segunda-feira, 4 de novembro de 2024



 João Batista

"O assunto que o Tomar na Rede foca, com destaque para a falta de competência e de capacidades da vereadora, é aplicável a todos os vereadores e em especial ao próprio presidente. As reuniões de Câmara mais parecem um encontro de aprendizes de feiticeiro, mas as da Assembleia Municipal não ficam atrás. Salvo três ou quatro membros da Assembleia, estamos perante grupos de gentinha sem qualidade, sem noção de responsabilidade, de respeito e em perfeito desconhecimento do que representam.
O que todos querem é favores para eles e para os amigos, contratos, empregos, jeitos no licenciamento, tudo isto a troco de influências, dinheiro, votos e a vida ganha sem fazer nada.
Chega a ser ofensivo o dinheiro esbanjado em festas, em favores, mediante pagamentos a clubes a associações e outros grupelhos que são criados só com o intuito de sacar dos cofres da Câmara quanto mais melhor.
Mal vão os tomarenses que assistem a um Concelho em decadência, cada vez mais pobre, com menos gente e mais velhos. Uma coisa é certa, foram os tomarenses que os escolheram e o pior é que o futuro não é promissor."
Copiado de Tomar na rede, com a devida vénia  e os meus agradecimentos a quem escreveu e ao administrador do blogue.

Política local 

O BECO POLÍTICO NABANTINO

E agora??? Assoem-se a este lenço. Ou limpem-se a este guardanapo. "O pior é que o futuro não é promissor", conclui  moderadamente quem escreveu. Pois não! Antes pelo contrário. O futuro é sombrio.
Desde 2013 que andamos nisto. Perante as críticas solitárias deste blogue, que tanto irritaram e decepcionam os que se julgam socialistas dos bons, membros da actual maioria até foram sinceros e acertaram involuntariamente: "Os outros ainda são piores!"
Vai-se a ver e com o tempo conclui-se que afinal não são piores. Apenas semelhantes, ou tão maus como, o que  é uma tragédia. E assim vamos andando há 11 anos, com panos quentes, meias verdades, defesa dos nossos e muita hipocrisia. Até que somos confrontados com o fim da rua, que afinal é um beco, pelo que estamos a ir contra a parede. E ainda falta um ano para as eleições. Que futuro vai ser o nosso, enquanto comunidade, se continuamos por esta via?
Não nos iludamos. Com os que estão ou com outros como eles, vamos ser obrigados a fazer como o inglês Beresford em 1810, aquando da terceira invasão francesa. Quando lhe perguntaram se era com um exército de bêbados, ignorantes, maltrapilhos e incapazes, que tencionava vencer os franceses, foi claro e sucinto: "Tem de ser, porque não há outros". E conseguiu!
Da mesma forma, há que deixar-se de atitudes de virgens ofendidas e de fingir que os culpados são só os outros, para meter mãos à obra e apresentar trabalho atempadamente. Porque nesta altura, o problema de Tomar e do país não é a evidente falta de qualidade de quem nos devia governar e afinal se limita a ocupar os lugares para auferir vencimentos e benesses. O grande problema é a falta de soluções realistas para problemas que já deviam estar resolvidos há anos.
Dois exemplos recentes. Perante os desacatos nos arrabaldes de Lisboa, o autarca PS de Loures foi corajoso. Alinhou com o centro e a direita extrema, para dizer que os arruaceiros devem ser expulsos dos alojamentos sociais que ocupam, uma vez provada a sua culpa nos órgãos competentes. Houve logo protestos indignados de todos os lados, a começar pelo duo PCP-BE.
Na mesma linha, a vice-presidente da Câmara de Tomar afirmou que o autor do abalroamento na avenida Nun'Álvares, contra sete automóveis estacionados, deve pagar pelos prejuízos causados. Mais protestos indignados, incluindo de alguns eleitos e funcionários municipais.
Em que ficamos afinal? Os dois autarcas têm ou não razão? Deve-se ou não castigar os prevaricadores, sobretudo quando reincidentes? A repressão não é solução? Então qual é? Fazer como Cristo, que deu a outra face após a primeira bofetada? Comigo não contem!

domingo, 3 de novembro de 2024

 

Com a devida vénia e os agradecimentos ao prezado conterrâneo autor da imagem.

Castelo dos Templários - Convento de Cristo -Património da Humanidade da UNESCO desde 1983

O MILAGRE DE S. GUALDIM DA LUZ

https://www.facebook.com/antonio.costacabral.3

Os prezados conterrâneos António Costa Cabral e Manuel Júlio Schulz publicaram no Facebook, cada qual a sua mensagem jubilosa - Há de novo luz na torre de menagem do castelo gualdino! Aleluia! Tomado pela minha irreprimível tendência para o escárnio e maldizer, ia a escrever que é naturalmente uma boa notícia. Que está muito melhor do que estava, mas que há mais problemas por resolver na iluminação do Castelo e do Convento.
Como bem devem saber os tomarenses pensadores, há três vias de acesso a Tomar, uma vinda do sul, a principal, outra vinda de nascente e outra de norte. A quarta, a do poente ou de Paialvo, é usada sobretudo por residentes nos arredores. Quem viaja durante o dia em direcção a Tomar, por qualquer uma das três principais, depara-se com um panorama deslumbrante do conjunto monumental Castelo-Convento, o maior conjunto edificado do país, excluindo Mafra, que é bastante mais recente e menos heteróclito.
Infelizmente para esses viajantes, sobretudo para os turistas, se chegarem a Tomar de noite, apenas podem ver a parte iluminada do Património da Humanidade. Grande parte das muralhas e a torre de menagem do castelo templário, com todo o aspecto de um cenário cinematográfico em contraplacado.  Situação que agora se agravou, ao terem substituído as velhas lâmpadas de sódio (se calhar porque já não se fabricam) da iluminação da torre de menagem, que assim perdeu o aspecto cromático mais antigo, ficando com o mesmo tom de toda amuralha. É pena.
É pena, porque ainda nunca foi executado um plano de iluminação contemplando toda a fachada sul e poente, numa primeira linha, seguindo-se no interior, sucessivamente, a Charola e as ruínas da sala do capítulo incompleta, com os claustros do convento novo a fechar o circuito.
Ia a escrever tudo isto, sujeitando-me uma vez mais ao opróbio dos que deviam governar e que são alérgicos à crítica, mas especialistas a empurrar a culpa para os outros, quando me dei conta do óbvio. Tão óbvio que até cega. A retoma na iluminação na torre de menagem ocorreu no passado dia primeiro de Novembro, dia de todos os santos. Terá sido portanto um milagre de S. Gualdim da luz na Torre, com o devido respeito.
Só pode, porquanto se desconhece quem encomendou, quem pagou ou quem efectuou a indispensável reparação eléctrica. Administração directa? Consulta prévia? Ajuste directo? Acordo de compensação ou troca de prestações? Concurso público? Poucos saberão e também não interessa nada. Os profissionais da informação não têm nada que andar a meter o nariz nas contas da administração. Era só o que faltava! Só pode causar chatices.
Com este milagre de S. Gualdim da luz na Torre , o executivo municipal todo (uma vez que a oposição está praticamente sempre de acordo com a maioria nas grandes questões), fica com uma auréola de santidade, uma irmandade nabantina. Para mim, contudo, é cada vez mais evidente que a actual autarquia (executivo + quadros superiores) se vai parecendo progressivamente com uma quadrilha, tanto nos gestos como nos modos. Deve ser só o meu habitual mau feitio a manifestar-se. Oxalá seja só isso!



sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Imagem alusiva, copiada da internet.

