João Batista
"O assunto que o Tomar na Rede foca, com destaque para a falta de competência e de capacidades da vereadora, é aplicável a todos os vereadores e em especial ao próprio presidente. As reuniões de Câmara mais parecem um encontro de aprendizes de feiticeiro, mas as da Assembleia Municipal não ficam atrás. Salvo três ou quatro membros da Assembleia, estamos perante grupos de gentinha sem qualidade, sem noção de responsabilidade, de respeito e em perfeito desconhecimento do que representam.
O que todos querem é favores para eles e para os amigos, contratos, empregos, jeitos no licenciamento, tudo isto a troco de influências, dinheiro, votos e a vida ganha sem fazer nada.
Chega a ser ofensivo o dinheiro esbanjado em festas, em favores, mediante pagamentos a clubes a associações e outros grupelhos que são criados só com o intuito de sacar dos cofres da Câmara quanto mais melhor.
Mal vão os tomarenses que assistem a um Concelho em decadência, cada vez mais pobre, com menos gente e mais velhos. Uma coisa é certa, foram os tomarenses que os escolheram e o pior é que o futuro não é promissor."
Copiado de Tomar na rede, com a devida vénia e os meus agradecimentos a quem escreveu e ao administrador do blogue.
Política local
O BECO POLÍTICO NABANTINO
E agora??? Assoem-se a este lenço. Ou limpem-se a este guardanapo. "O pior é que o futuro não é promissor", conclui moderadamente quem escreveu. Pois não! Antes pelo contrário. O futuro é sombrio.
Desde 2013 que andamos nisto. Perante as críticas solitárias deste blogue, que tanto irritaram e decepcionam os que se julgam socialistas dos bons, membros da actual maioria até foram sinceros e acertaram involuntariamente: "Os outros ainda são piores!"
Vai-se a ver e com o tempo conclui-se que afinal não são piores. Apenas semelhantes, ou tão maus como, o que é uma tragédia. E assim vamos andando há 11 anos, com panos quentes, meias verdades, defesa dos nossos e muita hipocrisia. Até que somos confrontados com o fim da rua, que afinal é um beco, pelo que estamos a ir contra a parede. E ainda falta um ano para as eleições. Que futuro vai ser o nosso, enquanto comunidade, se continuamos por esta via?
Não nos iludamos. Com os que estão ou com outros como eles, vamos ser obrigados a fazer como o inglês Beresford em 1810, aquando da terceira invasão francesa. Quando lhe perguntaram se era com um exército de bêbados, ignorantes, maltrapilhos e incapazes, que tencionava vencer os franceses, foi claro e sucinto: "Tem de ser, porque não há outros". E conseguiu!
Da mesma forma, há que deixar-se de atitudes de virgens ofendidas e de fingir que os culpados são só os outros, para meter mãos à obra e apresentar trabalho atempadamente. Porque nesta altura, o problema de Tomar e do país não é a evidente falta de qualidade de quem nos devia governar e afinal se limita a ocupar os lugares para auferir vencimentos e benesses. O grande problema é a falta de soluções realistas para problemas que já deviam estar resolvidos há anos.
Dois exemplos recentes. Perante os desacatos nos arrabaldes de Lisboa, o autarca PS de Loures foi corajoso. Alinhou com o centro e a direita extrema, para dizer que os arruaceiros devem ser expulsos dos alojamentos sociais que ocupam, uma vez provada a sua culpa nos órgãos competentes. Houve logo protestos indignados de todos os lados, a começar pelo duo PCP-BE.
Na mesma linha, a vice-presidente da Câmara de Tomar afirmou que o autor do abalroamento na avenida Nun'Álvares, contra sete automóveis estacionados, deve pagar pelos prejuízos causados. Mais protestos indignados, incluindo de alguns eleitos e funcionários municipais.
Em que ficamos afinal? Os dois autarcas têm ou não razão? Deve-se ou não castigar os prevaricadores, sobretudo quando reincidentes? A repressão não é solução? Então qual é? Fazer como Cristo, que deu a outra face após a primeira bofetada? Comigo não contem!