, os consumidores domésticos tomarenses pagam em média mais 29,9%, enquanto os não domésticos (à excepção dos clubes, colectividades, autarquia e juntas de freguesia), desembolsam em média mais 44,52%. É um claro abuso de posição dominante! Fornecemos a outros "em alta" a água do Castelo do bode, que eles depois pagam "em baixa" muito mais barata que nós.
5 - Agravando o problema, as circunstâncias descritas no ponto anterior originam situações curiosas. Nomeadamente esta: O Hospital ou a Escola Secundária Santa Maria dos Olivais, por exemplo, pagam a água bem mais cara que um clube desportivo, ou uma pequena associação cultural. Justificação usual para tal anomalia: O Estado tem lá muito dinheiro, pode pagar,  enquanto que as colectividades vivem com muitas dificuldades... Mas justo não é, e moralmente aceitável também não. Demonstra que a principal preocupação de quem gere os SMAS-Tomar é sacar dinheiro.
6 - Perante tal situação, que não me parece nada propícia para um futuro mais risonho, veio à memória um dito popular de 1975. Quando, numa viagem Évora-Lisboa de automotora, um alentejano me perguntou em que partido eu ia votar, fiquei algo aflito, que na altura o Alentejo estava como se sabe. Apesar disso, disse-lhe que se calhar ia ficar admirado, mas que eu ia votar PS. A resposta veio de rajada: -"Nã m'admira qu'ele até há quem goste de pã com ranho." Quase cinco décadas mais tarde, estamos na mesma. A maioria autárquica PS anda-nos a explorar, abusando da situação de monopólio dos SMAS-Tomar. Mas se os consumidores tomarenses a elegeram e se calam, deve ser porque também gostam, em sentido figurado, do tal "pão com ranho". Ou estarão apenas mal informados?

ADENDA

Não! Não se trata de modo algum de um ataque pessoal contra a senhora presidente da Câmara e dos SMAS. Apenas da normal crítica política de quem não concorda com o caminho errado que as coisas levam. Sendo certo que, quando Anabela Freitas tomou posse em 2013, a situação dos SMAS já era  calamitosa, o que se reprova é que, em mais de quatro anos de mandato, ainda nada tenha feito de acertado, no sentido de provocar uma mudança de rumo, preferindo insistir no assalto ao bolso dos consumidores tomarenses, que não têm escolha possível.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Aprender nunca faz mal

São duas infografias copiadas do Le Monde, que podem servir para arrefecer um bocadinho os ânimos do mais exaltados defensores da geringonça. Bem vista as coisas, no fim de contas a situação, não sendo má, tão pouco é assim brilhante como a querem pintar.
No primeiro quadro as diferenças de salário mínimo. Estamos no grupo amarelo torrado, com a Espanha e a Grécia. Mas eles já vão a caminho dos 800 euros e nós ainda nem aos 600 chegámos.




O segundo quadro apresenta as previsões de crescimento do PIB em 2018. Apesar da conversa que por aí vai, com o aumento extraordinário do turismo e a melhoria das exportações, pior do que o nosso 2,1%, só a Inglaterra, a Itália, a França e a Bélgica. Até a Grécia consegue melhor, com 2,5%.

Participar? Para ficar mal visto?