Descalabro nabantino

Proibir manifestações favoráveis a Israel é objectivamente apoiar a Palestina, mas também o HAMAS, o HEZBOLÁ e o IRÃO

O que segue é apenas uma conversa comigo próprio. Escrever para memória futura. Para mais tarde recordar. Tal como o algodão do anúncio tv, os números também não enganam. As recentes crónicas sobre o estranho caso da Sinagoga e a inopinada declaração filipina sobre o abalroamento na Nun'Álvares, registaram uma invulgar descida na audiência diária. Menos de 150 visionamentos de página. Abaixo do total diário durante o período em que não escrevi. Estranho não é?
As boas almas do costume (admitindo que existam almas boas ou más) vão alegar que as crónicas em questão são muito fracas e que os tomarenses não gostam de coisas de fraca qualidade, ainda por cima sempre a dizer mal. É bem possível que os textos sejam realmente fracos, posto que cada qual só escreve o que pode e não as obras-primas que ambiciona. Não creio contudo que sejam a má qualidade ou a maledicência a afastar os leitores usuais. Julgo que se trata sobretudo de não querer ler sobre as próprias entranhas políticas, que não serão as mais aprazíveis. Vejamos.
No peculiar caso da Sinagoga, houve primeiro algumas declarações com partes da verdade, e depois textos mentirosos, porque contando apenas aquilo que interessa a quem os escreveu. Tanto de um lado (Câmara) como do outro (grupo judaico). Já no caso do acidente da Nun'Álvares, a declaração filipina é demasiado óbvia para ser honesta. Mas ambas têm uma base comum. A política local do Bloco de Esquerda. Directamente ou via jeringonça implícita. Fica para outra oportunidade o esmiuçar do abalroamento, seus antecedentes e consequências. Ainda há muito tempo. As autárquicas são só daqui a um ano. Uma eternidade para alguns. Um aperto de tempo para outros.
O escândalo da Sinagoga, visto a frio e com algum recuo, é a perfeita imagem do funcionamento da Câmara. Há muito que os eleitos controlam pouco  ou nada, e os funcionários só não estão em autogestão porque a maior parte nunca aprendeu a gerir e muitos nem sabem o que isso possa ser. Num tal quadro tão pouco definido, em que nem se sabe bem quem manda em quem, quando e como, uma criatura eleita ou funcionária, homem ou mulher, mas com algum estatuto interno, teve conhecimento de que um pequeno grupo de cidadãos resolvera fazer na Sinagoga um cerimónia de apoio a Israel. Apoiante do Hamas, do Hezbolá, do Irão e da Palestina, deu imediatamente ordem interna para impedir o acesso à Sinagoga do dito grupo, com a alegação de que não estão autorizadas cerimónias naquele templo. O que foi feito e provocou algum escândalo, pois puderam entrar outros visitantes, mas não os do tal grupo de judeus. Caiu-se assim num claro atentado aos direitos de cidadania, praticado por alguém funcionário municipal ou ao serviço da autarquia.
Os posteriores comunicados e outras declarações, bem como o comentário de um guia turístico publicado num blogue local, referindo pedinchice na Sinagoga, mais não são afinal que toscas manobras de diversão, mesmo quando anormalmente muito bem escritas. Embora por razões diversas, ninguém quer mandar fazer o que se espera: um inquérito apurando responsalidades, e posterior registo nos processos individuais respectivos. É melhor continuar a alimentar o descalabro.
Em resumo, o Bloco de esquerda, que nas recentes eleições teve menos votos que o Chega no concelho, e à escala nacional tem quatro vezes menos deputados que a extrema-direita, desde 2013 que vem envenenando a situação política local, via jeringonça implícita com o PS e o PCP. Cabe aos tomarenses, agora que a coisa foi explicada, decidir se assim se pode continuar ou não. Por mim, tudo bem. Já me resta pouco tempo e enquanto por cá andar procurarei estar em Tomar só quando necessário. É a vida, como disse o outro.



quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Imagem copiada da Rádio hertz, com os nossos agradecimentos.

Política local

Penalizar, defende agora a representante da esquerda festivaleira e sem travões 

É tão surpreendente, embora não de todo inesperado, que o melhor será seguir o conselho do senhor de Lapalisse: Começar pelo princípio.
Lê-se e não se consegue encaixar lá muito bem. A agora vice-presidente da Câmara de Tomar, antes bem conhecida pelas festarolas e pela sua evidente ligação à extrema-esquerda sem travões, vem agora propor a repressão, numa frase que a direita não enjeiraria.
É óbvio porque foi constrangida a fazê-lo -defesa do seu posto de trabalho, muito incerto após Outubro 2025, caso as coisas continuem pelo caminho percorrido até agora. Convém portanto indagar do real valor e sinceridade da sua proposta de penalização.
Admitindo que as forças de segurança locais ousem ultrapassar instruções antes recebidas das autoridades legais, designadamente da srª vereadora, no sentido de serem tolerantes com certa etnia, que tem necessidades especiais e já foi muito traumatizada no passado, vai haver processo sumário da ocorrência, seguindo-se o julgamento inevitável. Isto porque, dando-se o caso bastante improvável do prevaricador ter carta de condução e o respectivo seguro obrigatório, que companhia vai aceitar pagar, sem antes verificar quais as causas do acidente?
Não havendo quem assuma os custos, teria de ser o próprio causador dos estragos a honrar a factura global, que não deverá ser tão modesta quanto isso. Oito viaturas abalroadas é um exagero e as oficinas custam os olhos da cara (e nalguns casos até o outro olho...). Com que recursos? Tudo indica que se trata de mais um beneficiário do RSI. Condená-lo a prisão, não resultaria. Trabalho comunitário obrigatório? Era preciso que ele aceitasse e depois encontrar tarefas adequadas, o que não seria nada simples.
Em conclusão, "quem causou os danos deve ser penalizado", não passa afinal de conversa fiada de circunstância. Sem chocar, que outra coisa poderia dizer a respeito a srª vice-presidente, falando enquanto tal?
A ocasião é porém excelente para colocar outra questão, integrada na mesma matéria. Se, como disse Filipa Fernandes, "Quem causou os danos deve ser penalizado pelo que fez", qual a pena ou penas para quem causou já tantos danos, com o realojamento algo precipitado dos flecheirense, bem como com as instruções de moderação em relação à etnia, transmitidas às autoridades pela autarquia?
Desconfia-se que é esse o receio de Filipa Fernandes. Que as próximas autárquicas sejam finalmente em Tomar a condenação pelos eleitores de tanta asneira junta, num clima de arrogância ideológica, que agora se procura disfarçar de forma algo atabalhoada. Oxalá!


terça-feira, 29 de outubro de 2024

 


Andam a judiar judeus na Sinagoga de Tomar

Uns mentem, outros fantasiam, outros ainda ignoram, porque assim lhes convém

Os leitores recordam certamente duas notícias sobre judeus, publicadas no Tomar na rede e nestas colunas. Numa delas, dizia-se preto no branco que judeus foram impedidos de entrar na Sinagoga para rezar, por alguém da Câmara ou ao seu serviço, alegando que estavam proibidas cerimónias religiosas naquele templo hebraico.
Na outra notícia -um comentário publicado no Tomar na rede e depois nestas colunas- um guia turístico devidamente identificado, revelava que grupos de judeus por si conduzidos já tinham sido impedidos de entrar na Sinagoga, solicitando-se previamente o pagamento de uma esmola, ficando por conhecer a identidade de quem assim procedeu repetidamente ao longo dos anos. 
Tudo isto está escrito, designadamente em TAD3, pelo que é incontestável, embora ninguém seja forçado a acreditar naquilo que lê, quando tal não lhe convém, politicamente falando. Que o tema é muito sensível e bastante importante, fica demonstrado com a inusual reacção da maioria socialista e o silêncio habitual da oposição que temos.
Num comunicado em excelente português administrativo, a mostrar a mão de causídico competente e experiente, a maioria socialista procura esclarecer o imbróglio, sem todavia reconhecer qualquer dos factos antes denunciados na informação local. Não refere o impedimento imposto a alguns judeus, nem a clara extorsão de pequenas somas a alguns visitantes. Porquê? Tentando sacudir a água do capote? Mas se foram eleitos exactamente para assumirem responsabilidades, porque procuram esquivar-se?


