sexta-feira, 29 de setembro de 2023

A falta de pessoal municipal

Está explicado

Falta de pessoal municipal...

Satisfação, para aqueles tomarenses que, contra ventos e marés, continuam a interessar-se pelos assuntos locais, sobretudo pela política autárquica. Saiu ontem a edição do Anuário financeiro dos municípios portugueses de 2022, o qual fornece uma ampla diversidade de respostas às dúvidas desses cidadãos curiosos, entre os quais avultam naturalmente os jornalistas.
É uma vasta obra, com mais de quatrocentas páginas, que reúne os dados contabilísticos oficiais dos 308 municípios, pelo que seria enfadonho fazer a leitura integral, ou publicar tabelas e mais tabelas, gráficos e mais gráficos. Cada um consulta o que mais lhe convém, de acordo com as suas preocupações do momento.
Tomar a dianteira 3 efectuou uma consulta sumária, procurando resposta ou respostas para a nova doença tomarense, a decadência porca. A falta de limpeza urbana e rural, o lixo acumulado e não recolhido, as ervas que crescem nalgumas artérias citadinas, o mau estado das estradas municipais, o saneamento que nunca mais chega a certas zonas, o tempo que demora a despachar qualquer requerimento, as obras mal acabadas, os gastos exorbitantes com festarolas e outros eventos para entreter, etc. etc.
Dos dados recolhidos, pareceu útil publicar apenas o que segue, para não enfastiar os leitores, que têm sempre mais que fazer. Sobretudo os eleitos e respectivos apaniguados. Quanto a eficiência financeira da autarquia, ou seja afinal a boa gestão dos recursos disponíveis, a situação não é brilhante. Abrantes aparece em 4º lugar no ranking nacional, Ferreira do Zêzere em 98º, Ourém em 183º, Tomar em 265º e Torres Novas em 268º. Situação nabantina muito longe de ser brilhante, mas um pouco melhor que Torres Novas, apesar de tudo.
A comparação dos recursos humanos de cada município, tendo em conta a sua população, permitiu a elaboração deste quadro:

Funcionários municipais e população concelhia em 2022

Município............. Total de funcionários.................População................. %

Torres Novas......................602..................................34.326..................1 > 57
Tomar.................................604..................................36.341..................1 > 60
Abrantes............................543...................................33.795.................1 > 62
Ourém...............................523...................................45.346.................1 > 87
Alcobaça...........................611...................................56.031..................1 > 92
Leiria.............................1.138.................................130.605.................1 > 115

Fonte: Anuário financeiro dos municípios portugueses - 2022

Com um funcionário para cada 60 habitantes, só Torres Novas nos ultrapassa, com um funcionário para cada 57 habitantes. Ou, visto em sentido inverso, em cada 57 habitantes, um é funcionário municipal torrejano. Está assim encontrada a explicação para a evidente degradação da vida local tomarense, acima denunciada -falta de pessoal municipal. E o leitor dirá que não pode ser, pois os outros concelhos do quadro, excepto Torres Novas, têm percentualmente menos funcionários municipais que Tomar, e a situação geral em cada um deles é bem melhor. É verdade, mas então lá se vai a explicação.
Ainda se podia dizer que é falta de eleitos capazes, ou de pessoal competente, mas todos sabemos que seria uma calúnia das grandes. Os eleitos estão sempre acima de qualquer suspeita, e os funcionários municipais, pelo menos os tomarenses, são todos muito competentes, honestos e assíduos, com destaque para os quadros superiores. Volta-se assim ao início: Qual a explicação para a porca decadência nabantina, mencionada mais acima? Maldito Anuário Financeiro! Não podiam estar mudos e quedos?!?!


quinta-feira, 28 de setembro de 2023

 Festa dos tabuleiros

Outros modelos de vida


Numa altura em que se realiza em Tomar uma bem regada comezaina dita de confraternização, naturalmente à custa do orçamento camarário, pareceu útil reproduzir uma notícia da Rádio Elvas, a quem agradecemos. 
Campo Maior é um concelho raiano do distrito de Portalegre, sede da poderosa empresa Cafés Delta, um dos 150 maiores empregadores portugueses. Tinha em 2021 7.054 eleitores inscritos, dos quais votaram 60,16%. Em Tomar havia na mesma data 33.892 eleitores inscritos, mas só votaram 53,2%. Ambos os concelhos são de maioria PS, mas enquanto em Campo Maior a autarquia pede que os cidadãos se inscrevam no posto de turismo, para apurar se há "o volume considerado correto", antes da decisão final, em Tomar é como sabemos.
Duas centenas de entusiastas de ocasião, convocados para os Paços do concelho, levantam o braço para dizer sim, quando lhes perguntam se querem festa paga pela Câmara. Mais tarde,  fingem-se muito surpreendidos, alguns até escandalizados, com a despesa exagerada, desta vez da ordem do milhão e meio de euros. Que é isso para uma Câmara rica e com a população a aumentar? Só os frustrados é que não concordam.
Saiam mais umas febras e uns litros de tintol! Pagam os mesmos de sempre.

"Inscrições para as Festas do Povo 2024 

no Posto de Turismo de Campo Maior

26/09/2023"




"Com a intenção de Campo Maior voltar, em 2024, a ser palco, passados nove anos, de uma nova edição das Festas do Povo, o Município tem abertas inscrições para que os campomaiorenses possam dizer de sua justiça, até porque, as festas só acontecem se assim o povo quiser.
As inscrições das ruas, que podem ser feitas no Posto de Turismo de Campo Maior, servem, explica o presidente da Câmara, Luís Rosinha, para que se possa perceber se é possível atingir “o volume considerado correto” para se avançar para a execução do evento.
“Desde a Feira de Santa Maria de Agosto que disponibilizámos a forma dos interessados em passar pelo nosso Posto de Turismo e inscreverem as suas ruas”, lembra o autarca.
De recordar que a última edição das Festas do Povo de Campo Maior realizou-se em agosto de 2015."





