Desenvolvimento económico
O melhor retrato de grupo do ano
Veículos novos vendidos – 2022
Ligeiros | Pesados | Tratores agrícolas | Total | |
Tomar | 220 | 5 | 37 | 262 |
Abrantes | 251 | 4 | 24 | 279 |
Ourém | 324 | 111 | 47 | 482 |
Torres Novas | 225 | 19 | 24 | 268 |
Entronca. | 136 | 0 | 6 | 142 |
Fonte: INE -Copiado de Tomar na rede, com os nossos agradecimentos
É de longe o melhor retrato de grupo do ano, de cinco concelhos numa região em crise, este quadro estatístico do INE. Repare-se: Ourém, em tempos o concelho mais atrasado da zona, com pouco mais de metade da população de Tomar, e com uma elevada taxa de emigração, sobretudo para França, transformou-se pouco a pouco no município liderante da região. Os oureenses compraram em 2022 quase o dobro dos automóveis dos nabantinos, mais tractores e muito mais veículos pesados. Porque será? Fátima?
Tomar é o que se vê. A crise instalou-se e vai deixando marcas. Depender em grande parte do Estado, directamente ou via Município, deixou de ser uma opção segura. Só os do Entroncamento é que compraram menos automóveis, mas são praticamente metade dos tomarenses. Até Abrantes, mais encravado no interior com menos menos população e menos serviços públicos, se adiantou. Os abrantinos compraram em 2022 mais 31 automóveis que os tomarenses, embora menos tratores e pesados.
E que dizer dos torrejanos, lado a lado com os nabantinos, apesar de terem menos cinco mil habitantes? Será só por causa da A1?
37 tratores vendidos em Tomar, menos dez que em Ourém, mas mais que nos outros concelhos. É o regresso ao campo? Os aposentados e pensionistas a reconverter-se na agricultura, outrora "a arte de empobrecer alegremente", como disse o outro? Ou precisão a quanto obrigas, que as ajudas sociais já não são o que eram?
Matéria para ir pensando, antes de voltar às urnas ou à abstenção. O problema parece ser que quem nunca se habituou a pensar, agora é capaz de ser demasiado tarde, assim contrariando a frase feita "nunca é tarde para aprender". Resta-nos a esperança. No serviço militar obrigatório dizia-se que "a tropa manda desenrascar". Só mais tarde, para lá dos Pirinéus, se ouviu dizer que "a necessidade aguça o engenho". Outra maneira de ver a mesma situação.
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