O Orçamento participativo, uma iniciativa da Câmara municipal, visando facultar aos cidadãos mais jovens uma intervenção activa na vida política local, está com grande  falta de participantes. Segundo a sempre bem informada Rádio Hertz, o prazo limite para a entrega de ideias acaba de ser prolongado até ao final deste mês.
O vice-presidente Hugo Cristóvão, docente e por isso mais ligado à área escolar, alegou falta de empenhamento dos estabelecimentos, para justificar a penúria de participantes. Tomar a dianteira pensa que tem razão. É bem capaz de ter havido e persistir alguma falta de apoio à iniciativa camarária, o que se compreende.
Uma autarquia que só aceita de bom grado as opiniões favoráveis e os louvores interesseiros; que até acaba de tratar bastante mal -tentando humilhá-los- os eleitos da oposição, tanto no executivo como na Assembleia municipal, com aquela vergonha dos SMAS, não pode depois esperar uma adesão entusiástica da parte da população jovem.
Criticar frontalmente, apontando o que está mal e/ou os erros cometidos, tudo com assinatura por baixo, é uma honrada e corajosa maneira de assumir o dever de cidadania. De participar activamente na vida política local, de forma transparente e limpa. Se, em vez de aceitar com normalidade tal exercício de cidadania, a actual maioria PS, acolitada por alguns militantes mais exaltados, tudo faz para desacreditar quem a critica, e até quem simplesmente procura exercer a sua profissão, que é a de informar de forma cabal, está a arranjar lenha para se queimar. Porque ninguém gosta de participar e depois ser injustamente acusado de tudo e mais alguma coisa.
Não é o caso dos jovens, bem entendido. Por enquanto. Mas eles também vão ouvindo, lendo e concluindo. Sabem por conseguinte muito bem em que sociedade vivem.
O vice-presidente Cristóvão, que lá vai passando entre os pingos da chuva, devia providenciar de forma a afixar na sala de reuniões do executivo dois dísticos: "Quem semeia ventos, colhe tempestades." "Nunca faças mal esperando que te façam bem."
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O convento de Cristo e os visitantes

 "Somos un servicio público. Como en un hospital, tienes que salir mejor de lo que has entrado. Tienes que haber aprendido algo y adquirir un poco de sensibilidad. Si el visitante entra, se hace un selfie y se marcha, no habremos contribuido mucho a su mejora".
Será melhor começar por verter em português este excerto, publicado no EL PAIS, da intervenção do director do Museu Rainha Sofia, de Madrid, durante um colóquio internacional patrocinado pela Louis Vuitton, que reuniu na capital francesa os directores da Tate (Londres), Moma (Nova Iorque), MACMA (Los Angeles), Centre Pompidou (Paris), Ermitage (S. Petersburgo) e Reina Sofia (Madrid):
"Somos um serviço público. Tal como num hospital, o utente tem de sair melhor do que entrou. Tem de ter aprendido algo, e adquirido um pouco mais de sensibilidade. Se o visitante entra, tira uma selfie e sai, não teremos contribuído muito para o seu aperfeiçoamento."


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Aspecto da Sacristia filipina, no Convento de Cristo

Pois é exactamente isto  que acontece com os visitantes do Convento de Cristo, desde que passou da Direcção-geral da Fazenda Pública para os sucessivos organismos dependentes da área da cultura (IPPC, IPPAR, IGESPAR, DGPC). Saem como entraram. Antes disso, havia guardas que guiavam cada grupo de visitantes, apesar de as entradas serem gratuitas. Posteriormente, os visitantes passaram a pagar à entrada e a vaguear sozinhos pelo monumento.
Claro que também há visitas guiadas. Basta reservar com dias de antecedência. O que, convenhamos, é muito prático quando se está de férias. Claro que também há áudio-guias. Desde que não estejam avariados ou indisponíveis. Claro que também há indicações escritas. Num português tão específico que grande parte dos visitantes terá a maior dificuldade para  entender.
Será isto normal num monumento Património da Humanidade, que registou 255 mil entradas em 2017, o que representa mais de milhão e meio de euros de receita?
Dirão talvez os responsáveis, à falta de melhor argumentação, que a situação é a mesma em todos os outros monumentos sob a égide da DGPC. Pois é, sim senhor. Mas não está certo, nem prestigia ninguém. E só ainda não provocou incidentes de maior, porque grande parte dos visitantes (85%, no caso de Sintra, segundo a PSML) são estrangeiros, que visitam em grupos com guias privativos, ou vêm munidos com guias escritos, coisa que praticamente não existe em português.
Afinal, o regime democrático veio para melhorar, ou para piorar as condições de vida dos cidadãos?

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Museu dos descobrimentos em Tomar?