Numa peça muito completa e bem elaborada, o jornalista de Tomar na rede usa uma interpretação factual pelo menos inesperada, para não dizer mais. Na verdade metade falsa, metade verdadeira. "Câmara reconhece o erro mas não pede desculpa". Reconhece o erro? Onde? Em que frase? Qual dos erros?
A situação torna-se ainda mais peculiar quando, umas linhas mais abaixo, o representante dos judeus locais desmente claramente parte do comunicado camarário, o que não é bom sinal. Agravando o imbróglio, nenhuma das partes, nem a Câmara, nem o Tomar na rede, nem o lider judaico local falam do alegado esbulho das esmolas forçadas como condição de entrada, situação denunciada pelo guia turístico antes citado. Porquê? Quem pretende salvar o quê, no meio do silêncio sepulcral da oposição no seu todo?
Desculpem-me o galicismo, mas não o consigo dizer de  outra forma: Il y a dans tout ça quelque chose qui ne tourne pas rond. Ça sent le pourri."

ADENDA às 08H30 de 30/10/2024

Após algum tempo a matutar, lá veio uma tradução possível para as últimas frases:
No meio de tudo isto, há  coisas que não batem certo. Paira um odor de podridão.

segunda-feira, 28 de outubro de 2024


O que resta da feira acabou

Terminou sem glória mais uma edição do novo martírio da Santa Iria

Segundo os livros, Iria foi apunhalada por Banão, e atirada ao Nabão estando grávida, a mando de Britaldo, nos idos de 634 da nossa era. Foi rio abaixo, levou pontapés na Chamusca ("terra branca, gente fusca", por causa disso, uma vez que além dos pontapés terão murmurado "Que coisa tão negra!", ao verem o cadáver já com vários dias na água) e acabou sepultada em Santarém, junto à ponte, a antiga Scallabis, mais tarde Shanta Irene, origem de Santarém.
Nove séculos mais tarde, quando a reforma da Ordem de Cristo, feita por Frei António de Lisboa (o tomarense António Moniz da Silva), tornou necessária a fundação de um convento para recolher as mancebas dos desaparecidos comendadores com direito de pernada, Pedro Moniz da Silva, irmão do António, tratou disso e escolheu Santa Iria (grávida quando foi martirizada) como protectora da nova casa de recolhimento.
Foi o rei Filipe I de Portugal, igualmente soberano em Espanha, mas neto de D. Manuel I e portanto com indiscutível direito de sucessão, uma vez desaparecido D. Sebastião, quem concedeu foral para a Feira nova de Santa Iria em Tomar, designação agora aproveitada por Ourém.
A edificação do Palácio da Justiça na Várzea Grande, o rossio da vila ou campo da feira, na década de 50, foi a primeira machadada da era moderna na centenária feira tomarense, limitando-lhe o espaço de implantação. Desde então, e sobretudo depois do 25 de Abril, tem sido uma infindável série de insanidades, praticadas por autarcas que, salvo muito raras excepções, só as suas cabecitas cogitaram (?) ter as qualidades mínimas indispensáveis para o desempenho do cargo.
De pontapé em cabeçada, e de soco em joelhada, este ano o antigamente prestigiado certame -sobretudo como feira das passas, que entretanto emigrou para Torres novas- foi o que se viu. Com uma infeliz coincidência. A parte mastigatória da feira funcionou no estacionamento do mercado, um espaço que durante os primeiros anos serviu para parquear carroças e bestas, sobretudo aos sábados dia do mercado semanal, antes da adopção da semana inglesa.. 74 anos anos mais tarde, já ali não estacionam carroças, mas as bestas são cada vez mais.
Grandes filas de trânsito nos principais eixos, devido ao inopinado encerramento da Ponte Nova e da Av. Norton de Matos, uma manifesta ilegalidade cometida pela Câmara, uma vez que se trata de parte da EN 110, e não havia motivo de força maior. As habituais queixas de excesso de ruído dos residentes limitrofes da Várzea grande. O descontentamento dos já raros vendedores de passas, atirados mais uma vez para junto do Palácio da justiça, como que a aguardar julgamento. O protesto de um ou outro comerciante da Rua dos Arcos, forçado a encerrar a loja por falta de condições, devido à montagem de barracas, no local onde funcionou durante séculos a feira das passas. Há gente que não respeita nada nem ninguém!
Perante tudo isto e muito mais, a surdez da maioria PS foi total e até agressiva. Eles nunca erram. Os críticos é que estão de má fé, porque querem roubar-lhes os lugares. Então não se está mesmo a ver?!
Foi por causa dos críticos que resolveram transformar o Flecheiro numa hipótese de parque urbano artificialmente acidentado, quando daria -finalmente!- um excelente campo da feira, em conjunto com o terreno camarário do outro lado do Nabão. Mas quem não sabe é como quem não vê, não havendo pior cego do aquele que não quer ver. Os críticos é que são uns malvados. Sempre a atazanar os miolos de quem trabalha o melhor que sabe e pode em prol do concelho! Sobretudo aquele do Tomar a dianteira 3, que não há maneira de ir parar ao inferno!
Então e a feira? "Estamos muito satisfeitos. Foi um sucesso. Vieram milhares de pessoas". Pobre gente! A assistir aos próprio enterro político, sem disso se darem conta. Incluindo a oposição, que em vez de se preocupar com estas coisas singelas do dia a dia, aproveitou a última sessão do executivo para perguntar a quem pertence a tenda do mercado. Valha-nos Deus! A ex-candidata vencida dos social-democratas, nem sequer sabe afinal que foi o laranja Carrão que primeiro alugou e mais tarde comprou a tenda. Que bela cultura geral! Como diria o VPV, igualmente social-democrata -Isto está a ficar cada vez mais perigoso!




Obras na Escola Gualdim Pais

Notícias capadas são desinformação

Câmara não cumpre legislação na obra da escola Gualdim Pais | Tomar na Rede

Em 28 de Agosto e 27 de Outubro, Tomar na rede noticiou que "Câmara não cumpre legislação na obra da Escola Gualdim Pais". Seguem-se os detalhes do costume. O facto de haver duas notícias sobre a mesma matéria no espaço de dois meses, tratando-se de uma obra periférica, onde os jornalistas só vão quando alertados, leva a concluir que há uma fonte na autarquia fortemente interessada no assunto, o que levou à insistência, uma vez que a 1ª notícia não terá produzido o efeito esperado.
Até aqui tudo bem. É bem conhecida no microcosmo informativo a velha máxima "sem boas fontes não pode haver bom jornalismo noticioso". O problema é que neste caso da obra da Gualdim Pais, a notícia está incompleta, capada, censurada ou castrada. Como queiram. Falta apenas apurar se foi a fonte que sabia mais, mas não disse; ou o jornalista que usou critérios editoriais para não escrever tudo o que sabe a respeito. Em qualquer caso desinformação óbvia.
O leitor comum lê a matéria e pensa para com ele "é o costume, aquela câmara é uma cachopada, isto está tudo cada vez mais abandalhado". E passa adiante. Calhando era mesmo este o efeito esperado pela fonte que "soprou" a notícia, bem como pelo jornalista, quiçá sem disso se dar conta.
Contudo, analisando a coisa com um pouco mais de atenção, salta à vista, à minha pelo menos, que a citada notícia não responde cabalmente a pelo menos duas perguntas básicas, essenciais para a boa informação dos leitores: QUEM? PORQUÊ? Quem porque a Câmara é demasiado vago, tratando-se de uma entidade sem voz nem vontade própria enquanto tal. Por conseguinte, não existe o tal painel informativo,  obrigatório nos termos das directivas europeias, por vontade de quem? Presidente da Câmara? Vereadora do pelouro? Técnicos superiores do DOM? Idem da DGT? Empreiteiro? Autor do projecto?
Esclarecida esta primeira dúvida, já será então possível pelo menos conjecturar uma resposta à segunda pergunta. PORQUÊ? O que se pretende ocultar, ou pelo menos evitar que chegue ao conhecimento da reduzida e quase inerte opinião pública local?
Com uma informação assim e até bem pior, está escancarado à vista de todos que não vamos a lado algum. Porque, se devidamente noticiado, o caso é de fácil e rápida resolução. Basta reclamar junto do serviço competente em Bruxelas, que eles tratam do assunto em menos de 15 dias.
Perguntarão os da gamela e respectivos apaniguados: Mas se assim é, porque é que o gajo não reclama em Bruxelas? Respondo por antecipação: 1 - Porque já não tenho idade para andar às ordens de ninguém; 2 - Porque já perdi a esperança numa mudança para melhor. A maioria dos tomarenses gosta assim como está, e só aqui estou nesta altura com tanto frio porque a isso sou obrigado, por razões de saúde; 3 - A oposição que cumpra as suas obrigações, entre as quais a de protestar sempre que não concorde. Para isso foram eleitos.