Blogosfera

Afinal o Manuel 

é um pândego com falhas graves

https://tomarnarede.pt/sociedade/dois-atropelamentos-na-mesma-passadeira-em-cinco-dias/

Para que não haja dúvidas, eis a mais recente sentença da criatura:

 Manuel

Na minha modesta opinião, a solução passa por extinguir a passadeira ou criar uma passagem superior com escadas de acesso.
Todas as formas que criarem para reduzir a velocidade dos automóveis, não resultará, será sempre contornada!

(Copiado de Tomar na rede, com os agradecimentos de TAD3)

A notícia era sobre dois acidentes de viação ocorridos em pouco tempo na avenida Norton de Matos, a norte do Mercado municipal, e o sempre oportuno Manuel nem hesitou. Tomem  lá que vos dou eu! A ignorância é em geral atrevida. Primeiro tenta intrujar o leitor, com aquela da "minha modesta opinião", quando todo o comentário mostra o contrário. Segundo o pretenso modesto Manuel, só há duas soluções possíveis: Acabar com a passadeira, ou criar uma passagem superior, o que vai dar ao mesmo. Para que não restem dúvidas no espírito de algum leitor mais renitente, acrescenta até, num português aproximado, que "Todas as formas que criarem para reduzir a velocidade, não resultarão, serão sempre contornadas." 
É cá uma certeza no jacto urinário, que nunca erra o ralo do mictório! Nem parece passar pela cabeça da criatura que há sempre outras soluções possíveis. Na circunstância, a Ponte nova tem uma passagem subterrânea, que pode ser activada em caso de necessidade. Ou podem ser instalados redutores de velocidade, sob a forma de duas linhas paralelas de blocos  como os das imagens supra, de cada lado da passadeira, no sentido do trânsito. São as chamadas "tartarugas" no Brasil. É então praticamente inevitável a acentuada redução de velocidade, sob pena de despiste eventual, e grave dano para a suspensão. Mas é capaz de ser demasiado puxado para certos cérebros. Mesmo num concelho com uma povoação chamada Cabeças. "No melhor pano cai a nódoa." Se não saem da cova nabantina, como querem conhecer o vasto Mundo e colher ideias novas?





 


Santa Iria não era árabe, pois não? Parece que não, pois segunda a lenda foi martirizada em 635 e o Iacub El Mansur só invadiu a península ibérica a partir de 711. Então porque raio aparece a nossa santinha com um "hijab" árabe? Há qualquer coisa que não bate certo.

Eventos nabantinos

"Feira da Santa Foi"


Ainda as contas finais dos tabuleiros 2023 não estão apuradas, e já a Câmara anuncia mais um mega-evento de nove dias, com um título pouco comum: "Feira de Santa Iria é tradição que se reinventa em Tomar". Perante tal originalidade vocabular, Tomar a dianteira 3 resolveu seguir o exemplo: "Feira da Santa Foi, em Tomar". Porque, bem vistas as coisas, a multicentenária feira nabantina já foi. O cartaz já nem menciona a tradicional "Feira das passas", ao contrário do que era costume. Deve-se portanto modificar o verbo, do condicional "Iria", para o pretérito perfeito "foi". "Já foste", costuma dizer o apresentador do "Preço certo".  Agora a velha feira é outra realidade. Por isso, os seus organizadores falam de reinventar, que significa criar outra coisa, a partir do que existia.
Naturalmente diminuída ao longos dos tempos, pela evolução da estrutura mercantil do país,  como todas as outras, a tradicional feira tomarense tem sofrido além disso de dois transtornos maiores: a falta de um terreno suficiente para a sua localização homogénea e a manifesta falta de habilidade das sucessivas estruturas organizadoras. Donde resulta o que temos e vamos continuar a ter.
Com o realojamento dos ciganos, o Flecheiro tornou-se num magnífico terreno plano, ideal para concentrar toda  a feira, ou grande parte dela, a par com o mercado municipal. Infelizmente, as cabeças que dirigem, ou ajudam a dirigir a autarquia, preferiram transformar o antigo milheiral da Marchanta num relvado com relevo artificial, cuja principal utilidade parece ser, assim à priori e sem sombra por falta de árvores grandes, mijadouro a cagatório para cães de companhia. Com um parque infantil desmontável. Podia lhes ter dado para pior.
Em nove longos dias, porque imperou outra vez a mania das grandezas, em detrimento do realismo, vamos ter um concerto à borla por noite, em ambiente festivo,  com "street food" e tudo, (que faz mal à saúde, mas é moda), numa área descontínua em que há também o que resta da feira ancestral. Ou seja, nova edição da Festa grande, desta vez sem tabuleiros e com algum comércio, para abrilhantar a folia, com pretensões a mega-evento.
Quanto à essencialidade da feira nas circunstâncias actuais, aquilo que a poderia tornar grande a nível nacional e autêntica em termos tradicionais, estará desta vez, se não erro, a nascente do Palácio da justiça. Refiro-me à`"Feira das passas", outrora das mais importantes do país, quando se realizava na Rua dos Arcos desde sempre, mas ultimamente reduzida a uma simples curiosidade local, e pouco mais. De tal forma que o vizinho concelho de Torres novas, aproveitando a inércia tomarense,  já organiza desde há alguns anos a "Feira nacional dos frutos secos". Quando uns não sabem, nem querem aprender, outros aproveitam. Sempre assim tem sido.
Transformar a nossa multicentenário Feira das passas na referência a nível nacional, não seria assim tão difícil. Exigiria porém muito trabalho e muita persistência, junto dos fruticultores do concelho e da região, aliciando-os com bons proventos sob a forma de vendas e de subsídios vários. Mas é muito mais fácil e eficaz, em termos eleitorais, subsidiar colectividades culturais e desportivas. Até que um dia, acabam-se os subsídios por falta de contribuintes que os financiem. Já faltou mais. Por enquanto ainda só faltam médicos, professores, militares, funcionários do registo civil...