O amigo Templário, decerto influenciado pelas suas raízes  de S. Lourenço e, sobretudo, por Sintra, o concelho onde reside, e o seu vasto património monumental, que faz dela o concelho mais visitado, logo a seguir a Lisboa, lançou o repto: Agitem-se! Reivindiquem para Tomar o Museu dos descobrimentos!
Está cheio de razão. A mais adequada localização seria em Tomar, pois como refere o coevo cronista Zurara, o senhor Infante foi pagando a empresa das navegações "com a sua fazenda e as rendas da Ordem de Cristo". Circunstância que as próprias iluminuras da época bem retratam: as velas das caravelas e naus não ostentam o escudo português, mas apenas a cruz da Ordem de Cristo, a quem pertenciam de facto.
A juntar a esses dois factos maiores, um outro se impõe. Restam no Convento de Cristo dois claustros (Cemitério e Lavagem), mandados edificar pelo infante D. Henrique, bem como as ruínas do convento velho, que são afinal aquilo que resta dos Paços do Infante, os únicos conhecidos no país onde provadamente viveu o então governador da Ordem de Cristo, a necessitar de urgente recuperação.

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Vista parcial das ruínas dos Paços do Infante D. Henrique, obtida a partir da Torre de menagem do Castelo dos templários, que mais tarde também fez parte dos referidos paços.

Seria portanto lógico que os tomarenses se "mexessem" e que o falado Museu dos descobrimentos viesse a ser instalado nos antigos Paços do Infante. Sucede contudo que muito dificilmente isso irá acontecer, devido a múltiplos obstáculos. Desde logo, porque o apelo foi lançado nas colunas de Tomar a dianteira, um blogue que deliberadamente incomoda, e que por isso raros são os que admitem lê-lo. Depois porque, em conformidade com a tradição, esse apelo caiu em saco roto, como tantos outros. Mais precisamente no salobro pântano tomarense, que tudo submerge sem ruído perceptível. Morrer sim, mas devagar e sem fazer barulho, para não afectar a tranquilidade alheia.
Há depois uma outra questão de monta: Uma vez tomada a decisão de instalar o museu, qual será o seu espólio? De onde virão os indispensáveis recursos financeiros e humanos? Perguntas pertinentes e oportunas, quando se sabe que em Tomar se fala de tempos a tempos no Museu dos Tabuleiros, enquanto o propalado "museu polinucleado da Levada", que já engoliu 6 milhões de euros, ainda não foi sequer inaugurado, nem se prevê que alguma vez o venha a ser.
Pela simples razão que, à boa maneira tomarense, meteram o carro à frente dos bois. Em vez de se preocuparem primeiro com os meios humanos e financeiros, a organização e os objectivos, foram logo para o que interessava -as obras, porque é aí que há muito dinheiro a ganhar por todos os envolvidos. O resultado aí está. De útil, aproveitam-se as coberturas e o restauro em geral. O resto terá de ser de novo intervencionado, por não dispor das condições mínimas de segurança e de adequação ao fim pretendido, o que impede a sua abertura ao público de forma permanente.
Os eventos ocasionais que a Câmara por lá vai organizando, de quando em vez, destinam-se apenas a deitar areia para os olhos dos contribuintes, porque seis milhões é mesmo muito dinheiro, nomeadamente 1,2 milhões da própria autarquia. Mas que se há-de fazer? Estamos numa cidade rica de um país rico, como se sabe. 
Para rebocar uma parede da Sinagoga, salitrada há vários anos, acabou por se avançar para obras de vulto, num total de quase 250 mil euros, financiados por um fundo norueguês e pela UE. Segundo um construtor local, (que naturalmente pediu o anonimato, porque também precisa de ganhar a sua vida), picar a referida parede, rebocar e pintar teria custado menos de 5 mil euros. Mas seriam obras de pobre, num país pobre.
É fartar vilanagem, que o saque não vai durar para sempre!
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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Tempos novos, outras gentes

O nosso respeitado colega Tomar na rede publicou uma local sobre a falta de aquecimento no Centro de formação profissional de Tomar. Nessa notícia escreve a dado passo isto:

"Durante as sessões de formação, os formandos e formadores não se atrevem a tirar os casacos e os cachecóis dada a temperatura ambiente que, em muitos casos, dificulta a aprendizagem."