domingo, 27 de outubro de 2024




Maioria socialista

Um eleitorado comprado e encarneirado

Já o padre António Vieira se queixava, num célebre sermão no Brasil, que lhe veio a causar problemas com o Santo Ofício. Ele bem pregava, mas em vão. A mensagem não passava e a situação dos negros e dos índios era desesperante.
Séculos volvidos, apesar do imenso progresso dos meios de comunicação, o problema parece manter-se, agora singularmente agravado. Em tempo de eleição presidencial americana, li num conceituado jornal que "faça Trump o que fizer, diga o que disser, ataque quem atacar, os republicanos mantêm o seu apoio". Estranho, não é?
Pois imaginem que o mesmo está acontecendo em Tomar. Apesar das críticas fundamentadas, logo alcunhadas de má-língua pelos instalados,  e das sucessivas asneiras graves cometidas pela maioria socialista local, o rebanho apoiante mantém-se firme, atacando os críticos e chegando nalguns casos à nítida falta de educação e de boas maneiras, numa atitude típica do partido esquerdizado após-Soares, tranformado por estas bandas numa espécie de BE -Bis.
Querem um exemplo concreto, que não ofende ninguém e salta aos olhos? Quem segue o Facebook tem à disposição diariamente dezenas de fotografias de Tomar, boa parte do rio, todas muito lindas e quase sempre as mesmas. Pois apesar de até se ter reclamado contra a falta de alcatruzes na roda do Mouchão, situação que se mantém um mês mais tarde, porque para substituir as unidades desaparecidas, é preciso trabalhar, e aí funcionários municipais nem sempre são sinónimo de trabalhadores. Apesar de até fazerem greves e tudo.
Pois mesmo assim, sendo bem conhecida a paixão dos tomarenses pelo Nabão, ainda ninguém publicou no Face as duas imagens supra, obtidas ontem, que mostram  o rio como um pântano, já em transição para a cloaca em certos sítios. Ainda ninguém viu? Não há pior cego...
Faça a Câmara ou não faça, diga ou não diga, erre ou não erre, os apoiantes mantêm-se firmes nas suas convicções, se as têm. É capaz de ser só fachada interesseira, tendo em vista a gamela.
E daí, perguntarão alguns apóstolos da causa? E daí, o que me atazana o espírito é que outro tanto está acontecendo com o Trump, como já vimos. E não me constando que o homem seja de esquerda ou coisa parecida, antes pelo contrário, querem ver que afinal, para lá das proclamações e das aparências, os tomarenses comportam-se como os apoiantes de Trump, um aprendiz de ditador do pior que já passou pelos USA?
Depois não venham com lamúrias, alegando que nunca deram por nada. Não quiseram, o que é bem diferente. Refiro-me àquela minoria pensante que se entretém no Facebook a explicar o  que comprou no supermercado, ou aquilo que vai comer ao jantar... Ah se o ridículo provocasse urticária!


sexta-feira, 25 de outubro de 2024



Autarquia

Ou há moralidade ou comem todos...

Começo por agradecer, em tom irónico, aos meus prezados conterrâneos. O apelo que aqui publiquei há três dias, teve um eco extraordinário. Foi lido até agora por 195 pessoas, houve 3 comentários a apoiar-me (a cujos autores endereço um sincero obrigado) e 5 mails no mesmo sentido (idem, idem). Fiquei esclarecido e desvanecido, como não podia deixar de ser. Oito apoiantes explícitos num universo de 40 mil, nem o gajo da Coreia do norte consegue ter tão poucos adversários. Por este caminho, o presidente Cristóvão pode dormir descansado. Em Outubro de 2025 tem a vitória assegurada, com mais de 80% dos votos. Desde que, até lá, consiga ir abastecendo e aumentando a gamela, de forma a haver para todos os mamões, que são cada vez mais, numa população a encolher. Comprar votos tão explicitamente, só podia dar nisto.
Intruso estrangeirado, eis como me vêem os meus conterrâneos, cujo sentido de tolerância nunca foi uma das suas qualidades. Infelizmente para eles, o pobre de espírito que sou, nasceu ali no hospital velho, andou na velha escola primária da Várzea grande, frequentou a Jácome Ratton, na Rua da Graça e lá em cima, tendo aprendido a nadar no Nabão, junto ao velho açude do Matadouro municipal. Vive aqui há muito e começou a trabalhar aos 12 anos. Já lá vão 71, porque na altura não havia RSI. Dói a muitos, mas é assim. E não posso fazer nada para alterar o acontecido. Sei falar e sei do que falo, eis o problema bicudo para muitos.
Nestas condições, julgando ter pelo menos o direito de divergir de forma cordata, sem que por isso me agridam oralmente, só podia estar intimamente triste com o resultado do referido apelo. Estava nisto, quando surgiu uma luz ténue no redil local: Sempre os mesmos | Tomar na Rede 
A coberto do sempre confortável anonimato do pseudónimo, pois para dar a cara é preciso tê-la, lá aparece finalmente uma lamúria, para dizer, em substância, que desde o início a maioria socialista local, com o apoio discreto mas eficaz da extrema-esquerda e dos social-democratas, cada qual à sua maneira, tem procurado implementar as suas duas principais orientações de acção política: Sacar e deixar os apoiantes amanhar-se.
Exagero? Olhem que não! A outra "venDEU" por 706 mil euros umas ruínas antes avaliadas pelo PSD em 3 milhões e meio, e depois ainda concedeu um alvará para construir 11 quartos e uma piscina em leito de cheia, mas aproveitou. Eleita numa lista PSD, está agora a sacar mais de 5 mil euros mensais e viatura, durante 5 anos, com gabinete em Leiria, que é outra categoria. A arte de sacar  impunemente, e ficar bem na fotografia. Habilidades...
Há também os alvarás sucessivamente concedidos pela Câmara para a construção de hotéis sem estacionamento próprio, assim contrariando a normas urbanísticas europeias em vigor. Com que fundamentos e mediante quantos "envelopes por baixo da mesa"?
Quanto a serem sempre os mesmos, segundo esta crónica do TNR, estavam à espera de quê? Já antes assim era, embora em menor escala. Há por exemplo iluminação no antigo estádio porque a empresa que a instalou, com sede em Caxarias, pagara antes a campanha eleitoral da AD em Tomar. Empresas, gabinetes, arquitectos, engenheiros, artistas cantores, músicos e outros sacadores, é tudo a procurar amanhar-se enquanto dura, e está bem à vista de todos. Basta olhar sem óculos partidários, para constatar que o panorama é desolador. Nem a sagrada Festa dos Tabuleiros escapa. Os artistas contratados, por exemplo, são sempre do mesmo sector político. Que não é a democracia cristã, apesar da festa ser em honra do Espírito santo. O sr. vigário vai-se calando e colaborando, porque entretanto também lhe reabilitaram a igreja, numa onerosa empreitada paga pela autarquia graças aos fundos europeus, mas que cabia ao Estado.
Mesmo este pseudo Hipólito Alves Cerqueira, tudo parece indicar que resolveu finalmente acercar-se e pôr a boca no trombone, porque já não há que chegue também para ele ou ela. Uma velha composição de origem angolana (se não erro), tinha como tema "os meninos à volta da fogueira". Cinquenta anos mais tarde, temos em Tomar os moinantes à volta da gamela. Que não sendo elástica, já não comporta mais manducantes. Daí o queixume no Tomar na rede, que de resto depressa saiu da portada da primeira página. Protestar sim, mas com moderação, não vá o caldo entornar-se. Já faltou mais, mas enquanto boicotarem "o gajo do Tomar a dianteira", tudo bem. Palavra da salvação.
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quinta-feira, 24 de outubro de 2024


Turismo cultural com gestão municipal

ANDAM A JUDIAR 

JUDEUS NA SINAGOGA DE TOMAR

Telmo Abrantes

"Sou guia turístico e visito a sinagoga há 12 anos (ainda estava vivo o casal tomarense que cuidava da mesma) . Nunca assisti a problemas por parte deles,  até o novo casal de Belmonte ter chegado a Tomar . O referido local é um museu, e não uma sinagoga activa. Gostava de informar que já por duas 2 vezes o referido casal tentou impedir com gritos a visita de turistas judeus por mim acompanhados, porque  não quiseram dar dinheiro a este senhor. A  sinagoga é património do Estado e não deste cavalheiro, cujo único interesse é  ganhar dinheiro, usando um espaço doado por Samuel Schwartz ao Estado português em 1929."