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Com votos sinceros de muitas felicidades de Tomar a dianteira 3, que não tem questões pessoais com ninguém. É só análise política.

Fim de reinado em Tomar

Uma autocrata que cumpriu a tradição


Nunca fui, não sou, nem tenciono vir a ser jornalista encartado. Mas há longos anos que venho procurando cumprir a minha obrigação de cidadania, escrevendo para os meus conterrâneos sobre a política local, sempre com respeito pela verdade factual. Nesse quadro, ouvi na íntegra a derradeira entrevista da senhora presidente da Câmara, cuja gravação me foi enviada por amizades a quem agradeço.
À boa maneira americana, começo pela síntese, a minha opinião global: Uma autocrata oportunista que cumpriu a tradição e prejudicou o concelho, sem disso se dar conta. Fez tudo mal? Errou sempre? Desagradou a todos? É claro que não.
Quem se interessa por estas coisas e tem o hábito de ler e ouvir com atenção, sabe que "a política é a arte do possível, toda feita de execução". Nesse sentido, a senhora foi fazendo política ao longo de dez anos, infelizmente nem sempre da melhor forma. Apesar das lacunas e dos erros, deixa uma imagem em grande parte positiva, porque desde o início teve a habilidade de comprar votos de forma quase descarada. A Câmara de Tomar distribuiu anualmente mais do dobro dos subsídios às colectividades de cultura, desporto e recreio, em comparação com qualquer outro concelho do Médio Tejo, ou do distrito de Santarém. Além disso, gastou também anualmente muito mais que qualquer outro município da zona, excepto Leiria que tem três vezes mais habitantes,  em eventos ditos culturais e desportivos. Basta pensar no quase milhão e meio a fundo perdido para os tabuleiros. Uma exorbitância.
Não surpreende portanto que deixe admiradores interesseiros e camaradas de partido muito satisfeitos. "Toda a gente se vende", disse uma vez Dª Maria II. Mas as lacunas e os erros aí estão, a mostrar as oportunidades perdidas e as asneiras cometidas. Falta estacionamento, falta saneamento mesmo ao lado da Câmara e por esse concelho fora, falta um parque de campismo, falta um pavilhão multiusos, falta uma ligação rápida e não poluente cidade>Convento>cidade, falta uma câmara cujos funcionários trabalhem eficazmente para a comunidade tomarense, falta construção para habitação, faltam  empregos produtivos, falta investimento criador de valor acrescentado...
Podia ter sido pior? É claro que podia. Mas também podia ter sido bem melhor, se não tem havido tanta casmurrice. Um exemplo: Falando do Flecheiro, o alegado grande sucesso da governação da senhora, o jornalista entrevistador revelou coragem ao dizer o que é óbvio. A Câmara resolveu o problema do Flecheiro, espalhando-o pela cidade. A senhora reconheceu -que remédio!- que os ciganos estão realojados, mas não estão integrados, e rematou com esta pirueta típica de qualquer autocrata: "Qual era a alternativa? O jornalista encaixou e calou-se, porque precisa do ordenado ao fim do mês. Ficou assim por dizer o remate natural: "Agora é que a senhora faz essa pergunta? É capaz de ser demasiado tarde."
Autocrata portanto, muito senhora do seu nariz e ouvindo só para fazer de conta, revelou-se igualmente oportunista. Ao abordar a questão da renúncia a meio do mandato, distraiu-se e disse a frase a evitar: "surgiu esta oportunidade", quando em boa verdade não surgiu, foi ela própria que a criou. Vejamos, por simples dedução.
Ao cabo de duas décadas, a senhora cedeu as ruínas do Convento de Santa Iria, inicialmente avaliado por António Paiva em três milhões de euros, pela bagatela de 706 mil euros. Uma venda ao desbarato, que se aceita tendo em conta a envolvência. O feliz comprador foi uma grande empresa hoteleira, que muito vai contribuir para o desenvolvimento do turismo local.
Há todavia detalhes posteriores que explicam muita coisa menos aceitável. Mais tarde, a senhora anunciou a sua candidatura ao Turismo do centro e, inesperadamente, acabou por integrar a lista do outro candidato, do PSD. Porquê e para quê? Obviamente para garantir de antemão um lugar bem remunerado durante os próximos cinco anos (?), sem correr o risco de ficar de fora, caso perdesse a eleição.
São eleitores na Entidade regional de turismo do Centro os presidentes das câmaras envolvidas e  os profissionais de turismo da região, entre os quais os hoteleiros. A empresa Vila Galé dispõe de três hotéis na zona centro, em Coimbra, Serra da Estrela e Tomar. Não surpreende por isso, e até pode explicar a estranha transferência da candidata tomarense para a lista adversária, que o presidente dos Hotéis Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, (cidadão honorário de Fortaleza-Ceará-Brasil, onde possui duas unidades hoteleiras), tenha sido o mandatário da lista vencedora...
Condenável, a situação da candidata socialista? Certamente, mas de forma moderada, uma vez que se limitou a cumprir a tradição local. António Paiva foi trabalhar para uma construtora de Ourém, com  a qual assinara antes contratos como presidente da Câmara, e o mesmo fizeram o vereador António Alexandre, com a Águas do Centro, ou o presidente Carlos Carrão, com a agora falida Resitejo. É a política à portuguesa, na sua versão tomarense. Só se deixa enganar quem quer. Calam-se os que a isso são levados pelas circunstâncias.

terça-feira, 26 de setembro de 2023




Convívio da Festa dos Tabuleiros

Contra a palermice e a esperteza saloia


Tinha decidido só voltar a escrever sobre a prevista comezaina e tintol à custa dos contribuintes, a que chamam "convívio", no período da ressaca. Apareceu-me todavia um monte de esterco com pretensões a comentário político, que me força a alterar os planos:

Manuel

"É isso mesmo! Grande iniciativa!
Os verdadeiros tomarenses têm muito orgulho na Festa dos Tabuleiros!
Existem coisas mais importantes do que o dinheiro!
Os aziados têm bom remédio"

(Copiado do Tomar na rede, com os agradecimentos de TAD3.)


