quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

 


Turismo e património imaterial da UNESCO

E Tomar não é cidade criativa da UNESCO? Mais uma injustiça.

É sem dúvida a notícia-choque da semana. "Tomar fora do grupo das cidades criativas da UNESCO", titula O Templário a toda a largura da primeira página, em fundo vermelho. No interior fica-se a saber que as ditas cidades criativas da UNESCO são seis, na região de turismo do centro, três costeiras (Caldas, Leiria, Óbidos) e três raianas (Castelo Branco, Covilhã, Idanha a nova), todas lideradas pela cidade outrora da lã e da neve, sob a égide do Turismo do centro e da sua activa vice-presidente, a conhecida especialista em turismo e ex-presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas.
Um mero acaso fortuito (ou não?) vem mostrar que, pelo contrário, a capital templária prima pela criatividade, mesmo se ainda não reconhecida pela UNESCO. Na mesma edição d'O Templário pode ler-se a convocatória para a próxima sessão da Assembleia municipal, no dia 20 de Dezembro, da qual consta esta maravilha, no seu ponto 11 "Discussão e votação da Declaração de apoio à candidatura da Festa dos tabuleiros como Património imaterial da UNESCO".
Em claro, cinco anos após a ex-presidente ter decidido entregar a candidatura dos tabuleiros à UNESCO a um alentejano antes ligado à da Festa da Flor de Campo maior (ruas ornamentadas, como em Tomar), a Assembleia Municipal é chamada a apoiar essa infeliz iniciativa do mandato anterior, que desde então parece estar na situação descrita pelos militares brasileiros quando querem dizer "marcar passo!" -"Faz que anda mas não anda".
Não se trata agora de saber porquê ou até quando, mas apenas de vincar que afinal Tomar é uma cidade criativa ímpar. Que outro parlamento municipal aceitaria discutir e votar uma declaração de apoio a uma decisão municipal do mandato anterior? Que se saiba nenhum, por ser totalmente descabido. Se é do mandato anterior, "o que lá vai, lá vai", como bem diz o povo. Querem os votos PSD para pressionar o governo, que agora é outro, a avançar com a candidatura encalhada até Paris, é o que é.
Entretanto, lá para para o extremo oriente, na longínqua Tailândia, as autoridades competentes mostram que não perdem tempo com discussões de apoio tardio. Já conseguiram a inscrição na tal lista UNESCO do património imaterial da "sopa de camarão" (ver imagem supra), da "dança da máscara Khon", da "dança Nora", da "massagem tailandesa" e  do "Festival de Songkran".
https://www.routard.com/actualite-du-voyage/cid141359-la-soupe-de-crevettes-tom-yum-kung-au-patrimoine-de-l-unesco.html 
O que tende a mostrar que, se calhar, em vez de insistir tanto nos tabuleiros, se candidatassem a "morcela de arroz", o "cabrito com grelos", as "favas com entrecosto", as "fatias de Tomar", os "bolos de cama", a "lampreia de ovos" ou a "bebida Mouchão", era bem capaz de conseguirem êxito mais rápido. Que os tabuleiros também hão-de  acabar por ser inscritos na célebre lista da UNESCO. Vai é levar o seu tempo, cá por coisas...

1 comentário:

  1. A candidatura da festa dos Tabuleiros a Património Imaterial da Unesco é mais um dos assuntos extremamente unanimes desta Câmara, PSD incluído .
    Lanço a ideia de se constituir uma comissão para a candidatura dos Bons Sons também a Património , claro que com peritos bem pagos, e apesar de agora dizerem que passa a ser Bienal manterem o subsidio ANUAL da CMT.
    O antigo parque de campismo e agora parque de autocaravanas ?? vai fechar durante um mês para obras ???

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