(Copiado de Tomar na rede, com a devida vénia. Editado por Tomar a dianteira 3)

Como bem sabem todos os tomarenses, a Câmara emprega mais de 500 funcionários, todos trabalhadores incansáveis, com os dias muito preenchidos, uma vez que têm de cumprir um horário de presença extremamente fatigante, de 35 horas semanais. Nestas condições, com nítida carência de recursos humanos, qualificados ou não, a maioria socialista deliberou entregar o normal funcionamento da Sinagoga a uma empresa privada de turismo cultural, denominada Caminhos com história. Por ajuste directo, como habitualmente.
Acreditando no que escreve este guia turístico, e nada permite agir de outra forma, terá sido uma excelente iniciativa camarária, pois não só o pessoal da citada empresa se mostra à altura das circunstâncias, como até consegue inovar, e de que maneira, conforme descreve o guia Abrantes. 
Que se saiba, é o único caso conhecido na Europa, e até no Mundo, em que se aproveita um velho templo judaico do século XV para judiar os próprios judeus visitantes, procurando extorquir-lhes o vil metal. A eles, que têm fama de excelentes banqueiros. Tomar sempre na dianteira do progresso, meses e até anos à frente do futuro!
Perante tão belo exemplo, agora devidamente documentado, a Câmara não tem nada a providenciar e a dizer aos tomarenses? E aos judeus vítimas de tais judiarias? E o PSD? Resolve finalmente tomar uma atitude?
Tratar-se-à de simples tentativas de retaliação, tendo em conta a guerra em Gaza e no Líbano? Não posso garantir. Mas que há por aí pessoal esquerdelho capaz de tudo, lá isso há!


quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Imagem copiada da internet, de confrontos anteriores em França.

Segurança urbana

Agora foi em Lisboa...

O filme é bem conhecido de todos aqueles que se interessam pelos problemas societais, e que têm o hábito de ler e meditar a esse respeito. Nos distúrbios urbanos de maior gravidade, há sempre três fases anteriores a considerar. A primeira é a progressiva formação de bairros ditos multi-étnicos, em locais anteriormente tranquilos e patrulhados pelas autoridades.
Na fase seguinte, os agentes da autoridade recebem instruções para patrulharem o menos possível naqueles bairros, de forma a evitar confrontos e outros conflitos. A polícia só lá vai em grande número e com equipamentos para eventuais encontros menos agradáveis.
Finalmente, na fase três, as brigadas de intervenção são forçadas a actuar com carácter excepcional, para restabelecer um mínimo de ordem, efectuar detenções, apreender droga ou separar facções antagónicas. É assim por essa Europa fora, com destaque para as grandes metrópoles, e assim está a acontecer em Lisboa. Cujos responsáveis julgavam viver numa espécie de santuário livre de tal calamidade, até agora com toda a razão. Mas os bons velhos tempos acabaram.
Em condições ainda por apurar, um PSP abriu fogo e matou acidentalmente um morador, alegadamente armado com uma faca, circunstância que os moradores desmentem. É o costume, de Madrid a Helsínquia ou de Marselha a Estocolmo. A versão da polícia nunca coincide com a dos residentes.
Azar dos azares, acaso dos acasos, aquele cidadão cabo-verdiano atingido involuntariamente em circunstâncias ainda por determinar, era um vizinho exemplar. Trabalhador, amigo do seu amigo, bom pai de família, não fazia mal a ninguém e antes procurava ajudar os outros moradores. Também é geralmente sempre assim por essa Europa fora. São sempre os melhores que são vitimados pela polícia. "Assassinados a sangue frio", costumam dizer os esquerdistas e outros interventores sociais de serviço.
E foi o rastilho nos arrabaldes de Lisboa, onde a moléstia chega agora. Antes só havia umas desavenças entre clãs ciganos, por vezes com troca de tiros. Nada de grave a assinalar, segundo as autoridades. Como em Tomar e no Entroncamento, por exemplo. Desta feita porém, a situação parece bem mais violenta, Já há um autocarro queimado e, de acordo com a informação disponível, alguns moradores juram que só vão parar "depois de matar um polícia". Mau sinal. Até parece que estamos em Marselha, Paris ou Bruxelas.
Se eu fosse autarca em Tomar, ia pensando na frase popular "Quando vires as barbas do vizinho a arder, vai pondo as tuas de molho". Isto porque, conforme demonstrou Lavoisier, "As mesmas causas nas mesmas condições exteriores, produzem sempre os mesmos efeitos." É uma questão de tempo. 
No vale nabantino, as causas e as condições são praticamente as mesmas de Lisboa, Paris ou Bruxelas, embora em formato mais reduzido. Por conseguinte, persistir na negação de evidentes problemas de vizinhança e de inserção, em vez de procurar resolvê-los, é bem capaz de não ser a melhor via para evitar futuros confrontos mais ou menos violentos, que uma vez desencadeados, serão de muito mais difícil solução. Procurar escamotear situações problemáticas é o caminho mais rápido para o seu agravamento, de nada adiantando, antes pelo contrário, vir dizer depois que não sabiam. Fica aqui o aviso para memória futura. Diz o povo que "quem te avisa, teu amigo é." Embora possa não parecer.

 

Política e informação local

Ou há apoio activo ou calo-me prematuramente

Assim não! Estou de regresso a Tomar, por algum tempo, porque tenho necessidade de assistência médica regular e para isso dependo do SNS e da ADSE. Quando o ano passado fui forçado a recorrer ao sector privado, porque estava no Brasil, paguei quase 30 mil euros do meu bolso. Cheguei ontem e já ouvi impropérios contra mim. É intolerável, mesmo para quem sempre tem procurado ser tolerante
Era um respeitável cidadão nabantino, solteiro, vivendo do RSI e com alojamento social dado pela Câmara, agora ornamentado com uma bandeira de certa formação de extrema-esquerda. Compreende-se portanto que procure defender quem o ajuda, mas não se pode tolerar que, como no futebol, considere que a melhor defesa é um bom ataque. Malcriado, ainda por cima.
Fiquei a pensar que, pelo menos desde as tropas de choque do Adolfo -as SA que tanto fizeram padecer aos alemães de religião judaica- só a extrema-direita usa métodos caceteiros para calar os adversários políticos. É o caso, por exemplo, daquele pessoal do GUD, da Faculdade de Direito da Rue d'Assas, em Paris.
Lembrei-me porém entretanto que, mesmo na pacata Tomar, houve uma pequena sucessão de incidentes, que só agora percebi estarem ligados. Primeiro foi esse tal cidadão exemplar que tentou injuriar-me uma primeira vez, tecendo considerações de índole pessoal em plena Rua Infantaria 15. Pouco tempo depois, a coberto do sempre confortável anonimato  relativo do pseudónimo, usaram contra mim de tanta ordinarice, que conseguiram afastar-me definitivamente do Tomar na rede. Seguiram-se vários comentários, que me abstenho de qualificar, do tipo "ele até foi emigrante e tem mundo, mas...", ou mesmo "não basta criticar pela negativa, também é preciso louvar", uma verdadeira maravilha de raciocínio lógico, que só esquece um detalhe: para louvar é preciso que haja algo louvável.
No meio de tudo isto, um conhecido militante PS local excedeu-se, perdeu a noção da realidade, e escreveu no Facebook coisas a meu respeito que agora até deve lamentar, quando está mais calmo.
Tudo isto junto, prenuncia um clima de intimidação, tendo em vista obrigar-me a deixar de escrever. Embora o Tomar a dianteira 3 tenha apenas 99 seguidores e duzentos e poucos leitores diários, parece incomodar  o microcosmo político local, se calhar por ter, aos olhos dessa gente, um grave inconveniente: não toleram o que está escrito, mas também não conseguem desmentir, o que os irrita sobremaneira.
De forma que, depois de muito pensar em toda esta matéria, alguma da qual bastante malcheirosa, cheguei a uma conclusão. Com 83 anos, é óbvio que não sou candidato nem aspiro a qualquer emprego ou vantagem. Assim sendo, escrevo apenas para procurar ser útil à comunidade tomarense, fornecendo ideias e incentivo para que possa melhorar. Se assim não o entendem, estão no seu direito, que devo acatar, como sempre tenho procurado fazer.
Eis portanto a alternativa. Ou o apoio dos cidadãos e das formações partidárias se torna mais activo, por meio de comentários, do aumento do número de seguidores, e de comunicados condenando os ataques à minha pessoa, ou simplesmente deixo de publicar. Noutro tempo até poderia tentar tornar-me mártir, para assim conseguir votos. Agora contudo,  não ser masoquista e ser forçado a estar em Tomar por razões de saúde, já me custa sobremaneira. 
Cúmulo do azar, até fui ensinado pelo Estado a usar armas de fogo, das quais me servi para me defender durante a guerra em Angola. Só que agora as leis vigentes não me permitem outro tanto, e ainda bem, pois considero-me um pacifista.
Desculpem o desabafo. Naturalmente a carapuça é só para quem a queira enfiar. Ou a isso seja forçado pelas circunstâncias.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Imagem copiada de Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.