Fiquei algo surpreendido porque em tempos idos também tive aulas e acções de formação em locais sem aquecimento, por vezes mesmo em países com clima bem mais agreste que em Tomar. Apesar disso, nunca senti que as baixas temperaturas dificultassem o meu processo de aprendizagem.
Dado que, nos comentários, outros alunos (e até frequentadores da biblioteca municipal) se queixaram também da falta de aquecimento, resta-me constatar que estes são tempos novos e outras gentes. Já não conseguem aprender a frio. Só no quentinho. E mesmo assim, se calhar...
Feliz terra que tais filhos tem!

Os monumentos mais visitados do País

A informação local difundiu há pouco dias um comunicado da DGPC, segundo o qual o Convento de Cristo registou um grande aumento de visitantes em 2017, com um total de 255 mil, o que o coloca como o 5º monumento mais visitado a nível nacional. Até a agora só a Rádio Hertz esclareceu que se tratava apenas dos monumentos geridos por aquela direcção-geral. Escreve o OBSERVADOR de hoje, que só em Sintra há três monumentos mais visitados que o Convento de Cristo, o que o atira para 8º lugar. E a procissão ainda agora vai no adro:
"Os monumentos e parques de Sintra registaram, no ano passado, mais de três milhões de visitantes, representando uma subida de 21,65% relativamente a 2016, divulgou esta quarta-feira a Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML).
Em comunicado, a PSML afirma que, no ano passado, os parques e monumentos sob sua gestão, entre eles os palácios da Pena e o de Queluz, receberam 3.193.287 de visitas, “o que representa uma subida de 21,65% relativamente ao ano anterior, e confirma a curva ascendente registada nos anos transatos”.
O Parque e o Palácio Nacional da Pena, em Sintra, “voltou a ser o polo mais procurado, com um total de 1.685.964 entradas, e é assim o palácio mais visitado do país, com uma subida de 27,7% em relação a 2016”.
O segundo mais visitado foi o Palácio Nacional de Sintra, com 545.558 visitantes, seguindo-se o Castelo dos Mouros, em Sintra, com 561.490 vistas, e, em 4.º lugar, o Palácio Nacional de Queluz, com 180.432 entradas."

Já não é só Tomar a dianteira...

Afinal já não é só Tomar a dianteira que está preocupado com a situação tomarense em geral e com a evidente falta de preocupação dos senhores autarcas da maioria. Lendo este cabeçalho do OBSERVADOR de hoje, fica-se a saber que até uma comissária europeia já está preocupada com a falta de preocupação do governo português:
ENERGIA

"Bruxelas recomenda a Portugal avaliação de alternativas energéticas às barragens


A Comissão Europeia recomenda que Portugal avalie as alternativas energéticas às barragens. A comissária europeia para a Política Regional está preocupada com a falta de preocupação."
Tratando-se de uma notícia sobre barragens, é natural que quem escreveu também tenha metido água. Ou será que a comissária está mesmo incomodada com a falta de preocupação das autoridades portuguesas?

A má opção dos SMAS-Tomar

Expandir-se num concelho em acentuada recessão demográfica

Face aos seus problemas crónicos, que são conhecidos, os SMAS tinham dois caminhos possíveis: 1 -Resolver esses problemas, de forma a reduzir ou acabar com custos gravosos; 2 - Expandir a rede, de forma a aumentar o número de clientes cativos, assim garantindo a sobrevivência transitória, graças ao aumento garantido das receitas. O recente Plano e orçamento, aprovado à rasca na AM, prova que optaram pela segunda hipótese.

    TOMAR – Sucedem-se os casos de falta de água na Linhaceira e...

TOMAR – Sucedem-se os casos de falta de água na Linhaceira e nos Pastorinhos. Se a rede não for intervencionada poderá haver colapso no abastecimento

É a opção aparentemente mais fácil, uma vez que ainda há margem para crescer, dado que os SMAS estão isolados no mercado local. Nada garante, porém, que tal situação de monopólio venha a prolongar-se por muito mais anos. E se aparecerem outros fornecedores... Por outro lado, o concelho não é elástico; não vai expandir-se em conformidade com as necessidades daqueles serviços, dando-se até o caso aborrecido de os potenciais consumidores estarem a diminuir acentuadamente.
Partindo dos dados fornecidos pelos SMAS, referidos no escrito anterior, aos quais se juntaram elementos colhidos no portal PORDATA, obteve-se o seguinte quadro, que se julga nunca antes ter sido elaborado:

