Imagem copiada de Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.
Só para entreter quem gosta de ler
A história é escrita pelos que se consideram moralmente vencedores...
Com muita oportunidade, (a extrema-esquerda lembra sempre os erros cometidos pelos adversários, mas nunca os dela própria), o blogue Tomar na rede recorda hoje a destruição do Cine-Esplanada, pelo então presidente António Paiva, do PSD, o autarca mais odiado pela extrema-esquerda tomarista desde o 25 de Abril: Cine-esplanada foi demolido há 20 anos | Tomar na Rede
Lida a matéria, fica-se com a ideia que António Paiva-PSD matou e fez o funeral do velho cinema ao ar livre "do Marino", numa atmosfera de forte contestação, embora sem a extrema-esquerda local conseguir grande gente para uma manifestação de protesto: "Foram poucos os participantes nessa manifestação, mas a destruição do cine-esplanada foi alvo de muitas críticas."
Sem querer de forma alguma atacar o jornalista, se calhar apenas vítima da formação académica recebida, é-se forçado a esclarecer que ele usa "língua de pau", tão do agrado de uma certa esquerda bem-pensante. O que diz a notícia não é falso, mas tão pouco revela a verdade toda, assim dando ao leitor uma ideia que não corresponde exactamente ao acontecido na época, e beneficiando a imagem da esquerda local.
Neste caso, Paiva-PSD foi apenas o coveiro de um cine-esplanada já antes morto pela falta de público e pela maioria PS. Foi o então vereador Lino Cotralha que deu a machadada final, ao pagar ao Centro de Cultura Popular a máquina de projectar e a desocupação do local.
Anteriormente houvera duas épocas bem distintas. Antes do 25 de Abril, com pouca televisão e muita assistência, devido à então existente guarnição militar e respectivas famílias, e alguns anos mais tarde, já sem guarnição militar e com mais televisão, o que limitou drasticamente os espectadores.
Entretanto, na sequência do falecimento inesperado de Marino Costa, o concessionário de sempre, o presidente Murta, da AD, entregara o cine-esplanada ao Centro de Cultura Popular, para ajudar na realização anual do Festival internacional de cinema para a infância e juventude, subsidiado pela autarquia e com grande sucesso. Infelizmente, os tempos tinham mudado e de que maneira, o que forçou o novo concessionário a procurar filmes rentáveis, tarefa nada fácil e um martírio em termos ideológicos para alguém de extrema-esquerda.
Vieram os filmes pornográficos e outros de fraca qualidade, mas com assistência razoável, houve protestos vários, o que levou a Câmara PS a dar por finda a concessão, ficando pendente o material existente, o que veio a ser resolvido pelo vereador Cotralha, conforme já referido anteriormente. Por conseguinte, as fotos publicadas impressionam, mas deixam uma ideia errada da realidade envolvente. Paiva limitou-se a fazer o funeral do defunto, já em câmara ardente quando ele tomou posse. Mas ficou com a fama de carrasco para os esquerdistas locais, que vinte anos mais tarde, não tendo aprendido nem esquecido nada, continuam acusando o malvado do PSD, o autarca mais votado no concelho até hoje.
Há até um outro detalhe, nessa área de "fazer o jeito" à extrema-esquerda. Talvez um simples lapso, porém muito revelador a tal respeito. Está na notícia sobre o encerramento temporário do parque de autocaravanas, para manutenção:
Lido e relido o edital camarário, constata-se que realmente o parque está interditado durante o mês de Janeiro, mas também no dia 31 de Dezembro, por mero acaso antes e durante a passagem de ano, que costuma trazer muitos caravanistas a Tomar. Sem qualquer intenção malévola? Custa a crer.
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