Obras municipais

Marianaia e Prado 

pertencem ao mesmo concelho?

Nos 130 anos da ponte do Prado | Tomar na Rede

Segundo a crónica anterior, a maioria socialista decidiu encomendar o projecto de uma nova ponte na zona da Marianaia, para susbstituir a existente, que data de 1958. Argumentos aduzidos para justificar a decisão: 
1 - É um percurso muito utilizado por quem pretende evitar a travessia da cidade pela EN 110;
2 - A ponte que existe é de via única e não pode ser alargada:
Em relação ao ponto 1, trata-se de argumentação algo precipitada, sendo certo que quem pretenda desviar-se do itinerário Carvalhos de Figueiredo - S. Lourenço - Padrão - Nun'Álvares - Torres Pinheiro, tem uma alternativa logo à saída da A13, sentido Coimbra. Basta sair como sinalizado e na rotunda do Moinho novo ir para a estrada do Castelo do bode, virando depois à esquerda, na Quinta do Falcão, alcançando assim a mesma estrada municipal 533-1, como vindo da ponte da Marianaia.
Sobre o ponto 2, quase nem vale a pena escrever mais. Usar como argumento em 2024, que uma ponte de 1958 não pode ser alargada, só em Tomar e terras parecidas, cujos rebanhos pensam pouco e nem sempre bem, como sabem os que nos pastoreiam. E disso abusam.
Retornando ao ponto 1, coitados dos habitantes da Póvoa e redondezas, que não têm qualquer alternativa para a longa ponte do Prado, de via única e já com 131 anos. (ver imagem e clicar no link supra). O que leva a falar das noções de equilíbrio, equidade, prioridades, quando se encabeça um executivo que tem de governar 40 mil pessoas. Ou ao estado a que isto chegou, já não vale a pena?

Imagem copiada de Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.

Câmara promete nova ponte na Marianaia

A margem do novo-riquismo 

com o dinheiro dos contribuintes

Câmara promete nova ponte em Marianaia | Tomar na Rede

Cantava em tempos  Rui Veloso que "A ponte é uma passagem para a outra margem". Em matéria de pontes, Tomar está muito bem equipada, embora mal servida. Sem contar com o açude velho, temos as duas pontes do Mouchão, a antiga e aquela tipo Veneza, a Ponte velha, as duas pontes da Levada, a Ponte Nova, a Ponte do Flecheiro e a anterior ponte pedonal, mesmo ao lado. Para uma cidade tão pequena e com a população a diminuir, temos de reconhecer que é obra. Tanto mais que entretanto já destruíram a Ponte do Albano, a Ponte marreca ou do mercado e a Ponte romana das ferrarias. É muito para tão pouca gente.
Vem agora a maioria socialista prometer uma ponte nova na Marianaia, nas proximidades das ruínas da fábrica de papel homónima. É bem capaz de tal empreitada se vir a revelar mais uma encrenca e obra falhada. Digo eu, que sou em geral muito pessimista, como todos os velhos.
De acordo com a notícia, a ponte existente, que data de 1958 e já tem a altura anticheias, é de via única e não pode ser ampliada. Opinião técnica muito discutível, mas é certo que obra nova faculta sempre mais rendimentos por fora. E Bruxelas tem lá muito para nos dar. É só saber pedir. Bruto é quem não aproveita, pensam os senhores autarcas, com toda a razão deste mundo.
Segue-se que, se a ponte é de via única, a própria estrada municipal de ambos os lados tem exactamente a mesma largura. Basta ver com atenção a imagem que acompanha a notícia e que acima se reproduz. Topa-se claramente que a única diferença substantiva entre a largura da estrada e a da ponte, são os estreitos passeios desta. Ou o sítio deles. Bastaria portanto acrescentar abas em betão armado de cada lado, para ficarmos com duas faixas de rodagem e passeios, tanto na ponte como na estrada de acesso. O único inconveniente seria o abate de algumas árvores de grande porte dos dois lados, mas isso a Câmara já está acostumada a fazer. E seria muito mais barato, para um resultado final semelhante.
É porém claro, e sem sombra de dúvida, que obra nova é outra coisa, mais própria de gente rica com o dinheiro dos outros. Vamos ter então, acrescenta a notícia, um projecto de 60 mil euros e sete meses de execução, só para desenhar uma ponte nova ao lado da existente, bem como os respectivos acessos, que de ambos os lados acabarão por ter de convergir para a estrada actual. Ou vai haver também uma estrada nova, e a Câmara omitiu essa parte?
O meu receio é que, com o usual entusiasmo juvenil da equipa socialista, não tenham ponderado devidamente toda a sequência da futura empreitada. Por muito chegada que fique em relação à que lá está, a nova ponte sempre vai exigir acessos diferentes, o que significa ocupação de novos terrenos em ambas as margens, ou seja posse administrativa, por acordo mútuo ou via sentença de expropriação.
Oxalá não venha a ser o caso. Mas já pensaram se aparece um proprietário, ou uma proprietária, menos colaborante a contestar, (como no caso da rotunda da ARAL ou no do sul do Flecheiro), alegando que não se trata nada de utilidade pública, porque já há uma ponte que não querem alargar? Seria mais uma bela encrenca. Resta portanto fazer votos para que este pobre texto seja apenas mais um episódio de má-língua. Um produto da rabugem de quem escreve, e não daquilo que está à vista de todos.

domingo, 20 de outubro de 2024




Informação política 

Uma notícia que vem mesmo a calhar

O MIRANTE | Proposta de comemoração do 25 de Novembro gera discórdia na Assembleia de Tomar

A notícia do link supra d'O Mirante on line  vem mesmo a calhar, pois permite confirmar, de uma assentada, três posições políticas assumidas nestas páginas e nas quais os leitores não acreditam assim muito. Sobretudo aqueles que gostam de ler com óculos partidários, que em Tomar são numerosos. Que posições são essas?

1 - A informação local que temos deixa muito a desejar, por razões conhecidas.

2 - PS e PSD são irmãos siameses, separados à nascença. É tudo a mesma gente.

3 - O PS esquerdizou-se. Funciona na prática como partido da união de esquerda.

