sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Imagem colhida algures no país, longe de Tomar, onde nunca há filas para procurar postos de trabalho. Só para receber as dádivas da Cáritas, parte das quais vai depois parar ao lixo.

Evolução societal

É tão bom receber no fim do mês,

sem ter de cumprir horário de trabalho


O conceituado homólogo Tomar na rede, que é feito por um competente jornalista profissional, ao contrário do Tomar a  dianteira 3, elaborado por um simples amador com bastante tempo livre, publicou uma peça, muito bem estruturada, sobre os cidadãos beneficiários do RSI, cuja leitura se recomenda:


Da respectiva leitura atenta ressaltam dois factos principais: 1 - Abrantes  tem mais beneficiários do RSI (963) que Tomar (820); 2 - O grupo etário mais importante entre os beneficiários é o dos até 25 anos. Uma vez que não é destacado o facto de Ourém, com mais população que Tomar, ter menos de metade dos assistidos com o RSI, resolvi ir à cata.
De acordo com os dados do INE de 2021, desde 2001, em 20 anos portanto, Abrantes perdeu 8.006 habitantes, Tomar 6.593 e Ourém apenas 2.394. Porquê, se estão as três no interior? Porque Ourém tem Fátima? E Tomar, não tem o Convento de Cristo, Património da humanidade? E Abrantes, não tem a Mitsubish, uma indústria com tantos defensores em Tomar, quando se fala de turismo? Não será antes porque Fátima tem estruturas de acolhimento (estacionamento, sanitários, informação, cobertura hoteleira e restaurativa), que tanta falta fazem em Tomar?
Outro dado curioso é que Ourém tem mais analfabetos (1.854) que Abrantes (1.318) ou Tomar (1.145), e menos idosos (26,8%) que Tomar (30,6%) ou Abrantes (31,5%), mas igualmente muito menos cidadãos a receber RSI (295), do que Abrantes (963) ou Tomar (820). Donde se pode concluir que em Ourém até os analfabetos trabalham, e que os jovens tomarenses  preferem receber o RSI, em vez de procurarem trabalho, ou emigrarem. Isto porque em Tomar temos 59% de activos, contra 61,1 % em Ourém.
E nada de argumentar com a falta de preparação escolar. Ourém tem 15,1% da população com ensino superior, Abrantes 14,1% e Tomar 16,9%.
A população jovem tomarense mais preparada de sempre, não podendo aceder automaticamente àquilo que anseia em geral (casinha, carrinho e empregozinho sentado na função pública), prefere viver da esmola do Estado, a ter de vergar a mola numa ocupação profissional julgada indigna da sua qualificação académica, ou ir trabalhar noutro país. 
Com tal mentalidade dominante, (ainda ontem uma conhecida profissional local incitava as mães a ensinarem às crianças que "vão para a escola para aprender e não para competir"), não surpreende que nas margens nabantinas estejamos a viver cada vez pior, numa micro-sociedade de pedintes, de velhos, de invejosos e de lambe-botas, mas oficialmente muito acolhedora para a etnia romani. Afinidades idiossincráticas. 
Triste sina...

1 comentário:

  1. Contado por uma funcionária de uma das instituições de caridade da (cada vez menos) cidade de Tomar .
    A funcionária entrega o cabaz do costume com bens alimentares .
    A utente pega no pacote de 1 Kilo de arroz carolino, e pede se troca por arroz agulha pois é para fazer arroz de marisco !
    Como dizia o F. Peça " e esta hem "

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