quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Imagem captada em Julho 2023, durante a Festa dos tabuleiros.

Prospectiva política local

CHEGA -Tomar na melhor posição 
em termos de credibilidade para as autárquicas de 2025


Segundo o que já aqui chegou, desagradaram bastante os dois últimos parágrafos da análise anterior. Era esperado. Nas regiões e terras como Tomar, com fraca preparação humana e académica, a nudez forte da verdade aleija sempre. Preferem o manto diáfano da fantasia, mas o autor já não tem idade nem paciência para essas coisas. O pessoal do PS Tomar é que gosta muito de ornamentar e de ornamentações em geral, sem olhar a custos.
Se foi indelicado dizer que em 2021, em Tomar,  todas as formações partidárias perderam votos, menos o CHEGA, porque concorria pela 1ª vez, aqui vão mais achas para a fogueira onde ardem as vaidades locais. O PS obteve o seu melhor resultado de sempre em 2017 (7.972 votos) e o PSD em 2001 (15.161 votos). Paralelamente, a CDU teve o pior resultado de sempre em 2021 (993 votos) e o BE em 2013 (585 votos).
Tudo isto durante 20 anos (2001-2021), em que a abstenção subiu de 38,7% para 46, 85%, 8,1%,  e o eleitorado encolheu, de 39.330 para 33.892, uma quebra de 5.438 inscritos, o que não é certamente um sucesso, bem pelo contrário. Continua no entanto a não haver culpados. É uma fatalidade e pronto.
Neste contexto, ou em tal conjuntura, se preferirem, o CHEGA - Tomar e os seus mil  cento e poucos votos de 2021, apresenta-se como terceira força política concelhia, e a única por enquanto sem responsabilidades no descalabro local. Credibilizada portanto pelas circunstâncias, de tal forma que, a julgar pelo passado recente, quanto mais a extrema esquerda e alguns tomaristas atacarem, mais a votação potencial chegana vai subir. (ver imagem)
Bastará aos dirigentes da nova formação saber assumir o papel de "armador de jogo" ou "croupier". Pegar nas cartas e saber jogá-las, ou dominar a bola e marcar golos, consoante o estilo de cada um. Para isso, terão de respeitar alguns princípios, elementares nestas coisas: 1 - Propor, por escrito e quanto antes, aos outros partidos, do PSD para a direita, a formação de uma ampla coligação eleitoral, tendo sempre em conta que o mais provável é a rejeição liminar dos social-democratas;  2 - Ante a eventual rejeição laranja, anunciar logo uma coligação CH - CDS - MPT - PPM - PTP, o que supõe negociações prévias; 3 - Conseguir uma equipa sólida,  cujos elementos não precisem de ir para o poder para ganhar mais no fim do mês 4 - Escolher como cabeça de lista alguém com sólida formação académica e humana, adquirida em parte fora do país (ter presente o caso Moedas em Lisboa); 5 - Elaborar um programa eleitoral simplificado, com uma listagem precisa do que tencionam fazer em todas as áreas, caso ganhem, ou vão propor caso percam; 4 - Fazer uma campanha eleitoral robusta, com boa base escrita e um corajoso porta-a-porta em todo o concelho.
Com tudo isto, podem até não ganhar, ou sequer eleger vereadores. Tudo é possível. Mas terão contribuído para melhorar o ambiente político local, cada vez  mais esclerosado.

Todos os dados mencionado no texto são oficias 
e podem ser confirmados em autárquicasresultados.mai.gov.pt

2 comentários:

  1. Caro António Rebelo,

    Desta vez não concordo com a sua análise política, e vou tentar explicar porquê.
    O Chega como disse e bem é a 3ª força política do Concelho de Tomar, apesar de só ter concorrido uma vez e com uma lista um pouco fraca, vide o atual deputado municipal.
    Creio que a estratégia do Chega será sempre concorrer sozinho, quer por opção própria . quer pela parvoíce das linhas vermelhas dos outros partidos ditos " democráticos".
    Agora que tem de apresentar uma lista mais forte, e um programa estruturado pela positiva é fundamental.
    O PSD em Tomar , bem como os outros partidos vão continuar a perder votos, e o único que pode afastar o PS do poder é o Chega.
    Claro que numa primeira fase não ganha mas conjugado com o PSD faz a maioria de protesto ao PS.
    Quando ao CDS , já não existe , como os outros que mencionou.

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    1. Bem haja pelo seu comentário. Como bem sabe, entre democratas sinceros, a divergência é normal e enriquecedora. Neste caso, trata-se apenas de desacordo nos detalhes, havendo convergência no essencial, o que me alegra, por ser matéria bem delicada.
      Indo um pouco mais longe no exposto na análise, considero que o Chega conseguiu obter a marcação de uma grande penalidade pelo árbitro-povo, com a colocação daquele cartaz na rotunda antes dos tabuleiros, devido à lamentável reacção dos adversários. Agora, se souberem trabalhar "by the book", podem vir a conseguir a transformação dessa grande penalidade nas autárquicas de 2025.
      Oxalá eu ainda cá esteja para ver.

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