Em relação ao ponto um, é significativo que uma divergência política tão importante em relação a uma data célebre, em pleno parlamento municipal, apenas tenha sido noticiada até agora num semanário muito bem feito, mas cuja sede é  em Santarém. Os  jornalistas nabantinos estavam todos em plena soneca, sonhando com a Feira de Santa Iria, as farturas e a água pé?
No caso de irmãos siameses, ou mesmo só gémeos, mal um deles resolve urinar fora do penico comum, há logo bulha. Foi o que aconteceu neste caso. Aos olhos do PS, que raio de ideia foi essa dos laranjas quererem agora uma comemoração tomarense do 25 de Novembro, após 11 anos de paz celestial com os socialistas locais? Simples aquecimento prematuro para a futura campanha eleitoral? Ordens de Lisboa via Santarém?
Eis senão quando, o presidente Cristóvão chibou-se. Quando praticamente ninguém esperava, admitiu implicitamente que tem governado em conluio de facto com a CDU e o BE. Em geringonça. Haja ou não acordo escrito. Basta atentar na argumentação usada para se escapulir da eventual futura sessão comemorativa. É contra a unidade, é divisionista, disse ele. Que unidade? A do "povo unido jamais será vencido", anterior ao 25 de Novembro, pois claro.
Como cidadão, Hugo Cristóvão não perdeu o direito de opinião e de expressão, conforme referiu. Mas equivocou-se. É simultaneamente presidente da Câmara, estatuto de que não conseguirá separar-se nunca até ao final do mandato, por mais que possa tentar. De resto, é nessa condição que participa nas sessões da AM. 
Alguém o está a ver, nas cadeiras reservadas ao público observador, a levantar-se e pedir para usar da palavra como simples cidadão? A que propósito? Quer isto dizer duas coisas. Por um lado, Cristóvão tem razão. Como simples cidadão, não está obrigado a seguir as opiniões de A, B ou C. Infelizmente para ele, não é possível despir a casaca de presidente da edilidade, nem que assim o queira. E nessa dupla qualidade de presidente da Cãmara - cidadão contrariado, está legalmente obrigado a acatar e cumprir as determinações votadas por maioria e nos locais próprios.
Vote então a Assembleia Municipal, por maioria, a realização de uma sessão solene, comemorativa do 25 de Novembro. Uma vez isso conseguido, convidem  o sr. presidente do executivo para estar presente e usar da palavra, como manda o protocolo. Logo veremos o que acontece. Com as inerentes repercussões eleitorais, como não pode deixar de ser.


sexta-feira, 18 de outubro de 2024


Política local

PS e PSD -Irmãos siameses separados à nascença, há anos a iludir os eleitores nabantinos

Aqui há umas semanas, escrevi nestas páginas que o grande problema de Tomar reside no facto da maioria PS e a oposição PSD, serem afinal  a mesma gente. Com as mesmas ideias e  na prática o mesmo modus operandi. Chocou logo os bem pensantes locais, conforme era previsível. "Ninguém é mais odiado do que aquele que diz a verdade", escreveu Platão.
Dado que boa parte dos leitores ignora quem terá sido esse tal Platão, pareceu-me mais adequado procurar um exemplo concreto de política local, para ilustrar a minha afirmação de que em Tomar e não só, PSD e PS c'est du pareil au même. São farinha do mesmo saco, como dizia o camarada Jerónimo.
Terá passado despercebido à maioria dos eleitores, porque as sessões da Assembleia municipal são em geral excelentes para pegar no sono, mas a Rádio Hertz pegou no assunto:
Em resumo, Célia Bonet, uma das vozes mais credíveis da social-democracia nabantina, com bastas provas dadas, ou combinou apressadamente, ou precipitou-se, e foi humilhada pelo presidente Cristóvão, com argumentos obsoletos, do tipo "nos 16 anos anteriores a 2013 o PSD fez zero". 
Foi tão evidente a supremacia socialista neste peculiar caso, que o presidente até usou o tom professoral para repreender Célia Bonet, aconselhando-a a "falar menos", como se estivesse em sala de aula. Na política, como devia ser evidente, não se manda calar ninguém, devido à liberdade de expressão. Era só o que faltava! Esquerdalhices...
Tudo isto porque a social democrata começou por dizer, em plena AM, que "80% das casas dos bairros sociais não têm condições para as pessoas viveram." Poderá ser verdade em termos políticos, mas é factualmente falso. Prova disso é que as pessoas vivem lá há muitos anos.  Portanto tem de haver condições, por muito más que possam ser.
O problema é porém outro. Ao apresentar a situação como o fez, Célia Bonet desviou a atenção do verdadeiro problema actual dos bairros sociais locais. Deliberadamente ou não, mas na política o que conta é o resultado, que esteve longe de ser brilhante. Na verdade, os que se interessam pelos problemas da urbe, sabem muito bem que a falta de condições de habitabilidade nos bairros sociais é outra, muito diferente, e aí é que a porca torce o rabo.
Os habitantes mais antigos do Bairro 1º Maio e da Senhora dos Anjos, queixam-se das habitações, é verdade,  mas muito mais dos novos vizinhos, lá instalados pelos serviços sociais da Câmara, e que regra geral não se adaptam nem se querem adaptar ao novo enquadramento social. Toda a gente sabe disto, mas quase todos assobiam para o lado, por conveniência. E Célia Bonet, ou aceitou distraidamente, ou caiu no logro de tentar escamotear o verdadeiro problema, realçando o tradicional.
Há até um caso bem evidente, no qual os moradores se queixam  com frequência da nova vizinhança, apesar de não habitarem em casas de renda social com problemas de habitabilidade. Refiro-me a toda aquela zona da Rua António Joaquim Araújo, (ao lado da linha de caminho de ferro), cujos residentes se insurgem desde o início contra o chamado Bairro calé, incomodativo até mais não durante numerosas longas noites de música, algazarra e copos.
Temos mesmo uma vertente pitoresca: Pegado ao tal Bairro calé, agora oficialmente "Centro de acolhimento temporário", para não contrariar directivas europeias, que proíbem bairros mono-étnicos, está o quartel da GNR, na antiga prisão da comarca. Os elementos da honrada corporação militar pouco ou nada dizem a respeito, pois sabem o que é disciplina e cadeia de comando. Manda quem pode, obedece quem deve. 
Mas não custa calcular que têm muito poucas ou nenhumas condições de habitabilidade. Por maior que seja o desmando no Bairro calé, mesmo à ilharga do quartel, a GNR não pode intervir. Só tem competência na área rural, o dito bairro está na área urbana...e seria algo caricato a mais antiga força de segurança -a GNR- pedir aos colegas da mais moderna -a PSP- para lhe virem acudir. Por isso vão aguentando e cara alegre. Até que um dia alguém perca as estribeiras e haja uma desgraça. Oxalá que não!
Assim sendo, caso tenha sido habilmente induzida ou iludida desta vez, convirá que no futuro Célia Bonet, cujas qualidades humanas são evidentes, saiba distinguir os dois tipos de condições de habitabilidade. Com e sem vizinhos incómodos, e por isso indesejáveis. Porque, mais cedo ou mais tarde, o problema dos ciganos, que são portugueses e não imigrantes, terá de começar a ser resolvido com serenidade, e não escamoteado, como tem sido até agora. Sobretudo pela extrema-esquerda, que considera os calés tudo boa gente, capaz de aprender a viver sem ensino adequado e prático nesse sentido, porque são anticapitalistas. Como acontece com os  imigrantes muçulmanos por essa Europa fora...




Aviação comercial

As curiosas tarifas da TAP, uma empresa subsidiada pelos contribuintes portugueses

