domingo, 15 de dezembro de 2024

Imagem copiada da Rádio Hertz, como os agradecimentos de TAD3.

Respeitar os semelhantes

Câmara e  Convento de Cristo 

há anos a brincar com a República

TOMAR – Dia Internacional dos Direitos Humanos foi assinalado no Convento de Cristo | Rádio Hertz

Foi uma cerimónia em grande. Daquelas para dar nas vistas. E ninguém se terá dado conta de que afinal estavam deslocados. Uma comédia, portanto. Refiro-me à celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos, no Convento de Cristo. Desde logo, comemorar os direitos humanos no monumento onde funcionou o primeiro tribunal português da Santa Inquisição, só pode ser uma de duas coisas: Ou pura ignorância, ou uma piada de mau gosto. Assim do tipo celebrar o dia do trabalhador num dos antigos campos de concentração alemães.
Mas há mais. Muito mais. Durante o evento, com pouca substância e muito vento, a srª vice-presidente da Câmara, afirmou: "Para que os direitos humanos sejam efectivamente cumpridos, todos temos de fazer também a nossa parte, que é cumprir os direitos inerentes, que começam no respeito pelo outro e pelas suas singularidades." Vindo de uma autarca eleita que, como é sabido, não respeita os outros nem as leis do país, nem sequer o direito à informação, que é isto senão brincar com a República?
A própria direcção do Convento de Cristo, agora mais uma vez em fase de concurso internacional, para selecção de novo dirigente máximo, não parece ter-se dado conta do ridículo da situação. Evocar os direitos humanos numa celebração com pompa e circunstância, num monumento que nunca cumpriu nem cumpre as condições mínimas nessa área. 
Os visitantes são todos os dias violentados numa entrada sem quaisquer condições, perdem-se num circuito mal sinalizado, num monumento assaz complexo, e pagam 10 euros por pessoa para admirar obra arquitectónica complicada, que nem sempre entendem, mesmo quando conseguem explicações especializadas, quanto mais agora quando se limitam a olhar como animais para palácios.
Conquanto grave, embora quem dirige o não admita, a questão das visitas é apenas um detalhe. Há vários outros problemas, a começar pelo autoritarismo sectário. Estão nesta altura a decorrer obras cujos projectos nunca foram debatidos publicamente, ao contrário do que estabelecem as normativas da UE, que subsidia, como sempre. E lá se vai o direito à informação...
Há depois a questão do estacionamento, que é da responsabilidade da autarquia, e o manifesto abandono do Aqueduto dos Pegões, que abasteceu de água o Convento durante mais de três séculos, mas agora está seco e a provocar a definhamento do pomar do Castelo e da própria Cerca, com a direcção do monumento fazendo orelhas moucas, mas não se esquecendo de celebrar uma invenção sua - A feira da laranja conventual- enquanto as laranjeiras sobreviventes forem aguentando a falta de rega.  Se nem respeitam os direitos das plantas, para quê celebrar os direitos humanos? Propaganda barata.
Tanto a srª directora do Convento de Cristo, como a srª vice-presidente da Câmara, quando tomaram posse, disseram "Juro cumprir com lealdade as funções que me são confiadas." Estão de consciência tranquila nesse aspecto? É que há aquele dito popular francês, segundo o qual a política é como certo prato da culinária tradicional da Gália -deve cheirar um bocadinho a caca, mas não demasiado. (La politique c'est comme l'andouillette, ça doit sentir um peu la merde, mais pas trop." Edouard Herriot - 1872-1957)

1 comentário:

  1. Estou a ver um contra corrente da rádio observador com o tema: "somos um país de iletrados e estamos a ficar pior" onde se discute os resultados dos exames internacionais de educação e lembrei-me daquilo que aqui tenho escrito regularmente: os tomarenses e os Portugueses em geral são ignorantes, não interessam nada os programas dos partidos, os blogues, os artigos de jornal com aquela linguagem florida, as eleições ganham-se é no mercado, a prometer. E repare que agora a escolaridade obrigatória vai até ao décimo segundo e dizem que temos a geração mais bem preparada de sempre!!! O estudo é sobre jovens dos 16 aos 24 mas os pais e avós são o mesmo, os jovens são o espelho dos familiares. Só ficamos á frente do Chile. O político não pode ser sério, tem é de ser manhoso e mentir.

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