Compreendo e aceito que por exemplo um funcionário da autarquia se acoite sob um pseudónimo, para publicar comentários menos favoráveis aos senhores autarcas. Também percebo que nos regimes menos livres, ou quando como é o caso governa uma maioria alérgica à crítica, se tome a precaução de usar nome suposto. 
Não entendo nem aceito de todo, quando alguém manifestamente desprezível aproveita o relativo anonimato do pseudónimo para cagar esterco de má qualidade, tipo lambe-botas. Que outra designação atribuir ao texto acima reproduzido? Uma vez que pretende defender implicitamente a festa dos tabuleiros, a comissão da festa, e a comezaina bem regada, à custa do pessoal do costume, para quê o pseudónimo? Unicamente para esconder que é alguém tão desprezível que nem coragem tem para se assumir como mais um traste, desde sempre agarrado à gamela e com o mamar doce. Tão pouco compreendo que o administrador do Tomar na rede embarque numa vigarice destas, publicando o comentário,  mas o problema é dele. A credibilidade leva anos a adquirir-se, mas perde-se de um momento para o outro...
Tudo o resto é também e apenas para tentar baralhar quem lê. "Grande iniciativa" porquê? Porque lhe enche a pança? "Verdadeiros tomarenses"? Que é isso? Se calhar nem nasceu em Tomar, nem foi baptizado em S. João e também por isso é  que se esconde. "Muito orgulho na Festa dos tabuleiros!"? Para quê, senão para mamar à custa do orçamento respectivo?
"Existem coisas mais importantes que o dinheiro!"? Não acredito. Se assim fosse, não teríamos que aturar o esterco do Manuel. Mas ele/ela que explique que coisas são essas, "mais importantes que o dinheiro""Os aziados têm bom remédio", concluí o palonço. Qual é esse remédio, coño? 
Coitado do mordomo. Coitados dos que fazem e gostam mesmo de verdade da Festa grande. Com um defensor do calibre do Manuel, não precisam de inimigos, pois o comentário dele cheira a fingimento e a falsidade por todos os lados.












A tribuna do PSD - Tomar

LUÍS MONTENEGRO EM TOMAR


O Presidente do Partido Social Democrata, Luís Montenegro, esteve presente num
jantar em Tomar, no passado dia 18 de setembro, no âmbito da iniciativa “Sentir
Portugal” no distrito de Santarém, numa organização conjunta com a estrutura do PSD
de Tomar, que contou com a presença de 200 pessoas.
“Sentir Portugal” consiste na volta do Presidente do partido por todos os distritos de
Portugal, com visitas e ações de proximidade em todos os concelhos do país. Em
Tomar, o jantar foi dedicado ao setor social, motivando a presença de dezenas de
autarcas, militantes e simpatizantes do PSD de Tomar, assim como de numerosos
responsáveis por instituições do setor social de Tomar e do distrito de Santarém, entre
dirigentes, técnicos e funcionários de IPSS, e bem assim diversos Provedores 
de Santas Casas da Misericórdia.
Tiago Carrão, Presidente do PSD de Tomar, começou por fazer diversas considerações
políticas sobre o estado do país e do nosso concelho, focando depois no tema do
jantar: “é no setor social que encontramos a verdadeira essência da nossa humanidade
e solidariedade, valores basilares da social democracia”. Destacou ainda a perda do
investimento de 7 milhões de euros e 80 postos de trabalho da Santa Casa da
Misericórdia de Tomar que acabou por o fazer em Vila Nova da Barquinha, ou as
oportunidades desperdiçadas no programa PARES, tudo resultado da inércia e
incompetência da governação municipal socialista em Tomar.
Na sua intervenção, Tiago Carrão aproveitou ainda para deixar um conjunto de
“recados” ao líder social democrata nacional, partilhando um conjunto de
preocupações dos tomarenses, como é o caso do estado da Conservatória do Registo
Civil de Tomar, a poluição no Rio Nabão, a praia fluvial do Alqueidão (Olalhas), há mais
de um ano à espera de aprovação da APA, ou o estado da saúde, no Hospital e nos
cuidados primários. Terminou, dirigindo-se aos dirigentes do setor social presentes, “o
PSD estará ao vosso lado para procurar soluções em vez de criar obstáculos, (...) com o
PSD a governar o Município de Tomar, as coisas serão diferentes, muito diferentes!”.
Seguiram-se diversas intervenções de representantes do setor social de Tomar e do
distrito de Santarém, dando conta dos problemas e das dificuldades com que lutam no
dia a dia para assegurar o apoio aos seus utentes.
Por último, a intervenção de Luís Montenegro que, em primeiro lugar, afirmou ter
tomado nota das preocupações dos intervenientes e que, pela sua relevância e detalhe,
seriam alvo de uma avaliação cuidada e eventual integração no programa nacional do
PSD. Luís Montenegro aproveitou ainda para deixar bem claro as diferenças entre as
políticas do governo socialista e as ideias e propostas do PSD para o setor social, da
infância à velhice, passando pela saúde.