A culpa é do Tomar na rede, uma vez que nestas coisas é sempre melhor apontar logo um culpado. Para pagar as favas. No caso, houve uma pequena desconformidade, queixei-me e o José Gaio teve a simpatia de responder, esclarecendo que já estava tudo em ordem, pensava ele. Afinal está na mesma. Já esteve melhor mas houve uma recaída. Acontece aos melhores e não depende deles.
Quando fui verificar a primeira página do TNR, apareceu a publicidade do costume, entre a qual uma banner da TAP, na parte de baixo do ecrã, a toda a largura, com as tarifas de alguns voos ida e volta. Convém esclarecer previamente que em Fortaleza não há escolha; só a TAP tem voos directos para Lisboa, ao ritmo de três por dia.
Eis alguns preços de ida e volta, já convertidos em euros, ao câmbio de hoje (1 euro = 6,10 reais). Fortaleza - Lisboa - Fortaleza  697 euros, Fortaleza -  Paris - Fortaleza 669 euros, Fortaleza - Milão - Fortaleza 694 euros, S. Paulo - Paris - S. Paulo 638 euros, S. Paulo - Madrid - S. Paulo 573 euros. O voo Lisboa - S. Paulo dura mais três horas que o de Fortaleza.
A situação é burlesca, visto que a TAP só tem voos directos do Brasil para Lisboa. O que significa que todos os outros anunciados fazem escala em Lisboa, onde apanham outro voo. Fica-lhes portanto mais barato voar em duas etapas do que ficar em Lisboa. Bonito, não é? E mostra muito respeito pelos passageiros portugueses residentes. Os que pagam impostos.
Mas a TAP tem coisas assim e piores ainda. Uma ocasião comprei um voo para Macapá - Brasil, com escala em Belém do Pará. Já no aeroporto de Lisboa, fiquei alarmado porque não via no respectivo painel nenhum voo da TAP para Belém do Pará. Fui-me informar ao balcão da empresa e sossegaram-me: - É o voo para Manaus (que fica  mil e quinhentos quilómetros mais longe, no meio da selva amazónica).
Lá fui. O avião voou directamente de Lisboa para Manaus, onde não me deixaram desembarcar, tendo depois feito o trajecto de três horas para Belém do Pará, onde desembarquei e apanhei o voo brasileiro para Macapá. É uma companhia aérea com coisas assim, que andamos há anos a sustentar. Porque é de bandeira, garantem-nos. E é cá cada bandeirada!


quinta-feira, 17 de outubro de 2024

 


Comparando Municípios concursos e preços

A imagem acima foi copiada do diário O POVO de ontem. Noticia que a Prefeitura de Fortaleza, (equivalente a presidência de Câmara), vai admitir mediante concurso 55 funcionários, que seriam técnicos superiores se fosse em Tomar.
Para se apresentar ao concurso, cada candidato terá de justificar formação superior, com inscrição na ordem respectiva quando necessário para o exercício profissional. Eis algumas das formações admitidas: Ciências Contábeis, Administração, Economia, Ciências atuariais, Direito, Engenharia, Estatística, Ciências da Computação, Controladoria e auditoria, Tecnologias da informação e Comunicação, Direito, Ciências Económicas ou Estatística.
O concurso propriamente dito consta de quatro etapas. A primeira é uma prova escrita eliminatória, igual para todos os candidatos, qualquer que seja a formação ou o lugar a que concorrem. Segue-se a chamada prova de títulos, em que os aprovados no exame escrito anterior mostram as suas habilitações académicas, sendo atribuída uma classificação numérica para cada grau.
A terceira prova é um procedimento de heteroidentificação, eliminatório para os candidatos que se autodeclararam negros, e foram aprovados na fase anterior. Finalmente, a última prova, a avaliação biopsicossocial, é eliminatória para os candidatos às vagas destinadas a pessoas com deficiência.
Uma vez superadas todas a provas, os candidatos são admitidos, passando a auferir um salário mensal, (é assim que se diz no Brasil), de 7.233 reais, equivalente a 1.185 euros, por 40 horas semanais, repartidas por 5 dias. 
Em Fortaleza, duas pessoas almoçam num restaurante médio por menos de 200 reais = 32 euros. O Povo publicou que o preço médio das refeições em Fortaleza é de 42.38 reais = 6,94 euros. Uma água de coco custa 3 reais (50 cêntimos de euro) numa das barracas do calçadão da beira-mar, onde um vasto apartamento de 250 metros quadrados e garagem para 3 carros, na primeira linha e com vista mar, custa um milhão de euros. A edição papel d'O POVO custa 4 reais.
Reparem no modesto "Paço municipal de Fortaleza", homólogo dos nossos Paços do concelho, para uma cidade com apenas 240 anos de existência, mas já com 2,4 milhões de habitantes. Tudo é bastante relativo realmente, porque Tomar, com quase 900 anos...


quarta-feira, 16 de outubro de 2024


 A moléstia nabantina das obras falhadas

O previsto estrangulamento de S. Lourenço, nas obras de beneficiação da EN110, que atravessa Carvalhos de Figueiredo, passará a ser, caso tudo se mantenha como está projectado, o mais recente caso de obras falhadas. Uma moléstia nabantina que já vem de trás.
As obras na parque desportivo e de campismo terminaram como se sabe. Deixou de haver parque e o estádio passou a campo de treinos, sem bancadas mas com relvado sintético, sinal de modernidade. Foi no tempo do Paiva, ainda hoje um malvado para comunistas e apaniguados socialistas, porque deixou obra feita, apesar dos erros cometidos, por falta de oposição à altura. Uma obra falhada.
Seguiram-se a obras de acesso e parqueamento junto ao Castelo, findas as quais o trânsito piorou naquela zona. Os autocarros de turismo, que antes podiam subir e descer, desde então só podem subir, assim fugindo do centro histórico, onde de qualquer modo também não há lugares de estacionamento adequados. Uma obra falhada e ainda não remediada.
Do anterior, já tínhamos as obras milionárias da Levada, que tiveram a visita do presidente Jorge Sampaio e tudo. Seis milhões de euros para um complexo cultural com três museus -o da electricidade, o da fundição e o da moagem. Doze anos passados, onde estão? Há uma "fabrica das artes" e uma sala interactiva, dois pobres remendos numa ideia brilhante que ainda não foi levada adiante. Mais uma obra falhada.
A sumptuosa empreitada da Várzea grande, já sob a batuta da maestrina Anabela, não começou da melhor forma. Durante a prévia apresentação pública, obrigatória nos termos das directivas europeias, foi mostrado que era indispensável um parqueamento subterrâneo. A maestrina não concordou, embora mais tarde tenha dado o braço a torcer. Instalou aquele remendo que dá pelo nome de parque de estacionamento junto à estação. Muito útil, mas já insuficiente, porque com menor capacidade do que um parque subterrâneo. Mais uma obra falhada, a da Várzea grande. Que tirando o espavento para papalvos, e raros concertos de ocasião, não serve para grande coisa, designadamente por falta de arvoredo que dê sombra.
Há também aquele sombrio caso das ruinas ditas de Sellium, nas traseiras dos bombeiros. Com todos os contornos de uma fraude científica e factual, como se denuncia há anos e ninguém desmentiu eficazmente até agora, esta maioria socialista insistiu e mandou edificar um gigantesco pavilhão para musealizar os alegados vestígios romanos. Tudo indica que se tratou, antes de mais, de retribuir favores, entregando o projecto a um arquitecto que antes foi candidato PS. Agora as obras estão feitas, mas da anunciada musealização ninguém fala. Como no triste caso da Levada. Mais uma obra falhada.
Alongando o rol, o Bairro calé foi outra asneira monumental. Só depois de concluído é que vieram a saber que as directivas europeias proíbem bairros étnicos, com uma só etnia. Procuraram remediar a situação baptizando aquilo como "Centro de acolhimento temporário", mas como bem sabemos que é permanente, mais tarde ou mais cedo vai ser preciso encontrar outra saída... Mais uma obra falhada.
Restam ainda, neste reles apontamento, a Nun'Álvares - Torres Pinheiro - Combatentes e o tão falado Flecheiro. No caso das avenidas, diz quem lá mora que, apesar de até terem ganho prémios nacionais de urbanismo, não se sabe bem porquê, ficaram pior do que estavam. 
O que fazia mesmo falta era a rotunda no cruzamento, que todavia continua por fazer, por falta de coragem camarária para enfrentar uma família tradicional tomarense, certamente honrada, todavia excessivamente agarrada ao passado, sem qualquer justificação plausível. Aquele logradouro não tem qualquer interesse histórico ou paisagístico, como está à vista de todos. Mais uma obra falhada.
A fechar, por agora, o tão falado Flecheiro. Uma obra muito original no que devia ser o campo da feira, se tivéssemos autarcas à altura. Como não podiam terraplanar, pois aquilo já era plano, trouxeram toneladas e mais toneladas de terra, para "fazer relevo", que quando vier um boa enxurrada vai tudo parar ao rio, pois está em leito de cheia. Cúmulo da desgraça, a obra está por acabar, por causa de um terreno que afinal era privado e ninguém sabia, no meio de tanta badalação. Para quando a conclusão? Ninguém sabe. É mais uma obra falhada. Uma verdadeira moléstia nabantina.