segunda-feira, 23 de dezembro de 2024



Nómadas SDF e sem abrigo

É para rir ou para chorar?

Mais um tema tomarense de contornos bizarros. Quando na Assembleia municipal o presidente de Além da Ribeira-Pedreira se queixa da falta de informação sobre as contas dos tabuleiros, que já foram há ano e meio, surge outro berbicacho.
Num inquérito a nível nacional sobre realojamento de sem abrigo, Tomar aparece em 5º lugar, com 48 realojamentos, tantos como no Porto e mais que em Coimbra, com 45:

(Copiado de Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.)

Tomar com 48 sem abrigo, ou SDF, em 2023? É realmente estranho, como escreve TNR. Deixem-se de exageros. Tomar é à escala europeia uma vilória de 5ª categoria, com um único ponto de interesse -o Convento de Cristo-Património Mundial. Nunca teve, não tem nem virá a ter, salvo alguma tragédia, dezenas de sem abrigo, segundo a definição europeia.
Salvo melhor opinião, que a distância tolda-me a vista, ocorreu neste caso um episódio de simples iliteracia, ou melhor dizendo, em linguagem chã, uma burrice. Os 48 sem abrigo realojados em 2023, terão sido afinal os últimos a sair do acampamento de Flecheiro. Só que os ciganos dos acampamentos precários não são sem abrigo ou SDF, mas simples nómadas em alojamentos transitórios.
É claro que os senhores engenheiros sociais da zona vão alegar que "vai tudo dar ao mesmo", como é costume. Mas estão enganados, como demonstra a aberração de Tomar com tantos realojamentos como o Porto e mais do que em Coimbra. Estão a tentar enganar quem?
Sem abrigo, SDF ou sem casa é alguém vítima de algum percalço. Já teve alojamento fixo mas perdeu-o, por doença, desastre, desemprego ou outro. Pelo contrário, os ciganos são considerados em toda a Europa como nómadas ou "gente da viagem", autorizados a acampar provisoriamente em terrenos públicos, como aconteceu em Tomar.
Mas também pode dar-se o caso dos citados 48 sem abrigo serem já mais uma  consequência nefasta da problemática política municipal de realojamento seguida em Tomar. Ao tomarem conhecimento de que nas margens nabantinas entregam casas ao preço da chuva no inverno, a quem se inscreve na autarquia, aproveitaram a boleia. Se foi o caso, como eu os entendo! É aproveitar enquanto está a dar.
Aguardam-se esclarecimentos por banda da autarquia, certamente debalde, pois Tomar a dianteira 3 aguarda outros desde Fevereiro deste ano. De qualquer modo, este tema dos realojamentos faz parte do amplo acordo da geringonça local, pelo que não se pode criticar. Prova disso é este comentário de um conhecido CDU nabâncio:

"O título da noticia coloca logo uma suspeita sobre a mesma: “Ação Social diz que…”. Se o pretenso jornalista tem dúvidas, devia esclarecer antecipadamente. Tomar na Rede parece ser cada vez mais um manifesto de oposição (às escondidas) quando devia ser um local de informação independente."

(Copiado de Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.)



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