Tomar, 25 de setembro de 2023

Partido Social Democrata de Tomar

Habitação social

Em política vale tudo, respeitando as normas

https://otemplario.pt/sociedade/opiniao/em-politica-nao-vale-tudo/

A notícia é d'O Templário online e pode ser confirmada no link supra. A sua diretora, Isabel Miliciano, jornalista experiente e muito competente, deixa perceber forte indignação perante uma votação ocorrida na Câmara do Entroncamento, conforme indícia o próprio título "Em política não vale tudo". Tomar a dianteira 3 foi investigar, apesar de não ser escrito por jornalista encartado. Que aconteceu realmente? Onde? Quando? Como? Porquê?
No Entroncamento, um pequeno concelho vizinho, de vinte mil habitantes (metade da população de Tomar), está no poder uma maioria relativa socialista, com o executivo composto por  3 PS, 3 PSD e 1 CH. Recentemente, o PSD e o eleito do Chega agora independente, uniram-se no voto, e chumbaram a proposta de edificação de um conjunto de 100 alojamentos de habitação social, com financiamento europeu a 100%. Foi um escândalo relativo naquele concelho e na região, pois muitos não entendem semelhante votação, aparentemente suicida. Daí também a mal disfarçada indignação da diretora do Templário.
Investigado o assunto de forma sumária, Tomar a dianteira 3 está em condições de avançar que o ocorrido é afinal muito simples. Numa cidade pequena e jovem, com problemas de marginalidade crescente e uma comunidade de etnia cigana que vai aumentando, há um choque entre duas opções políticas, ambas com igual legitimidade. 
O PS pretende construir cem alojamentos sociais, para aí realojar ciganos e outros beneficiários do RSI, cidadãos que normalmente votam PS, ou mais à esquerda. Enquanto isso, PSD e CH mostram-se mais sensíveis às reclamações da população normalmente alojada e que paga impostos. Não há portanto nada de insólito, e ainda menos de suicida. Só cidadãos formatados pela esquerda podem revelar dificuldade para entender tal opção. Como bem escreve Isabel Miliciano, há muita falta de habitação a custos controlados, mas pode-se também acrescentar que alguma "população RSI" a aguardar realojamento, não faz assim tanta falta, aos olhos de muitos contribuintes habituais. A seu tempo haverá novas autárquicas e logo veremos então se em política vale ou não vale tudo.


Entretanto, procurando dissipar qualquer dúvida, Tomar a dianteira 3 esclarece que nas autárquicas de 2021, PS e PSD ficaram praticamente colados, (três eleitos cada), com o Chega a obter 11,24% e um vereador. Quanto à extrema esquerda, o BE conseguiu 6,72% e a CDU 5,95%.. 
Há 20 anos, em 2001 o BE obteve 14, 55%, elegendo um vereador, e a CDU 10,38%. A queda é portanto evidente em ambos os casos, o que pode explicar a indignação mal disfarçada de alguns, quando afinal se trata de algo normal e corrente em democracia plena: o choque cordato entre aqueles que governam sobretudo para se manterem no poder, como acontece agora em Tomar e a nível nacional, e os que se preocupam mais com o bem-estar da população em geral e o progresso do concelho. Só isso, que não é nada pouco.

 


Desenvolvimento económico

O melhor retrato de grupo do ano

Veículos novos vendidos – 2022

 LigeirosPesadosTratores agrícolasTotal
Tomar220537262
Abrantes251424279
Ourém32411147482
Torres Novas2251924268
Entronca.13606142

Fonte: INE -Copiado de Tomar na rede, com os nossos agradecimentos

É de longe o melhor retrato de grupo do ano, de cinco concelhos numa região em crise, este quadro estatístico do INE. Repare-se: Ourém, em tempos o concelho mais atrasado da zona, com pouco mais de metade da população de Tomar, e com uma elevada taxa de emigração, sobretudo para França, transformou-se pouco a pouco no município liderante da região. Os oureenses compraram em 2022 quase o dobro dos automóveis dos nabantinos,  mais tractores e muito mais veículos pesados. Porque será? Fátima?
Tomar é o que se vê. A crise instalou-se e vai deixando marcas. Depender em grande parte do Estado, directamente ou via Município, deixou de ser uma opção segura. Só os do Entroncamento é que compraram menos automóveis, mas são praticamente metade dos tomarenses. Até Abrantes, mais encravado no interior com menos menos população e menos serviços públicos, se adiantou. Os abrantinos compraram em 2022 mais 31 automóveis que os tomarenses, embora menos tratores e pesados. 
E que dizer dos torrejanos, lado a lado com os nabantinos, apesar de terem menos cinco mil habitantes? Será só por causa da A1?
37 tratores vendidos em Tomar, menos dez que em Ourém, mas mais que nos outros concelhos. É o regresso ao campo? Os aposentados e pensionistas a reconverter-se na agricultura, outrora "a arte de empobrecer alegremente", como disse o outro? Ou precisão a quanto obrigas, que as ajudas sociais já não são o que eram?
Matéria para ir pensando, antes de voltar às urnas ou à abstenção. O problema parece ser que quem nunca se habituou a pensar, agora é capaz de ser demasiado tarde, assim contrariando a frase feita "nunca é tarde para aprender". Resta-nos a esperança. No serviço militar obrigatório dizia-se que  "a tropa manda desenrascar". Só mais tarde, para lá dos Pirinéus, se ouviu dizer que "a necessidade aguça o engenho". Outra maneira de ver a mesma situação.


segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Fátima

Lourdes - França

Santo sepulcro em Jerusalém

Património e turismo

Fátima a Património mundial da UNESCO?


