sábado, 28 de dezembro de 2024


Eleição no CAST - Centro de Assistência Social de Tomar

A pesada derrota de Pedro Marques mostra que, mesmo anémica, a democracia ainda funciona menos mal em Tomar

Após anos de polémica, os sócios do CAST - Centro de Assistência Social de Tomar, liderados de facto por Rui Costa, lá acabaram por ir ao essencial. Formaram uma lista e submeteram-se ao sufrágio da massa associativa, única maneira incontestável de mostrar finalmente quem tinha razão. Os instalados ou os contestatários.
A pesada derrota de Pedro Marques, já no segundo mandato, confirma o princípio enunciado por Lavoisier há três séculos. "As mesmas causas nas mesmas condições exteriores, produzem sempre os mesmos efeitos." Na Câmara, no final do século passado, aconteceu o mesmo ao derrotado de agora. Os seus apoiantes não lhe permitiram continuar além do 2º mandato.
Desta vez, mesmo saudando uma eleição limpa e justa, a pesada derrota não poderá ser considerada pelos vencedores como brilhante vitória deles de forma alguma. O CAST tem cerca de 2.500 sócios, dos quais apenas 170 têm as quotas em dia (6,8%). E só exerceram o direito de voto 121 (4,84%). Uma miséria ou uma vergonha, depende do ponto de vista de cada qual. Por conseguinte, democracia a funcionar, sem dúvida, porém extremamente anémica. Assusta só de pensar que nas próximas autárquicas possa acontecer algo parecido em Tomar, quando afinal a abstenção ronda os 45% no concelho.
Neste caso do CAST, sendo inquestionável a legitimidade dos novos dirigentes, custa a engolir que representem apenas 82 eleitores, 3,8% dos associados da instituição, contra 39 (1,59%) para Pedro Marques. É urgente que os tomarenses mudem de atitude e comecem a participar mais activamente nos assuntos da nossa terra, que a todos dizem respeito. Não adianta vir com desculpas de mau pagador. A democracia de tipo ocidental tem muitos defeitos, mas a experiência mostra que ainda continua a ser o melhor sistema de governo que até à data se inventou. 
Como dizia muitas vezes o saudoso Manuel Martins, conhecido homem de esquerda, "Deus nosso senhor não tem culpa nenhuma de ser pai de tanto filho bruto." Urge portanto mudar de atitude, deixando de culpar os outros e começando a participar activamente. Metam a mão na massa, se querem melhorar o pão.


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