segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

O então vereador Cristóvão, sem barba, numa visita ao acampamento precário do Flecheiro.

Problemas societais

Imigrantes, migrantes, minorias étnicas, política europeia e acção camarária tomarense

Os leitores recordam ainda, certamente, os recentes e trágicos acontecimentos dos arrabaldes de Lisboa, envolvendo migrantes e imigrantes, bem como a corajosa tomada de posição do socialista Leão, líder da câmara de Loures. Lembram-se também, sem dúvida, do importante realojamento da colónia cigana do Flecheiro, apresentado como um sucesso pela maioria socialista.
Tanto num caso como no outro, quem não concordou com a linha oficial, foi logo apodado de reaccionário, fascista e outras coisas assim. O costume na área da esquerda unida.  Em relação à posição do presdiente de Loures, até o ex-primeiro ministro António Costa julgou indispensável vir defender publicamente a política socialista nessa área.
Não espanta, pois estamos perante a aplicação rigorosa da política europeia de acolhimento-realojamento-integração de migrantes e imigrantes, desde sempre apoiada pela esquerda e extrema-esquerda. O que pode espantar é a curiosa situação na área informativa. No tempo da outra senhora, sabíamos via jornais tudo o que acontecia no estrangeiro, mas nem tanto em Portugal, devido à censura. Meio século mais tarde, apesar da proliferação de órgãos de comunicação, nem uma coisa nem outra. Nem sabemos muito do estrangeiro, nem do país. Há a censura ideológica disfarçada.
Tomemos o caso dos ciganos que são portugueses, e de outros migrantes que vão chegando. Acumulam-se as tensões e os problemas, mas nenhum órgão informativo avança com as notícias ou com possíveis soluções alternativas. Há apenas a posição governamental e camarária: humanismo-acolhimento-realojamento-integração, não sendo nada conveniente acrescentar sobre o assunto, pelo menos em Tomar. É-se logo banido, sem apelo nem agravo.
Será assim em todo o país e em toda a Europa? Uma longa notícia do site brasileiro globonews g1 mostra uma vertente desconhecida do problema, e logo na mais antiga democracia europeia -a Inglaterra:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/12/01/mais-de-600-brasileiros-sao-deportados-do-reino-unido-em-voos-secretos-do-governo.ghtml
Temos assim que, só no segundo semestre de 2024, o governo britânico assegurou o transporte e pagou 3 mil libras a cada pessoa, para afastar definitivamente do país 629 imigrantes brasileiros, entre os quais 109 crianças, nascidas no Reino Unido e portanto com direito a solicitar a nacionalidade. É obra, numa altura em que na UE se continuam a acolher anualmente centenas de milhares de migrantes. Quem está a proceder de acordo com o interesse de cada comunidade nacional? Os britânicos ou a União Europeia? Se os imigrantes e outras minorias étnicas até fazem falta, porque estão os ingleses a afastá-los, depois de trem abandonado a UE? Simples racismo? Ou a clara percepção de que quem tende a engendrar graves tensões sociais, deve ser afastado logo que possível? 
Convém ir meditando no assunto, porque milagres agora nem em Fátima, o problema tende a agravar-se, e as próximas eleições são já em Outubro próximo.

5 comentários:

  1. Parece que os brasileiros deixaram o Reino Unido por vontade própria e não foram forçados. Provavelmente eram pessoal que trabalhava por conta própria a entregar comida (delivery). Não sei se sabe mas nas grandes cidades como Londres, Manchester, Birmingham, Leeds, etc..., os brasileiros dominam a entrega de comida e mercearia. Eles vêm com visto de turista ou de estudante e depois começam a trabalhar com a conta de um aplicativo de uma terceira pessoa, que terá forçosamente de estar legal, e pagam uma renda a essa pessoa, normalmente outro brasileiro, para usarem a conta e assim ganharem a vida.

    A salvação de Portugal seria a imigração brasileira, casais jovens, os velhos não querem imigrar, mas o português médio não entende isto. Era importante acarinhar os imigrantes brasileiros, fazê-los sentir bem. Muitos retornam...

    Muito poucos vão para Tomar porque não há trabalho. Eles antes de virem pesquisam na net e o cenário é desolador em Tomar. Os empregados da padaria Rosa já são na maioria brasileiros.

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    1. É isso, Helder. Tinham ido para o Reino Unido no tempo da UE, quando havia a livre circulação, e agora forçados a legalizar-se, como não tinham as condições mínimas, aceitaram a oferta generosa do governo (viagem de retorno ao Brasil à borla + cerca de 5 mil euros por pessoa). Foi pelo menos o que declararam alguns deles à chegada.
      O meu ponto é outro, bem diferente: Se na Europa os migrantes internos e os imigrantes são assim tão úteis à economia, e até indispensáveis nalguns casos, o que levará o governo inglês a gastar um dinheirão dos contribuintes, para afastar os estrangeiros? Simples racismo vesgo? Ou a constatação de que é isso ou a paz pública tradicional?

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    2. Os brasileiros que vinham no tempo da União europeia tinham dupla nacionalidade, normalmente portuguesa ou italiana. Estes brasileiros vieram ilegais, vinham com visto de turista ou de estudante, mas a ideia deles sempre foi vir trabalhar. Têm cá conhecidos que os chamam. Para o professor ver o quanto os políticos são mentirosos, cínicos, demagogos, enfim, escolha o que quiser, o governo trabalhista, de centro esquerda como o PS, criticava o governo conservador por causa do projecto Ruanda em que o governo de então mandava os emigrantes ilegais sem documentos para lá, tinha lá hotéis arrendados para eles. Estes brasileiros ainda trabalhavam mas os africanos ilegais que atravessam o canal da mancha em botes de borracha não fazem nada, estão alojados em hotéis ao longo de toda a costa, e lembro-lhe que o reino unido é uma ilha, tem a costa cheia de hotéis, que agora estão ocupados o ano inteiro só com os imigrantes ilegais que atravessam o canal de barco de borracha. Se me apetecer ir passar um fim de semana á praia e ligar para lá a reservar quarto dizem-me que não há, estão cheios!!! Se eu lhes disser: "e para o mês que vem?" eles vão responder que estão cheios, o hotel está fechado a novos hóspedes.

      Eles têm um contrato com uma empresa que foi contratada pelo governo britânico para arranjar alojamento para os imigrantes ilegais. Aí em Portugal eles vivem em tendas pelos parques de lisboa, aqui vivem em hotéis, têm uma refeição por dia e salvo erro 50 libras por semana. Eles são requerentes de asilo, dizem que são de países que estão em guerra e como não têm documentos o governo tem de aceitar. O governo gasta biliões de libras com eles, ou são 2 ou 4, já não me lembro, e os gajos, são na sua maioria homens jovens, aparecem com bons telemóveis e vão até aos estádios de futebol famosos tirar selfies. Os brasileiros estão documentados e as autoridades sabem de onde eles são, estes não porque não têm documentos. O governo do reino unido até paga ao francês para os manter em calais, mas a marinha francesa quando os apanha no canal da mancha á deriva, nos botesvde borracha sem motor, reboca-os até á parte britânica. Depois eles são avistados por barcos que chamam a guarda costeira que os recolhe.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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