No acto de lançamento de um livro sobre a arte em Fátima, que tem como base uma tese de doutoramento, o historiador Vítor Serrão defendeu que a candidatura daquele santuário a Património da Humanidade "tem pés para andar":

O MIRANTE | Vítor Serrão defende candidatura de Fátima a Património da Humanidade

O MIRANTE | Turismo do Centro aplaude proposta de candidatura de Fátima a Património da Humanidade

Trata-se de uma hipótese tentadora, cuja candidatura constitui boa fonte de rendimento e de imagem enquanto dura. Prova disso é que o Turismo do centro já manifestou o seu apoio e a disponibilidade para participar. Mas será assim tão simples? Terá mesmo "pés para andar" e pernas para aguentar o longo caminho?
A candidatura da Festa dos tabuleiros a "Património imaterial" da UNESCO,  bem mais simples do que a sua homóloga a "Património da Humanidade", já dura há quatro anos, já custou perto de duzentos mil euros, e ainda nem sequer chegou à UNESCO para a apreciação final e eventual aprovação.
Na mesma linha de pensamento, Santarém e Marvão também tentaram, aqui há anos, avançar com uma candidatura a Património mundial da UNESCO. Cada município envolvido gastou centenas de milhares de euros, até que ambos acabaram por desistir. O que mostra que não é assim tão simples.

http://www.eugostodesantarem.pt/ultimas/curtas-e-acontecimentos/santarem-ja-nao-e-candidata-a-patrimonio-mundial#

https://radioelvas.com/2019/09/02/marvao-integra-candidatura-conjunta-a-patrimonio-mundial-pela-unesco/#

Acresce que, num relance pela lista do Património Mundial da UNESCO, Tomar a dianteira 3 encontrou três situações que devem dar que pensar a quem queira avançar com uma candidatura: A - O santuário de Nossa senhora de Lourdes, em França, mais antigo e mais famoso que Fátima fora de Portugal, não é Património da Humanidade. B - O Santo Sepulcro em Jerusalém, um dos locais mais sagrados da cristandade, também não é Património da Humanidade. 3 A Igreja na Natividade, em Belém, onde nasceu Cristo, tão pouco está classificada pela UNESCO. Cada qual concluirá como melhor entender.
Há em Portugal, em 2023, 17 bens classificados Património Mundial da UNESCO, entre os quais o Convento de Cristo, 51 bens Património Mundial em França,  50 em Espanha, 20 na Grécia e 60 em Itália.


domingo, 24 de setembro de 2023

Para que não restem dúvidas, aqui há gato...

Comunidade cigana e Alojamento social

Em Outubro 2022 já havia quatro mil 

e duzentos euros de rendas sociais em dívida


O apelo aos senhores vereadores e deputados municipais, aqui publicado anteontem, já foi ouvido. Fernando Caldas Vieira, candidato vencido do CDS nas últimas autárquicas, enviou a Tomar a dianteira 3 um documento do CHEGA, com a resposta da senhora presidente da Câmara sobre alojamento social e comunidade cigana, datado de Outubro de 2022. Agradecemos o envio, que surpreendeu agradavelmente, por se tratar de um documento até agora desconhecido da opinião pública tomarense. Foi o CHEGA que entretanto o escondeu? Ou a informação local que não se mostrou interessada, para não chocar quem lhes dá de comer? Desculpem a brusquidão,  mas as coisas são o que são. E perguntar não ofende, dependendo da pergunta.
Temos assim duas fontes oficiais, ambas municipais. Uma com origem na presidência da autarquia, datada de 13 de Outubro de 2022, e endereçada ao CHEGA, que concedeu autorização para a sua divulgação. Outra subscrita pelo vice-presidente em 20 de Março de 2023 e endereçada a Tomar a dianteira 3. O resultado global é interessante e questiona em certos pontos. O documento presidencial refere, por exemplo, que em Outubro 2022 o município dispunha de 184 fogos de alojamento social. Um dos problemas é que, cinco meses mais tarde, em Março 2023, o documento subscrito por Hugo Cristóvão indica 176 fogos arrendados e 6 outros em requalificação, num total de 182 alojamentos sociais. Então e os dois outros? Desapareceram entretanto? Foram demolidos?
Referindo exclusivamente a comunidade cigana, a informação enviada ao CHEGA é taxativa. Nessa data, há um ano, estavam alojados no parque habitacional da Câmara 41 famílias, num total de163 pessoas. Cada uma dessas famílias pagava (ou devia pagar) uma renda social mensal entre 4,41€ e 92,13€, por alojamentos com 2, 3, 4 ou 5 assoalhadas.
Trata-se, como se vê, de rendas mensais muito favoráveis, numa altura em que um estudante paga em Tomar entre 200 e 300 euros mensais por um simples quarto, e o autor destas linhas desembolsa 35 euros mensais por um lugar de estacionamento no parque municipal, além de alguns milhares de euros anuais de IRS. Quando eu for grande, vou-me informar para saber o que é preciso fazer para beneficiar de alojamentos municipais assim tão baratos.
Mesmo acessíveis, as rendas sociais nem sempre são pagas pontualmente. Segundo o documento municipal antes citado, em Outubro do ano passado já havia um débito global de 4 mil e duzentos euros, o que, tendo como referência um renda média de 40 euros, meio termo entre os 4,41€ e os 92,13€, dá a barbaridade de 105 meses de renda em débito. Ou seja, em média, cada família cigana já devia ao Município, em Outubro do ano passado duas rendas e meia. É pouco provável que a situação tenha melhorado desde então. Pelo contrário, uma vez que houve entretanto mais realojamentos e portanto mais situações problemáticas, com direito a micro-rendas.
Questionada pelo CHEGA no mesmo documento, sobre as eventuais rendas em dívida, a Câmara respondeu que há juros de mora, planos coercivos de pagamento e, em último caso, acções de despejo. Resposta com alguma dose de poesia, pois ninguém está a ver os funcionários municipais, a polícia ou a justiça, a porem na rua uma família, para logo  a seguir terem de a realojar em condições similares, assim recomeçando o processo.
Os caloteiros crónicos sabem disso e insistem na inadimplência, perante a impotência da gestão municipal, tolhida pela necessidade dos votos para se manter no poder. Se outra fora a situação, designadamente se houvesse uma maioria autárquica mais preocupada com o bem estar da população em geral, do que com a manutenção no poder, bastaria ter a coragem de ir descontando mensalmente nas prestações sociais as rendas em débito. A partir daí, os faltosos compreenderiam finalmente que "o crime não compensa", e talvez até demandassem outras paragens com clima social mais benigno. É tudo uma questão de euros e de votos.

