segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Festa dos tabuleiros

A Festa grande ao preço da uva mijona


Menos de dois meses após ter terminado a função, aí está o anúncio oficial das contas da Festa dos tabuleiros, pela boca da senhora presidente de abalada, como se impunha. Foi um extraordinário êxito, como se sabe, ao preço da uva mijona, fica-se agora a saber. Custou o evento a modesta soma de um milhão e trezentos mil euros, mais do dobro da edição de há quatro anos. A manter-se este modelo e o mesmo ritmo de aumento de custos, em 2043 ultrapassará os 50 milhões de euros. Mas deixemo-nos de antecipações assustadoras.
O custo deste ano corresponde, para que não restem dúvidas de que foi mesmo uma festa-pechincha, a 39 euros por cada eleitor inscrito, 32,5 euros por cada habitante do concelho, 130 mil euros por cada dia de festa e dois mil e cem euros por cada tabuleiro. Sob reserva, segundo a notícia, de futuros acertos, pois ainda falta agregar uns pagamentos suplementares ao pessoal da autarquia. Porque será?
Percebe-se agora qual era o intuito de vender aos tomarenses a ideia de terem vindo à festa um milhão e duzentas mil pessoas, veiculada pela senhora presidente, bruscamente transformada em especialista de turismo, área na qual vai passar a faturar todos os meses, em Aveiro. A pouco mais de um euro por visitante, não era nada cara a apregoada promoção de Tomar. Cálculos revistos pela força das coisas, terão passado por Tomar, durante a festa dos tabuleiros, pouco mais de cem mil visitantes. Sejamos generosos, admitamos 130 mil mil visitantes, o que dá a bagatela de 10 euros por turista atraído. Que é isso, comparado com a célebre embaixada de D. Manuel I ao Papa, com elefantes e um rinoceronte, que custou uma fortuna, quando havia fome no Reino, há mais de quinhentos anos? Quantos turistas passaram pelo concelho durante a festa e não gastaram sequer dez euros? Borlistas!
O rifão tradicional era "Com papas e bolos se enganam os tolos". Agora há que adaptar. "Com música e tabuleiros se enganam os tomareiros." É fartar vilanagem, enquanto houver!

ADENDA às 16H40 de Lisboa

Ao que indicou esta manhã, Anabela Freitas não vai faturar em Aveiro, a partir do final do mês. Trabalhará em Leiria, continuando a residir em Tomar. Vantagem da Entidade regional de turismo do Centro. Tem sede em Aveiro, a posse do novo elenco directivo foi em Coimbra, e pelo menos um elemento da sua Comissão executiva terá o seu gabinete em Leiria. 
Há apenas um detalhe a ter em conta. Durante os últimos anos, Anabela Freitas integrou a Comissão executiva da ERTC com o estatuto de representante do Município de Tomar e dos municípios do Médio Tejo. A partir do final do mês, não representará nada nem ninguém, além de si própria. É uma situação totalmente diferente, com a vantagem do vencimento, mas também e sobretudo os inerentes inconvenientes.

2 comentários:

  1. Este gasto é uma autêntica vergonha .
    Não tive acesso às contas em detalhe porque ou não são públicas ou ainda não consegui consultar.
    Parece que neste valor ainda faltam custos a imputar pela própria CMT, o que passados 2 meses não se compreende porquê.
    Mas uma pergunta que não encontro resposta, a outra festa teve lucro de aproximadamente 10% e esta festa qual foi?

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    1. Por enquanto, a única fonte disponível, julgo eu, aqui a 7 horas de avião de Lisboa, é a notícia da Hertz.
      Sobre a outra festa, a de 2019, há um erro de vocabulário. Não houve lucro algum. Sobraram cerca de 10% do subsídio camarário, que transitaram para esta.

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