Vista aérea do Convento de Cristo e Castelo dos templários, no sentido oeste-leste.
Política local - Planos
Entregar filhas a gente alheia? Nunca mais!
Um simpático comentador habitual do Tomar a dianteira 3 lançou, mediante comentários numa crónica anterior, a ideia de publicar planos para o futuro de Tomar. Tendo eu adiado a resposta, insistiu, o que levou à elaboração deste escrito.
Diz o povo, cuja sabedoria pragmática é milenar, "Quem faz filhos em mulher alheia, perde-lhes o feitio." Em sentido figurado, foi mesmo isso que me aconteceu por várias vezes. Destaco e descrevo apenas três, para que dúvidas não restem no espírito de quem lê.
A pedido de um eleito, fui a Santarém participar, como seu assessor técnico, numa reunião distrital, destinada a debater a criação de uma comissão regional de turismo. Meia hora após o começo da reunião, alegou que tinha afazeres urgentes em Lisboa, deixando-me sozinho perante os 21 representantes dos municípios da região, intrigados com a minha presença, uma vez que o referido eleito era de um partido e eu de outro.
Ao cabo de várias horas de discussão, aceitaram a minha ideia inicial de duas comissões regionais de turismo, uma em Santarém e outra em Tomar, tendo regressado a casa descansado, no Mercedes camarário com condutor oficial. Um luxo!
Seguiu-se em Tomar um autêntico fartar vilanagem. Ainda me consultaram para conseguir um nome para o nova entidade, mas entretanto já todos tinham arranjado capacidade para presidir, dirigir, chefiar e por aí adiante, e nunca mais fui visto nem achado. Resultado: a citada comissão regional nunca fez um trabalho notável, acabando extinta pelo governo, como todas as outras.
Igualmente a pedido de certo eleito de outro partido, elaborei o plano de mudança de tutela e de exploração para o Convento de Cristo. Reconheço que o resultado prático não tem sido brilhante, mas alego em minha defesa que a ideia inicial previa a gestão tutelada pela Câmara, visitas guiadas para todos, entrada pela Porta do Sol, etc. O que agora existe está segundo a vontade de quem manda em Lisboa, e não de acordo com o meu plano. Ou seja, a autarquia está a 150 metros do monumento, mas só é responsável pelo estacionamento no exterior. O governo arrecada o produto das entradas, cerca de 1,5 milhões de euros em 2022.
Uma terceira experiência, parcialmente falhada, é aquela licenciatura em Turismo cultural, no IPT. Não quero alongar-me em detalhes, mas a minha ideia inicial não era bem a que foi levada à prática. Apesar de doutorado em turismo, nunca fui contactado para a docência, após ter facultado os tópicos iniciais. Segundo os dados mais recentes, das 35 vagas oferecidas na primeira fase de admissão, foram preenchidas apenas 7. Julgo-me capaz de conseguir bem melhor, mas é demasiado tarde há muito tempo. Aposentei-me em 2001
Parir agora novas ideias, para outros implementarem? Não, obrigado! Já dei para esse peditório. Peço desculpa pela franqueza.
Caro António Rebelo,
ResponderEliminarCreio que não me fiz entender quanto ao plano estratégico para o concelho de Tomar.
Não me referia ao como fazer, e até nem a o que fazer nesta primeira fase.
Acho que antes de tudo se deveria fazer uma reflexão profunda sobre qual o papel da CMT , e definir áreas básicas para a sua existência , como por exemplo , as infraestruturas, o ordenamento territorial, que são exclusiva responsabilidade da coisa pública. Depois os serviços públicos com interligação com a CMT , por exemplo a saúde, o ensino, a segurança. e por fim os serviços que devem ser privados , mas com ligações à CMT, por exemplo a habitação, o turismo, a cultura...
Definir , muito claramente estes sectores com a colaboração de várias opiniões seria fundamental.
Com esses sectores definidos , passava-se depois a o que fazer, e somente depois quais os orçamentos necessários e recursos humanos necessários.
Por fim mas não menos importante COMO o fazer, ou seja aquilo que fez e outros se apropriaram sem perceber como lá chegou.
Muito interessante, e por isso tentador, este seu comentário. Na minha perspectiva a sua ideia é demasiado ambiciosa para Tomar. Não há gente para abarcar e debater tudo isso do que fala. Nem lá perto.
EliminarO outro tinha uma certa ideia da França. Eu apenas julgo ter uma ideia para Tomar. Avance com a sua sugestão de projecto. Quando eu considerar oportuno, e se me parecer adequado, encararei a hipótese de ajudar no que puder.
Coragem e boa sorte!