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

 

Imagem Rádio Hertz, com os agradecimentos de TAD3.

2?º Congresso da sopa

A habitual mania das grandezas

https://radiohertz.pt/tomar-28a-do-congresso-da-sopa-promete-bater-recordes-aponta-se-para-cerca-de-tres-mil-participantes/

Conforme consta no link acima, "Congresso da sopa promete bater recordes. Aponta-se para cerca de três mil participantes." Isto em Maio de 2023, de acordo com os dados que a Rádio Hertz conseguiu obter na altura junto da organização do evento, os serviços de turismo da Câmara, liderados pela vereadora Filipa Fernandes.
Logo na altura, houve dúvidas perante tais números, mas apesar dos esforços nesse sentido, não foi possível obter informação mais detalhada. Os meses passaram, e percebe-se agora o estranho silêncio de então. Num documento camarário oficial, de suporte à informação a prestar pela senhora presidente à Assembleia Municipal, na página 113 - EVENTOS 13.2.3, pode ler-se que afinal compareceram apenas 1.835 congressistas, que compraram só 924 kits. Longe, muito longe portanto, dos anunciados três mil participantes. A mentira a alavancar a mania das grandezas. É só bazófia saloia.
Contudo,  quando aqui em Tomar a dianteira 3 se escreve que há eleitos que mentem, que exageram, que têm a- mania das grandezas e do sucesso inventado, os visados reagem mal. Acusam logo de má-lingua, numa linguagem inaceitável. Fica agora claro, mais uma vez, quem respeita a verdade. Podia lá ser de outra maneira! Para quem não tem vergonha, todo o mundo é seu. E a culpa é sempre dos outros. Dos raros que têm coragem para denunciar a mediocridade pretensiosa que se instalou no poder em Tomar. Com a lamentável complacência de quase toda a informação local.

ADENDA

Sobre a qualidade e rigor da organização (e da informação local?), um detalhe sem importância, mas caricato e muito tomarense. O leitor terá decerto reparado naquele "2?º Congresso da sopa" que abre a crónica, e pensado "o gajo enganou-se e confundiu o ? com um algarismo. A idade não perdoa." Se foi o seu caso, tenha a bondade de corrigir. O ponto de interrogação em vez do algarismo é intencional: Pretende marcar a dúvida entre a notícia da Hertz, que indica "28º congresso da sopa", e o relatório camarário já citado, onde se lê "29ª edição do congresso da sopa." Em que ficamos afinal, 28º ou 29ª?

ADENDA 2 às 13H21 de 23/09/2023

Tomar a dianteira 3 recebeu de João Franco, director da Rádio Hertz, um esclarecimento em tom cordial, que se agradece, acompanhado por este link:

TOMAR – Câmara aponta para cerca de 2500 pessoas que marcaram presença no recente Congresso da Sopa (c/vídeo) | Rádio Hertz (radiohertz.pt)

Perante tal documento, resta-nos pedir desculpa aos leitores e à Rádio Hertz pelo equívoco, uma vez que citámos afinal, inadvertidamente, um texto referente à edição anterior. Fica assim esclarecida a dúvida sobre o ordinal adequado. Em 2023 foi mesmo a 29ª edição do Congresso da sopa. 
Quanto à criticada mania das grandezas, que se considerou habitual, mantém-se tudo como dantes, salvo o total indicado. Em vez de três mil, a vereadora apontou desta vez para 2 mil e quinhentos. Acabaram por vir mil e novecentos, que apenas compraram 924 kits. Turismo de pelintras, uma vez que os outros mil trouxeram de casa a ferramenta de anos anteriores. Para uma Câmara que diz pretender atrair turistas de elevado poder de compra, não se pode dizer que seja brilhante. É o que temos. Obrigado João Franco!

 




Património cultural imaterial da UNESCO

Reguengo do Fetal (Batalha) prepara a candidatura da "Procissão dos caracóis" a património cultural imaterial da UNESCO

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/procissao-dos-caracois-mais-perto-de-ser-patrimonio-cultural-imaterial

Conquanto não seja propriamente a área de intervenção de Tomar a dianteira 3, um amável leitor enviou-nos o link supra, sem comentários, mas decerto para conseguir uma tomada de posição da nossa parte. Pois ela aí vai.
Na era da vaidade, do cabotinismo, do aqui estou eu, em que o importante é aparecer em vez de ser, torna-se cada vez mais corriqueiro o recurso a distinções que atribuam títulos, sejam eles quais forem, de preferência internacionais. Apenas importa a popularidade, o reconhecimento social. Pense-se por exemplo nos múltiplos programas televisivos, galardoando este  e mais aquilo.
No caso do património imaterial da UNESCO, o risco é mesmo esse -que se torne banal, ao ponto de passar despercebido. E tudo aponta nessa direcção, tantas são as candidaturas, com tendência para aumentar. Esta candidatura da Procissão dos caracóis, ali para os lados da Batalha, parece reunir todas as condições para conseguir o almejado galardão. Oxalá mais rapidamente que a candidatura dos tabuleiros, que iniciada em 2019 continua a passo de caracol, apesar de até ter um responsável dedicado, recrutado expressamente pela Câmara para esse efeito.



