Durante anos, tomarenses que pensam têm-se interrogado, para além do punho da espada: Para onde vai o Gualdim com o processo na mão? O orçamento para 2025 agora em debate faculta a resposta. Vai-se queixar ao sr. vigário, mesmo em frente, porque o documento camarário não agrada nem ao menino Jesus, apesar de estarmos no Natal.
Orçamento municipal para 2025
Contas feitas, somos mesmo os pelintras da zona
"Desconfiando de tal versão, após ter lido as declarações de voto social-democratas, fui procurar perceber a situação geral na região. Comparando Alcanena com Abrantes, Ourém e Tomar, o orçamento oureense é de 78 milhões, o de Alcanena de 66 milhões, o de Abrantes de 62 milhões e o de Tomar de apenas 59 milhões. Ou seja, já fomos liderantes no norte do distrito. Agora estamos em 4º lugar quanto a orçamento. Mau sinal. Muito mau mesmo. Tem sido sempre a descer. E continua! como dizia o outro."
Se leu e descodificou o parágrafo supra, copiado da crónica anterior, ficou com uma ideia do posicionamento de cada uma das autarquias em relação à respectiva capacidade de investimento=despesa. O chamado efeito pulmão. Assim, Ourém destaca-se ao ascender ao 1º lugar na zona norte do distrito, enquanto Alcanena surpreende, ao colocar-se em segundo lugar.
Há contudo aquilo a que os economistas costumam chamar a ilusão dos grandes números. Ou seja, perante grandes números, a falta de hábito leva o leitor comum a conclusões incorrectas. Neste caso, por exemplo, fica-se com a ideia que Ourém e Alcanena estão bem acima de Abrantes e Tomar, quanto a despesa por eleitor inscrito. Será mesmo assim?
Dividindo o total do orçamento/despesa pelo número de eleitores inscritos, obtém-se como é lógico a despesa por eleitor inscrito. Efectuada a operação, eis os resultados:
ALCANENA 5.625€/eleitor inscrito
ABRANTES 1.962€/eleitor inscrito
OURÉM.......1.908€/eleitor inscrito
TOMAR.......1.740€/eleitor inscrito
Afinal, ao contrário da ideia inicial, só Alcanena se destaca nitidamente, prevendo vir a gastar quase o triplo de cada um dos outros concelhos, caso o orçamento venha a ser executado na sua totalidade. No segundo grupo estão Abrantes e Ourém, com aquele a gastar um pouco mais por eleitor, apesar de como vimos Ourém liderar a série. Efeito da variável "eleitores inscritos". O total orçamentado por Ourém impressiona, por ser o mais elevado da zona, mas uma vez dividido pelo total de eleitores do concelho, representa afinal uma previsão de despesa por eleitor inscrito ligeiramente inferior a Abrantes.
E chegamos à nossa querida terra e aos nossos amados eleitos. Com uma despesa prevista de apenas 1.740€/eleitor inscrito, que é nitidamente a mais modesta da zona, certamente não iremos longe. Tanto mais que é bem conhecida a tendência da actual maioria para esbanjar em festas, festarolas e obras ornamentais, tudo para dar nas vistas e sem retorno transacionável. Os totais apurados mostram, quando comparados, que somos afinal, infelizmente e cada vez mais, os pelintras da zona norte do distrito. Desculpa lá ó Gualdim, mas é mesmo assim.
Sexta feira, 20 de Dezembro de 2024, 3 e meia da tarde e já não se trabalha em Tomar e na função pública em geral, só assim se explica uma assembleia municipal a meio da tarde. É vergonhoso.
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