Mostra o quadro supra que, entre o ano 2000 e finais de 2017, o total de consumidores forçados dos SMAS subiu de 19.386 para 22.350. Um aumento de 2.964. Excelente resultado? À primeira vista, sem dúvida. O problema é que, durante esses mesmos 17 anos, o total de eleitores inscritos regrediu de 39.330 para 34.814. Uma queda de 4.516, bastante superior ao aumento dos consumidores. Tratar-se-à por conseguinte de novos consumidores resultantes da expansão da rede de distribuição, que não do inexistente aumento da população.
O outro conjunto de dados confirma isso mesmo,  mostrando até que o aludida expansão da rede se verificou nas freguesias rurais. Com efeito, na agora freguesia urbana, durante o primeiro mandato de Anabela Freitas, registaram-se apenas 24 novos consumidores, ou seja uma média de 6 novos consumidores por ano, mas desapareceram dos cadernos eleitorais 1084 inscritos. O que parece mostrar que (além dos óbitos) se foram os mais novos. Aqueles que ainda viviam nas casas de familiares, e que por isso não puderam "dar baixa" dos contadores. Muito mau sinal, portanto, quando os construtores de futuro são forçados a fazer as malas.

Conclusão

Apesar da recente e tangencial aprovação do plano e orçamento para este ano, que inclui mais ampliações de rede e vai portanto trazer aos SMAS novos consumidores forçados, uma vez que a respectiva ligação é compulsiva e há consumo mínimo imposto, ou aqueles serviços mudam de rumo, ou pouco tempo de vida regalada lhes resta.
Mudar de vida significa reduzir despesas, mediante a resolução urgente dos problemas pendentes há anos (roturas, rede velha, roubos, adulteração de contadores, contrato leonino do fornecedor em alta, custos e mau funcionamento da ETAR).
Caso insistam na expansão e no tipo de gestão existente até agora, só podem durar até que surja a liberalização do fornecimento de água, como já acontece com a energia eléctrica. E se essa medida tardar, conforme já antes referido, o concelho não é elástico, sendo a população cada vez menos, pelo que o binómio expansão da rede/aumento de consumidores tem os seus limites...
Acresce que a população só se vai embora quando as condições de vida se agravam, em vez de melhorarem. Ora, como os periódicos aumentos da água e respectivas taxas agregadas, que são já das mais altas do país, tornam cada vez mais difícil viver em Tomar, sobretudo quando não se trabalha na função pública, aos cidadãos resta uma única alternativa: a penúria e o desemprego ou a partida em busca de melhores condições de vida.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Assim é que é!

O colega Tomar na rede queixa-se por vezes, com razão, porque dá exemplos concretos, de que a autarquia tomarense lhe sonega informação solicitada. Tomar a dianteira não pode dizer outro tanto. Salvo quando a matéria depende da DGT. E mesmo aí, as demoras e outras tranquibérnias não devem ser atribuídas à senhora presidente. São antes obra de certos funcionários, que se julgam administradores daquela casa. Assunto para momento mais oportuno, que inevitavelmente chegará.
Desta vez solicitou-se alguma informação sobre os SMAS. Ao abrigo da legislação invocada, aquele organismo dispunha de dez dias úteis para responder. É com satisfação que se publica o mail recebido nas 48 horas seguintes, reiterando o agradecimento já enviado pela mesma via:



Constata-se que o director delegado dos SMAS, naturalmente cumprindo ordens da presidente dos mesmos, que é também presidente livremente eleita da edilidade, não se limitou a cumprir a lei citada, indicando onde a matéria solicitada poderia ser consultada. Tomou a iniciativa de enviar o que se pedira, tendo até facultado elementos par além disso. É uma atitude louvável, que por isso merece especial referência. E um curto comentário: Se todos os funcionários superiores assim procedessem, é bem provável que o relacionamento de alguns cidadãos com a autarquia tomarense fosse outro, assaz diferente.