 
Direito à informação e habitação social

Apelo aos senhores vereadores 

e deputados municipais da oposição


Talvez alguns dos senhores não saibam, ou não estejam lembrados, mas existe a Lei 26/2016, de 22 de Agosto de 2016, que garante o direito dos cidadãos à informação. Segundo o seu artigo 5º, "Todos, sem necessidade de enunciar qualquer interesse, têm direito de acesso aos documentos administrativos..."
Baseado nesse direito, com invocação do respectivo diploma legal, o signatário requereu em tempo útil à Câmara municipal, que lhe fosse facultado acesso aos seguintes dados administrativos:

1 - Total de alojamentos sociais tutelados pelo Município de Tomar;
2 - Tipologia de cada alojamento e respectiva renda mensal;
3 - Listagem dos alojamentos com rendas pagas e por pagar;
4 - No caso das rendas em dívida, indicar também  há quanto tempo se mantém tal situação;

Para grande surpresa do requerente, apenas se recebeu, no prazo legal previsto, indicação do total de alojamentos tutelados pela autarquia. 184, se a memória não falha. Situação estranha, uma vez que se pedia resposta a quatro pontos diferentes e apenas se obteve satisfação em relação ao primeiro.
Em vez de recorrer às vias coercivas previstas na Lei, designadamente a queixa à CADA, ficou-se então aguardando pela informação periódica que o executivo está legalmente obrigado a prestar à Assembleia municipal, para daí sacar os referidos dados. Infelizmente, lido o mais recente relatório enviado aos senhores deputados municipais, nele quase nada consta sobre alojamento social. Apenas isto, na página 83: "Arrendamento apoiado - Fogos arrendados 176 -Fogos vagos para reabilitação 6 -Total 182".
É demasiado pouco, num documento de 125 páginas, que até permite saber quanto rende o estacionamento tarifado rua a rua, ou conhecer o rendimento anual dos dois cemitérios, com indicação do custo de cada enterramento, incluindo o dos defuntos indigentes, cujos familiares estão isentos de qualquer tarifa. Há portanto evidente sonegação de informação aos membros do parlamento municipal.
Nestas condições, convenhamos que algo estranhas, uma vez que se consegue saber quanto pagam os automobilistas ou a família dos defuntos, mas não os rendeiros da autarquia, apela-se por este meio aos senhores eleitos da oposição, que em próxima oportunidade requeiram ao executivo que lhes forneça o solicitado nos quatro pontos do primeiro parágrafo, sob pena de virem a ser considerados pela opinião pública como simples palhaços, num circo de faz de conta.

Com toda a consideração e respeito, bem como antecipados agradecimentos,
Tomar a dianteira-3

quinta-feira, 21 de setembro de 2023


Obras camarárias

Imagem Rádio Hertz, com os nossos agradecimentos.

Enganar é feio e mentir é reles

 

Há pelo menos dois provérbios para designar situações de mentira evidente. De aldrabice interesseira, ou de vigarice para intrujar o próximo: "A mentira tem a perna curta", ou "Apanha-se mais depressa um mentiroso que um coxo". Quem lê fará o favor de escolher o que melhor convenha na situação que se passa a descrever. Com máscara, que o cheiro é pestilencial.
Em 6 de Setembro de 2023, houve um grave acidente na estrada nacional 110, em Carvalhos de Figueiredo - Tomar, que causou alguma celeuma, dado que era já o segundo atropelamento do mesmo cidadão, naquela zona. Até o presidente da Junta Urbana, que também ali reside e foi eleito numa lista PS que detém do o poder camarário e nacional, se lastimou que ninguém ligava às suas sucessivas chamadas de atenção desde há longos anos.
Naturalmente incomodada, porque visceralmente alérgica à critica, mesmo em situações normais, a srª presidente fez como no futebol tosco -desviou para canto. Mandou noticiar na Rádio Hertz este texto:

Houve naturalmente algum alívio, e até quem dissesse -"Sim senhor, finalmente a srª presidente reagiu a tempo  e a horas". Duas semanas volvidas, conclui-se que afinal era apenas um embuste. Uma aldrabice, para ficar bem na fotografia e desviar a atenção do lamentável acidente. O tal projecto camarário foi encomendado há mais de um ano e nem Deus saberá quando vai estar pronto para adjudicação da obra. Basta ler com atenção este excerto de um documento oficial da Câmara, a apresentar na proxima sessão da  AM:
"Projeto de execução para requalificação da EN 110 (desde a rotunda de S. Lourenço até à rotunda da zona industrial) - Adjudicação do projeto à empresa SIGMarq, Lda em 21/04/2022 (50 dias). Projeto Base (Fase 1) entregue em 31/05/2022. Em análise técnica. Efetuada reunião conjunta com DOM/TH/ TejoAmbiente. Foi submetido a parecer do IP-Infraestruturas de Portugal, e efetuada reunião conjunta com o IP-Infraestruturas de Portugal e a CMT no dia 27/10/2022. Obteve parecer favorável condicionado, em 03/12/2022.Aguarda conclusão do Projeto base em conformidade com o parecer do IP. Efetuada entrega do projeto base em 14/02/2023 e análise técnica transmitida em 15/02/2022. Efetuada entrega de projeto corrigido em 04/04/2023, aguarda a sua submissão na Siliamb e noutras entidades externas para posterior aprovação."
(Copiado do relatório sobre informação da srª presidente à AM, em 29/09/2023, página 10)

Além do antes exposto, convém ainda destacar que a burocracia camarária nabantina é tão competente e funciona tão bem, que até tropeça nos topónimos locais. Neste caso, não há nenhuma rotunda em S. Lourenço, como está à vista de todos. Apenas uma fonte, uma capela e algumas casas. A mencionada rotunda fica antes, ao fundo da avenida Nun'Álvares, no local desde sempre chamado  "Padrão". Por conseguinte, "Rotunda do Padrão", tal como a outra é a "Rotunda do Moinho novo", e não da zona industrial, que fica mais acima, do lado direito.
Os cérebros camarários vão se calhar retorquir que "do Moinho novo", é a outra, do lado esquerdo. Pois é, mas se estão as duas lado a lado, basta acrescentar da esquerda e da direita, para as distinguir. Ou, se preferirem, Rotunda do moinho novo-N110 e Rotunda do Moinho novo-A13 Todavia, nuns serviços que em tempos até confundiram uma rua da freguesia urbana com um caminho vicinal, é capaz de ser difícil.