domingo, 17 de setembro de 2023

Atropelamento mortal nas Algarvias. Imagem Bombeiros Municipais de Tomar, com os agradecimentos de TAD3.

Maioria socialista local

A Câmara fora da graça  de Deus ?

TOMAR – Festa dos Tabuleiros. Câmara discute transferência de mais 125 mil euros para a Comissão Central | Rádio Hertz (radiohertz.pt)

Atropelamento em Carvalhos de Figueiredo, com o ferido evacuado de helicóptero para Lisboa. Atropelamento mortal na Estrada de Paialvo, entre o Chico Elias e o Pato bravo. Transferência de mais 125 mil euros para a Comissão da festa dos tabuleiros, sem qualquer explicação justificativa. (usar link supra). Três ocorrências recentes, que revoltam qualquer eleitor, ou pelo menos aqueles que ainda se lembram de Mário Soares e da sua defesa intransigente do "direito à indignação", que pagou com o exílio, primeiro em S. Tomé e depois em Paris. E levam a  pensar que, ou a maioria socialista nabantina tem muito azar, ou está fora da graça de Deus, ou carece de habilidade mínima para as funções que exerce.
No atropelamento de Carvalhos de Figueiredo, a senhora, agora já quase ex-presidente, apressou-se a anunciar a encomenda de um projecto grandioso, de 8 milhões de euros, com eventual aprovação camarária no verão do próximo ano. Balelas, para ficar bem na fotografia da despedida, ao fim de dez anos no poder, a fazer vista grossa. É óbvio que o projecto vai demorar bastante mais tempo, uma vez que se trata de uma estrada nacional, o que exige a aprovação prévia de Lisboa,  habitualmente uma longa espera de meses, ou até de anos.
O acidente mortal da Estrada de Paialvo, nas Algarvias,  que vitimou uma senhora de 60 anos, veio mostrar que as obras camarárias em geral padecem mesmo de várias maleitas. Nesta empreitada, por exemplo,  a faixa de rodagem foi repavimentada até ao cruzamento do Pato bravo, mas os passeios ficaram-se pelo Chico Elias, apesar de haver várias casas de ambos os lados da estrada, até ao cruzamento seguinte.  
Azar dos azares, o atropelamento ocorreu  nas Algarvias, entre o Chico Elias e o Pato Bravo. Porque terá sido? Falta de atenção da senhora? Imprudência do automobilista? Só pode. Os passeios não são vistos nem achados. Até porque não existem, e a culpa nestas coisas é sempre dos outros.
Após anúncio solene, em tom de despedida,  de quem detém ainda o poder, ficou-se a saber que a edição 2023 dos tabuleiros custou a módica soma de um milhão e trezentos mil euros. Mais coisa menos coisa, pois havia ainda uma pendência, relacionada com horas extraordinárias dos funcionários municipais ao serviço da festa, esclareceu a senhora. Mais do dobro da edição anterior. Coisa bem estranha, para quem já vai na 3ª edição festiva. 
Pouco mais de uma semana depois, nova informação inesperada. O executivo vai aprovar, (uma vez que o PS tem a maioria), mais uma transferência para a Comissão da festa, desta vez de 125 mil euros. Uma ninharia para autarcas pródigos, que se julgam ricos com o dinheiro dos outros. 
Com que fim, mais este subsídio? Mistério. Nem a Rádio Hertz, habitual porta-voz do executivo, conseguiu saber mais, conforme link acima. O usual respeito do executivo municipal pelos direitos dos eleitores, entre os quais avulta o direito à informação. Completa e verdadeira, já se vê.
Baseado na minha ignorância habitual, fui forçado a deduzir que, de acordo com as declarações da senhora quase ex-presidente, deve tratar-se do pagamento das tais horas extraordinárias pendentes, aos funcionários camarários. Se assim for, temos marosca pela certa, parece-me a mim. Tratando-se de funcionários públicos ao serviço de uma autarquia, é esta entidade empregadora que deve abonar-lhes as horas extraordinárias, retendo o respectivo IRS devido, de acordo com as regras do POC.
Ao transferir para outra entidade, com outro estatuto, o montante destinado ao pagamento das tais horas suplementares, a marosca torna-se evidente: Há fuga ao fisco, pois a Comissão da festa vai abonar-lhes as somas devidas a título de gratificações, não sujeitas a IRS. Não será assim? 
Poderá a Câmara alegar que os funcionários em questão nem sequer pagam impostos, em virtude dos seus rendimentos anuais ficarem aquém do mínimo legal que obriga ao pagamento de IRS. A ser esse o caso, cabe perguntar: Incluindo essas e outras horas extraordinárias, pagas encapotadamente, ainda continuam aquém do rendimento anual mínimo, sujeito a imposto?
Poderá não ser o caso, mas então porque não explicaram logo a que se destina a nova transferência, como seria normal, dois meses depois da festa? Uma maioria socialista apanhada a fugir ao fisco, seria o cúmulo do azar. Caso para dizer que parecem  fora da graça de Deus, apesar das onerosas obras de S. João Baptista, que são uma obrigação do Estado e não da autarquia. Ou serão já os efeitos nefastos do anátema da prejudicada Santa casa da misericórdia de Tomar, forçada a emigrar para o concelho da Barquinha?  
O povo, com a sua sabedoria milenar, e que "é quem mais ordena", segundo o painel que está na escadaria dos Paços do concelho, tem um provérbio para estas circunstâncias: "Deus que vos marcou, algum defeito vos achou."
Mas é capaz de ser só azar, sem nada a ver com a graça de Deus. Se calhar,  será simplesmente a tal falta de savoir faire, savoir dire et savoir vivre. É bem verdade que audaces fortuna juvat (a sorte protege os audazes), mas ao fim de dez anos de tropelias várias, até a sorte se cansa, e resolve emigrar também para paragens mais acolhedoras.

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